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Quarta-feira,
20/6/2007
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Redação
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Santo Antonio de Lisboa
(...)Eu vou à missa porque simpatizo com Santo Antonio, que prefiro chamar de Santo Antonio de Lisboa - minha parte portuguesa falando mais alto. Mas não é só por isso que sigo a procissão com uma vela simples acesa iluminando o caminho. Não sou movida pela esperança de que o santo me ajude a casar, embora esse seja o motivo principal de a maioria das mulheres lá irem. Eu simplesmente gosto desse santo, porque ele me ajuda a achar as coisas perdidas, me ouve com uma paciência de Jó apesar de ser Antonio, tem aquele olhar complacente difícil de encontrar hoje em dia. Além disso, eu sou afeita a tradições e confesso adorar o caráter cultural que as procissões têm. Elas mostram mesmo a alma das pessoas.(...)
Kandy, no seu Idéias na janela, porque ela Comenta aqui.
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Julio Daio Borges
20/6/2007 à 00h53
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iPhone no dia 29 de junho
A Piauí bem que poderia comprar os direitos desta matéria sobre Steve Jobs, publicada na mais recente edição da revista New York. Mas não só ela. Qualquer publicação que tenha tecnologia na pauta - jornal ou revista - deveria entrar no leilão. O fundador da Apple é sempre um ótimo assunto para os leitores, ainda mais quando o texto é de qualidade, como é o caso. O autor da reportagem é o jornalista John Heilemann, que já foi da The New Yorker e da The Economist.(...)
Ah, o iPhone será lançado no dia 29 de junho.
Ricardo Lombardi, no seu desculpe a poeira, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
20/6/2007 à 00h15
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Diversão
Grandes autores são para poucos e bons leitores. Indicar Machado de Assis ou Dostoievski a um garoto que acabou de sair do colégio ou a um adulto sem formação sólida é o mesmo que pedir a um leigo que dirija um carro de Fórmula 1.
O exemplo pode parecer, à primeira vista, sem sentido, mas não é. Pode ser esdrúxulo, mas é proposital. Dirigir, qualquer um que faz dezoito anos sabe, mas pilotar é bem diferente: alta velocidade, perigos, inúmeros controles eletrônicos, e até pressão dos patrocinadores influenciam no decorrer de uma corrida. É necessário, portanto, treinar para conseguir.
No mesmo sentido a literatura. Para você ler os grandes clássicos são necessários muita leitura anterior, bons professores (em sentido latu), bagagem cultural e curiosidade.
A última palavra é a chave matriz. Muitas vezes os deuses da literatura escrevem em difícil linguagem, de uma outra época, e o real sentido do que estão escrevendo está tão profundo que seriam necessários mergulhadores profissionais para conseguir atingir o real significado. Isto quer dizer que sem persistência e curiosidade para saber o porquê da consagração daqueles títulos, a leitura está fadada a acabar nas primeiras páginas do livro.
Desta forma, o que mais interessa na leitura, pelo menos para mim, é a diversão. Ao ler você deve estar interessado no prazer que aquele livro tem a oferecer. Às vezes é amor, às vezes é história, às vezes entretenimento, e às vezes é pura pretensão....mas você se divertiu? Sonhou? Imaginou-se fazendo coisas incríveis?
Eu não vou a um filme do James Bond esperando ver diálogos profundos, críticas sociais ou denúncia de alguma catástrofe que está destruindo boa parte do planeta.
O mesmo acontece com os livros. Há livros de todos os tipos. Se você já leu revista em quadrinhos, Quatro Rodas, Contigo ou Veja, e intercalou estas leituras com Sidney Sheldon, Fernando Veríssimo e Nelson Rodrigues, tente agora a leitura dos seguintes livros: A escolha de Sofia, Equador e O olho mais azul.
O romance A escolha de Sofia, de William Styron, publicado em 1979, remonta um passado de preconceitos, escolhas éticas e futuro ambíguo de uma refugiada do nazismo nos EUA. A luta pela vida é terrível e uma das grandes conseqüências foram os distúrbios psíquicos que atingiram a protagonista.
Para os mais chegados em história, delicie-se com Equador, livro do português Miguel Souza Tavares, que transporta o leitor para o meio de intrigas políticas, jogos de interesse e traições amorosas. De quebra você conhece mais da história de Portugal e das colônias portuguesas de São Tomé e Príncipe, bem como da pressão inglesa de acabar com a escravatura em 1905.
