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Quinta-feira,
30/8/2007
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Redação
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Infotendencias.com
¡Bienvenido!
En este weblog, abierto a la participación de académicos y profesionales, anotamos noticias, reflexiones y referencias relacionados con nuestro tema de estudio.
El objetivo de este proyecto es estudiar las características, procesos y consecuencias de la convergencia en los medios de comunicación en España. La investigación se centra específicamente en cuatro aspectos de la convergencia: las tecnologías, los contenidos, los medios y las empresas.
Infotendencias.com, que linca pra nós, direto da Espanha.
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Julio Daio Borges
30/8/2007 à 00h57
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O Sortilégio de Edson Cruz
Recebi, há pouco tempo, o livro Sortilégio, de Edson Cruz. Um livro de poemas, seu primeiro livro de poemas. Edson é editor do site Cronópios, também uma revista cultural da rede. O livro é dividido em quatro partes, distribuindo os poemas por coesão temática e/ou formal. A capa é bonita, vermelha. Gosto particularmente do pequeno desenho do selo da editora, Demônio Negro. O livro é um produto artesanal, ou semi-artesanal, me parece. Se for, é um artesanato de primeira, diga-se logo. Traz uma novidade interessante no fato de ser bilíngue; cada poema é traduzidos para o espanhol por Luis Benítez e Adriana de Almeida.
Eduardo Milán, "poeta e crítico uruguaio", conforme consta num pequeno posfácio, comenta sobre "... una ironía controlada que a veces, saludablemente, desbarra en ira". Não pude deixar de celebrar a argúcia do crítico uruguaio, mesmo porque estou sempre em busca dessa ira poética. Há poetas de todos os naipes - os lamurientos, os reflexivos, os sarcásticos, os céticos - e, evidentemente, nenhum deles limita suas produções a uma expressão monocórdia, no conjunto da obra. No entanto, existem as tendências, particularidades em cada um e julguei encontrar, no livro de Edson Cruz, traços do que eu chamo de "ira poética".
Edson, numa troca de e-mails, me contou de suas leituras, de Drummond a Murilo Mendes; e a posterior descoberta de Manoel de Barros. O poeta do Mato Grosso, a despeito da enganosa simplicidade, do universo "rural" ou regionalista que cria à sua volta como uma nuvem de pó - pelo menos aos olhos das moças que praticam teses de mestrado em literatura -, é herdeiro direto de Walt Whitman, um dos que eu chamo de "grandes poetas irados". E não há, evidentemente, nenhum demérito nessa genealogia de poetas. Mais que qualquer outra forma literária, a poesia não se limita, geografica ou historicamente. A comunidade dos (bons) poetas é tão universal quanto é possível ser.
"As muito feias que me perdoem. Mas beleza é fundamental". A famosa frase de Vinícius de Morais sobre as mulheres - um tanto indelicada e um tanto discutível - se aplica perfeitamente à poesia. Esta, mais do que as mulheres, tem a obrigação da beleza. Um poema "feio", pra começar, não é poema. Não pretendo discutir a acepção dos termos "feio", ou "beleza"; apenas indicar que há vários belos poemas no livro de Edson Cruz.
Um dos mais pungentes, "Lágrimas Oceânicas", é de uma simplicidade formal que contrasta soberbamente com sua maturidade poética. Há outros como "Ouriço", "Sinal Verde", "A Vasta Nuvem", "talvez ela" (assim, em minúsculas) e aquele que, provavelmente, é meu preferido, "Gonfotérios na Paulista" (ainda que eu não goste muito do título. Tive, inclusive, de ir ao dicionário para me lembrar o que é um "gonfotério", mamíferos bicudos pré-históricos). O poema, relativamente curto, se lança à frente sem parar, recusando pausa, reflexão ou lugar-comum, de forma que, ao término, temos a impressão de ter lido um poema muito maior. Ouço, aqui, ecos de Neruda e seu estupendo "Caballero Solo"; ou mesmo de Cesar Vallejo, essas vozes de uma América desconhecida (e poeticamente irada), tão irmanada na poesia que fariam Simon Bolívar babar.
