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Segunda-feira,
16/7/2007
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Redação
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Crônica: o novo jornalismo?
"Colunas, articulistas e crônicas não são muito importantes, um exotismo em um jornal, mas gosto de ler. O sério do jornal não considero sério, pois conheço seus bastidores. Hoje, me informo pela crônica", afirmou o jornalista Nirlando Beirão, autor da coluna Estilo da revista Carta Capital, em sua aula no curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema de São Paulo.
Ele lembra que José de Alencar foi o primeiro grande cronista brasileiro e que Machado de Assis começou constrangido como critico de teatro para depois passar a ser o maior cronista, jornalista e escritor do país, com textos ricos em detalhes e grande faro de repórter. Um século depois viria o mestre Rubem Braga, que fala do pequeno com dimensão poética. Além disso, Nirlando cita Nelson Rodrigues e suas crônicas esportivas; Fernando Sabino e João do Rio, com seus retratos da vida carioca, além de Ignácio de Loyola Brandão.
Nirlando ainda rememora que o carnaval e o futebol se popularizaram na imprensa por meio de crônicas. "O Brasil tem tradição no gênero, que possui vitalidade aqui. Crônica, ao contrário do jornalismo, tem emoção". Porém, lembra que o gênero ainda é muito desprezado. "Marcelo Rubens Paiva é um exemplo. Sua crônica sobre o resgate do engenheiro Vasconcelos, em 2006, no Iraque, concluiu o que muitas matérias não fizeram e de forma impecável. Mas nem o editor deve ter lido".
E sentencia: "Não liguem para hierarquias. E blogueiro, não desista". O jornalista acredita que o que vai restar do jornal com o advento da Internet é a opinião, a coluna e a crônica. "Senão, será péssimo para todos nós, pois todas as outras mídias são fragmentadas". Ele aceita que o jornalismo literário ficou no passado, nas mãos de Gay Talese, Tom Wolfe e Hunter Thompson. "Mas é bem possível que haja um Tom Wolfe escrevendo um blog por aí".
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Marília Almeida
16/7/2007 às 16h43
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Fotos Flip 2007 Rafa Rodrigues
Dia 1: Carol, Kassin e Eu, depois do show da OI
Dia 2: Rafa, Marília, Eu e Carol, no dia do aniversário do Rafa
Dia 3: Rafa, Eu, Carol, Cacá e Edu, quando a luz acabou...
Dia 4: Eu, Rafa, Sérgio Rodrigues e Edu Carvalho: a melhor cobertura...
Fotos da máquina do Rafa Rodrigues, que inaugura novo blog.
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Julio Daio Borges
16/7/2007 às 09h31
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Na praia
Quando se beijaram, ela sentiu imediatamente a língua dele, retesada e robusta, avançar entre seus dentes, como um rufião abrindo caminho à força até um quarto. Entrando nela. A sua própria língua se dobrou e retraiu numa aversão automática, dando ainda mais espaço à de Edward. Ele sabia muito bem que ela não gostava desse tipo de beijo, e nunca fora tão impositivo. Com os lábios firmemente pregados nos dela, devassou-lhe o fundo carnudo da boca, e em seguida fez um movimento circular por trás dos dentes da arcada inferior até o vazio onde três anos antes um dente de siso crescera torto, para acabar removido sob anestesia geral. Era nessa cavidade que a língua dela normalmente se perdia, quando ela própria estava perdida em pensamentos. Por associação, tinha mais a ver com uma idéia do que com uma localização, era mais um lugar privado e imaginário do que um vão na gengiva, e a ela parecia estranho que outra língua também pudesse ter a permissão de chegar até lá. Era a ponta aguçada e dura desse músculo alienígena, vivo e palpitante, que a repugnava. A mão esquerda dele estava espalmada acima das omoplatas dela, logo abaixo do pescoço, alavancando a cabeça dela contra a dele. A claustrofobia e a falta de ar se igualavam quando ela decidiu que não suportaria ofendê-lo. Ora ele estava sob a língua dela, empurrando-a para cima, contra o céu da boca, ora sobre a língua, empurrando-a para baixo, e depois deslizando com suavidade pelos lados e em círculo, como se achasse que podia dar-lhe um nó simples. Queria enredar a língua dela em algum tipo de atividade própria, induzi-la a um abominável dueto mudo, mas ela só conseguia se encolher e se concentrar em não reagir, não ter engulhos e não entrar em pânico. Se vomitasse na boca dele - e esse era um pensamento desvairado -, o casamento estaria terminado num instante, e ela teria de voltar para casa e explicar aos pais. Entendia perfeitamente que esse negócio de línguas, essa penetração, era uma representação em escala menor, um ritual do que ainda estava por vir, como um tableau vivant, o prólogo de uma velha peça que anuncia tudo o que acontecerá em seguida.
