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Terça-feira,
15/5/2007
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Redação
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Introdução ao Jazz
As gravações mais antigas de jazz fáceis de encontrar são dos anos 20 e do começo dos anos 30. O trompetista e vocalista Louis Armstrong ("Pops", "Satchmo") foi de longe a figura mais importante desse período. Ele tocava com os grupos chamados Hot Five e Hot Seven; qualquer gravação que você puder encontrar desses grupos é recomendada. O estilo desses grupos, e de muitos outros desse período, geralmente é chamado de jazz de Nova Orleans ou Dixieland. Ele é caracterizado pela improvisação coletiva, em que todos os músicos tocam simultaneamente linhas melódicas improvisadas dentro da estrutura harmônica da música. Louis, como cantor, é tido como o inventor do scat, em que o vocalista usa sílabas sem sentido para cantarolar linhas melódicas improvisadas. Outros músicos notáveis do jazz de Nova Orleans ou Dixieland são o clarinetista Johnny Dodds, o saxofonista soprano Sidney Bechet, o trompetista King Oliver e o trombonista Kid Ory.
Cláudio Brandt, traduzindo Uma Introdução à Improvisação no Jazz, de Marc Sabatella em seu site.
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Eduardo Mineo
15/5/2007 às 10h26
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Frases de Drummond
Ao contrário do amor, o amor-próprio não acaba nunca.
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Os métodos modernos de negócio tornaram obsoleta a antropofagia.
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A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.
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Os colégios orgulham-se dos homens ilustres que estudaram neles e que resistiram à massificação escolar.
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A arte vivifica a humanidade e aniquila o artista.
Carlos Drummond de Andrade, em O Avesso das Coisas, seu novo livro de aforismos.
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Julio Daio Borges
15/5/2007 à 00h28
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Sarau na Casa das Rosas
A Academia Internacional de Cinema - AIC, em parceria com a Casa das Rosas, convida para mais um Sarau da Academia, com o tema Tradução para sempre, uma edição especial que acontece durante um ciclo sobre tradução literária.
Os convidados irão ler traduções feitas por eles de escritores de todos os períodos e travarão uma conversa com os alunos do curso de Criação Literária da Academia e com o público presente sobre o papel da tradução na disseminação e perpetuação da literatura no mundo e como elo internacional entre os povos. Para isso, além da presença de seus curadores, Flávia Rocha e Marcelo Carneiro da Cunha, e um de seus professores, o escritor e jornalista Michel Laub, o evento receberá os convidados Vadim Nikitin e Floriano Martins.
Vadin é tradutor, ator e diretor que nasceu em Moscou e vive no Brasil desde 1976. Atuou em Bacantes (de Eurípides) e Ela (de Jean Genet), sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, no Teatro Oficina, entre outras peças. Já dirigiu Os sete gatinhos (de Nelson Rodrigues) e Canção de cisne (adaptada de um conto de Tchékhov) e recentemente tem trabalhado em traduções de Antón Tchékhov e Marguerite Duras.
Já o poeta, editor, ensaísta e tradutor Floriano Martins nasceu em Fortaleza e é autor de livros de poesia como Cinzas do sol e Sábias areias e traduziu livros como Poemas de amor - antologia poética, de Federico García Lorca; Delito por bailar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante; entre outros. Em janeiro de 2001 criou o projeto Banda Hispânica, banco de dados permanente sobre poesia de língua espanhola, de circulação virtual, integrado ao Jornal de Poesia. Edita com Claudio Willer a revista de cultura Agulha.
Para ir além
Sarau da Academia - Curadores: Flávia Rocha e Marcelo Carneiro da Cunha - Convidados: Vadim Nikitin, Floriano Martins e Michel Laub - 15/05, às 19h30 - Casa das Rosas - Avenida Paulista, 37, Bela Vista - São Paulo - Entrada franca e aberta ao público - Informações: [email protected] - Telefone: 11 3826 7883
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Marília Almeida
15/5/2007 à 00h00
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New kids on the road
Comercial do Scénic Kids, automóvel da Renault com DVD, assinado pela agência de publicidade Neogama. O mérito da peça é o novo posicionamento para um carro cujo principal opcional nem é mais tão diferenciado assim. Fazer o quê? É preciso se destacar em um mercado super competitivo e com produtos cada vez mais parecidos. E como ser diferente sem poder lançar produtos radicalmente novos? A saída foi essa.
Para mim, a parte mais divertida do comercial é a das crianças em uma bagunça verdadeiramente rock'n'roll. Highway Star, do Deep Purple, transmite o inferno em que pode se transformar uma longa viagem de carro com três pirralhos.
O contraponto é uma família tranqüila e feliz, viajando embalada por uma suave música clássica. Os pestinhas estão quietinhos no banco de trás, assistindo ao desenho que passa no DVD. Pai e mãe se olham em beatífica felicidade.