O último livro é uma crítica social. Escrito pela prêmio Nobel Toni Morrison, O olho mais azul narra a devastação que o desprezo racial pode causar em uma menininha negra e pobre que é obrigada a brincar com bonecas loiras de olhos azuis. O grande problema é que ela não se identifica em nada com aqueles brinquedos à la "american way of life", mas, contrastantemente, sonha em ter olhos azuis para se afirmar neste mundo preconceituoso.
O que todos estes livros têm em comum? Possuem linguagem culta, mas não "barroca", são facilmente entendidos, e ao acabar de lê-los você com certeza terá absorvido muita cultura e algum questionamento quanto à sua visão da sociedade e de suas atitudes perante ela.
Mas não é só. Os livros sugeridos demonstram que leitura e diversão podem caminhar juntos. Ou será melhor dizer, nesta fase, engatinhar juntos?
Assim, pegue uma almofada, um cobertorzinho, um chocolate quente e boa diversão!
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Daniel Bushatsky
19/6/2007 às 09h24
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Criação Poética: Edward Hirsch
O workshop intensivo de poesia com o premiado poeta norte-americano Edward Hirsch, a ser realizado pela Academia Internacional de Cinema - AIC, será composto por cinco encontros de três horas cada, com exercícios voltados para o trabalho de criação dos alunos, e um encontro de três horas dedicado à tradução poética, com exercícios sobre poemas de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.
Hirsch escreveu seis livros de poemas: Lay back the darkness (2003); On Love (1998); Earthly Measures (1994); The night parade (1989); Wild Gratitude (1986), vencedor do National Book Critics Circle Award; e For the sleepwalkers (1981), que recebeu o Lavan Younger Poets Award (The Academy of American Poets) e o Delmore Schwartz Memorial Award (New York University). Além disso, foi professor de literatura inglesa na Wayne State University e na University of Houston.
Além dos encontros, durante toda a semana estão programadas palestras abertas ao público sobre poesia brasileira e norte-americana, e um bate-papo entre Edward Hirsch e Paulo Henriques Britto sobre Elizabeth Bishop, um dos grandes nomes da poesia norte-americana do século 20 que viveu durante mais de uma década no Brasil.
Para ir além
Workshop de Criação Poética com Edward Hirsch - De 09 a 14/07 - Pré-requisitos: inglês fluente, oral e escrito e familiaridade com a linguagem poética - Número de vagas: 15 - Valor: 2X R$ 300 (10% desconto à vista) - Inscrições: [email protected] ou pessoalmente, na AIC.
Será solicitado, com a ficha de inscrição, dois poemas escritos ou traduzidos para o inglês pelo candidato. Interessados em concorrer a 1 bolsa integral devem enviar seis poemas de sua autoria, em inglês, para o e-mail, com nota biográfica.
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Marília Almeida
19/6/2007 à 00h50
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Dias de Luta
(...)você monta sua banda com 21. Ou então, no caso do Dado Villa-Lobos, com 18. Daí você vai tocar, não tem onde tocar. Então você deixa de sair com a namorada, rouba uma grana do teu pai e grava uma demo. Nenhuma gravadora se interessa. Então você assalta alguém e faz um disco independente. Aí o cara da rádio pede 50 mil pra tocar o teu disco. E você continua tocando por uma única razão: amor. Ou então porque seus amigos são legais. Mas vai chegar uma hora que o cara casa, tem filho, vai querer fazer algo de útil (risos).
Quando o Paul McCartney fez o Sgt. Peppers ele tinha 25 anos. O Brian Wilson fez o Pet Sounds com 24. Quando o Roberto Carlos fez o disco da praia, que foi a grande guinada dele, ele tinha 27, sabe? Não se faz nada depois disso. Depois disso é ladeira (risos). Então se você não tem estímulo — que é bem diferente de dar uma força — se você não tem estímulo fica impossível ir em frente.
Aquela frase do Nando Reis é muito boa: "A gente tocava para um público que curtia o nosso som. Então a gente precisa aprender a se comunicar com ele". Quer dizer, era um estímulo que eles recebiam do público que fazia eles irem em frente e ser mais pop. Se eles ficassem tocando para um público que era só os amigos deles, ao invés de ir tocar em danceteria, ficariam presos no próprio rabo. "Ah, põe mais distorção aí, meu!". Ia virar um Júpiter Macã, que poderia ter se transformado em um cara de sucesso, mas acabou, por estar preso no underground, mais underground ainda.
Ricardo Alexandre, explicando porque os anos 2000 não são como os anos 80, para o Rock BR (porque o Matias me indicou...).
