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Sexta-feira,
5/10/2007
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Redação
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Na Casa Mário de Andrade
Grande noite ontem no encontro com colegas de blog Pedro Doria e Alexandre Inagaki na Casa Mário de Andrade(...).
De um encontro desses percebe-se o quanto a história tecnológica recente, digo dos últimos 15 anos, ainda não foi suficientemente interpretada e digerida.(...)
Concluiu-se que o melhor da história ainda está por vir, já que ainda vivemos na "bolha" da modinha de ser blogueiro. E muita gente boa começa a descobrir e perder o preconceito contra o veículo.
E o papo ainda extravasou e muito o assunto blog e tecnologia: jornalismo tracional versus jornalismo digital, campanha do Estadão, duelo Tas versus Doria sobre Wikipedia, Birmânia, sexo, putas de Copacabana, 11 de Setembro e ainda sobrou um pau no Sarney, claro.(...)
Ah, e ainda tive que conviver com essa emoção: o debate foi no mesmo auditório onde eu dancei pelado com meu grupo de "expressão corporal" na Casa Mário de Andrade, bem no iniciozinho dos inesquecíveis anos 80 (aqui).
Marcelo Tas, no seu blog, porque a íntegra do áudio já está disponível...
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Julio Daio Borges
5/10/2007 às 14h07
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Um webjornalista deve saber...
1. Ler muito, inclusive em inglês.
2. Escrever bastante.
3. Pesquisar na internet e relacionar as informações encontradas.
4. Operar planilhas e editores de texto.
5. Operar programas de e-mail e messengers.
6. Participar de diversos fóruns e listas de discussão.
7. Fotografar, manipular as fotos em programas específicos, distribuir as fotos em fotologs.
8. Fazer e editar vídeos em celular ou câmeras domésticas, publicar e embutir estes vídeos em páginas Web.
9. Gravar entrevistas com seu MP3 player ou celular.
10. Editar áudio digital e fazer podcast.
11. Contratar e instalar serviços em hospedagem internet (CMS, blogs, sistemas de workgroup, fóruns, galerias de fotos).
12. Gerenciar um sistema gerenciador de conteúdo (CMS), blog, fórum [de novo].
13. Conhecer HTML o suficiente para fazer links ou modificar templates e skins.
14. Usar sistemas de anúncios tipo AdSense.
15. Assinar e gerenciar uma enorme lista de feeds RSS sobre sua especialidade.
16. Trocar arquivos em sistemas peer-to-peer ou de troca de grandes arquivos.
17. Fazer mashups, mapas e modelos 3D com Google Maps, Google Earth e Google SketchUp.
18. Gerenciar, com diplomacia, comunidades de leitores.
19. Resolver pepinos e abacaxis em seu computador.
20. Estar sempre antenado com as tendências das mídias digitais.
José Antonio Meira da Rocha, em entrevista a Jorge Rocha, que, também no urgente, linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/10/2007 à 00h43
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Toupeira, ph.D
Dra. Toupeira
Sou uma toupeira, certo?
Então, enquanto toupeira, a nível da exo-latência que resgata a intercondição individual, postulando já o pós-enfrentamento condicional e, por quê não, inserindo-me num projeto metafísico, ainda que subterrâneo, motivado exclusivamente pelas incessantes demandas de um extrato coalescente, seguindo e segundo o modelo primacial do pós-condicionamento imposto e ex-posto das hiperestesias agônicas, da re-ausência das inorganizações latentes no tecido íntimo do quorum pré-kantiano, posso afirmar, aludindo à própria indicação dos símbolos, enquanto geradores de sigmas completos:
sou chegada numa cenoura.
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Guga Schultze
4/10/2007 às 10h49
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Edney entrevista InterNey
Em janeiro de 2005 eu já ganhava mais com o meu site do que com o meu emprego, mas eu ainda não sabia o que fazer com as horas adicionais caso eu me dedicasse apenas ao site. Passei meses pensando nisso. Durante esse tempo, cada vez que eu passava por uma situação estressante no trabalho, eu pensava em pedir as contas. Quase todo mês eu aparecia em algum jornal ou revista, por isso o presidente [da empresa] me chamou na sala dele para conversar. Disse que sabia do meu negócio, que gostava muito de mim, mas que precisava saber se eu estava me dedicando 100%, pois eu tinha que tomar uma decisão: se eu queria ser empresário ou executivo. Depois de mais uma situação estressante com os funcionários, minha diretora pediu para eu descansar uma semana em casa. Durante essas miniférias, eu decidi o que queria fazer: ser empresário. Voltei e pedi as contas.
Edney Souza, contando a história do Interney, em uma auto-entrevista.