Evidentemente, são de minha preferência os poemas mais longos, ou mais articulados do que aqueles que a onda "minimalista" permite e que, já faz tempo, rolam por aí. Edson comete vários deles também, para gáudio de jovens leitoras e leitores, que propagam a onda. Poemas curtos, telegráficos, quase dísticos filosóficos mas que, graças à poesia que contêm (e não à idéia que encerram) estão bem inseridos no livro. É uma opinião pessoal, claro (a única que eu tenho). Mas, seguramente, para quem gosta de poesia, o livro de Edson Cruz é uma ótima - para não dizer extremamente necessária - pedida.
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Guga Schultze
29/8/2007 às 23h07
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Meu primeiro post
Eu criei este blog há mais de um mês, enquanto eu ainda estava organizando um trabalho de mestrado, como aluna especial, sobre o uso da ferramenta pelas empresas. Da criação do blog ao primeiro post foi um caminho longo e difícil. Para mim parecia uma espécie de ritual, um verdadeiro marco. Afinal, seria com o primeiro post que eu inauguraria meu blog. Missão clara, princípios, valores, não ter medo da exposição, prezar pela tranparência, enfim, tudo o que pregamos para o cliente deveria ser respeitado por mim, uma comunicadora. Pensei várias vezes sobre como seria este texto. Mas resolvi fazer meio no susto, rapidinho, e já começar a blogar. Bom, a primeira coisa que venho falar é que minha idéia é discutir aqui a comunicação empresarial como um todo - planejamento, blogs corporativos, novas práticas, mudanças no trabalho de assessoria de imprensa, publicações dirigidas, etc. Tudo o que puder contribuir com a área. Creio que ao abrir um blog sobre o assunto e conseguir atrair a atenção das pessoas, eu serei a principal beneficiada. Pelo conhecimento que vou partilhar e adquririr com a troca de experiências. Ufa! É isso. Consegui! Seja bem-vindo!
Helen Garcia, no Inteligência em Comunicação, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
29/8/2007 à 00h20
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Revista Ato
Os editores da empreitada mandam avisar: dia 31 de agosto, a partir das 18h, no sagüão do campus I do CEFET MG, em Belo Horizonte, será lançado o número 3 da revista Ato. Literatura e transgêneros, em um belo corpinho recém-saído da gráfica. Sim, as revistas literárias de papel estão firmes e fortes.
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Ana Elisa Ribeiro
28/8/2007 às 19h13
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Estadão contra blogs triloaded
Rodrigo Mesquita, acionista de O Estado de S. Paulo, em defesa os blogs (porque a polêmica já está em espanhol, em inglês, em alemão, em francês... e em podcast)
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Julio Daio Borges
28/8/2007 às 16h41
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Ondulações
No entortado da letra forjo a cidade em palavras mata-borrões. Mancha gráfica é a cidade que imprimo fora de cores na noite. No limite negro-azul entre ela e a madrugada, os autos não respeitam os sinais no horizonte. Cada buraco, cada reentrância oscilante - fratura no asfalto - na qual indiretamente me deito e logo depois sou alçada. Um observador externo certamente veria as gorduras das bochechas e dos peitos tremendo. Sobressai minha caligrafia tremida sobre a noite amortecida; ressaltam-se sinais, rugas, sulcos gelatinosos. Na velocidade da luz noturna, o ônibus bóia no espaço, sou parte dessa estrutura que levita. Ele sobe tão rápido que minha escrita se descompassa, as fachadas de metal das lojas tornam-se um risco cinza de grafite definitivo. Escrevo as cenas que desabrocham na noite, como as camélias brancas desprendem um aroma doce e enérgico. A tentativa de reter essa fragrância é inexpressiva. Na noite quente de primavera, grilos esperneiam - e a cidade omite os insetos nas verduras. A escuridão fresca absorve a tinta da caneta: papel-chupão. Existe um momento na madrugada paulistana em que o atrito se desfaz das ruas. E as letras escorrem macias e tranqüilas.
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Elisa Andrade Buzzo
28/8/2007 às 14h57
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Em papel? Pra quê mesmo?
