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Sexta-feira,
15/6/2007
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Redação
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A insustentável leveza do site
Em 1998, criei meu primeiro site apenas para divulgar o livro que então iria lançar. O serviço de hospedagem era gratuito e não trazia propagandas, uma novidade maravilhosa. Gostei tanto que usei o mesmo Angelfire para hospedar o site oficial da escritora Hilda Hilst, com quem passei a residir em outubro daquele ano. Em 2000, comecei a elogiar o serviço além da medida e, claro, dancei, pois logo em seguida encheram-me as páginas com mil e uma propagandas que seguem aumentando ano após ano. Ainda em 2000, cansado de ver meu site assemelhar-se a um macacão de fórmula 1, comecei a dividir um serviço de hospedagem brasileiro com dois amigos, o fotógrafo Dante Cruz e o VJ Alexis Anastasiou. Uma hospedagem paga que funcionava e que eu vivia... elogiando.
Tudo correu muito bem até 2002, quando instalei o Movable Type, um gerenciador de conteúdo que passou a consumir em excesso o processamento do servidor. Em suma, eu mal havia lançado meu primeiro blog e já foram me expulsando. Por mim, tudo bem, afinal, estávamos os três - eu, Dante e Alexis - sempre a vagar por terras distantes uns dos outros, o que tornava o pagamento da mensalidade uma enorme dor de cabeça. De fato, vaquinha remota não funciona, a conta sempre sobra para apenas um dos interessados. Isto é, se alguém se lembrar de pagar. E tome site bloqueado pra lá e "eu já paguei agora é a sua vez" pra cá. Putz... Decidi, pois, em 2003, finalmente abandonar nosso ProjetoSSi.com.br e iniciar a carreira solo. Só que pagar sozinho R$ 29,90 ao mês me pareceu, quando comparado a um serviço estrangeiro, um valor demasiado elevado, principalmente ao considerar a enorme diferença de espaço de HD e de taxa de transferência de dados. Webhosting no Brasil é uma piada de tão caro e de tamanha pobreza de recursos. (Compare: na hospedagem brasileira, além de pagar taxa de inscrição de R$ 30,00, o valor da trimestralidade era de R$ 89,70, ou seja, R$ 358,80 por ano, com a taxa, R$ 388,80. Isso com apenas 500Mb de HD e 25GB de transferência de dados. Nos EUA, pago R$ 118,80 por ano, sem taxa, e tenho 2GB de HD e 40GB de transfêrencia. Sacou?) E, por isso, fui para a JKAHosting.com, uma empresa norte-americana. A anualidade deles não daria para cobrir sequer quatro meses de hospedagem no nosso Brasil, o país dos impostos. Uma pechincha! No entanto, o espertão aqui, à guisa de experiência, começou pagando apenas seis meses. Pensaram o quê? Que eu era bobo? Nããão.
E foi ótimo, o blog funcionou perfeitamente. Logo, ao final daquele semestre, confiante e cheio de elogios (escritos em meu blog e em alguns fóruns), paguei por mais um ano. E não é que a partir daí o diabo do serviço começou a dar mil problemas? Sim, eu era um bobo mesmo. Os bugs e downtimes eram tão numerosos que meu inglês, de tanto reclamar com o suporte técnico, ficou afiadíssimo. Muito embora, ao cabo daquele ano, minhas mensagens se assemelhassem mais a um roteiro do Tarantino que a um diálogo oxfordiano: "Hey, dude, where is my database? What is going on, you mother fuckers? What did you do to my fucking script, you cock suckers?" Enfim, minha relação com a JKAHosting terminou feito o divórcio litigioso do casal Rose. Os caras me odiavam de coração e certamente se arrepiavam quando recebiam meus e-mails. E sei disso porque o serviço foi ficando cada vez pior, uma vez que eu já havia pago a anualidade e eles estavam pouco se lixando se eu iria ou não permanecer até o fim. Sim, permaneci só de birra, aumentando meu carma digital... putz.
