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BLOG

Sexta-feira, 1/6/2007
Blog
Redação
 
O rumo de minhas leituras

Com o passar do tempo percebi que fui um tanto quanto ingênuo em minhas leituras. Perdi muito tempo com livros que não são obrigatórios e deixei de ler o que realmente deveria ter lido. Ainda hoje acontece isso, não consegui me livrar deste mal.

E acho que nunca me livrarei dele por completo, pra ser sincero. Se bem que não é um mal, afinal, os livros que tenho lido são todos muito bons. Tirando um ou outro que eu poderia perfeitamente não ler que não faria falta nenhuma, todas as obras pelas quais meus olhos percorreram as páginas me foram importantíssimas. Tanto para quem eu sou, como ser humano, quanto para quem eu quero ser, como profissional.

Mas em determinado momento é necessário decidir: ou você continua lendo livros que você não tem assim tanta necessidade de ler ou você se concentra nos livros que vão realmente te fazer crescer em todos os aspectos. Não sei quando vou fazer isso, mas quero parar de ler certas coisas e ler os clássicos. Ou ao menos conseguir tempo para poder conciliar os dois tipos de leitura.

Dentro da Baleia, um novo blog, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
1/6/2007 à 00h28

 
Blogs, blogs e blogs

Há muitos blogs bons que eu não conheço. Alguns eu chego a conhecer - e vejo que são bem legais - mas, por algum motivo desconhecido, nunca volto. Outros eu adiciono aos meus favoritos para não esquecer de voltar. Mas esqueço. Os blogs dos amigos eu leio sempre. Porque são legais, mesmo. Mas outros amigos deveriam ter blogs e não têm. Gente que tem sacadas que dariam um blog bem legal. Mas eu respeito a opção deles. Manter um blog é bom, mas escraviza.

Tem gente que eu só conheço graças aos respectivos blogs. Uns eu nunca ouvi a voz e moram bem longe; mas trocamos altas idéias. Um deles teve vários blogs e hoje não tem nenhum. E que falta me faz ler com regularidade os escritos dessa pessoa. Eu já troquei e-mails com blogueiros que curto muito. E um já me indicou (aumentando consideravelmente minha audiência).

Tem blogs que indicam o meu sem que eu saiba. Às vezes descubro mais um (são dois ou três, que não achei de novo para lincar). Uns são tão humildes que nem pedem para eu dar uma passada (como eu faço); nem comentam um post qualquer (alguém vai clicar no nome e vai chegar no blog deles). Minha mais recente alegria blogueira foi ser lincado por um cara que é uma referência de Jornalismo Gonzo para mim. E de blog que não precisa ser atualizado o tempo todo.

Blogs "oficiais" geralmente não funcionam. São feios, de difícil navegação, têm endereços enormes e uns chegam a colar links inteiros [Ugh! (calafrio)]. Em um ou outro "oficial" eu bato cartão. Gente da antiga que pegou a manha do blog. Há blogs que eu simplesmente abandonei. Parei de achar graça. Outros eu sei que são engraçados, mas esqueço de acessar.

Graças ao meu blog, me pediram para escrever (de graça) para um site bacana. Quando mandei o texto, o editor disse que não dava para publicar porque o texto era "de blog". Não combinava com o site. Em compensação, já fui pago para escrever "do jeito que você escreve no seu blog".

Tem blogs que só leio "por atacado". Quando me mandam a newsletter ou quando faz tempo que não acesso. Outros eu acesso todo dia. Para mim, começar um blog e abandoná-lo no primeiro ou segundo post é um pecado mortal. Apague de uma vez, oras! Fica aquela coisa lá. Me dá a impressão de que está ocupando o espaço de algum blogueiro nato, que está fora da blogosfera porque não tem mais onde criar o seu blog. É, eu sei que não tem nada a ver. Coisa de blogueiro.

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Postado por André Julião
31/5/2007 às 16h07

 
A criação segundo Caetano

No princípio, era a Bahia. E Caetano disse:
- Faça-se o Pelô!

E Gil argüiu:
- Enfim, sob o prisma transitório da protomatéria nasciva, enfim, tendo em mente as palavras de Arjuna a Krishna e toda a prosódia popular do cancioneiro, enfim, ademais considerando-se as premissas da Escola de Frankfurt e a biosfera como um todo, enfim...

E aquela discussão se arrastou por um bilhão, novecentos e trinta e quatro milhões, noventa mil, duzentos e trinta e sete anos. Um tempo tão dilatado que, nesse período, Caymmi chegou a descer da rede e fazer dois versos.