(...)Com o ponto de vista de quem trabalhou vários anos numa editora de grande porte, acho curioso que tanta gente boa tenha tanta vontade de ser editado por uma dessas ditas grandes casas editoriais. Porque, pela minha experiência, isso não ajuda em nada. Não sei se tem a ver com um desejo muito forte de reconhecimento, de ser notado pelo meio editorial, supostamente por especialistas. Mas rola esse fetiche da distruibuição nacional, de ter os livros expostos em livrarias, essas coisas que não passam disso mesmo: fetiches. O resultado prático disso é o que vocês já podem imaginar: nenhum.
Um autor brasileiro desconhecido que tem um livro lançado por uma grande editora não vende. As pessoas não compram, ora. Sei lá por quê, com certeza há vários motivos na psique do consumidor brasileiro de livros (essa figura misteriosa). Mas já vi investimentos razoáveis em marketing, anúncios, até resenhas boas, nada disso faz as vendas decolarem. Nada. E acredite, todos se frustram. A editora, o autor, o livreiro, todo mundo. Com esforço, consegue-se até colocar os livros nas livrarias (sempre em consignação, porque é só assim que esse mercado surreal funciona), mas em 99% das vezes, três ou quatro meses depois os livreiros devolvem quase tudo, causando aquele desconforto de ter que enviar ao autor uma prestação de contas em que há muito mais devoluções do que vendas.
Não é novidade: fazer e escrever livro no Brasil é um péssimo negócio. Autores, editores e livreiros vivem de um mercado sem lógica. Para cada sucesso há incontáveis fracassos. Incontáveis e injustificáveis. Livros muito bons, com ótimo apelo comercial e qualidade literária passam nas mais brancas nuvens e dois anos depois do lançamento são vendidos a quilo ao papeleiro, porque nem as Lojas Americanas nem as superbancas de jornal se interessaram em adquirir aquele título para revender a 9,90.
Então eu queria entender melhor por que tantos autores-blogueiros, por exemplo, gostariam tanto de ter os seus livros publicados por uma editora grande. Em que isso contribui, exatamente? Eu não consigo achar que ter o seu livro exposto numa boa livraria por alguns dias (porque as livrarias são pouco mais do que hotéis onde os livros dormem um dia ou dois) faça muito mais pelo seu sucesso literário do que divulgá-lo na internet, por exemplo. O que se quer? Ser lido ou fazer da literatura o seu ganha-pão?
Anna V., no Terapia Zero (porque, assim, eu não fico falando sozinho...)
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Julio Daio Borges
28/8/2007 à 00h06
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Grotesco e vil
Agradeço a Deus todos os dias por ter amigos normais. Gente com neuras, barriguinha, chatices, impaciência, lapsos, pequenos egoísmos, ausências, espinhas, birras, opiniões ridículas. Espero jamais ter que conviver com um destes tipos perfeitos que encontramos dando entrevistas nas revistas e na TV. Essa gente certa, equilibrada, que faz dieta, exercício, ioga, cuida do corpo e acredita cuidar de sua mente. Pessoas sem falhas que, na sua humildade calculada, arrogam-se o direito de criar regras para mim, me orientando no meu modo de viver, o que devo comer e como devo pensar. Esta raça robótica de sujeitos equilibrados, certos, seguros, que pensam positivo todo o tempo e ainda querem que eu leia os seus livros, veja os seus filmes e me converta a sua religião sem deidades.
No Universo Tangente, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
27/8/2007 à 00h52
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Dingo Bell, dingo bell
A força matriz, que dá asas à imaginação das pessoas e, conseqüentemente, move o mundo, é a auto-ajuda! Todos nós, quando precisamos de um amigo, de um livro ou de um grupo de pessoas para nos ajudar a aprimorar economicamente, espiritualmente ou emocionalmente estamos nos auto-ajudando. E isto nós fazemos todos os dias, não é?
Neste sentido, temos a festa que melhor representa a auto-ajuda: o Natal. À primeira vista seria uma mera obrigação social, mas não. Você encontrará sua família, se fartará em um banquete e trocará presentes.
