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Quinta-feira,
26/7/2007
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Redação
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Mil e uma noites de Caruso
Paulo Caruso é um desses nomes que ficarão definitivamente marcados na história da charge brasileira. Além de ótimo cartunista, Caruso flerta constantemente com os quadrinhos, o que dá um diferencial a seu trabalho, colocando-o ao lado de nomes como Laerte e Angeli.
Esse estilo eclético pode ser conferido em As mil e uma noites (L&PM, 2007, 106 págs.), lançamento da coleção L&PM Pocket. As histórias da edição datam do início da década de 1980, quando o Jornal do Brasil abriu espaço para dez artistas nacionais confrontarem diariamente suas criações com dez artistas estrangeiros consagrados, distribuídos pelo King´s Features Syndicate.
O livrinho mostra que na maioria das vezes só o que falta aos brasileiros é a oportunidade de mostrar seu trabalho. Caruso optou por fazer um relato sobre a boemia carioca, por isso o título As mil e uma noites.
No começo, ele se limitou a fazer piadas de bares (como a do garçom que sobe na mesa quando o cliente pede a sobremesa) ou fazer piada com o leão do Imposto de Renda (o autor devia estar fazendo sua declaração anual). Mas depois foi avançando para temas menos convencionais e tramas mais complexas, flertando com o surrealismo.
"Nossa, que cabeça" parece marcar essa transição. O personagem principal (que parece ser um alter-ego do quadrinista) quer botar a cabeça no lugar e anda pela cidade tentando descobrir o melhor lugar para a mesma. O que seria só um modo de dizer, vira, no traço de Caruso, realidade. O corpo anda pela cidade com a cabeça na mão. Esse é só um dos muitos trocadilhos da história.
Mas "Abismo de rosas" é o ápice dessa evolução. Caruso elabora uma prolongada trama baseada apenas em trocadilhos. Ir fundo nas coisas é mergulhar no mar. Homens que pulam de relacionamento em relacionamento são, de fato, pára-quedistas. Mulher bonita é avião, o casamento não é um mar de rosas e uma jovem pode levar um homem às nuvens, mas só até ser atingida pelo fogo antiaéreo das prendas domésticas.
O traço de Caruso no livro está em plena forma e as histórias, embora não sejam de rachar o bico, são divertidas de se ler. A edição é cuidadosa, com boa impressão e textos explicativos. O único senão é o formato, que obriga o leitor a virar o livrinho de lado para ler as tiras, quebrando um pouco o ritmo da leitura. Mas esse item negativo é compensado pelo preço baixo da edição Pocket.
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Gian Danton
26/7/2007 às 12h04
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Ainda a V Flip
(...)A Flip primou por uma cobertura Web total. Mesmo as grandes redações, os grandes veículos, estavam trabalhando na dinâmica do blog. Você entrava na sala de redação e tudo o que você via eram pessoas sentadas na frente de sua interface favorita de blog, seja um Wordpress ou a interface da própria redação. Foi notório e uma coisa que me impressionou muito. Os blogueiros estavam lá. O pessoal do Digestivo Cultural estava lá. Tinham pessoas que produzem para a Web há bastante tempo cobrindo o evento. O Marcelo Tas, por exemplo, teve a mesma sacada que eu e estava lá com um celular cobrindo a Flip(...)
Pedro Markun, do Jornal de Debates, em entrevista ao Jornalistas da Web (citando o Digestivo e esquecendo o Edu Carvalho...)
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Julio Daio Borges
26/7/2007 à 00h05
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10º Búzios Jazz & Blues I
O tempo está agradável em pleno inverno em Búzios, cidade localizada na região dos Lagos, a três horas do centro do Rio de Janeiro. Hoje foi até possível vislumbrar um forte sol por aqui, se bem que acompanhado por um vento intenso. Mas esse clima cool se encaixa perfeitamente em um festival de jazz e blues que comemora sua 10º edição na cidade a partir de hoje (25) e se encerra no sábado (28). Enquanto escrevo, já acontece a passagem de som do saxofonista francês Idriss Boudrioua, que abrirá a noite de hoje, seguido pelo Blues Etílicos.