Ian McEwan, no blog do Sérgio Rodrigues, que continua sem o NoMínimo (e que linca pra nós...).
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Julio Daio Borges
16/7/2007 à 00h11
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Macromedia Flashpaper
Você conhece o Macromedia Flashpaper? Achei esse programa simplesmente genial. Você pode embutir um livro inteiro em seu site ou blog. A barra de ferramentas permite que o texto seja ampliado até ocupar toda a tela do navegador, que ele seja impresso, permite buscas por palavras e assim por diante. Uma mão na roda.
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Yuri Vieira
14/7/2007 às 18h49
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E o Pan chegou
O Pan chegou. Junto com engarrafamentos, aumento de preço de tudo, e todo mundo orgulhoso da belíssima Rio de Janeiro. A abertura do Pan foi uma das melhores de todos os Pans, fugindo de lugares-comuns com uma cara bem carioca. O Lula foi vaiado durante o evento, apesar de 60% dos cariocas terem votado nele, a ponto dele ser substituído aos 45 do segundo tempo pelo Carlos Arthur Nuzman. Onde o Nuzman está metido, alguma coisa acontece. Um dos principais responsáveis pelo altíssimo nível do vôlei brasileiro atual. Só vi um dos locais de competição, o Riocentro, lindíssimo e moderno. Por que não temos este mesmo compromisso com todas as outras coisas no nosso país?
O comentarista da tevê ficou dizendo que tudo foi feito como resposta pela humilhação olímpica a que o país foi submetido, como se fosse uma grande humilhação ouvir um "não" (para o Brasil sediar uma olimpíada). Eu acho que, em parte, pode ser. Mas em parte valeu muito a força de vontade de algumas pessoas, para tornar o evento realidade na cidade: o prefeito, o Nuzman, e todos operários que participaram das obras, em tempo recorde. Agora é torcer por medalhas do Brasil (e estou torcendo muito pelo nosso atletismo e pela ginástica olímpica), apesar de uma pontinha de melancolia: se podemos fazer tudo isso por uma competição esportiva, por que nossa sociedade está no lodo?
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Ram Rajagopal
14/7/2007 às 07h59
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O significado da escrita
Não há escrita sem alarde. Ela é a terra do lavrador, um evento fatal. E um livro se remete para o outro, não apenas para si. Somos, enfim, responsáveis pelo que escrevemos. Com reflexões como essas, entrecortadas por frases e obras de diversos autores, Márcia Tiburi, filósofa graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia pela UFRGS, além de autora de livros como Magnólia, discorreu sobre o significado da escrita para os alunos do Curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema de São Paulo.
Citando Roland Barthes, Márcia acredita que literatura é uma instituição. Conforme A teoria do romance, de Georg Lukács, afirma que ela cria um degrau de espírito que nos afasta da barbárie, é o chão de onde toda a cultura se ergue e nos asfasta da violência. E interrogou, deixando a resposta para cada um: a Internet vai salvar o mundo, o livro acabou?
Márcia também discorreu sobre a figura do escritor. "Hoje o escritor é provocativo, abre janelas, desimbecializa. O leitor não é imbecil, mas um escritor pode transformá-lo em um. Ele escolhe, mesmo sem escolher, a escrita e tem sempre um ritual para o seu ofício, que pode ser tanto colocar um chapéu, fazer silêncio ou tomar um copo de vinho". E lembra: "O escritor primitivo é maravilhoso, mas conhecer a estrutura não faz mal a ninguém".
Para ela, uma escrita política se relaciona com a democracia, partilha do sensível produzido pela literatura e é essencial a um país.
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Marília Almeida
13/7/2007 às 16h35
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Como é viver nos EUA
Através do Digestivo Cultural, site com o qual colaborei em seus primórdios - e se não o faço mais é pela falta de tempo -, me chegou às mãos a oportunidade de resenhar o livro Como é viver nos Estados Unidos? (Gazeta, 2007, 111 págs.), da Aline Tonini. Faço parte da turma que recebe a newsletter, vejam que chique, do hoje cultuado (merecidamente) sítio. E mais ainda, volta e meia recebo e-mails pessoais endereçados a um seleto grupo pelo nosso editor Julio Daio Borges.
