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Quinta-feira,
15/8/2002
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Redação
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Uma Onda no Ar
O filme brasileiro de ontem à noite aqui em Gramado foi UMA ONDA NO AR, de Helvécio Ratton. Quatro negros de uma favela de Belo Horizonte se juntam para montar uma rádio comunitária, que falaria para o povo da favela. Baseado na história real da Rádio Favela (104,5 mhz), o diretor fez um filme quase exclusivamente com negros, o que nos remete imediatamente a outro filme, CIDADE DE DEUS, de Fernando Meirelles. Este estréia em circuito nacional em 30 de agosto; o outro em 6 de setembro. Ambos prometem colocar diversas questões em discussão na mídia e nos meios acadêmicos, tais como violência, racismo, preconceito, falta de perspectivas futuras etc. No discurso de apresentação do filme, Helvécio Ratton cutucou Meirelles e seu filme afirmando que um filme se faz com "estética, mas também ética". Ecoou entre os jornalistas que estão aqui e deve dar alguma polêmica nos jornais. É aguardar. Depois falo do filme...
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Lucas Rodrigues Pires
15/8/2002 às 11h35
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Um quê sobre Querido Estranho
Estou escrevendo demais hoje. Isso porque agora à tarde está sendo exibido NEM GRAVATA NEM HONRA, filme que já vi em SP. Não se acostumem...
Falando de cinema, agora, especificamente. Aqui em Gramado a temperatura está baixa, faz muito frio, mas em compensação, quanto a cinema o negócio é o melhor
possível. Dentro da competição nacional, não podia estar
melhor. Dois filmes projetados no sistema digital (que
maravilha de imagem!) me deixaram em êxtase. Na segunda-
feira,QUERIDO ESTRANHO. Uma comédia que traz Daniel Filho
como o patriarca de uma família que solta o verbo no dia de
seu aniversário. As situações são hilárias e é impossível não se ver naquela família. A dureza do pai perante seus filhos, as cobranças e desilusões nos levam, mais uma vez, ao choque de gerações que se vê há tempos no cinema. Um velho tema com uma roupagem nova.
Destaco duas ótimas frases pinçadas do texto de QUERIDO ESTRANHO: o filho comenta com a irmã: "Ele [o pai] sempre quis me convencer de que eu era um bosta!" (quem nunca pensou isso dos pais?) e o marido para a esposa, na manhã seguinte à briga final da família: " Sabe o que eu mais admiro em vc - sua eterna capacidade de ser infeliz".
Depois comento DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA, que vai ganhar o festival...
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Lucas Rodrigues Pires
14/8/2002 às 17h18
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Veteranos de guerra
Uma cena muito bonita aconteceu ontem à tarde antes da exibição de A COBRA FUMOU. Alguns veteranos da Segunda Guerra Mundial, todos munidos de seus chapéus do exército, esperavam ansiosamente para ver o filme, que trata justamente da participação da FEB, em 1944-5, na guerra na Itália, mais precisamente da tomada de Monte Castelo. Um deles fez uma homenagem emocionada para Vinícius Reis, diretor da produção. Tirei uma foto deles, mas não sei como descarregar da câmera, que é digital. Fico devendo essa.
Quanto ao filme, A COBRA FUMOU diferencia-se de SENTA A PUA! (primeira produção da trilogia que abordará a participação brasileira na Guerra) basicamente por não ter imagens de arquivo e por ser praticamente um diário de filmagens e entrevistas, narrados em primeira pessoa por seu idealizador. Pessoalmente, SENTA A PUA! é melhor, mais dinâmico e até mais interessante. Mas teve jornalista que manifestou sua preferênia pela COBRA FUMOU do que por este. Assim é o cinema. E a crítica também...
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Lucas Rodrigues Pires
14/8/2002 às 17h08
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(Des)organização nas coletivas
Olhem só que legal: as coletivas de imprensa com a equipe dos filmes que são exibidos à noite acontece de manhã. Ou seja, nós, jornalistas, temos que perguntar pro diretor e atores e nem vimos o filme ainda. Agora à tarde aconteceu algo chato. O diretor de ESTRELA DO SUL, o uruguaio Luis Nieto, e a equipe de UMA ONDA NO AR chegaram à sala para a coletiva e não tinha jornalista algum por lá, com exceção de mim, claro. Sem ter visto o filme, suspendeu-se a coletiva e deixou-se tudo para amanhã, no debate aberto ao público que acontece no dia seguinte à exibição pública. Eta (des)organização!
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Lucas Rodrigues Pires
14/8/2002 às 16h58
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Antecipo prêmios de Gramado
Ainda não vi todos os filmes em competição de Gramado, mas já posso afirmar alguns vencedores. Não me execrem por isso, mas está claro na minha cabeça de jornalista do cinema brasileiro alguns resultados. Depois que sair oficialmente, poderão ver o quanto eu não entendo de cinema (rs).