Serão dois shows por noite que acontecem no Pátio Havana e na Chez Michou Crêperie, às 22 e 00h, respectivamente. O primeiro, um restaurante rústico com vista para o mar da praia da Armação, será restrito para quem conseguir reservar mesas e, o segundo, logo em frente ao Pátio, será executado ao ar livre e aberto ao público, com capacidade para 500 pessoas. Ambos estão localizados bem no centro da cidade, próximos à Rua das Pedras, onde se concentram os restaurantes, bares e lojas do balneário, composto por mais de 20 praias e que ainda guarda à beira do mar uma de suas maiores lembranças: a estátua da atriz francesa Brigitte Bardot, que adotou a cidade como destino de suas férias em 1964.
Mais intimista que outro festival da região, o Rio das Ostras Jazz & Blues, tanto em número de shows quanto na capacidade de seus ambientes, o casting desse ano talvez seja uma tentativa de comemorar voltando às raízes, trazendo bandas que participaram das primeiras edições do festival e não retornaram nas posteriores. São elas: Celso Blues Boys e Blues Etílicos, dois postulados do blues nacional com uma carreira de mais de 20 anos. Além disso, o festival mantém tradições e apresenta o saxofonista, produtor, compositor e arranjador Leo Gandelman, presença assídua em edições anteriores.
Mas as semelhanças param por aí. Além de Idriss, o festival contará com as presenças de peso de Phil Guy, irmão mais novo de um dos mitos do blues, Buddy Guy; e o nosso compositor, cantor, instrumentista e arranjador João Donato. Mas o cheiro de novidade reside em atrações como a baterista americana Cindy Blackman e o guitarrista Charlie Hunter, que toca com Leo Gandelman. No sábado (28), visando agradar um público diversificado, a curitibana Big Time Orchestra será responsável por um show de entretenimento que conterá músicas de Elvis Presley, Beatles e Ray Charles.
A vocalista da Rio Jazz Orchestra, Taryn Szpilman, abriu o festival com um show especial em comemoração da década do evento no Pátio Havana na noite de sábado (21). Loira tatuada, Taryn abusou do estilo rock´n´roll, característica também do resto da banda, e finalizou o show ao executar "I got you (I fell good)", de James Brown, que levantou a platéia. A cantora gravou seu primeiro CD solo no ano passado: o disco conta com uma composição inédita de Zeca Baleiro e participação especial de Frejat.
Confira a programação completa do festival no 10º Búzios Jazz & Blues e aguarde mais notícias aqui.
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Marília Almeida
25/7/2007 às 17h54
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Curso de MPB
Um time de músicos, escritores, jornalistas, pesquisadores e especialistas vai apresentar e debater questões que envolvem o universo da MPB no curso de Música Popular Brasileira promovido pelo Espaço Cult. Serão oito aulas, sempre às terças-feiras, às 21 horas, a partir do dia 7 de agosto até o dia 25 de setembro.
Com curadoria de Francisco Bosco, o curso, que é voltado para estudantes, compositores, críticos e amantes de música, tem o objetivo de oferecer uma reflexão sobre diversos aspectos e polêmicas da música popular brasileira. São 30 vagas, sendo que os alunos têm a opção e fazer o curso integral ou se inscrever apenas para as aulas de seu interesse.
O professor do Departamento de Lingüística da USP, Luiz Tatit, irá abordar a definição de canção. Também discutindo a canção, o músico José Miguel Wisnik vai mostrar a importância da canção como forma de expressão. Ainda sobre estética e linguagem, o letrista Carlos Rennó vai explicar o porquê da letra de música ser considerada uma modalidade de poesia. Para quem se interessa por crítica musical, pode conferir a aula do articulista Arthur Nestrovski sobre o assunto.
O programa conta também com aulas específicas sobre artistas da música brasileira. É o caso do jornalista Fernando Barros, que irá analisar a carreira de Chico Buarque. Walter Garcia, também jornalista, vai discutir a obra de João Gilberto. Ernesto Nazareth será lembrado e analisado pelo historiador Cacá Machado. Haverá espaço também para artistas contemporâneos, como o grupo de rap Racionais MC's, que será tema da aula da psicanalista Maria Rita Kehl.