Quem utiliza blogs e sites gratuitos não faz idéia da dificuldade que é encontrar um novo serviço de hospedagem. É preciso pesquisar em mil e um fóruns especializados, ler centenas de depoimentos e escarafunchar dezenas de diretórios voltados ao tema - tal como o FindMyHosting.com - e sair escrevendo "webhosting tal sucks" e "webhosting tal rocks"" Google afora, enfim, a maneira mais rápida de descobrir se o serviço é confiável ou não. Há sempre alguém achando que este serviço rocks e aquele outro sucks. Foi através deste complexo procedimento que encontrei, em 2005, meu atual serviço de hospedagem, o RoutHost.com. Um ótimo webhosting, diga-se de passagem, o qual levei, malgrado meu, dois anos para elogiar. (Eu sou burro mesmo.) Escrevi, digamos, uma nota apologética no início deste ano - no meu blog e em fóruns (again) - e obviamente tudo começou a desandar. Por que eu não me segurei, cazzo? Por que não resisti? Comigo tudo se passa como se um webhosting eficiente fosse uma garota linda, inteligente, gostosa e com um grande senso de humor, algo assim que clama por elogios. "But your site is causing load issues in the server", passaram a me escrever. E esta semana, após mil e uma trocas de e-mails educados - sim, agora sou um gentleman com qualquer suporte técnico, pois o serviço melhora 100% - esta semana minha conta foi ainda assim suspensa, não tenho site anymore. Adeus, 1800 visitantes por dia! Sou novamente um "sem-blog". Sinto-me tão leve que não consigo parar de cantar...
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Yuri Vieira
15/6/2007 às 20h01
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eu vou morrer
um dia eu estava no meu quarto lendo um livro e ouvindo música clássica quando me veio à cabeça que eu ia morrer. tinha dezesseis anos. a música que eu ouvia não tinha nada a ver com morte. no meu quarto, sozinho, a casa dos meus pais. no livro que eu lia ninguém morria ou estava prestes a. lembro que a janela estava aberta e a rua lá fora, silenciosa. eu tive uma impressão assim bastante vívida de que caralho eu vou morrer. usava drogas, mas não naquele dia. eu bebia muito, mas não naquele dia. tive a exata, nítida, claríssima impressão de que ia morrer. eu não estava ressacado. e tive certeza: eu vou morrer. fechei o livro, desliguei o som e esperei.
André de Leones, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
15/6/2007 às 11h58
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Open House Cinema e Literatura
A AIC - Academia Internacional de Cinema, em São Paulo, reúne coordenadores e professores em um Open House no dia 16 de junho, sábado, das 14h às 17h.
O encontro será um bate-papo com o público, que vai ter a oportunidade de conhecer as instalações do casarão histórico que abriga a escola e saber mais sobre todos os seus programas de cinema e literatura. Além de conhecer os cursos, os participantes poderão aproveitar e tirar suas dúvidas.
A AIC está com matrículas abertas para os intensivos de julho e seus programas anuais.
Para ir além
Open House na AIC - Endereço: Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142, Higienópolis, São Paulo - Tel: (11) 3826-7883 - Entrada franca.
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Marília Almeida
14/6/2007 às 16h15
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Infeliz Dia dos Namorados
"Feliz dia dos namorados, meu amor! Estou contando os anos pra casar com você!"
Essa foi a mensagem que recebi no dia 12. De um ex, aquele que andou aparecendo por estes dias, pra dizer tudo aquilo que não disse em tempo hábil.
O trato foi esse: se chegarmos à idade-limite, estando solteiros, a gente se casa pra não morrer sem filhos. A questão é quando será essa idade-limite. Estava pensando esperar mais uns 16 anos. Ele pensa em 3.
It doesn't matter.
O que importa é que essa foi a única mensagem que recebi no dia 12. E eu que me dê por satisfeita.