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Julio Daio Borges
4/10/2007 à 00h38
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O chá do imperador
Faltam só vinte minutos para as oito. Nove de Julho, parada. Cidade Jardim, parada. Todas as vias estão entupidas e o taxista continua desfiando sua lista de "celebridades" femininas que a seu ver "são todas umas....". Não lembro como ele entrou nesse assunto. "Inclua aí a Mônica Veloso", disse eu. "Ih, essa não conheço. É bonitona, é? E é uma ... também?". Decido descer e ir a pé. Se eu contar para ele que estou atrasada para uma cerimônia do chá que começará niponicamente no horário, ele não vai entender nada. Saio desembestada, mas consigo chegar a tempo.
Dentro do Shopping Iguatemi, o som do kotô, a harpa japonesa, dissonante com o burburinho comercial, começa a acalmar o espírito e é meu guia para chegar até A Loja do Chá. A franquia alemã hospedou a cerimônia conduzida pelo Centro de Chadô Urasenke do Brasil, que tem sede no bairro da Liberdade e ministra aulas sobre etiqueta e rituais japoneses. Antes de começar, os participantes são convidados a escolher uma peça da ceramista Hideko Honma, na qual será servido o chá. Um senhor explica a diferença das cores no fundo das cerâmicas: esta foi feita com cinzas de casca de banana, esta com cinzas de arroz, esta com cinzas de um pedaço de jatobá centenário que caiu no Japão e foi trazido para cá.
A cerimônia começa. Como a própria A Loja do Chá alertou no convite, tradicionalmente ela é realizada em ambientes reservados, com jardins à volta, e inclui rituais de preparação dos convidados. Ainda assim, é única a oportunidade de experimentar um autêntico matchá, oriundo das plantações do imperador Akihito. Matchá, uma das senhoras do Centro Urasenke explica, é o chá verde que utiliza as folhas mais novas da planta. O Banchá, mais popular entre nós é, por sua vez, o chá verde feito com as folhas mais velhas, colhidas entre o verão e o outono.
Enquanto nossa anfitriã começa os procedimentos de purificação dos utensílios que serão utilizados na preparação do chá, somos servidos com uma duplinha de doces japoneses, pequeninos, delicados e coloridos, feitos à base de feijão branco pela chef patissière Cristina Makibuchi. Ela explica que o motivo de tantas cores é porque entramos na primavera e a escolha dos docinhos na cerimônia do chá é sempre pautada nas estações do ano. Como o chá verde é amargo, o objetivo de servir os docinhos é adoçar a boca antes. Logo depois, o chá é servido e é uma surpresa para os olhos. Espumante, porque é batido com utensílio que se assemelha a um batedor de ovos, só que pequeno. E de um verde intenso, cor de esmeralda. Por ser feito com folhas novas, tem um sabor também muito fresco. Para quem ainda acha que gastronomia não é arte, é bom ressaltar que o chadô, ou caminho do chá, é considerado pelos japoneses um dos muitos caminhos de expressão artística, assim como outros que também utilizam o sufixo "dô": gadô (pintura), kabukidô (drama), tôgeidô (cerâmica), etc.
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Adriana Carvalho
3/10/2007 às 16h05
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Richard Dawkins no YouTube
Richard Dawkins, respondendo a perguntas, sobre Deus, um delírio.
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Julio Daio Borges
3/10/2007 à 00h13
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J. Toledo se despede
O escritor e artista plástico paulista J. Toledo, com quem costumava conversar ao telefone menos do que deveria, faleceu sábado passado. Eu o conheci quando eu ainda morava com a escritora Hilda Hilst, na Casa do Sol (1998-2000). Naquela época, falávamos quase todas as manhãs. Cheguei inclusive a contribuir com alguns dos verbetes de seu Dicionário de suicidas ilustres, editado pela Record. (Ele também publicou livros de crônicas e uma biografia sobre o artista plástico Flávio de Carvalho, a quem conheceu, e que traz um prefácio de Jorge Amado.)
Toledo era um amigo extremamente atencioso e tinha um excelente senso de humor. Aliás, como costumo dizer, ele ainda o é e ainda o tem. Está vivo em algum lugar, dando risadas com a Hilda.
Logo mais colocarei em meu podcast uma gravação que fizemos juntos por telefone. Nada de mais, apenas para dar uma idéia de sua personalidade.
Vaya con Dios, hermano!
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Yuri Vieira
2/10/2007 às 20h25
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Rush - Snakes and Arrows
O Rush está de volta. E em grande estilo. Após a quase decepção com Vapor Trails (2002), chegou ao mercado o novo álbum do trio canadense, intitulado Snakes and Arrows. Não que Vapor Trails fosse ruim, mas não era assim, digamos, tão "Rush". Era excessiva e desproporcionalmente pesado e o guitarrista Alex Lifeson fez uma opção arriscada (e duvidosa) na época: não solou em nenhuma música. O Rush que soa neste novo trabalho é o que alia o peso à técnica de maneira mais harmoniosa, como fizeram no excelente Test for Echo (1996). O próprio Alex Lifeson deve ter reconhecido seus exageros e voltou a se utilizar dos violões, que aparecem com destaque no disco. Arriscou-se, também, em instrumentos mais exóticos como mandola, mandolim e bouzouki. Com isso, o guitarrista proporcionou um caráter mais acústico e experimental ao disco. Ah, e voltou a solar muito bem, obrigado.