Para ir além
Espaço Revista Cult
Praça Santo Agostinho, 70 - 10º andar - Paraíso - São Paulo/SP (estação Vergueiro do metrô) - De segunda à sexta, das 9h às 20h - Tel: (11) 3385.3385
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Débora Costa e Silva
25/7/2007 às 17h40
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O jornalismo morreu
Alguns dizem: a crise não é do jornalismo, mas do modo de se fazer jornalismo. Nesse sentido, seria equivocado questionar o fim dos jornais impressos. Você concorda? A convergência entre mídias, como a aproximação entre a Internet e os impressos, pode resultar em algo diferente positivamente para os leitores e internautas?
Pode ser que os jornais não acabem, mas a partir do momento em que em dois anos teremos 2 bilhões de pessoas na Rede, e vendo que hoje se fazem 100 milhões de downloads do YouTube por dia, algo mudou e ainda está mudando.
Em 20 de agosto de 1994, a Folha de S.Paulo vendeu quase 2 milhões de exemplares com a inclusão aos domingos do Atlas Folha. Hoje você pode incluir até um iPod que nunca mais teremos esse "quase 2 milhões", no máximo se chega a 400 mil exemplares.
Cláudio Júlio Tognolli, entrevistado pelo Fabrício Marques, e citado pelo Jorge Rocha, no seu novo blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
25/7/2007 à 00h59
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Purificada
arte: Jozz
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Elisa Andrade Buzzo
24/7/2007 às 14h44
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Wayback Machine
Há pelo menos três anos, sempre que conheço um site que valha a pena, consulto o Wayback Machine para ter uma noção geral sobre sua trajetória. Para quem não o conhece, trata-se de um projeto do site Internet Archive que pretende armazenar perenemente todas as páginas da Internet. Ele o faz de forma regular e à surdina. (Quem tem acesso às estatísticas de seu próprio site poderá notar o robot da Alexa, que consome uma boa quantidade mensal de banda.) Uma das primeiras providências que tomei, ao tomar contato com esse projeto, foi redobrar minha atenção a tudo que publicava em meu próprio site, uma vez que, ainda que eu delete um texto do qual me arrependa, o mesmo continuará arquivado no banco de dados do Wayback. (Bom, é possível solicitar a retirada de páginas, mas isso é uma preocupação das mais chatas. Quem não quiser ver seu blog ou site arquivado fará melhor se colocar uma proibição de acesso para o robot da Alexa num arquivo robots.txt.)
Enfim, eis, por exemplo, o histórico do Yahoo (um dos portais mais antigos), o do Digestivo Cultural e o do primeiro site que fiz, em 1998 (e já desativado), mas que só entrou no Archive em 1999. Que vergonha do meu amadorismo internético daqueles tempos...
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Yuri Vieira
24/7/2007 às 07h14
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Curso de Criação Literária AIC
Está aberta a temporada de matrículas para o programa anual de Criação Literária (Poesia, Ficção e Não-ficção) da Academia Internacional de Cinema.
O programa contém oficinas e seminários com editores e escritores como João Silvério Trevisan, Marcelo Rezende, Michel Laub e Wagner Carelli. Além disso, inclui também palestras e mesas redondas com escritores convidados, sarau e lançamentos de livros durante o ano. Confira o programa completo e biografia dos professores no site da AIC. As aulas começam no dia 6 de agosto.
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Marília Almeida
24/7/2007 às 03h16
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Digestivo no Podcrer
Às vezes eu esqueço há quanto tempo eu conheço o Vicente Tardin. Hoje ele me lembrou que já tem mais de cinco anos e que o Digestivo e o Webinsider - site que ele com muito brilho comanda - têm praticamente a mesma idade (!). Os dois começaram em 2000, mas o Vicente me ensinou tanta coisa, nestes anos todos, que eu guardo a terna impressão de que ele começou antes, muito antes.
O Vicente sempre me pareceu mais sábio do que todos nós - que viemos depois -, porque ele ainda pegou a lendária "bolha". Eu o invejava saudavelmente quando ainda estava no banco, porque ele passava o dia inteiro fazendo o que eu só podia fazer nas horas vagas: escrever, editar e publicar. Quando me contou, à época, que era um dos donos do CliqueMusic (site que, mesmo desatualizado, continua sendo o melhor em música), eu pensei: "Esse cara só pode ser famoso".
