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Segunda-feira,
25/6/2007
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Redação
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A Torcida Grita
Danilo Moraes e Ricardo Teté venceram o conturbado Festival da TV Cultura de 2005 e, para receber o prêmio, foram contemplados por sonoras vaias pelo público, que já tinha escolhido seu "próprio" vencedor. E é isso o que acho mais chato em festivais: a torcida, que defende suas preferidas por serem supostamente "de qualidade", mas mais se aproximam de arruaceiros torcedores de futebol do que amantes da música com bobagens como vaia, xingamentos e gritos de ordem. Prêmios valem para os que ganham, mas o que vale mesmo é a apresentação de novos artistas e músicas. Controvérsias a parte, a dupla lançou A Torcida Grita, que apresenta músicas melhores que "Contabilidade", a vencedora. Os jurados miraram na música e acertaram no disco. Nem sempre (raramente) a voz do povo é a voz de Deus.
O CD não veio para salvar a tal da MPB. E se alguém espera uma revolução musical, pode parar por aqui. Mas o disco oferece um punhado de boas canções apenas à espera de serem conhecidas. Se em "Nem que a vaca tussa" e "Sisudo" há um deja vu forte demais de Lenine, em "Arredondamento", "TinTim", "Sempitermo", "Relativismo" e a ótima "Teresa e a torcida" é mostrada a força da dupla, com boas melodias e letras inteligentes e bem humoradas. "Viva a vaia", uma das melhores, mostra boa ironia sobre o festival: "Quem pediu silêncio no Maracanã se engana (...) Quem quiser dar queixa com o ministro aproveite a deixa (...) Quem pediu silêncio ouviu a vaia e viva a vaia". Um belo tapa musical na cara dos críticos. Viva a vaia!
Ouça "Viva a vaia":
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Rafael Fernandes
25/6/2007 às 15h00
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Captcha e livros antigos
O Projeto reCaptcha é uma daquelas idéias que, quando você ouve, imagina: por que não pensei nisso antes?
Os captchas são aquelas imagens que contém palavras que lhe ajudam na autenticação ou quando você se cadastra em um site novo. A idéia é que você pode distinguir entre um computador e uma pessoa, se ela for capaz de reconhecer a imagem que contém uma palavra. Um dos autores do projeto reCaptcha, o professor da CMU Luis Von Ahn, leu uma vez que cerca de 60 milhões de captchas são resolvidos por dia na internet. Se cerca de 5 segundos forem gastos por captcha, sao cerca de 150 mil horas de trabalho, gastos a toa!
Querendo aproveitar toda esta mão de obra gratuita, Dr. Von Ahn teve a seguinte idéia: colocar como parte de um captcha trechos de livros antigos digitalizados que não foram reconhecidos pelo software de reconhecimento de caracteres. O reCaptcha faz com que o captcha tenha duas palavras, ao invés de uma. A primeira, que é uma palavra conhecida, usada para autenticação. A segunda é o desenho de uma palavra scaneada de um livro antigo, mas que não foi reconhecida pelo software de reconhecimento.
Quando o usuário acerta a primeira palavra, o signficado da segunda é anotado. A mesma palavra é apresentada a vários usuários, e uma transcrição com alto índice é gerada a partir da palavra mais freqüentemente transcrita para aquela palavra não reconhecida em particular. Simples e muito bacana, não é mesmo?
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Ram Rajagopal
25/6/2007 à 01h36
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O fim da inocêcia blogueira
Tenho este blog desde 2000 e hoje bateu uma saudade da época em que os blogs eram "inocentes". Já não se sabe mais onde o povo está falando as coisas por gosto, hits, fama virtual, clicks no GoogleAds ou parcerias. É um tal de todo mundo querer ser "pro-blogger".
Agora em tudo quanto é blog está rolando uma promoção de ingressos do BloggersCut, agregador de blogs de cinema que não é nada mais do que uma ação da Fox Filmes.
As gravadoras já descobriram esse filão e "gentilmente" enviam mp3 promo pra vários blogs de música de todo o mundo. O que faz com que seus clientes imediatamente disparem nos top 5 do Hype Machine e Elbo da vida, ferramentas essenciais hoje em dia na divulgação de bandas novas. E a espontaneidade, que era a principal característica dos blogs, vai pelo ralo abaixo...
Até no Papel Pop, que eu adoro, me deparei um post sobre o Bradesco Cartões que não deixa claro se é mais uma das tiradas geniais do Phelipe ou se é propaganda. Sem falar naquele duvidoso case do "copo vermelho", que rendeu milhares de posts blogs afora no ano passado.
