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Sexta-feira,
19/10/2007
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Redação
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Direito Cultural
Os prazeres de criar e de fruir arte são velhos conhecidos do homem. Fazer arte, além de prazer, é trabalho. Mas há outros trabalhos relacionados com a arte e entretenimento, que representando estimados 4 a 5% do PIB nacional em 2007, reúne contadores, advogados, jornalistas, publicitários, todos vocacionados para atuação junto ao que se chama a Indústria da Cultura. Esse espaço se presta a discussões sobre esses temas e profissionais.
Carolina de Castro Wanderley, no Direito Cultural, lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
19/10/2007 à 00h58
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Galera comendo hambúrguer
Daniel Galera, em um dos intervalos de seu novo romance, e numa entrevista.
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Julio Daio Borges
18/10/2007 à 00h52
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Le vrai Moleskine
A few months ago, I decided to take my writing seriously. To give myself a couple of years of working on improving my skills (and reading about the hard life of an inspiring writer), because I know it takes more than a love of books and literature to master the skills required to succeed in the narrow publishing world.
Roberto Correa, no All The Things Not Said, lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
17/10/2007 à 00h47
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Blogosfera de merda
O que está acontecendo com a blogosfera brasileira? Sabe, está tudo muito ruim por aí. Não sei se estou saturado com o grande número de feeds que assino - e talvez o Google Reader tenha servido para dar amplitude à minha visão geral dos blogs -, mas está tudo muito repetitivo e "divertido".
São mapas e mais mapas de blogs, memes, rankings e a popularidade dos blogs, memes, por que leio o blogueiro no Twitter e os números dos que me seguem, memes, Super Trunfo de... blogs, memes, garrafas de vodka com logotipos de... blogs, memes, discussões e chats entre... blogueiros sobre os temas candentes entre os... blogueiros, mais memes, campanha (ou que quer que seja aquilo) para estampar na capa da Playboy... blogueiras, mais um meme sobre as capas da revista, e por aí vai.
Não sei se é a isso a que dão o nome de "profissionalização" dos blogs brasileiros, mas o negócio está perdendo em qualidade. É uma profissionalização de merda. Está todo mundo jogando para a torcida, como ouvi um blogueiro evidenciando aquilo que não faz.
É certo que a audiência cresceu entre os blogs que promovem a orquestra toda, e igualmente provável que tenham ganhado dinheiro com isso. No entanto, para um leitor que não faz parte da turma, como eu e você, a visita tem sido cada vez mais cansativa(...)
Cleber Corrêa, que nos cita no Twitter, no seu Mundus Minor
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Julio Daio Borges
16/10/2007 à 00h26
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Primeiro e único?
Hoje, como tive um compromisso no centro da cidade, aproveitei para esticar as pernas e dar uma boa caminhada. Adoro fazer isso, descer a Augusta, olhando o movimento. E aproveito para pensar nos meus assuntos.
Com a anunciada mudança de ares na minha vida, com a publicação do meu primeiro livro e com minha vontade de me asilar permanentemente na avenidas das correntes, fico pensando se Acaricia meu Sonho (o nome do meu romance, para quem não sabe) será meu primeiro e único livro.
Os poucos que me conhecem sabem minha opinião sobre os problemas gerais do mercado editorial e da literatura brasileira: temos problemas e graves. Não vou entrar em detalhes, mas acho que existe uma base, um pano de fundo para sermos tão ignorados: a língua portuguesa.
Somos, na prática, o único país do mundo em que se fala efetivamente português (podem xingar mas é verdade). Uma língua que vai perdendo sua importância no mundo, se é que já teve. E que impede que nossa literatura seja universalmente conhecida. Essa é a triste realidade. E essa situação influencia nossa literatura, muito voltada "para dentro", se é que alguém me entende.
Por isso, minha sensação é que, mais do que mudar de país, vou mudar de pátria (pensando que as pátrias são a línguas), porque me parece a forma de romper com o auto-isolamento que as condições e nossas decisões nos impõem. Não estarei sozinho, Cioran e Conrad já fizeram isso.
Quem sabe meu próximo livro não terá que ser traduzido?
O mesmo Barbão, que você conhece daqui (porque o Polzonoff, também, está escrevendo em inglês...)