Conversava eu com um amigo sobre inconsciente coletivo, Jung, e outras teorias que explicam o fato de sistemas se desenvolverem simultaneamente em pontos diferentes do globo, o que está diretamente relacionado àqueles episódios em que você sonha com um amigo que não vê há muito tempo e no dia seguinte esbarra com o mesmo na rua. Fato é que este amigo está de partida para os states, vai morar lá com a namorada, que virou esposa, o que lhe garante o famoso green card: o bilhete premiado dos imigrantes em potencial.
Pois quando cheguei em casa, após o papo sobre inconsciente coletivo, com um grande amigo que está de viagem marcada para a terra de Tio Sam, que mensagem vejo piscando em meu endereço eletrônico com o remetente do Digestivo? Resposta: "Alguém quer resenhar o livro Como é viver nos EUA? ?". Creepy stuff! Como diria a autora, mais familiarizada com a língua inglesa após alguns meses vivendo na gelada Boston com seu companheiro. Parecia um aviso, né? Me senti na obrigação de encarar a missão.
Entrei em contato com a simpática autora e menos de uma semana depois o livro estava em minhas mãos. Posso dizer que pouco conhecia da autora a não ser pelos breves e-mails que trocamos combinando a remessa de sua obra. Mas sou daqueles que acreditam que a forma como alguém redige um curto e-mail pode dizer muito sobre sua pessoa. Seja pela formalidade, pelo português correto, pelas abreviações de internauta-teen ("v6 naum konhecem???") ou até pela saudação de despedida ("Saudações", "Atenciosamente", "Abs", "Bjs"). E acredito piamente, embora minha teoria ainda não seja cientificamente comprovada, que a forma de escrever de e-mails da Aline tem muito a ver com o produto final de seu livro.
Como é viver nos Estados Unidos? é o que o próprio título diz. Direto e sem floreios. Quase que um guia prático direcionado àqueles interessados em arriscar a vida no país do Bush. E o texto de Aline lembra muito seus e-mails. Mais do que isso, passam a sensação de que estamos acompanhando a viagem e as descobertas da autora.
Sabe aquela prima que viaja para um intercâmbio e semanalmente manda aquelas missivas narrando suas aventuras e percalços aos familiares? Pois lendo o livro você se sente primo da Aline. Mesmo em um livro estruturado e concebido para servir como uma espécie de Manual Didático a autora deixa transcrever uma certa leveza que percebi na redação de seus e-mails.
Diferente de um Crônicas de um país bem grande, onde Bill Bryson narra o reencontro com sua terra natal, os EUA, na forma de análises divertidas e críticas sociais espirituosas, o livro de Aline Tonini tem um tom mais educativo do que jornalístico.
A autora abrange toda e qualquer situação que um imigrante brasileiro nos Estados Unidos possa se deparar de uma forma cuidadosamente clara e explicativa, propositalmente básica. Das leis de trânsito ao supermercado. Da suprema corte (tomara que os leitores interessados não precisem fazer uso dessas informações) a como retirar neve da entrada da garagem. Nada escapa ao olhar observador de Aline e tudo é transformado em ensinamento e explicado ao leitor de uma forma simpática. Como aquela professora gente boa que tivemos no ginásio.
Feito com muito cuidado, o livro raramente deixa entrever um posicionamento crítico ou opiniões pessoais e passionais em questões mais profundas. Mesmo assim, não deixa de ter um toque pessoal quando Aline exemplifica a teoria com experiências próprias vividas por ela e seu noivo em sua jornada de imigração. Com estes ingredientes, a leitura é fácil e gostosa.
Apesar de ter um público bastante específico, o livro agrada quem tiver uma mínima curiosidade sobre a vida de uma imensa parcela de nossos conterrâneos. E, sendo um tratado completo sobre a vida do brasileiro na "América", pode fazer de Aline uma referência entre a comunidade brazuca lá fora.
Mérito dela, que fez um Manual com leveza ou, se preferir, transformou uma história pessoal em guia de muita utilidade. Uma combinação difícil, mas que a autora leva com tranqüilidade, como quem redige um e-mail para um primo distante.