O filme me deixou enjoada. Não porque seja ruim, é que assistir DVD no carro dá náusea, assim como ler. Já comecei a imaginar aquelas três crianças vomitando no Scénic novinho, emporcalhando o banco. O casal teria que parar no acostamento, limpar a turminha e arranjar uma farmácia para comprar Dramin.
E depois, uma família que tem grana para comprar um Scénic dificilmente vai ter três filhos. A média de filhos por mulher hoje, no Brasil, é de 2,39, considerando todas as classes sociais e regiões. Nas famílias de renda mais alta, esse índice baixa para 1,1.
Claro, o DVD serve para acalmar qualquer quantidade de crianças e a situação do comercial é hiperbólica, servindo para materializar o benefício do produto. E eu também não faço parte do target (nem familiar, nem financeiramente), por isso preferia estar mais no carro rock'n'roll bagunceiro do que no calminho com DVD.
De qualquer forma, uma leitora do Blue Bus compara as cenas do comercial com as viagens que ela fez quando criança e as que faz hoje com o filho, em que eles passam o tempo conversando e brincando. Eu também lembrei das viagens da minha infância.
Provavelmente rolava umas confusões entre eu e meu irmão. Porém, duas coisas nos acalmavam. Primeiro, as broncas da minha mãe. Segundo, as brincadeiras de contar os caminhões azuis da Sadia, adivinhar a marca do carro que vinha em sentido contrário e fazer a estatística das cores mais comuns.
Nada é mais como antes. Nem as crianças, nem os pais e nem os Mercedes de cara redonda da Sadia.
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Adriana Baggio
14/5/2007 às 16h05
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Bipolar
Juliana, 21, São Bernardo do Campo, jornalismo por opção, violão, caminhar à noite acompanhada, totalmente bipolar, caipira, estranha, borderline, paralelista, desesperada, "híbrida", cigarro em épocas turbulentas, café, cerveja gelada, "choconhaque" no frio, social, non sense, faxina, ninfomaníaca, surrealista, sorriso, olhos, nuca, boca, piercing, tatuagem na batata-da-perna, barriga, abraço, atrevida, carente, petulante, mãe, amiga, amante, tímida, dependente, dura, boba e nostálgica.
Juliana, em seu blog (que eu descobri graças a oooutro blog...)
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Julio Daio Borges
14/5/2007 à 00h59
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Roubada Cultural
Ainda estou chocada com o que foi essa Virada Cultural em São Paulo. Este é o primeiro ano em que vou e ainda estou espantada com a minha ingenuidade em querer "assistir" a um show, sem nem pensar que isso tudo não viria a ocorrer... Pensando agora, era óbvio: evento gratuito, com diversidade de opções para todos os gostos, em um lugar sem estrutura nenhuma para abrigar um show? É claro que nem o Exército daria conta, nem uma tonelada de caixas de som... nada faria diferença. Essa combinação não dá certo.
Pra completar, a Virada botou os Racionais MCs, um grupo de rap polêmico, pra tocar na Praça da Sé, marco zero de São Paulo. Local cercado por policiais e lotado de gente de todos os tipos: fãs, admiradores, curiosos e baderneiros. Mais uma vez, repito: essa combinação definitivamente não dá certo.
Um acontecimento desse porte chama a atenção de muito mais gente, além daqueles apreciadores de cultura que batem cartão em eventos do gênero. Entretanto, um evento desse porte não poderia falhar. Mas falhou. A grande virada não foi a passagem de sábado pra domingo, mas a confusão que resultou de todos esse elementos juntos.
Minha Virada
Quando cheguei lá, fui direto à Praça da Sé encontrar alguns amigos para assistir ao show da Nação Zumbi, que começou pontualmente à zero hora desse domingo [6 de maio]. Bom, como já havia dito, lá não é um local apropriado para shows desse tamanho e, como a Virada Cultural acontecia em vários pontos do centro da cidade ao mesmo tempo, a "platéia" também virou ponto de encontro, e local de passagem para outros palcos montados por ali. O empurra-empurra, que já é comum em qualquer apresentação musical, ocorria de forma muito mais intensa. Pra completar, não se ouvia o som energético das guitarras e dos batuques da banda com a mesma força que costumamos ouvir nos CDs ou em outros shows: o som estava muito baixo "para um evento daquele porte".
Pra não dizer que não tive momentos divertidos, cito aqui um deles que, para mim, foi praticamente histórico. Enquanto aguardávamos a banda pernambucana subir no palco, alguns meninos desafiavam uns aos outros para subir nos postes do meio da praça. Um a um foi tentando chegar ao topo, sem sucesso, enquanto a torcida aumentava e os candidatos a macacos da Virada se multiplicavam. O primeiro que conseguiu chegar lá em cima, foi ovacionado, jogado para o alto, uma festa.