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Julio Daio Borges
19/6/2007 à 00h18
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Minha vida dava um livro
Os mitos em torno da vida dos escritores e quando sua vida e obra se confundem ou se distinguem é o tema da segunda edição especial do Sarau da Academia na Casa das Rosas, que traz textos de autores cujas vidas - nada comuns - dariam um livro.
Dessa vez o evento convida Marcelino Freire, escritor pernambucano autor de Angu de Sangue (2000), BaléRalé (2003) e Contos Negreiros (Editora Record, 2005), que venceu o Prêmio Jabuti 2006; Vadim Nikitin, tradutor, ator e diretor que atuou em peças com o Teatro Oficina e dirigiu Os sete gatinhos e Canção de cisne e trabalha em traduções de Anton Tchekhov e Marguerite Duras; e o escritor e jornalista Michel Laub, autor de três romances pela Companhia das Letras: Música Anterior, Longe da água e O segundo tempo.
O sarau tem a participação dos alunos do Programa Anual de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema - AIC e curadoria de Flávia Rocha e Marcelo Carneiro da Cunha.
Para ir além
Sarau da Academia - Dia 19 de junho, terça-feira, às 19h30 - Casa das Rosas: Avenida Paulista, 37, Bela Vista - Entrada franca e aberta ao público - Informações via e-mail: [email protected] - Telefone: (11) 3826-7883
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Marília Almeida
18/6/2007 às 03h46
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Literatura feminina reloaded
"(...)Recentemente, o editor de um website cultural chegou a afirmar que três escritoras presentes num debate na última Flip [2004] (Festa Literária Internacional de Paraty) confirmaram a existência da literatura feminina através das leituras que fizeram no evento: a primeira dedicou o livro a uma irmã gêmea imaginária. A segunda teceu loas a uma poeta cigana. A terceira (e autora deste artigo) leu um trecho passado numa cozinha. Segundo essa lógica, poderíamos concluir: se os livros fossem dedicados a um irmão imaginário, louvassem um poeta cigano e fossem passados, digamos, numa borracharia, ou em frente à churrasqueira, caracterizariam uma literatura masculina?"
Adriana Lisboa, respondendo a um texto meu, n'O Globo (porque eu só descobri agora, graças à Carol Custodio, no Selva... Ah, e sobre a pergunta: numa borracharia, eu acho que seria, sim!)
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Julio Daio Borges
18/6/2007 à 00h27
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Junho artístico em Sampa
São Paulo terra da garoa, da garota, do catador de lixo, do empresário milionário, do nordestino sonhador. São Paulo dos poetas, dos literários, dos jornalistas, dos que madrugam. São Paulo das diversidades, das adversidades, das inúmeras tribos, do teatro, da madrugada agitada que começa já na terça-feira e se estende até domingo dando um breve cochilo na segunda-feira.
São Paulo em um junho onde aconteceu a maior parada gay do mundo. São Paulo de todos nós, não necessariamente Paulos, mas também Marias, Antônios, Jaymes, Renatas, Zés; e ainda dos que não têm nem um nome, muito menos um olhar.
São Paulo pra tomar chá no pátio do colégio e pensar na vida. Pra visitar o novo café do Centro Cultural Banco do Brasil e deixar escapar alguns saltantes pensamentos. São Paulo onde há muito mais que um "outro eu" proposto por Lacan, onde descansam Nietzsches adormecidos, ainda ocultos e onde amanhecem tantos Joyces, boêmios, indiscutíveis em suas odisséias particulares. Onde o pão fresquinho faz par com a manteiga amanhecida, onde o café é um vício, o cigarro, um veneno e a poesia, apenas mais uma possibilidade. São Paulo, acima de tudo, pra andar de tênis, munido de uma boa câmera digital numa manhã de domingo.
São Paulo por um momento de Anish Kapoor e sempre de Oiticica, das experimentações de Lygia Clark e das inquietações de Clarice Lispector. São Paulo do português exemplar de Bento 16 contrastando com o vergonhoso e desprezível de Lula.
São Paulo em um mês colorido de junho, pra conferir, alguns desses olhares e sensações, dentre tantos outros e tantas possibilidades mais. Com o coração, indico alguns insights para este junho:
Museu da Língua Portuguesa: Clarice Lispector - A Hora da Estrela
Com curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar, a exposição pretende revelar as diversas facetas da controversa escritora que morreu há 30 anos. O Museu da Língua Portuguesa está comemorando um ano de sucesso.
MASP: Darwin - Descubra o homem e a teoria revolucionária que mudou o mundo
A mostra traz diversos objetos e criaturas do biólogo Charles Darwin (1809-1882), formulador da Teoria da Evolução. No MASP até 15 de julho.