Para ir além
Brasileiros nos EUA
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André Pires
13/7/2007 às 13h45
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O poder da idéia
De onde vem o poder da idéia é uma pergunta. Se a idéia precisa de poder para existir, outra.
Ana Peluso, em seu novo blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
13/7/2007 à 00h05
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Dia do Rock em São Paulo
O dia do rock está chegando, 13 de julho, e a cidade de São Paulo irá receber diversas atrações musicais e exposições sobre o ritmo "cinquentão" que veio para ficar. Roqueiros de todas as partes costumam se reunir nessa data para reverenciar seus maiores ídolos. É indiscutível a importância do rock'n'roll não somente na música, mas também na sociedade moderna. Símbolo de rebeldia para os jovens, o rock já passou por diversas fases durante os seus 50 anos de história.
Para celebrar o Dia Mundial do Rock, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) programou uma série de 13 shows ao longo do mês de julho, é o "Sintonia do Rock". Entre as atrações, um encontro de vertentes e sonoridades do gênero, como os veteranos Garotos Podres e Inocentes, que se apresentam ao lado de destaques da cena alternativa, como Ludov e Wander Wildner.
Para abrir as celebrações a todo vapor, o ex-vocalista da mais antiga banda de rock nacional, o Made in Brazil, Percy Weiss, conhecido como "lenda do rock", fez sua apresentação no primeiro domingo do mês, ao lado de sua atual banda.
"Nenhuma definição melhor para o gênero do que a música 'Minha vida é o rock'n'roll', da histórica Made in Brazil", comenta Paulão de Carvalho, vocalista da maior banda independente do país, Velhas Virgens, que já vendeu mais de 150 mil discos em pouco mais de 20 anos de carreira e encerram o evento. O show está previsto para começar às 18h, e a banda apresentará faixas do novo álbum, Cubanajarra.
Ainda no Brasil, o filme de animação Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock´n´Roll retrata o cotidiano de dois amigos, personagens-título, que, cansados de ver um mundo cada vez mais individualista, decidem retomar a velha banda de rock, com a voz de Rita Lee.
O MIS (Museu da Imagem e do Som) completa a festa ao receber a primeira exposição em São Paulo do Arquivo do Rock Brasileiro. É um projeto que resgata as origens do rock brazuca, enfatizando o período de formação, de 1955 a 1979, com gravações digitalizadas que podem ser acessadas através de computadores. As capas de discos, filmes, livros e revistas de época, gravados em vinil e raríssimos, peças e objetos de colecionadores, cartazes e fotografias também podem ser vistos ali.
A vida de muitas pessoas é o rock´n´roll desde seu nascimento, por volta do início dos anos 1950. A data de origem exata do nascimento do rock é incerta. Mas eis que um DJ (disk jockey) norte-americano, Alan Freed, começou a tocar em seu programa de rádio em Nova Iorque, no início daquela década, um ritmo que era uma mistura de blues e country (rhythm and blues) que já eram bem populares.
Numa época de segregação racial, numa sociedade dividida e cheia de preconceitos, o locutor ousou ao apresentar ao seu público músicas de cantores negros e brancos, sem distinção. Para aquele ritmo envolvente que nascia dessa mistura, ele usou pela primeira vez, em 1951, o termo rock and roll, que antes era utilizado para referir-se ao ato sexual em letras de música. Foi quando as pedras começaram a rolar!
Alan Freed morreu em 1965, auge do ritmo que ele batizou, na miséria. Entretanto teve um importante papel por atrair jovens brancos para a música feita em grande escala pelos negros, lançando nomes em seu programa de rádio e, posteriormente, com a promoção de shows ao vivo. Estes shows chamados "Rock´n´Roll Jamboree", foram os primeiros a reunir num mesmo auditório platéias misturadas de jovens negros e brancos, assim como no palco, onde o que interessava era a música, e não a cor dos artistas apresentados. Esse pioneirismo custaria, no longo prazo, a vida de Freed, sempre perseguido.
O rock´n´roll sempre teve um apelo social e costuma tocar em assuntos polêmicos, seja de religião à política. No início da década de 1950, um belo e jovem rapaz chocou a sociedade norte-americana com uma voz potente e seu rebolado sensual e provocante. Ele era branco, mas cantava tão bem, que muitos tinham certeza de se tratar de um cantor negro.