Depois de rodar pelo centro e ver um pouco do Cisne Negro e do Ed Motta, voltamos para aguardar os Racionais MCs. Foi aí que começou tudo... Fomos lá pra frente e tinha muita, muita gente, mal dava para se fixar em um pontinho com meu grupo de amigos. Ao nosso lado, havia uns quinze caras em cima de uma banca de jornal cantando. A fumaça de maconha, o cheiro de xixi e o bafo de pinga das pessoas que passavam por mim já estava no auge, insuportável. Daí para eu ficar com pressão baixa, claustrofóbica e com vontade de vomitar foi um pulo e acabei fazendo toda a turma ir embora, até porque o show já estava bem atrasado e era inviável continuar ali. Me senti super mal de acabar com a festa dos meninos, mas mal sabia eu que estava salvando a pele da galera...
O confronto
O cenário era de guerra, com "Vida Loka" como trilha sonora. Li na Folha Online que o show dos Racionais só começou às 4h30. E que depois de algumas poucas músicas, os PMs tentaram tirar o pessoal que estava em cima da banca (aquela que estava antes ao nosso lado) de lá... Aí, começou: cacetetes pra cá, garrafadas pra lá, tiros pro alto, gritaria, tumulto, confusão. O repórter Diógenes Muniz da Folha escreve: "Mano Brown ora apaziguava os ânimos, ora cutucava a polícia. 'Aí, vamos ignorar a polícia. A festa é nossa', gritou, antes de tentar prosseguir com as músicas, sem sucesso".
Uns acreditam que toda a confusão gerada foi decorrente do atraso da banda, outros culpam a própria banda, além dos que defendem que a Polícia exagerou na atitude repressiva. "É só ver o histórico do Racionais. Acaba sempre assim. Mas nós já estávamos preparados para isso acontecer", afirmou o tenente da PM Jackson, responsável pela ação policial na Sé. "Nunca tinha visto a Praça da Sé tão cheia. Mas, olha, os PMs estavam mais nervosos que o público e usaram mais força do que necessário", disse o senador Eduardo Suplicy (PT), que já acompanhou a banda em outras apresentações.
Não acredito que seja culpa nem da banda nem da Polícia. Como já havia dito, essa combinação não funciona. Claro, as letras das músicas da banda são polêmicas e muitos que vão a seus shows não estão 100% de acordo com a ideologia da banda. E claro, novamente, todo mundo sabe que algumas atitudes de policiais são suspeitas, existe corrupção e abusos.
Show do Racionais não combina com Virada Cultural. Aliás, a Virada Cultural em si não tem sentido, pelo menos da maneira como foi realizada. O erro, para mim, foi conjunto. O triste é ver cenas como essas, que mostram vandalismo gratuito, violência sem justificativas, essa raiva que fica contida dentro de muitas pessoas, sendo externada de uma forma tão brusca...
A Polícia já divulgou sua posição, ou melhor, sua versão dos fatos, no site da Secretaria de Segurança Pública: mais uma vez, como num conto de fadas, os policiais são "heróis" prendendo "vilões". O portal de esquerda Vermelho, por outro lado, saiu na defesa dos vândalos. Cada um que tire suas própria conclusões, mas para mim fica bem claro que essa "Roubada Cultural" começou e terminou muito errada!
Nota do Editor
Débora Costa e Silva é estudante de jornalismo e mantém o blog Vagamundo Vago, onde este texto foi originalmente publicado.
[4 Comentário(s)]
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Débora Costa e Silva
11/5/2007 às 19h21
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Viagem rumo ao nada
André "Malvados" Dahmer, via Arquivo da Sambu, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
11/5/2007 à 00h37
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Santaolalla em São Paulo
Foram muito poucos os artistas que conseguiram ganhar dois Oscars consecutivos. E nem o mais otimista crítico de cinema do hemisfério sul poderia imaginar que um latino-americano conseguiria fazer parte desse grupo seletíssimo. Mas o argentino Gustavo Santaolalla, com suas trilhas sonoras para O Segredo de Brokeback Mountain (2005) e Babel (2006), realizou a proeza.
Ele estará em São Paulo nesta segunda-feira, 14 de maio, para dois compromissos bem distintos. À tarde, na PUC, num dos destaques da programação do evento Música em Cena, participa de um debate ao lado de Rubens Ewald Filho sobre seu trabalho de compositor de filmes. À noite, no Via Funchal, Santaolalla se apresenta com sua banda de tango eletrônico Bajofondo, que tempera o tradicional gênero portenho com doses generosas de elementos do mundo pop.