E atravessamos o pós-bolha juntos. Ele sempre um pouco mais à frente, para não perder a tradição. Resistimos sem ensaiar, claro, à velha tentação de virar papel (revista, no caso) - embora ele tenha participado do lançamento de um livro (de um colaborador seu) a partir do Webinsider. O Vicente ainda se lançou na área de cursos e - pelo que eu sei - dá aulas até hoje; eu já dei palestra, participei de mesa, fui entrevistado, mas ainda não me aventuro a ser professor...
Passadas essas turbulências todas - e mais aquelas idéias mirabolantes (para gerar receitas salvadoras) -, às vezes nos encontramos no MSN e, modéstia à parte, constatamos: "Não é que nós tínhamos razão?". Podemos falar de internet agora, e de tudo o que ela representa, sem parecermos completamente loucos. Até nos pagam por isso; não é insano? Hoje, o Vicente diz que eu estou na frente dele, porque o Digestivo tem um Editor-assistente... Mas ele provavelmente se esquece de que o Webinsider já teve o seu bem antes.
Assim, foi com muito prazer que eu participei do Podcrer, que é atualmente o podcast em português de que eu mais gosto. Quando termina minha rotina semanal de downloads, é o podcast que eu ouço primeiro. E sempre tem insights muito bons; do Vicente, do Michel Lent e dos convidados que eles chamam. Nesta edição, eu tentei acrescentar alguma coisa (acho que ficou relativamente bom, porque, senão, não tinha nem escrito este texto introdutório). Tentei prestar, no ar, minha homenagem ao Podcrer, mas eles foram muito modestos. (Fica aqui, então, o reforço.)
Falamos, pela ordem, do modelo editorial do Digestivo, dos modelos de receita em sites como os nossos, de publicidade em revistas eletrônicas, de anunciantes pequenos e médios (que nos ensinaram, e que aprenderam conosco, sobre essa ferramenta indomável que é a internet). O Vicente conduziu tudo como um maestro e o Michel fechou com boas conclusões. E foi, de certa maneira, emocionante participar da gravação, pelo Skype; tanto que, na minha inexperiência, eu atropelei bastante os dois. (Não estava me ouvindo direito mas acho que não soei de todo mal...).
Falamos, ainda, de como se colocar na posição do cliente (anunciante), de como - à maneira das pequenas agências - acabamos fazendo o "meio-de-campo", de como mostrar os resultados é importante; e voltamos para os modelos de colaboração, para a participação do leitor, e para o delicado papel do jornalista nestes tempos de blog. Encerramos com a "nova" mobilização política (proporcionada pela internet), e com outros tópicos mais prosaicos: como a cobertura da recente tragédia em Congonhas...
E eu pretendia entrevistar o Vicente Tardin, em algum momento, aqui no Digestivo - mas ele acabou saindo na minha frente, mais uma vez (!). E, ainda que ele tenha me entrevistado, continuo querendo ser como ele quando eu crescer. E confesso que já ficaria muito contente, também, em ter a metade dos contatos do Michel (e de falar com metade da segurança, dele, sobre os números da internet brasileira). Eles são os players; eu sou apenas um arrivista.
Para ir além
Digestivo no Podcrer
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Julio Daio Borges
24/7/2007 à 00h12
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Os Jornais Acabam? IV
O que é o tão falado jornal? Tradicionalmente, uma publicação em papel e diária, com conteúdo essencialmente jornalístico, produzido majoritariamente por jornalistas graduados, vendido por um preço baixo (mas inacessível para muitos) e sustentado por publicidade. Pois bem: desde o advento da comunicação de massa a periodicidade diária deixou de ser a regra. O "tempo real" atropela nossas coberturas, o que não significa que não possamos continuar nos organizando no ciclo diário. O conteúdo jornalístico há muito já não é especialidade dos "jornais" - além disso, jornalismo e entretenimento se misturam cada vez mais, independente do suporte. O monopólio dos jornalistas, que nunca foi benéfico para o interesse público, foi relativizado ainda mais pelas novas tecnologias e pelo crescente índice de alfabetização, especialmente em um país como o Brasil. Jornais pagos dão lugar aos gratuitos, ou quase isso, aproximando do texto escrito (ainda que em pequenas porções) um público acostumado apenas com imagens. Conseqüência: a circulação dos jornais em todo o mundo, inclusive no Brasil, cresce. Sustentados por publicidade cada vez mais. E o papel? Sinceramente, pouco me importa o papel. Espero ler matérias, reportagens, entrevistas, charges, artigos, crônicas e outros gêneros, em papel, monitor ou qualquer um dos inúmeros dispositivos que serão lançados nos próximos anos. O sagrado jornal, acredito, já nem existe mais. Pensando assim, terá vida longa...