Alex Lifeson, aliás, é um caso a se estudar, pois, apesar de seu talento, sempre foi subestimado como guitarrista. Ora ofuscado pela pirotecnia multifacetada do vocalista/baixista/tecladista Geddy Lee, ora pelo brilhantismo hors-concours do baterista (e letrista) Neil Peart, o guitarrista foi, injustamente, relegado ao posto de anticlímax da banda - o que é uma heresia em se tratando de uma banda de rock. Ao contrário de bandas como Led Zeppelin, Aerosmith ou Rolling Stones - onde tudo depende quase que exclusivamente da parceria entre vocalista e guitarrista - o Rush sempre se caracterizou pela coesão e pela unidade, onde cada membro colabora com igual relevância. Se qualquer um dos três membros for substituído, o Rush deixará de existir. Após lutar desesperadamente contra a profusão de teclados no som da banda nos idos dos anos 80, Lifeson voltou a assumir o controle sobre o peso do som do trio com o lançamento de Counterparts em 1993. De lá até hoje, os teclados têm sido usados com mais parcimônia, para alívio dos rush-maníacos mais reacionários.
Quem sempre apreciou as peças instrumentais do trio, certamente vai se deliciar com Snakes and Arrows. Dentre as três instrumentais do disco, o destaque é "The main monkey business", que personifica o som do Rush atual. O peso também é mantido e o poderoso riff de "Far cry" não mente. "Spindrift" emerge de um clima mais soturno e a melodia aparece amplificada em "The larger bowl" e na quase bluesy "The way the wind blows". Em "Faithless", Neil Peart mostra-se cético em relação ao fanatismo religioso e disco fecha com o petardo certeiro de "We hold on". Com isso, é certo afirmar que Snakes and Arrows é um disco bem mais variado que os anteriores e certamente encontra uma boa posição na extensa discografia da banda.
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Diogo Salles
2/10/2007 às 10h32
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O Decálogo de Bertrand Russell
1. Não tenha certeza absoluta de nada.
2. Não considere que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tente desencorajar o pensamento, pois com certeza você terá sucesso.
4. Quando você encontrar oposição, mesmo que seja de seu marido ou de suas crianças, esforce-se para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenha respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não use o poder para suprimir opiniões que considere perniciosas, pois as opiniões irão suprimir você.
7. Não tenha medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontre mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se você valoriza a inteligência como deveria, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentar escondê-la.
10. Não tenha inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
Bertrand Russell, na Wikipedia (porque eu não conhecia - encontrei pesquisando outra coisa -, e porque ele antecipa muita gente boa hoje...)
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Julio Daio Borges
2/10/2007 à 00h27
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O tango de Piazzolla
Durante o primeiro concerto da série Clássicos Personalité, o tango vestiu uma roupagem calorosa. Toda a melancolia reservada ao gênero latino esteve presente, porém com boas doses de euforia. Em favor da diversidade, balanços populares se aproximaram das ricas composições de Dvorák, Mahler e Piazzolla.
O quinteto para piano e cordas, de Antonin Dvorák (1840-1904), nasceu de belas melodias para danças tchecas, inspiradas na rica cultura folclórica da Europa Oriental, como ensinou, didaticamente, o solista Roberto Ring. E as composições do autor tcheco logo revelaram uma familiaridade curiosa com a valsa vienense de Gustav Mahler (1860-1911), cujo quarteto para piano e cordas, apreciado na noite, só veio a público três décadas atrás, em 1973.
Mas o grande momento do concerto esteve mesmo na seqüência de obras do "tango nuevo", do portenho Astor Piazzolla (1909-1998). O bandoneón chorou docilmente no colo do argentino Javier Sánchez, acompanhado do pianista Leonardo Marconi e dos Solistas Personalité. Mais importante que a emotividade natural do gênero, foi a prova auditiva de que o tango não se reveste apenas do trágico, porém de grandes variações como as presentes em "Allegro Tangabille", "Fugata", "Três minutos con la realidad" e "Adiós nonino".
Marconi, aliás, revelou-se um compositor maduro em "Melatango" e "Gris de ausencia", a última, composta com seu pai, Néstor Marconi. O pianista Emmanuel Strosser e o violinista Régis Pasquier, ambos franceses, também completaram a noite.
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Tais Laporta
1/10/2007 às 20h17
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