Pinacoteca do Estado de São Paulo: Niobe Xandó - A Arte de Subverter a Ordem das Coisas
Trata-se de uma retrospectiva com 182 obras desta artista pioneira do realismo fantástico brasileiro. Até 24 junho.
Pinacoteca do Estado de São Paulo: Imagens do Soberano - Acervo do Palácio de Versalhes
Exposição organizada pelo Museu do Palácio de Versalhes na França. Todas as obras foram reproduzidas especialmente para o Palácio e representam a autoridade do rei e sua família.
Além de várias mostras fotográficas que percorrem os corredores da Pinacoteca. Até 05 de agosto.
Estação Pinacoteca: Leo 50
No ano em que o artista cearense Leonilson completaria 50 anos, a Pinacoteca celebra sua obra com uma exposição na Estação Pinacoteca.
A mostra apresenta 96 desenhos, originalmente publicados na Folha de S. Paulo, entre 1991 e 1993. A exposição pretende ampliar as possibilidades de leitura e compreensão da obra do artista, revelando aspectos de sua produção. Até 20 julho.
MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo: Modernidade Negociada: Um Recorte Da Arte Brasileira Nos Anos 40
Explora a produção de artistas que não seguiam os cânones do primeiro período do modernismo brasileiro, quando a temática predominante era de caráter nacional-populista, sob o patrocínio de Getúlio Vargas. São cerca de 40 trabalhos de Oswaldo Goeldi, Alberto da Veiga Guignard, Aldo Bonadei e Lygia Clark. No MAM até 08 de julho.
Centro Cultural Banco do Brasil: Antônio Manuel - Fatos
A exposição sintetiza de forma instigante a múltipla produção artística de Antonio Manuel, de 1960 até hoje. São cerca de 70 obras, entre as quais estão uma instalação inédita realizada exclusivamente para ocupar a rotunda do CCBB São Paulo e a construção de uma série de Muros, criada para dialogar com a arquitetura do espaço. Curadoria de Paulo Venancio Filho. Até 08 de julho.
Instituto Tomie Ohtake
Mostra de gravuras de um dos mais importantes artistas brasileiros: Iberê Camargo. Até 05 de agosto.
Galeria Nara Roesler
Brigida Baltar reúne desenhos, objetos e fotografias. Até 30 de junho.
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
A casa possui um acervo de 1.500 peças, entre pinturas, mobiliário, prataria e louças. Entre os destaques estão uma série de oito quadros do holandês Frans Post e telas de Candido Portinari e Lasar Segall. Maiores informações pelo telefone (11) 3742-0077.
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Simone Oliveira
18/6/2007 à 00h19
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A insustentável leveza do site
Em 1998, criei meu primeiro site apenas para divulgar o livro que então iria lançar. O serviço de hospedagem era gratuito e não trazia propagandas, uma novidade maravilhosa. Gostei tanto que usei o mesmo Angelfire para hospedar o site oficial da escritora Hilda Hilst, com quem passei a residir em outubro daquele ano. Em 2000, comecei a elogiar o serviço além da medida e, claro, dancei, pois logo em seguida encheram-me as páginas com mil e uma propagandas que seguem aumentando ano após ano. Ainda em 2000, cansado de ver meu site assemelhar-se a um macacão de fórmula 1, comecei a dividir um serviço de hospedagem brasileiro com dois amigos, o fotógrafo Dante Cruz e o VJ Alexis Anastasiou. Uma hospedagem paga que funcionava e que eu vivia... elogiando.