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Julio Daio Borges
15/10/2007 à 00h58
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Orquestra Sinfônica de Euskadi
O Mozarteum Brasileiro trouxe, nos dias 9, 10 , 11 e 13 de setembro, pela primeira vez ao país, a espanhola Orquestra Sinfônica de Euskadi. Os concertos, no Auditório Ibirapuera, Teatro do SESC Santos, Sala São Paulo e no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, também marcam os 25 anos de atividades da orquestra que, no país basco, supera 7 mil assinantes em seus concertos.
Especificamente no dia 12, na Sala São Paulo, o destaque de uma noite dedicada aos compositores russos modernos e autores bascos foi o solista Bruno Gelber, que executou o Concerto nº 3, op. 30, em ré menor, para piano e orquestra de Sergei Rachmaninov; além da eficiente apresentação de toda a orquestra na dramática e nuclear Sinfonia nº 10, op. 93, em mi menor, de Dmitri Shostakovich.
Os compositores bascos que fizeram parte do repertório da orquestra no evento, como Madina e Guridi, também fazem parte de sua discografia, composta ainda por Usandizaga, Arámbarri, Isasi, Escudero, Sorozábal, Aita Donostia e Tomás Garbizu; um CD triplo com obras encomendadas a Bernaola, Larrauri, Ibarrondo, de Pablo, Escudero e Castro; um dedicado a Maurice Ravel; o 1º disco com o barítono malaguenho Carlos Alvarez; uma gravação com o cantor basco Benito Lertxundi, entre outros.
Após a Euskadi, o Mozarteum ainda apresentou a Orquestra Sinfônica da Galícia e grandes solistas na Sala São Paulo, que executou Concerto para violino, a "Sinfonia No. 4" de Brahms e composições do compositor espanhol do século XX, Manuel de Falla. Agora é a vez dos Recitais com Robert Holl e David Lutz, que fecharão a Temporada 2007 do evento.
O baixo holandês Robert Holl é um cantor de Lieder que tem predileção pelo repertório alemão e russo. Holl e o pianista Lutz apresentarão peças de Schumann, Rachmaninov e Tchaikovsky na Sala São Paulo no dia 22, em concerto somente para asssinantes do evento, e no dia 23 de outubro. O holandês ainda ministrará uma masterclass gratuita para estudantes de música e ouvintes no dia 24.
Para ir além
Mozarteum Brasileiro 2007 - Recitais com Robert Holl e David Lutz - 22 e 23 de outubro - Sala São Paulo - Praça Julio Prestes s/n - Centro - Preços: de R$ 60 a R$ 150 - Informações e ingressos: (11) 3815-6377.
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Marília Almeida
12/10/2007 às 07h40
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Bate-papo com Daniel Piza
1. Qual é o segredo de manter uma coluna, como a Sinopse, durante dez anos?
Muito trabalho, mas feito sem estresse, com muito prazer. Procuro não deixar passar nada relevante, nem em termos de produtos e eventos culturais, nem em termos de debates do cotidiano. E procuro olhar cada uma dessas coisas com um ângulo próprio, original. Não dizer o que "todo mundo" está dizendo.
2. Muita gente considera que a Sinopse mudou, da Gazeta para o Estadão (a partir de 2000); como você sentiu a mudança de casa (se é que houve alguma)?
Não tem nada a ver com a mudança de casa. Quem mudou fui eu, até para não fazer sempre o mesmo. Ganhei mais familiaridade com alguns assuntos e também adquiri maturidade para falar de coisas que sempre fizeram parte da minha rotina - como futebol e TV - sem ser demagogo ou condescendente. Uma coluna feita por alguém com 26 anos não pode ser igual à de alguém com 36.
3. A meu ver, houve uma guinada, em termos de assunto, da cultura para a política - o velho Francis foi uma inspiração?
O Francis abria todas as colunas com temas políticos. Eu abro em média uma a cada três. A política brasileira foi um dos assuntos em que me aprofundei, e em que tentei uma forma de abordagem que não encontrava em outros colunistas. Meu novo livro mostra como sempre critiquei tanto FHC - lá nos tempos de Gazeta - quanto Lula, mas não pelo unilateralismo do "Brasil é uma porcaria", como havia em Francis. Por sinal, aos 21 anos discuti seriamente com ele porque apoiou gente como Collor e Maluf. Eu estava certo.
4. Acha que os colunistas políticos deveriam falar mais de cultura e os jornalistas culturais deveriam se posicionar mais politicamente no Brasil?