Nada contra ganhar dinheiro. Pelo contrário, já tirei muito proveito no auge deste blog, que já chegou a quase mil visitas por dia. Fiz networking, consegui exposição, frilas etc. e tal. Mas sempre levando a linguagem e o formato dos blogs pra fora, jamais trazendo uma marca pros meus posts. Sei lá, não quero polêmica pois tem gente muito querida nisso e posso até mudar de idéia se alguém me convencer com bons argumentos, mas assim de prima acho sinistro pra cacete.
Gostaria sinceramente de saber a opinião de vocês, meus fiéis leitores.
Flávia Durante, no seu Blah Blah Blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
25/6/2007 à 00h59
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Literatura israelense
Etgar Keret é um dos principais escritores da nova geração em Israel e seus livros andam sendo um estouro de vendas por lá. Keret começou escrevendo HQ's e atualmente também dirige cinema. Seu feito mais recente foi ganhar um prêmio no Festival de Cannes deste ano pelo seu primeiro longa-metragem intitulado Meduzot, traduzido para o inglês como Jellyfish.
A primeira vez que li algo sobre Etgar Keret foi em 2003, numa nota de um jornaleco francês de subúrbio que relatava as novidades do Salão Literário de Lyon daquele ano. A nota anunciava o lançamento de Crise d'asthme, a tradução francesa de um livro de contos, escrito originalmente em hebraico.
A matéria do jornaleco apresentava o trecho de "Des chaussures", ou "Sapatos" numa tradução literal. Nesse conto, um garoto judeu fica dividido entre o desejo de ganhar um tênis Adidas no aniversário e a reprovação constante do irmão mais velho, para quem a empresa alemã ergueu-se sobre as cinzas do avô.
Escrito em primeira pessoa, o conto traz as reflexões de uma nova geração que sofre com o peso da tradição de seu povo e, por isso mesmo, não encontrou ainda o seu lugar. A novidade dos contos de Keret é que essas reflexões são destiladas aos poucos, por meio de um humor ácido e niilista que passa longe da agressividade.
A temática judaica, aliás, está presente em muitos de seus contos, mas em vez de exaltação semita, o que se vê é uma crítica à insistência de temas como a diáspora ou a Shoah. Keret sobrepõe a elas os anseios individuais da infância e da juventude dos dias atuais, as motivações humanas universais que independem de raça, credo e religião.
A tradição judaica acaba, dessa forma, virando o antagonista em muitos de seus contos, remetendo-nos ao Complexo de Portnoy, de Philip Roth, em que o judaísmo passado de geração em geração ao longo de anos acaba tolhendo a liberdade individual. Sobre o divã, Portnoy e muitos personagens de Keret não têm que matar simbolicamente apenas os pais, mas também os avós, os bisavós e todo o antigo testamento.
Em outros contos, o judaísmo sequer é mencionado. Isso mostra como o autor dá importância ao tema, mas não é movido por ele. A linha que conduz as narrativas de Keret são as relações pessoais do dia-a-dia focadas pela luz do incomum. Personagens, lugares e fatos inusitados são tratados com naturalidade e o humor ácido e niilista de Keret adquire um tom bizarro. Divertidamente bizarro. É o caso do motorista de ônibus que queria ser Deus; ou da moça que passou a infância sentada sobre a geladeira; ou ainda do mágico que tirou a cabeça decepada de um coelho de sua cartola em plena festa infantil.
A escrita de Etgar Keret é ágil e entra em conformidade com o que está na moda literária: uma narrativa bem visual, que se aproxima da cinematografia. O que ele traz de novo, entretanto, é esse circo de horrores e bizarrices narrado por uma voz singela, perspicaz e observadora. É preciso destacar que o humor é ácido, o narrador não. O equilíbrio entre acidez e sensibilidade, nesse caso, é o que impressiona nas histórias de Etgar Keret.
A editora Casa da Palavra manifestou, em junho de 2006, a intenção de editar uma tradução para o português brasileiro. Entretanto, até hoje isso não foi feito.
Enquanto as editoras nacionais perdem uma boa oportunidade de lançar um item certo na lista de "mais vendidos", quem se interessar pode procurar pelas traduções dos contos de Keret em inglês, espanhol e francês. Ou ao menos matar a curiosidade com uma tradução meia-boca realizada por esta que vos escreve.
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Pilar Fazito
24/6/2007 às 18h22
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Um faroeste a se atentar
Paul Thomas Anderson, talento contemporâneo por trás de Boogie Nights, Magnólia e Embriagado de amor, lança no final do ano, nos EUA, um faroeste. There will be blood tem como protagonista o excepcional Daniel Day-Lewis. Parece que não tem muito como dar errado.