Aguentei um dia chuvoso no trabalho, fui paletar atrás de minhas metas, uma paleta da porra na chuva, voltei toda molhada pro ar condicionado, e via pessoas recebendo flores. Não...
Ouvia as colegas comentando os planos para a noite. E ainda teve uma miserável que saiu perguntando a uma por uma, seguindo a sequência certinha: "E você, Fulana, vai fazer o quê hoje, hein?". E me pulou. Me pu-lou.
Nem perguntou se eu tinha uma samambaia pra aguar. Me ignorou. E no final do expediente, ainda veio me detalhar a noite.
"Mas eu vou picar a porra na tua cara se você não parar com essa história. Não tá me custando nada pra eu te esgoelar!!!"
Esta vida é foda.
Stress Girl, que eu descobri graças ao Julião.
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Julio Daio Borges
14/6/2007 à 00h18
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We Are The Strange
"Quero liberar na Web todas as cenas que usei para os internautas reeditarem e fazerem suas próprias versões. Assim, meu filme vai durar para sempre."
O cineasta de 27 anos, M dot Strange, em entrevista ao Link (porque os escrevinhadores de internet têm muito a aprender com ele...)
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Julio Daio Borges
13/6/2007 às 09h44
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Ver e ouvir estrelas
foto: José Carlos Diniz
O Clube de Astronomia de São Paulo (CASP) realizará nesta quarta-feira Ver e Ouvir Estrelas, um evento de caráter astronômico e literário na Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.
Haverá exposição de trabalhos de astrofotógrafos brasileiros (Fábio Carvalho, José Carlos Diniz, Marco De Bellis) e leitura de poemas com temática relativa à astronomia (com a presença dos poetas Alberto Martins, Andréa Catrópa, Annita Costa Malufe, Eduardo Lacerda, Fábio Aristimunho, Flávia Rocha, Frederico Barbosa, Renan Nuernberger e Victor Del Franco).
Uma palestra sobre astrofotografia será dada pelo Prof. Dr. Roberto Costa (Universidade de São Paulo). A mostra também vai contar com telescópios para observação do céu. Mais informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico [email protected].
Para ir além
Ver e ouvir estrelas - Exposição de astrofotografias, leitura de poemas, palestra e observação do céu - Dia 13 de junho (quarta-feira), das 19h às 22h30 - Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura - Avenida Paulista, 37 - Entrada franca.
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Elisa Andrade Buzzo
12/6/2007 às 13h16
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Não leio mais poesia
Eu parei de ler poesia. Não há mais motivação. Os primeiros poetas a admirar foram Manuel Bandeira e Charles Baudelaire. Li-os e os abandonei. Seus livros estão no armário implorando minha atenção, mas já não me sensibilizam mais.
Encontro poesia nas frases curtas, nos trechos de prosa, nos artigos da web, nas letras de música. Poesia como mídia já se tornou um universo que ficou para trás, já não reponde aos meus anseios.
Rodrigo Xavier, no Vôo subterrâneo, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
12/6/2007 às 09h39
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Tiramisù!
O chef da Osteria del Pettirosso, Marco Renzetti
A Osteria Del Pettirosso, recém chegada aos Jardins, em São Paulo, não tem a pretensão de inventar nem seguir nenhuma moda da gastronomia. Quer é servir comida italiana bem feita e autêntica. De fato, falam por si próprias as entradas, como o creme de tomate sobre fatias de queijo ou as batatas enroladas com espinafre e presunto, que despertam o apetite bem antes de chegar à mesa, quando os olhos crescem sobre o cardápio convidativo. O mesmo pode se dizer dos pratos primeiros e segundos pratos, como o nhoque com cogumelos servidos na cestinha de queijo parmigiano e o pappardelle de sêmola e cacau com molho de cabrito cozido no vinho tinto e tomate. Massas artesanais sempre são fundamentais.