Carlos d'Andréa
Belo Horizonte/MG
Creio que os jornais ainda terão uma sobrevida nas próximas décadas, posto que o hábito de leitura é secular e ainda temos um grande contingente de leitores e apreciadores do bom texto jornalístico e literário. Talvez a grande imprensa, por fazer parte da indústria cultural, se renda aos novos formatos e as novas mídias, mas a reflexão e o aprofundamento certamente têm tradição na imprensa escrita e por mais que queiramos nos render às novas tecnologias muitos leitores, como eu, se entusiasmam ao folhear um bom jornal, ao sentir o cheiro de tinta e o conforto de poder levar seu exemplar para qualquer lugar que seja. Não creio que os jornais acabarão tão cedo. E estou certo de que ainda estarei vivo e no final dos meus dias ainda vou ler as manchetes de jornal anunciando um novo mundo possível.
Osni Dias
Dourados/MS
O "Jornal de Papel e Tinta" sim, por razões econômicas. Um jornal tem duas fontes de receita: venda de exemplares (assinaturas e venda avulsa) e venda publicitária (publicidade e classificados). Classificados estão perdendo para os sites especializados, tipo Webmotors, Zap, etc. No site vão ser disponiblizadas matérias, anúncios, pod e videocast e será atualizado em tempo real.
A receita da venda de exemplares não paga o custo marginal do exemplar (papel e tinta), sendo o jornal fortemente dependente da venda de publicidade para sobreviver. Ela não será suficiente, pois a internet e outros veículos, como revistas, competem pela mesma verba. Vão sobrar os jornais na internet, site + newsletter diária e, usando a tecnologia de e-print, vão ter as manchetes impressas, no escritório ou em casa, em 4 ou 6 páginas A4 ou letter, com chamadas para o site. A publicidade que vende vai estar nessas 4 páginas. Talvez uma edição impressa com poucas páginas, com um espaço destinado à publicidade maior e com chamadas para o site.
Francisco Camargo
São Paulo/SP
Para o jornalismo impresso, é visível que apenas uma remodelação de seus conceitos e técnicas trará os leitores e anunciantes de volta às suas páginas. Seu fim não está fadado enquanto houver a prerrogativa de mudança. É necessário a este meio a (re)convicção em aspectos tais como credibilidade, aprofundamento e imparcialidade e, sobretudo, é importante a esta mídia aprender uma lição com a irmã caçula no mundo midiático (a internet): há que se ter integração e interatividade dos leitores, seja através de reuniões de pautas nas quais estes participem, seja por meio de fóruns e canais abertos de discussão. Mas se este meio realmente quer se manter vivo para o leitor da próxima geração, uma coisa é fato: não há como prendê-lo somente com a coluna de cartas. E quem acreditar no contrário, este sim merece a morte de suas idéias.
Ana Júlia Muniz
Uberlândia/MG
Não considero que semelhante ocorra. O autor não considerou que historicamente as empresas passam por reformulações, assim como as instituições. O jornal como conhecemos percorre na atualidade ciclos de reciclagem com a chegada da era digital. Possuímos blogs jornalísticos de excelência, como muitos que devem ser desacreditados. A imprensa empresarial capitalista, como conhecemos, foi atingida em seu auge, surgindo, inclusive, a imprensa patrocinada e dirigida de distribuição gratuita na Europa, distribuída nos transportes públicos. Há algumas décadas estudei e publiquei ensaios sobre a dinâmica da imprensa nas comunidades interioranas do Brasil, como a região de Petrópolis. Até mesmo a publicação de livros foi acusada de estar em extinção! A sociedade possui hábitos cíclicos e condicionantes. Enquanto houver uma folha de papel, uma cópia a ser distribuída principalmente em comunidades, nunca se extinguirá a imprensa. Os panfletos foram o denominador político da imprensa revolucionária na França.
Oazinguito Ferreira da Silveira Filho
Petrópolis/RJ
[Feedbacks dos Leitores do Digestivo à Promoção]
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Julio Daio Borges
24/7/2007 à 00h08
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