As primeiras aparições de Elvis Presley na televisão foram um escândalo para o conservadorismo norte-americano da época. Ele dançava de um jeito nunca visto na TV antes. Rebolava e balançava as pernas, mexendo com a libido das fãs que se descabelavam de tanto gritar (e, francamente, mexe com as libidos até hoje). Foi considerado indecente e foi censurado. Nas aparições seguintes ele só foi filmado da cintura para cima.
O início da década de 1960 foi marcado por uma banda inglesa que revolucionou o cenário musical e universalizou o rock´n´roll. Os Beatles, formados por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star, enlouqueceram as adolescentes da época com seus trajes certinhos, ternos limpos e cabelos "tigelinha". Suas músicas ainda eram inocentes e eles eram considerados "bons moços". Seus shows tinham tantos gritos que os músicos não podiam ouvir ao próprio som que faziam.
Em contrapartida à Beatlemania, surgiu logo em seguida outra banda inglesa, em que os integrantes eram considerados feios, sujos e descabelados. Os Rolling Stones invadiram o mundo com sua música debochada e ousada. Eram considerados os bad boys do rock´n´roll, e, numa jogada de marketing, uma pergunta foi lançada à época, através da mídia, aos pais conservadores: "Você deixaria sua filha casar-se com um Stone?". Obviamente que a resposta era negativa. Os Rolling Stones eram provocantes e tinham, e ainda têm, como maior influência o blues. Eles criaram uma escola própria do rock´n´roll e foram ícones do seu tempo.
Outras bandas e cantores importantes surgiram na mesma época, como os americanos Beach Boys, The Byrds e o pianista Jerry Lee Lewis, mas nenhum fenômeno se comparou à invasão britânica, que trouxe ao mundo bandas como Deep Purple, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Who, entre tantas outras.
Aqui no Brasil, quem dominava o cenário do rock eram Os Mutantes, que mesmo com influência Tropicalista, jamais deixaram a essência do rock´n´roll de lado. Eram uma banda de experimentalistas e daí a dificuldade da maior parte dos críticos em classificá-los dentro de qualquer estilo que seja. A primeira banda nacional a adotar a escola dos Stones foi o Made in Brazil, que tinha sons crus e básicos, assim como o verdadeiro rock´n´roll. Letras que falavam essencialmente do que os jovens queriam ouvir naquele momento: sexo, rock e muita diversão.
Não há como contar aqui toda a história desse ritmo que é considerado um estilo de vida, mas ele lançou no cenário nacional e mundial os maiores formadores de opinião de todas as gerações de jovens, desde a década de 1950 até os dias atuais. O rock´n´roll tem se mantido fiel a duas das suas maiores verdades: contestação e diversão, que são características essenciais na formação de um cidadão mais crítico e "antenado" com o seu tempo. O Dia Mundial do Rock será a celebração de todos esses aspectos aqui relatados. Que ele sirva ao menos para conscientizar e mover as gerações presentes e futuras.
E não podemos nos esquecer de uma coisa: é só rock´n´roll, mas a gente gosta!
Para ir além
A maratona de shows segue até o dia 29, e serão realizados às sextas-feiras e sábados de julho, às 19h, e aos domingos, às 18h. O preço dos ingressos varia entre 10 e 15 reais. A programação completa da maratona de rock no Centro Cultural pode ser conferida aqui.
A exposição Rock Brasileiro fica em cartaz no MIS até 5 de agosto, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, na Av. Europa, nº 158. Ingressos a R$ 3,00 e gratuito aos sábados.
[Colaborou Mario J. Silva]
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Tatiana Cavalcanti
12/7/2007 às 09h50
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Blog F1 Grand Prix
Um espaço atualizado em que o único assunto é o mundo da velocidade. O objetivo principal desse blog não é conseguir furos de reportagens, mas sim fazer análises, comentarários e - por que não? - dar palpites sobre tudo aquilo que é notícia em duas ou quatro rodas. Faço meu primeiro ano na faculdade de Comunicação em uma das maiores universidades do Rio de Janeiro e abri esse pequeno recanto para falar daquilo que é a minha grande paixão - o automobilismo - com atenção especial, é claro, para a Fórmula 1. Quem quiser dar sugestões, tirar dúvidas, enviar críticas ou simplesmente me xingar mesmo pode me contactar pelo e-mail. Obrigado pela visita e volte sempre, é claro!
O Blogger F1 Grand Prix, no seu novo blog, que linca pra nós.
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Postado por
Julio Daio Borges
12/7/2007 à 00h53
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