Mas a prova dos nove para saber se a casa cumpre aquilo a que se propõe está na sobremesa. No tiramisù, mais propriamente. O doce é um arroz de festa das sobremesas italianas. Figura no cardápio dos mais variados estabelecimentos, dos quilos que compram a sobremesa terceirizada e a servem em potinhos plásticos até restaurantes com preços bem salgados. Mas, quase sempre, independentemente dos cifrões, o resultado é uma sobremesa pobre, ressecada e sem graça. Pois bem, a Osteria del Pettirosso serve tiramisù como se deve, vale a pena conferir: em primeiro lugar utiliza mascarpone, em creme levíssimo, feito pelo próprio chef da casa, o romano Marco Renzetti (que também faz os pães e massas servidas na casa). Ele usa, apropriadamente, pão-de-ló. Parece óbvio, mas o fato é que muita gente acha que tiramisù é pavê e o faz com biscoito champagne. E, grande detalhe esquecido quase sempre: café de alta qualidade, no caso, expresso e da marca Astro. Coincidentemente, na manhã seguinte, ligo a televisão e lá está o chef inglês Jamie Oliver fazendo o que? Tiramisù! Ele, que acabou de lançar um livro só sobre cozinha italiana, finaliza a sobremesa polvilhando chocolate em pó e raspas de chocolate. Na sobremesa da Osteria, os grãos de café por cima do mascarpone, garanto que são bem mais saborosos. Mas Oliver disse no programa que estava usando chocolate com 70% de cacau e isso o redimiu. Aliás, ele contou também que em Londres tem uma loja chamada Chocolate Society, onde se vende chocolate com diferentes porcentagens de cacau e até um com 100% de cacau! Será que é tão bom quanto parece??
Para ir além
Osteria del Pettirosso - Endereço: Al. Lorena, 2.155, Jardins, São Paulo - Funcionamento: ter. a sáb., das 12h às 15 e das 19h30 à 0h; dom., das 12h às 17h.
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Adriana Carvalho
11/6/2007 às 16h47
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Só São Paulo faz por você
Os clichês sobre a cidade de São Paulo se aplicam sempre: trânsito irracional, poluição ambiental e sonora em níveis desastrosos, manifestações de violências diversas, sujeira, desorganização urbana... Mas tem coisas que só São Paulo faz por você. E uma delas ocorreu na última terça, dia 05 de junho: show de voz e violão de dois dos maiores músicos do planeta, Luciana Souza e Romero Lubambo, no ótimo Teatro do Sesi a um preço de R$ 3,00 (sim! TRÊS reais!!!). E a apresentação suplantou a expectativa: já tocando no formato duo há 11 anos, os músicos têm entrosamento invejável, parecem um só - um aponta uma intenção e o outro segue na hora. É um prazer imenso ver Luciana Souza ao vivo - uma das grandes cantoras brasileiras, é a prova que cantar passa longe de apenas "voz boa" e merece muito estudo e preparo; seu virtuosismo vocal é impressionante, mas, mais do que mera exibição de técnica ela mostra profundo controle sobre a voz em interpretações repletas de dinâmicas. Romero também impressiona na execução tanto de violão quanto guitarra, com total domínio dos instrumentos, intensa variação rítmica e improvisos de tirar o fôlego. Por vezes o show pareceu excessivamente "para gringo", com muitas músicas já batidas de Tom Jobim, por exemplo, mas nada que comprometesse - principalmente pelos arranjos beirando a desconstrução das mesmas (o que pode desagradar a muitos). No final das contas um show histórico e primoroso para esquentar uma 3ª feira fria. Para quem quiser, repetem a dose amanhã, no Borboun Street.
Para ir além
Luciana Souza e Romero Lubambo - Bourbon Street: Rua dos Chanés, 127, Moema - Tel. 5095-6100 - Dia 12 de junho de 2007, 22hs. Preço: R$ 95,00.
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Rafael Fernandes
11/6/2007 às 15h49
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