E enfim o Pelô ficou pronto e Caetano disse:
- O Pelô é lindo, Dona Canô é linda, eu sou muito mais lindo e a mulata não é a tal.

E Caetano criou a fauna e a flora: um leãozinho, uma camaleoa, uma vaca de divinas tetas, o capim rosa-chá e, sob a influência de Gil, um abacateiro. E Caetano achou odara. Mas o diabo não:

- Coisa insossa! O homem vai viver nesse paraíso sem se perturbar? Não! Vamo fazer trios elétricos e inventar a axé music, pô! Todo o mundo tem que sofrer um pouco!

Marconi Leal, no Ignorância Times (porque continua... e porque a minha irmã me mandou)

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Postado por Julio Daio Borges
31/5/2007 à 00h09

 
Um Lobo nada bobo

A notícia, no final do ano passado, causou certo frisson: Lobão gravaria um acústico MTV, que seria lançado por uma major. Sim, o mais ferrenho crítico das grandes gravadoras registrando um dos mais desgastados formatos de disco. Houve grita, chiadeira, risinhos irônicos, "eu não falei!?" diversos. Eis que neste 2007 saiu o disco. E é ótimo! Mantém-se bem da primeira à última faixa e passa longe da pasteurização - tem vida, tem cor, é uma delícia de ouvir.

Não há dúvida: é sim uma incoerência de discurso. Não adianta o compositor descascar seu falatório verborrágico-ácido para se justificar, não adianta resmungar que cansou de falar - depois de querer sempre falar durante seus quase 10 anos independente, pois é injustificável. Mas nem por isso reprovável. Afinal, quem faz canção popular quer é ser ouvido, cantado e comentado. Quem disser algo contra ou está maluco ou faz tipo. E Lobão não é bobo. Sabe que é uma grande chance não só de exposição, mas de certa justiça com suas canções da época da "independência", que são ótimas: A vida é doce, de 1999 (vendido em bancas, acompanhado de revista/encarte) e Canções dentro da noite escura, de 2006 (lançado junto com a revista idealizada pelo cantor, Outra Coisa) são excelentes álbuns e podem ser colocados no topo de sua discografia, com canções certeiras. E em Lobão Acústico MTV o compositor usa de ironia e inteligência na escolha do repertório: não à toa abre o disco com "El Desdichado II", música que também inicia seu primeiro independente; termina com "A gente vai se amar", que fecha seu último fora das majors (pelo menos até agora...). Coloca de uma vez só, seguidas, três de suas músicas mais conhecidas "Por tudo o que for", "Noite e dia" e "Me chama", "esmagadas" entre a potência das "desconhecidas" "Quente" e "Você e a noite escura", de seu último disco. E o single é "Vou te levar", bela canção de amor de A vida é doce, que finalmente tem a exposição que merece.

Os contrapontos entre as músicas antigas e as mais recentes criam um buraco entre elas: as "novas" são muito mais maduras e densas e as de outrora apresentam um clima mais festivo e temática boba. Mas isso não significa que sejam desprezíveis, claro que não. "Me chama" e "Essa noite não" continuam aquela bobeira boa de ouvir; "Do jeito que for" mostra como Lobão sabe fazer uma bela canção pop de amor.

Da produção mais recente, algumas perderam um pouco em relação às gravações originais. "El Desdichado II" e "A vida é doce" são exemplos: sem a crueza e peso originais ficam menos impactantes. Por outro lado, "Vou te levar" e "A gente vai se amar" alcançaram, no arranjo acústico, status de "definitivas", ainda melhores que as gravações originais. A primeira ganhou uma plenitude que não havia na original; já a que fecha o disco teve suas intenções harmônica e melódica ressaltadas. Enfim, o que vale é a música e não a polêmica. Que a partir desse acústico, Lobão seja menos avaliado pelo discurso (culpa dele, também) para voltar a ser visto pelo que sabe fazer de melhor: grandes canções pop.

[3 Comentário(s)]

Postado por Rafael Fernandes
30/5/2007 às 16h37

 
Festivais Mineiros

Para quem acha que Minas Gerais não tem nada além de montanhas e bares, o inverno promete ser quente no estado. Ao menos em termos culturais. Anotem aí:

Festa da Música: Dez dias com shows gratuitos espalhados pelas praças, museus e teatros de Belo Horizonte. O evento começou dia 25 de maio, com apresentação do Hermeto Pascoal na Praça do Papa, e vai até o dia 03 de junho. De origem francesa, a festa é realizada há 25 anos e hoje abrange 110 países. É a primeira vez que a maratona cultural chega a BH.