Desde os tempos do também argentino Lalo Schifrin, responsável pelo famoso tema da série de televisão Missão Impossível (1966) e trilhas jazzísticas como Bullitt (1968), que um compositor da América do Sul não obtinha tanto destaque em Hollywood. E, melhor ainda, os brasileiros Antonio Pinto e Marcelo Zarvos devem seguir o mesmo caminho, acumulando nos últimos anos importantes títulos americanos às suas filmografias.
O cinema, no entanto, pode ser considerado a segunda carreira de Santaolalla. Nascido em Buenos Aires em 1952, ele dedicou a maior parte das quatro décadas seguintes ao rock, como músico (foi um dos fundadores do grupo Arco Íris) e produtor (o cantor colombiano Juanes, por exemplo). Foi somente a partir de 2000, quando começou a colaborar com o diretor mexicano Alejandro Gonzáles Iñarritu (Amores Brutos, 21 Gramas e Babel), que a sétima arte entrou pra valer em sua vida - em 2004, musicou Diários de Motocicleta, do brasileiro Walter Salles.
Ainda que sua mais recente vitória no Oscar tenha sido bastante contestada pelos fãs de trilhas - Babel tem pouquíssima música original - a vinda de Gustavo Santaolalla é uma ótima oportunidade para conhecer o trabalho de um dos músicos mais bem-sucedidos da atualidade.
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Fábio Scrivano
10/5/2007 às 20h06
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Permitir-se
No cruzamento tinha um sinal, mas, como de costume na grande cidade, os pedestres circulavam da maneira como bem entendiam. A obediência requerida ao vermelho não é seguida, a máquina que funciona é a da percepção espacial: o carro longe do alcance do corpo. O livre-arbítrio permite que nem sempre se atravesse na faixa de segurança. Na confusão do trânsito, casais se separam, às vezes voltam a se encontrar em meio às buzinas, crianças se perdem. Quem sabe um motorista desavisado da pureza não tenha tempo de parar. Outro, alucinado, apesar do amarelo piscando a todo instante, mantenha sua trajetória. Alguém já pensou que, quando o amarelo pisca, seus olhos podem estar se fechando no exato momento? Ou então, é a alta velocidade que o cega, seu destino invisível.
A cidade em força esplendorosa nas ruas e pontes e avenidas - mundo moderno de sempre, que não espera para acontecer. A vibração urbana arrastando os sentimentos. Flecha em chamas. Corpos sombreando estreitas calçadas plenas de segredos. Os conflitos e dúvidas pisaram-nas, inculcando pedaços de loucura e sujeira. A escuridão só não é total por causa das inúmeras luzes vermelhas tremulando inconscientes. Vertiginosa velocidade, perpassar por ela com os olhos fechados causa intenso prazer. Poucos são os que se lançam ao mar vermelho de carros.
Imunes ao barulho, dois pontos permanecem, cada um dentro de si num turbilhão de pensamentos. A visão da cidade exaltando os sentidos: algo nela se alinha com parte de nós. Atravessamos sempre no caminho livre.
As ruas, estas, lançam sinais de desconforto, despedida e alívio.
[2 Comentário(s)]
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Elisa Andrade Buzzo
10/5/2007 às 12h49
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Remix Narrativo
Partindo do pressuposto que a partir do início do século XXI, o leitor anônimo ganhou força e passou a desenvolver e tabular suas próprias escolhas e ainda levando em conta o avanço da Internet, consagrada como mídia de massa nestes dez anos de existência, começamos perceber o surgimento - pelas bordas, quase imperceptível - de ambientes de compartilhamento de experiências e informações como, por exemplo, os blogs, fotologs, música on demand (MP3), Orkut, listas e fóruns de discussão.
Estamos presenciando uma revolução silenciosa capaz de, aos poucos, gerar um falecimento da intermediação da imprensa e questionamentos sobre a inexistência da autoria a partir do século atual, o fim do copyright, ou melhor, a substituição pelo copyleft. Neste cenário de liquidificador cultural, queremos propor um ambiente multi-usuário participativo de troca de narrativas, sejam elas em formato texto (poesias, contos, folhetins, histórias cotidianas, urbanidades), formato imagético (fotografias, ilustrações, vídeos, recortes), formato sonoro ou formato comunitário como listas de discussão, comunidades no Orkut, newsletters por e-mails etc.
O participante poderá alterar uma narrativa textual existente a partir do desenrolar da trama; alterar os personagens ou mudar de formato, ou seja, continuar o conto com inserção de uma imagem, áudio ou vídeo. A cada bloco temático será possível espiar, participar, modificar ou iniciar uma nova narrativa - apropriando-se do formato existente ou escolhendo outro numa lúdica brincadeira entre formatos multimidiáticos...
Remix Narrativo, mais uma dica da incansável navegadora Gabi Klein.
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Postado por
Julio Daio Borges
10/5/2007 à 00h53
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