Não exatamente. Mas os colunistas políticos são incultos, em geral, e não conseguem colocar os fatos do presente na perspectiva histórica - exceto Elio Gaspari. Quanto aos jornalistas culturais, eles já se posicionam politicamente, e no mau sentido: misturam estética e ideologia; só gostam de filmes que defendem seus credos. O bom sentido seria usar a política como forma de mostrar ao público que os livros e as artes dizem respeito à vida cotidiana de qualquer um na "pólis", na cidade.
5. Quais foram os modelos para a criação da sua Sinopse e quais colunistas, daqui e de fora, você acompanha hoje?
H.L. Mencken, Bernard Shaw, Karl Kraus, Millôr Fernandes e Paulo Francis são modelos pelo tom contundente e estilo aforístico. As notas são miniresenhas como as que a revista The New Yorker faz em seu roteiro de cinema. A ironia, que se contrapõe ao excesso de contundência, vem de Machado de Assis. Colunistas brasileiros: Marcelo Coelho, Arnaldo Jabor, Luis Fernando Verissimo, Carlos Heitor Cony e Diogo Mainardi. Estrangeiros: Frank Rich, Paul Johnson, Frank Furedi, Samuel Brittan, Auberon Waugh. Mas as duas revistas que leio toda semana, New Yorker e The Economist, não têm colunistas. No caso da New Yorker, não perco um texto de Adam Gopnik e Louis Menand.
6. Contemporâneo de mim não é a primeira coletânea de textos seus da imprensa - o que acha que mudou da primeira até essa última coletânea?
É minha quarta coletânea, mas a primeira da Sinopse. Ora, Bolas reúne crônicas de futebol. Perfis & Entrevistas, bem, o nome já diz. E Questão de Gosto é uma seleção de ensaios e resenhas sobre literatura e arte acima de tudo, embora 20 de seus 70 textos sejam da Sinopse. Contemporâneo de mim tem 173 textos da Sinopse, de 1996 a 2006. Portanto, é mais variada em temas e tem uma liberdade de forma muito grande, pois mistura artigos, listas, paródias, cartas, etc.
7. Você já disponibiliza todos os seus textos digitalmente - pensa que ainda lançaremos coletâneas como a sua, em livro, no futuro?
Sem a menor dúvida. Coletâneas de colunas publicadas na imprensa de papel ou virtual estão entre os livros mais vendidos no Brasil e fora dele, e assim estarão sempre. Jabor, Verissimo e Mainardi que o digam... Esperei dez anos para fazer a minha porque não queria uma simples reunião de 2 ou 3 anos. Queria um espaço de tempo que permitisse ao leitor ter uma visão em perspectiva da nossa história. Ler em livro, num formato sequencial, com capa e tudo, em vez de ler a cada semana no papel perecível do jornal ou na tela acelerada da internet, é muito agradável. Uma coisa não exclui a outra; soma. As coletâneas de Norman Mailer e John Updike têm mais de mil páginas cada uma. Os computadores chegaram, mas a indústria editorial segue vendendo mais e mais livros todo ano.
8. A comparação mais freqüente hoje é entre coluna e blog: para você que pratica os dois gêneros, quais são os prós e os contras de cada meio?
A coluna permite você misturar mais coisas, seja na costura do texto, seja na divisão em notas. Além disso, por enquanto, paga melhor. O blog exige temas separados em textos menos longos. Mas permite conversa, ida-e-volta, embora eu sempre tenha respondido aos e-mails para a coluna (e embora haja blogs que não permitem comentários). E tem os links, o uso de aúdio e vídeo, etc. De novo, um não exclui o outro. Graças aos deuses da tecnologia, os jornalistas atuais têm muitos meios de comunicação para trabalhar. Ainda faço TV e rádio, que tampouco morreram. Cada um me ensina algo e me faz melhor.
9. Quais os desafios para a Sinopse nos próximos dez anos? Acha que ela cumpriu as promessas "feitas" dez anos atrás?
Não lembro quais promessas seriam. Mas ela cumpriu minhas expectativas: funcionar como um minijornal, um folhetim de idéias, com hierarquias e conteúdo distintos dos que se vêem nos grandes jornais. O leitor sai da coluna com pelo menos uma informação que não tinha e uma idéia para pensar, nem que seja para discordar. Todos os testemunhos que ouço ou leio confirmam essa sensação. O desafio dos próximos dez anos é continuar reinventando a coluna, tanto criando novas seções quanto revendo velhas idéias.