Mostra de Cinema de Ouro Preto: de 14 a 19 de junho, a cidade das ladeiras apresentará 70 filmes para o público (longas e curtas metragens) e será palco de debates em torno da 7a arte.

Festival de Inverno da UFMG: O tradicional Festival de Inverno da UFMG já está na sua 39ª edição e há muito vem sendo realizado na encantadora cidade de Diamantina. Para quem não conhece, vale a pena nem que seja para respirar o ar das serras. As diversas oficinas contemplam as artes e linguagens e ocorrem do dia 15 a 28 de julho.

Festival de Inverno da UFOP: Sai a UFMG, entra a UFOP. Desde que a primeira migrou seu festival para Diamantina, a Federal local assumiu a batuta e o festival de inverno de Ouro Preto não só continuou como se estendeu, também, para a cidade vizinha: Mariana. O festival acontece de 08 a 29 de julho e está com inscrições abertas para propostas de apresentações de bandas, peças teatrais, documentários e o que mais vier.

Savassi Jazz Festival: Já consolidado em Belo Horizonte, o evento este ano ocorre de 02 a 05 de agosto. Como sempre, na rua Antônio de Albuquerque, entre a praça da Savassi e a rua Sergipe. O site ainda não está no ar e a programação ainda não é conhecida, mesmo porque o Café-com-letras lançou o Edital do Novos Talentos do Jazz 2007 agora. Ou seja, quem pretende se candidatar a um lugar no elitizado palco do Savassi Jazz Festival, é bom correr.

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Postado por Pilar Fazito
30/5/2007 às 10h52

 
McJob

McJob is slang for a low-paying, low-prestige job that requires few skills and offers very little chance of intracompany advancement. Such jobs are also known as contingent work or "jobby jobs." The term McJob comes from the name of the fast-food restaurant McDonald's, but is used to describe any low-status job - regardless of who the employer is - where little training is required, staff turnover is high, and where workers' activities are tightly regulated by managers. Most perceived McJobs are in the service industry, particularly fast food, coffee shops, and retail sales. Working at a low paying job, especially one at a fast food restaurant, is also often referred to as flipping burgers.

O McDonald's quer tirar do Oxford, mas e a Wikipedia?

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
30/5/2007 às 10h32

 
Uma Srta. e um Blog

Oi!

E então este é um blog.

Escrito por uma Srta. chamada Bia, aka Bia Cardoso.

Este é meu segundo blog. Sim, isso que você está lendo é um blog novinho em folha. A antiga casa era aqui. Não, ainda não tem graça. Porque ainda não começou e eu ainda não sei como começar.

Comecei um blog e agora me mudo para esse porque visito blogs, gosto de lê-los. Também é do meu feitio gostar de internet. E por isso, para conhecer pessoas, para aproximar-me de outras resolvi fazer um para mim.

Se você lia o Notícias vai perceber que pouca coisa vai mudar. Vamos fazer assim por enquanto. Inventar notícias, acho que é um bom começo. Aquela cara de tablóide. Aquele jeito de jornal de cachorro. É para dar risada.

Às vezes vou estar triste. Aí [vocês] vão ter uns textos muito ruins. E outras vezes vou estar alegre. Aí também vão ter textos ruins. Vou deletá-los depois, pode deixar.

Vamos combinar que nada aqui vai ser muito bom, no máximo legalzinho. Mas divertido, isso sim.

Então tá. Isso é um blog.

Srta. Bia I, a mimada, no seu blog, que linca pra nós.

[4 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
30/5/2007 à 00h51

 
Blog arcontrario

Estréia hoje o blog arcontrario. (...) Começo hoje a contar um pouco do que estou vendo e escutando na capital mineira. Ótima oportunidade para começar essa descrição em alto nível. Hermeto Pascoal, Dominguinhos, Yamandú Costa, Paulo Moura e mais um monte de tocadores que vão hipnotizar algumas das principais praças da capital com música de ótima qualidade.

Fica o espaço dos comentários para que os leitores transformem este espaço em um mural de discussão. Vamos sugerir, comentar, criticar para que os eventos culturais de BH cheguem ao conhecimento do maior número de pessoas possível.

Para começar, vale salientar que não sou músico, nem crítico de música, nem cineasta, nem crítico de cinema. Não sou ator, não dirijo peças, nem sou crítico de teatro. Sou um curioso, um entusiasta que quer contar um pouco das boas coisas exibidas na cidade.