Confira um teaser-trailer do filme:
Leia mais sobre faroestes "modernos" aqui e aqui.
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Marcelo Miranda
23/6/2007 às 19h46
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Ópera fora do circuito
O Núcleo Universitário de Ópera e Orquestra Filarmonia estréiam a ópera Der Mond ("A Lua"), no Teatro Paulo Eiró. A obra é de Carl Orff, que ficou mais conhecido por Carmina Burana.
É a primeira audição desse espetáculo na América Latina, inspirado no conto "A lua azul", dos irmãos Grimm. A ópera em um ato será cantada no original em alemão e terá legendas e diálogos em português.
O Núcleo, que já apresentou sete óperas, pesquisa a encenação operística e tem se especializado no trabalho de Gilbert e Sullivan.
Para ir além
22 de Junho de 2007 às 21h - 23 e 24 de Junho de 2007 às 19h - Teatro Paulo Eiró - Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro - Ingressos à venda duas horas antes do espetáculo - Valor do ingresso: R$10,00.
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Verônica Mambrini
22/6/2007 às 08h53
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YouTube em versão brasileira
Depois que o Flickr lançou a versão em português, o YouTube anuncia que também tem site "localizado para o" Brasil, com direito a vídeo de lançamento e tudo. Conteúdo, comunidades, categorias e canais estão não só traduzidos, mas categorizados de acordo com o país, e os visitantes precisarão selecionar qual versão pretendem ver, até para chegar a vídeos postados em outros países.
Além do Brasil, ganharam "sites localizados" Japão, França, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, e, apesar de dividirem a língua, o Reino Unido e a Irlanda também contam versões separadas. Localização é isso aí.
Paula Góes, no seu talqualmente, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
22/6/2007 à 00h53
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Soneto Psicose
Posto aqui este meu soneto apenas porque, semanas atrás, revi sua musa inspiradora. (Muito bem casada por sinal.) Ele também está no site Sonetos.com.br. Poste lá o seu.
Soneto Psicose
Tranqüilo estava a tomar um bom banho
Quando por trás da cortina do boxe
Surgiu um vulto brandindo faca inox
Que me deu um susto sem ter mais tamanho.
Rasgando a cortina às estocadas
Assomou-se a minhas pobres retinas
Uma mulher com os ares das meninas
Que anelamos sob luas danadas.
Nua, abandonou a faca e fitou-me:
"Cá estarei até abrir-te o coração..."
E achegando-se, sorriu e beijou-me.
Mas após amá-la com toda a arte
Ela se foi, ao não ouvir, em confissão,
Meu amor qu'estava em toda parte.
____
(Brasília, 1995.)
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Yuri Vieira
21/6/2007 às 21h52
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Lauryn Hill no Tom Brasil
Instrumental encobrindo o vocal; platéia lotada; muita gente passando mal; uma cantora frenética que pulava e dançava no mesmo ritmo e intensidade das batidas da bateria e do DJ; músicas cansativas de dez minutos cada, cheias de improvisos e arranjos que destoavam das gravações originais.
Se tivesse que resumir o show do dia 14 de junho que aconteceu no Tom Brasil, seriam esses os destaques. Lauryn Hill, em sua primeira apresentação em São Paulo, decepcionou muitos com seu atraso, improvisos cansativos e excesso de estrelismo*. Por outro lado, sua energia no palco, a qualidade da banda de treze integrantes (dois tecladistas, um DJ, um guitarrista, um baterista, uma percussionista, dois baixistas - acústico e elétrico -, trios de metais e três backing vocals) e o próprio talento ganharam os fãs, já cansados de esperar por sua aparição, que aconteceu depois de quase duas horas.
Mesmo após a entrada dos integrantes da banda no palco, a cantora ainda esperou uma jam session, com duração de quinze minutos em média, para finalmente aparecer e soltar a voz. Ela começou vocalizando algumas frases, improvisando junto com a banda, mas quase não se ouvia sua voz, pois o som da banda estava muito mais alto do que de seu microfone. Uma pena.
Na verdade, em boa parte das canções o instrumental estava encobrindo a voz de Lauryn. Ela mesma pediu à banda no meio de uma música: "Easy, easy! I want the people listening what I sing!". Creio que esse problema técnico se deu pelo fato de que o espetáculo foi feito para ser executado em um espaço maior, como em um estádio. A casa não tem espaço para "abrigar" um show desse porte.