10. O que você diria para quem vai começar uma coluna semanal hoje (em papel ou on-line)?
Viva intensamente: viaje, leia, observe, conheça pessoas das mais diversas classes sociais, estude muito, não esqueça o ócio. E saiba levar tudo para o papel com lucidez e charme. Para isto, aprenda também a praticar outros gêneros - reportagem, perfil, entrevista, resenha, ensaio, etc. - para não ser apenas uma voz egocêntrica, que fica no gabinete emitindo notas passionais sobre um mundo que odeia. Um autor não fica por seus bordões, por suas campanhas ou por seu conhecimento específico de um tema. Fica pelo poder de seus argumentos.
Para ir além
Contemporâneo de mim - Dez anos da coluna Sinopse
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Julio Daio Borges
12/10/2007 à 00h56
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Contos inteligentes para rir
Quando se começa a ler O homem dentro de um cão (2007, Terceiro Nome, 157 págs.), de Fernando Portela, tem-se a impressão de que, até o fim, o livro apresentará contos engraçados mas com um humor que, curiosamente, parece pedir desculpas por entrar em cena, porque na verdade ele presta-se a mostrar a condição humana em seu lado mais desesperançoso. Essa impressão, passada por textos como "Duçuras", em que uma jovem de vinte e quatro anos encontra um senhor que é seu amante numa mesa de restaurante barato, é logo dissipada por contos com um humor mais escrachado, que são a maioria dos vinte e seis que compõem a obra.
Nesse campo, é difícil não constatar em "Gerência participativa - treinamento sênior", ou em "Tímidos conceitos sobre eugenia", o gênio de Fernando, que parece escrever com uma facilidade incrível. "Maldita terra estrangeira", outro conto que é pura diversão, começa assim: "Não acredito em terapia. Já fiz umas quatro vezes. E olha como estou, cada vez mais pirado. Pelo menos é isso o que os terapeutas dizem. Comecei com o tal do psicodrama, nos anos setenta, eu ainda era muito menino. Vinte e poucos anos, queria comer o mundo, e o comia, em parte." Num tempo em que nomes de peso da literatura nacional lançam livros de conto insossos (veja o caso de Ela e outras mulheres, de Rubem Fonseca), O homem dentro de um cão acaba sendo uma das melhores pedidas.
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Daniel Lopes
11/10/2007 às 21h39
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The Art of Innovation
Guy Kawasaki has a long history working in technology, both in established companies and as an entrepreneur. He worked for Apple at the time of the development of the Macintosh and later returned as an Apple Fellow. In this keynote speech, he gives what he believes are the important stages towards successful innovation. He presents the steps in both a humorous and intelligent way, showing what companies must do to be successful.
IT Conversations, apresentando Guy Kawasaki, porque ele é o cara...
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Julio Daio Borges
11/10/2007 à 00h53
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Gatos e burros n'água
Para quem gosta de esmiuçar as curiosidades sobre a língua portuguesa, O pulo do gato 2 (Geração Editorial, 2007, 127 págs.), de Márcio Cotrim, pode ser um divertido... aperitivo.
A exemplo do volume 1, o jornalista e escritor carioca disponibiliza uma coletânea de informações e historietas sobre palavras e expressões populares, publicadas em sua coluna semanal no Correio Braziliense.
Cotrim usa uma linguagem fácil e agradável ao descrever a origem dos termos. Soma-se a isso um projeto gráfico irreverente e bem cuidado, o livro atrai o público leigo geral e atiça a curiosidade até de jovens e crianças.
Ser capaz de atrair a atenção desse público para algo tão importante quanto a língua que falamos, por si só, já é um grande mérito. Mas o autor escorrega (e feio) ao não mencionar fontes ou fornecer indicações de aprofundamento do tema.
É bem verdade que o prefácio nos adverte do fato de Cotrim não ser filólogo, mas um "leitor atento" e "escritor cuidadoso". Infelizmente, é preciso dizer que nenhum escritor cuidadoso que se lance na tarefa (árdua e melindrosa, diga-se de passagem) de descrever qualquer aspecto lingüístico deixa de fora uma referência bibliográfica básica. Por mais simples que ela seja.
A falta de referências bibliográficas e documentais e de citações de fonte num trabalho como esse não só desperta a incredibilidade como também impede o leitor de ir além.
O pulo do gato 2 acaba não se completando. Fica no meio do caminho como um bom aperitivo. Mas aperitivos não alimentam.
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Postado por
Pilar Fazito
10/10/2007 à 01h17
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