Muitas vezes desejo estar em vários lugares ao mesmo tempo, mas ainda não tenho poder espírito-místico-transcendental para tanto. Mas sei que, ao contrário do que muitas pessoas insistem em dizer, Belo Horizonte está cheia de bons eventos e muitas vezes a preços populares (quando não gratuitos).

(...)Salve o prazer e intémailogo!

Arcontrario, no seu blog, que começou e que linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
29/5/2007 à 00h44

 
Um tango de surpresas

Hoje estava buscando um artigo científico on-line sobre programação dinâmica quando me dei de cara com este site. Daniela Pucci é uma brasileira que, após completar um doutorado brilhante na Universidade de Stanford, seguiu carreira de professora e foi contratada para o MIT. Um grande e merecidíssimo feito, para quem começou sua carreira acadêmica no Brasil.

Junto com sua paixão por ciência e, no caso, programação dinâmica, ela descobriu uma paixão pelo Tango. E a paixão foi tão forte que, após encontrar Luis Bianchi, ela decidiu se dedicar em tempo integral a dança. Daniela Pucci é sem sombra de dúvida uma grande inspiração. A mensagem? Devemos viver a vida sempre com entrega. Sem entrega, sem amor, sem o sublime, a vida não faz o menor sentido. Imaginem a coragem para deixar algo tão valorizado pela sociedade para mergulhar no incerto mundo da arte?

A arte tem esta capacidade única de despertar em nós a entrega mais profunda. E nos alçar de encontro ao nosso espírito, ao belo. Em todas as atividades que fazemos com amor podemos ter esta experiência. Mas a arte é capaz de despertar isso em nossa alma. Uma vida bem vivida não consiste de colecionar prêmios e assinaturas de terceiros certificando nossas escolhas. Não mesmo. Uma vida bem vivida é a todo momento ter esta conexão profunda com quem somos. E estamos mudando a todo momento. Quando estiverem desistimulados ou presos a uma "carreira", assistam aos belíssimos tangos do casal Daniela Pucci e Luis Bianchi:

Nothing Else Matters, Tango Negro e Morena.

Não só pela beleza, mas porque para sempre passam a mensagem de que sempre podemos mudar, e sempre, sempre, podemos nos entregar de verdade para aquilo que mais desejamos. A vida não é para ser levada a sério demais. Viver bem é o que importa. Títulos, prêmios, tostões no banco, posições, tudo fica esquecido na poeira do tempo. A experiência, o viver a cada momento, é a única coisa para sempre.

[1 Comentário(s)]

Postado por Ram Rajagopal
28/5/2007 às 23h41

 
No 9º Salão da FNLIJ

Sexta-feira passada, dia 25/5, tive uma experiência emocionante com os jovens que compareceram à biblioteca do 9º Salão de Literatura Infantil e Juvenil da FNLIJ, nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, para assistir a uma palestra minha e prestigiar o lançamento do meu livro Morte no Colégio, a minha estréia na literatura juvenil.

Quando participamos de um evento como esse é que percebemos com nitidez como os jovens gostam, sim, dos livros e da literatura, ao contrário do que proclama o senso comum. É como eu venho dizendo há tempos: basta que nossos jovens sejam estimulados a ler como lazer e eles farão o resto.

Era a primeira vez que eu visitava o salão como profissional do livro e decidi que a visita seria igualmente profissional sem, contudo, dispensar o diletantismo que faço questão de conservar no meu cotidiano. Como a minha palestra era às 15 horas, cheguei uma hora mais cedo, a tempo de percorrer o salão e visitar com calma cada um dos estandes das editoras presentes. É incrível o profissionalismo e a organização que cercam o evento. A presença de crianças e jovens era maciça e agradavelmente ruidosa. Havia um clima generalizado de euforia, como se estivesse acontecendo uma verdadeira celebração coletiva em torno do objeto livro.

Após o término da minha palestra, alguns dos jovens que a assistiram permaneceram no local e conversaram comigo por longos minutos. Todos eram muito inteligentes e articulados e demonstraram possuir genuíno prazer no ato de ler. Alguns deles aparecem comigo na simpática fotografia que ilustra este post. A foto, sem querer, acabou, simbolicamente, reproduzindo uma realidade nossa, estatisticamente comprovada: a de que as mulheres lêem mais do que os homens.

[1 Comentário(s)]

Postado por Luis Eduardo Matta
28/5/2007 às 18h41

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