Tudo correu muito bem até 2002, quando instalei o Movable Type, um gerenciador de conteúdo que passou a consumir em excesso o processamento do servidor. Em suma, eu mal havia lançado meu primeiro blog e já foram me expulsando. Por mim, tudo bem, afinal, estávamos os três - eu, Dante e Alexis - sempre a vagar por terras distantes uns dos outros, o que tornava o pagamento da mensalidade uma enorme dor de cabeça. De fato, vaquinha remota não funciona, a conta sempre sobra para apenas um dos interessados. Isto é, se alguém se lembrar de pagar. E tome site bloqueado pra lá e "eu já paguei agora é a sua vez" pra cá. Putz... Decidi, pois, em 2003, finalmente abandonar nosso ProjetoSSi.com.br e iniciar a carreira solo. Só que pagar sozinho R$ 29,90 ao mês me pareceu, quando comparado a um serviço estrangeiro, um valor demasiado elevado, principalmente ao considerar a enorme diferença de espaço de HD e de taxa de transferência de dados. Webhosting no Brasil é uma piada de tão caro e de tamanha pobreza de recursos. (Compare: na hospedagem brasileira, além de pagar taxa de inscrição de R$ 30,00, o valor da trimestralidade era de R$ 89,70, ou seja, R$ 358,80 por ano, com a taxa, R$ 388,80. Isso com apenas 500Mb de HD e 25GB de transferência de dados. Nos EUA, pago R$ 118,80 por ano, sem taxa, e tenho 2GB de HD e 40GB de transfêrencia. Sacou?) E, por isso, fui para a JKAHosting.com, uma empresa norte-americana. A anualidade deles não daria para cobrir sequer quatro meses de hospedagem no nosso Brasil, o país dos impostos. Uma pechincha! No entanto, o espertão aqui, à guisa de experiência, começou pagando apenas seis meses. Pensaram o quê? Que eu era bobo? Nããão.
E foi ótimo, o blog funcionou perfeitamente. Logo, ao final daquele semestre, confiante e cheio de elogios (escritos em meu blog e em alguns fóruns), paguei por mais um ano. E não é que a partir daí o diabo do serviço começou a dar mil problemas? Sim, eu era um bobo mesmo. Os bugs e downtimes eram tão numerosos que meu inglês, de tanto reclamar com o suporte técnico, ficou afiadíssimo. Muito embora, ao cabo daquele ano, minhas mensagens se assemelhassem mais a um roteiro do Tarantino que a um diálogo oxfordiano: "Hey, dude, where is my database? What is going on, you mother fuckers? What did you do to my fucking script, you cock suckers?" Enfim, minha relação com a JKAHosting terminou feito o divórcio litigioso do casal Rose. Os caras me odiavam de coração e certamente se arrepiavam quando recebiam meus e-mails. E sei disso porque o serviço foi ficando cada vez pior, uma vez que eu já havia pago a anualidade e eles estavam pouco se lixando se eu iria ou não permanecer até o fim. Sim, permaneci só de birra, aumentando meu carma digital... putz.
Quem utiliza blogs e sites gratuitos não faz idéia da dificuldade que é encontrar um novo serviço de hospedagem. É preciso pesquisar em mil e um fóruns especializados, ler centenas de depoimentos e escarafunchar dezenas de diretórios voltados ao tema - tal como o FindMyHosting.com - e sair escrevendo "webhosting tal sucks" e "webhosting tal rocks"" Google afora, enfim, a maneira mais rápida de descobrir se o serviço é confiável ou não. Há sempre alguém achando que este serviço rocks e aquele outro sucks. Foi através deste complexo procedimento que encontrei, em 2005, meu atual serviço de hospedagem, o RoutHost.com. Um ótimo webhosting, diga-se de passagem, o qual levei, malgrado meu, dois anos para elogiar. (Eu sou burro mesmo.) Escrevi, digamos, uma nota apologética no início deste ano - no meu blog e em fóruns (again) - e obviamente tudo começou a desandar. Por que eu não me segurei, cazzo? Por que não resisti? Comigo tudo se passa como se um webhosting eficiente fosse uma garota linda, inteligente, gostosa e com um grande senso de humor, algo assim que clama por elogios. "But your site is causing load issues in the server", passaram a me escrever. E esta semana, após mil e uma trocas de e-mails educados - sim, agora sou um gentleman com qualquer suporte técnico, pois o serviço melhora 100% - esta semana minha conta foi ainda assim suspensa, não tenho site anymore. Adeus, 1800 visitantes por dia! Sou novamente um "sem-blog". Sinto-me tão leve que não consigo parar de cantar...
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Yuri Vieira
15/6/2007 às 20h01
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eu vou morrer
um dia eu estava no meu quarto lendo um livro e ouvindo música clássica quando me veio à cabeça que eu ia morrer. tinha dezesseis anos. a música que eu ouvia não tinha nada a ver com morte. no meu quarto, sozinho, a casa dos meus pais. no livro que eu lia ninguém morria ou estava prestes a. lembro que a janela estava aberta e a rua lá fora, silenciosa. eu tive uma impressão assim bastante vívida de que caralho eu vou morrer. usava drogas, mas não naquele dia. eu bebia muito, mas não naquele dia. tive a exata, nítida, claríssima impressão de que ia morrer. eu não estava ressacado. e tive certeza: eu vou morrer. fechei o livro, desliguei o som e esperei.
André de Leones, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
15/6/2007 às 11h58
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