MELHOR FILME - já ganhou DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA
MELHOR ATRIZ - certeza certa que a Mel de O Clone leva por DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA. A menina tem 1,55m de altura, mas domina a imensa tela do cinema como ninguém...
MELHOR ATOR - Daniel Filho leva por QUERIDO ESTRANHO. O filme surpreendeu com seu texto ágil e universal - impossível não se identificar com alguém daquela família...
FILME LATINO E DO PÚBLICO - o argentino O FILHO DA NOIVA leva com facilidade. Foi o mais aplaudido até agora e tem um elenco de primeira grandeza com uma temática de fazer chorar. Eu chorei muito, mesmo não conseguindo ler direito as legendas.
Se tudo correr bem, o documentário ONDE A TERRA ACABA leva na sua categoria. Seu concorrente é EDIFÍCIO MASTER, pois os outros dois não têm muita chance e POETA DE SETE FACES, inexplicavelmente, saiu da competição oficial e será exibido fora de competição.
Certas ou erradas, essas são minhas impressões do que vi até o momento.
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Lucas Rodrigues Pires
14/8/2002 às 15h06
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Farsa coletiva
"O que as pessoas talvez não saibam é que nossa 'geração' se conhece, se lê, se critica, se come e se encontra pessoalmente muito mais do que a maioria dos escritores estabelecidos e com livros publicados por grandes editoras. Nos tornamos amigos dos nossos leitores, viajamos, fazemos nossos próprios eventos."
(Eduardo Fernandes, 26 anos, pai do Fraude.)
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Julio Daio Borges
14/8/2002 às 15h02
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Eu ajudei a destruir o Rio
Sylvio Guedes em seu editorial furibundo "Eles ajudaram a destruir o Rio", publicado no Jornal de Brasília, foi um dos mais citados pelos bloggers, segundo o Toplinks:
"Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas duas últimas décadas venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro. Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes."
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Julio Daio Borges
14/8/2002 às 14h21
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Não sou star em Gramado
Gramado tem um grande problema que o deixa aquém para quem quer ver e discutir cinema: a organização se voltou totalmente às ditas estrelas. Aqui, com todo o frio e chuva que fez até o momento, atores da Globo são os que mais espaço têm. Ontem à noite, vi o cúmulo de os apresentadores chamarem diversos deles só para as pessoas que no Palácio dos Festivais estavam aplaudi-los. Muitos sem ter feito um único filme ou sequer defender o cinema brasileiro.
Para se ter idéia, a atriz Débora Falabella - que está em DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA - é a grande estrela do festival, recebendo tratamento de super star, com flashes estalando a todo momento e jornalistas de fofoca em cima dela como urubus em carniça. Deu pena e dó do cinema brasileiro.
Mais tarde falo dos filmes, que são excelentes, principalmente DOIS PERDIDOS e o argentino O FILHO DA NOIVA.
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Lucas Rodrigues Pires
14/8/2002 às 11h45
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Losing the next generation
Deu no E-Media Tidbits, do Poynter.org:
"The question 'Did you read a newspaper yesterday?' was put to 14-29-year-olds. In the eastern part of Germany, more than 70% said 'yes' in 1991; in 2002 that figure was under 50%. In the western part of the country, the reduction is from 75% in 1991 to 53% in 2002. On the question to 14-17-year-olds on where they look if they want to know more about a particular topic, the newspaper appears in 37% of the answers, the Internet in 52%."
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Julio Daio Borges
14/8/2002 às 10h45
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Um bom começo
"não ando conseguindo escrever nada. e nem vou ficar me matando. mal pelo vazio. eu ateh tinha um ou dois comentários pra fazer mas as palavras não vão sair. pena.
"originalmente isto aqui era pra ser um diário. Nada mais justo: se eu vou anotar as coisas em algum lugar, pq não as deixar disponíveis para quem estiver na mesma direção?
"Não deu certo. Primeiro, pq bloggar é muito mais cansativo q escrever em papel. segundo, pq as pessoas realmente estavam lendo. (uma ou outra. mas já era demasiado desconfortável. Vc está olhando pra mim, damn u. Eu me sinto obrigado a olhar de volta.)
"[blog é uma palavra feia. Daqui pra frente isto aqui é oficialmente um livejournal.]
">P
"enqto isso, vou apagando posts. é muito bom. apague alguns no seu também.
"Tenho voltado a ter sonhos. Não daqueles piegas, mas sonhos mesmo, quando vc está dormindo. Vou falar disso em seguida."
(Adrian no seu Apeirophobia.)
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Julio Daio Borges
14/8/2002 à 00h01
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Julio Daio Borges
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