Mas, além desse problema técnico, outro fator incomodou os ouvidos dos fãs: os arranjos. Muitas músicas tiveram uma nova roupagem, foram prolongadas e ganharam improvisos. Até aí, nenhum problema, se não fosse pelo fato de que ficou impossível acompanhar as músicas, muito diferentes das gravações originais.
Se não fosse a primeira turnê da cantora no Brasil, creio que não haveria nenhum incômodo por parte do público. Como em todos os shows internacionais que vêm ao Brasil, os fãs querem ouvir as músicas mais conhecidas, querem cantar junto, enfim, identificar o som para curtir melhor os espetáculos, que, no caso da Lauryn Hill, não acontecem com freqüência em nosso país. Mas não foi o que ocorreu.
Depois de cerca de meia hora, cansadas de esperar por músicas mais conhecidas, muitas pessoas começaram a sair do local, ou para ir embora ou porque estavam passando mal, afinal o local estava muito cheio. Assim, a platéia ficou mais vazia - sorte de quem resistiu.
A showgirl
A primeira música que agitou o público foi "Lost Ones", do primeiro disco solo da cantora, The miseducation of Lauryn Hill, mas bem mais rápida do que a original. "Ex-factor" e "To Zion", ambas do mesmo álbum, também animaram os fãs.
A fusão de ritmos como funk, rap, raggae e soul, típica de seu trabalho, estava presente em todas as canções apresentadas. Mas o ritmo jamaicano teve um espaço significativo no show. A nora de Bob Marley (Lauryn é casada com Rohan Marley) prestou uma homenagem ao sogro, cantando uma seqüência de quatro músicas suas: "Iron Lion Zion", "Trenchtown", "Zimbabwe" e "Hammer". Destaque para a interpretação a capella de "Zimbabwe", prolongando o refrão e deixando soar a frase "Fight for our rights" ("lutar pelos nossos direitos") diversas vezes, como que para reforçar sua ideologia.
Após estas interpretações, Lauryn fez uma viagem de volta às origens e cantou uma série de músicas de sua ex-banda, The Fugges. "How many mics", "Fu Gee La" e "Zealots" deram início à seqüência, todas muito mais aceleradas. O sucesso da década de 1990 "Ready or not" empolgou de vez o público, conseguindo levantar muitos dos que estavam espalhados pelos cantos e chamando a atenção dos que há muito tempo haviam desistido de acompanhar o show.
No intervalo que fez para depois voltar com o bis, os fãs, que já sabiam qual seria a próxima música, começaram a cantar o refrão de "Killing me softly". Como que atendendo aos pedidos, Lauryn voltou ao palco para cantar essa canção, que foi um grande sucesso em sua voz, ainda no Fugges. Esse foi o grande momento da apresentação, em que o coro do público se encontrou com a bela e emocionada interpretação da cantora.
Ela ainda cantou uma música nova, "Lose myself", uma balada romântica que é trilha sonora do filme Tá dando onda, cuja previsão de estréia no Brasil é em outubro. Finalizou com "Doo Wop (That Thing)", outro sucesso de seu primeiro disco solo. Do seu último CD, o Unplugged MTV, a cantora ficou devendo: não tocou nenhuma.
As músicas finais do show deram aos fãs uma recompensa pela espera e pelo repertório carente de hits. Mas um fator não se pode negar: Lauryn é brilhante. Ótima voz, presença de palco indiscutível e se mostrou uma verdadeira regente da banda. Ela ordenava a queda da dinâmica, a entrada e saída dos instrumentos na música, na performance. E era essa a impressão que dava, que estava em transe durante todo o show.
Em alguns momentos, parecia que a apresentação era para satisfação própria e da banda, pois eles não pareciam se importar se o público acompanhava ou não, só curtiam o som que faziam. Apesar do problema com o volume dos instrumentos, a qualidade da banda é indiscutível. Profissionalismo de primeira, um espetáculo incrível, coisa ainda um pouco rara no Brasil.
* Uma das produtoras brasileiras do show, que não quis se identificar, revelou que Lauryn fez algumas exigências absurdas. A primeira é que fez mudar todas as placas em que estava escrito seu nome, Lauryn Hill, para "Miss Lauryn Hill". A outra, mais absurda ainda, é que exigiu que apenas pessoas da raça negra trabalhassem na produção diretamente com ela. Sim, senhora, Miss Lauryn...
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Débora Costa e Silva
21/6/2007 às 18h50
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Museu da Fita K7
Coloquei algumas de que eu lembro, lá tem mais, via Ladybug (que linca pra nós).
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Postado por
Julio Daio Borges
21/6/2007 à 00h29
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