Repare nas ações: encontrar a família te dará um suporte emocional e espiritual (ainda mais se você for à missa do Galo); comer bem lhe trará satisfação e bem estar; comprar e ganhar presentes lhe proporcionará, respectivamente, aquela sensação de generosidade e felicidade de ver que alguém pensou em você.
E, de quebra, no Natal você estará se auto-ajudando e ajudando os comerciantes. Como? Isto mesmo: o Natal impulsiona a economia, faz as vendas dos produtos básicos aos sofisticados decolarem.
Do ponto de vista dos comerciantes você nitidamente estará os auto-ajudando (a enriquecer).
Outras festas produzem o mesmo efeito cascata, mas em proporções menores, como o dia dos pais, das mães, das crianças...
Mas por que a auto-ajuda tem papel central em nossas vidas?
Pense, não poderia ser de outro jeito. Somos diariamente invadidos pela onda do querer
por meio de propagandas, filmes, seriados, novelas, etc. Todos querem repetir na vida real o comportamento utópico criado pelo entretenimento. O bombardeamento diário de bem estar, "do final feliz", só poderia gerar a reação automática de carência e depressão.
Qual é a chance de você ser rico, bonito, morar em uma mansão na frente da praia e namorar uma modelo? Ah esqueci: trabalhar pouco também faz parte do pacote!
Desse jeito é razoável que o mercado de livros de auto-ajuda seja paradoxal: muita produção, mas baixo nível técnico.
Duas são as razões: o público alvo, no Brasil, pelo menos, não teria bagagem cultural suficiente para entender um livro de auto-ajuda complexo; as pessoas (e mercado) querem respostas rápidas às suas angústias.
Até porque um dos princípios modernos do capitalismo é a velocidade. No caso do parágrafo anterior a máxima seria: como se tornar um príncipe em menos tempo?
Imagino, entretanto, que a auto-ajuda tenha origens remotas. Isto porque quem não busca em qualquer movimento uma dica à perfeição?
As grandes descobertas da humanidade, por exemplo, são frutos da vontade de saber o novo e suprir as necessidades pessoais e da sociedade com novos adventos.
Já em uma realidade mais próxima, quando lemos um livro, assistimos à televisão, conversamos com os amigos, sempre queremos apreender daquele momento algo que nos ajude, nos aprimore.
Acredito, sinceramente, desde que a humanidade celebrou o contrato social de Hobbes, saindo do estado natural para o estado civil, estarmos em busca da auto-ajuda para nos sentirmos seguros!
Ou será auto-estima?
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Daniel Bushatsky
24/8/2007 às 19h30
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13 musas da literatura
A Sofia (1), de Quincas Borba; porque Machado nos ensina a olhar os braços.
Diadorim (2) - porque ela é a nossa Molly Bloom (3). (E o Grande Sertão, o nosso monólogo.)
Aurélia (4), de Senhora, de José de Alencar; porque, ajoelhando (e implorando por amor), ela me fez chorar.
As mulheres do detetive Mandrake (5), do Rubem Fonseca. (Qualquer uma, porque ele tem bom gosto.)
A Escrava Branca (6), do Daniel Galera. Pela originalidade da idéia; e porque ela lê Tchekhov...
Madame Chauchat (7), a russa que falava francês, na Montanha Mágica, de Mann.
Ana Karenina (8) - que Paulo Francis tresleu; porque ela é a verdadeira Madame Bovary (9).
A musa dos Irmãos Karamasov (10); porque só pode ser uma mulher extraordinária.
Lou Andreas-Salomé (11), com quem Nietzsche quis se casar, e que foi amiga de Freud.
Todas as mulheres de Nélson Rodrigues (12), é óbvio.
A amada de Jules et Jim (livro de Henri-Pierre Roché) (13) - que, no cinema, gerou todas as mulheres do Truffaut.
(Dando continuidade ao meme do Polzonoff, cujos comentários são os mais literários dos últimos tempos...)
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Julio Daio Borges
24/8/2007 às 16h14
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Julio Daio Borges
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