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Segunda-feira, 22/10/2007
Blog
Redação
 
Pensar puede matar

Fabiane Lima, no seu Megalopolis, que linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
22/10/2007 à 00h38

 
Gullar no Ofício

Dia 23, terça-feira, às 19h, o Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, recebe o poeta Ferreira Gullar para um bate-papo com o público da série Ofício da Palavra. Com curadoria do jornalista José Eduardo Gonçalves, este encontro promete ocupar todas as cadeiras do prédio da antiga estação. Entrada franca e fácil.

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Postado por Ana Elisa Ribeiro
21/10/2007 às 18h17

 
A catarse tecnológica do U2

Demorou um pouco, mas o VHS ZOO TV Live From Sydney do U2 saiu finalmente em DVD, porém, sem o tradicional alarde midiático em torno dos lançamentos da banda. Convenhamos, não era um lançamento tão esperado assim, tampouco obrigatório. O espetáculo circense da ZOO TV deixou explícito o lado mais cínico do grupo nos anos 90, que tentava desesperadamente fugir do rótulo messiânico-pretensioso da década anterior. Repaginado com o lançamento do CD Achtung Baby (1991), o U2 mergulhou de corpo e alma no showbizz, embarcando em produções ambiciosas e megalomaníacas, com linguagem multimídia, imagens via satélite e slogans pulsando freneticamente em telões gigantescos, telefonemas para presidentes e celebridades, etc. O preto-e-branco de Rattle And Hum foi definitivamente abandonado. Talvez por isso "Sunday bloody sunday" tenha ficado engavetada durante todo esse período. Ela não condizia com a imagem neo-yuppie que eles cultivavam e com os shows mega-coloridos, mega-produzidos, mega-tudo. Em meio à catarse tecnológica, até os discursos políticos ficaram mais brandos. Bono deixou-os de lado e resolveu encarnar diferentes personagens durante o show, flertando com uma estética mais teatral. Além do célebre The Fly, despontava, já no bis, o histriônico Mr. MacPhisto e o resultado era sempre lamentável, com Bono mais parecendo uma caricatura de David Bowie. Não precisava. Bastava apenas ser Bono Vox.

Estava mesmo difícil selecionar o repertório naquela turnê, já que eles divulgavam o pior álbum de toda a sua discografia: o infame Zooropa (1993). Com isso, tornaram-se inevitáveis equívocos como "Numb" (que fica ainda mais bizarra ao vivo) e a chatíssima "Lemon". "Dirty day" e "Daddy's gonna pay for your crashed car" são melhores, mas não salvam o repertório zooropiano. Não há dúvidas que as melhores músicas dessa fase mais tecnocrata do U2 soam muito melhor no CD do que nos shows — "Until the end of the world" e "Even better than the real thing" perdem o punch, quando tocadas ao vivo. Em contraponto, "Mysterious Ways" renasceu poderosa nos palcos e se tornou, com justiça, obrigatória nos setlists.

O ponto crítico do show são, definitivamente, os covers. Todos eles poderiam, ou melhor, deveriam ter sido esquecidos. "Unchained Melody" é aquele lixo asqueroso, grudento e desprezível que já conhecemos. Já "Satellite of love" exala mediocridade. Não poderíamos esperar outra coisa de um cover do Lou Reed. "Can't help falling in love" fecha o set na mesma toada, nivelado por baixo. Difícil saber o que se passava na cabeça deles naquela época... Em shows mais recentes eles têm sido bastante econômicos nos covers, e, mesmo na década de 80, quando resolviam interpretar outros artistas, iam de Stones a Bob Dylan. O desastre só não foi total porque os grandes clássicos, como sempre, não faltaram e "Pride", "With or without you" e "New year's day" comparecem para a felicidade dos mais saudosistas. "Angel of Harlem" e "Running to stand still" aparecem como ótimas surpresas, mas não salvam o produto final, que no fim só conseguirá saciar os mais fanáticos.

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Postado por Diogo Salles
21/10/2007 às 17h51

 
Para quem gosta de Coetzee

Quem, como eu, é fascinado pelos textos de J. M. Coetzee pode ir clicando aqui para ler o primeiro capítulo de seu novo livro, Diary of a bad year, que já está à venda e terá edição paperback publicada em dezembro pela Penguin USA.

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Postado por Daniel Lopes
21/10/2007 às 13h14

 
Palavra na Tela – Jornalismo

Três experiências e muito jornalismo. Foi o bastante para uma boa conversa no segundo encontro da série A Palavra na Tela: Jornalismo, Literatura e Crítica Depois da Internet (17/10), organizado pelo Digestivo Cultural, com a presença de Ana Maria Brambilla, Alexandre Matias e José Marcelo Zacchi (adiante, o perfil deles). O editor do Digestivo, Julio Daio Borges, mediou a mesa e pautou algumas das maiores polêmicas sobre a geração de conteúdo na Web.

Quem acredita que o termo "jornalismo colaborativo" rende pouco em duas horas, pode mudar de opinião depois de ouvir o áudio do encontro ou de acompanhar esta compilação seletiva. Verdade é que, ainda sob críticas dos conservadores, a rede de colaboradores virtuais se multiplica e se populariza pelos quatro cantos do mundo. Experiências concretas nascem por aí: o Ohmynews, o Digg, o Collective e o brasileiro Overmundo.

A dúvida de quem olha de fora fica por conta da credibilidade da colaboração irrestrita: seria confiável? Quais os critérios para um jornalismo colaborativo de qualidade? Existe, enfim, a separação entre conteúdo colaborativo e jornalismo? E quanto à profissionalização? Ainda é um terreno novo para definições concretas, mas sob o olhar de quem já participa do processo, é possível vislumbrar caminhos - e concordar ou discordar deles.

Cada um dos convidados tem uma história particular, responsável por moldar suas convicções sobre o próprio trabalho. A seguir, um pouco de cada um, seus respectivos projetos e os pontos altos do encontro.

Ana Maria Brambilla
Jornalista e blogueira formada pela PUC/RS, em 2003, viu na internet um chão seguro para o jornalismo. Baseou seu mestrado no jornalismo colaborativo, porta de entrada para ser a primeira correspondente brasileira do OhmyNews - em que colabora até hoje. Foi à Coréia do Sul em um fórum anual, quando conheceu jornalistas de todo o mundo com o mesmo interesse. Em uma "desconferência", chamada de BarCamp, conheceu sua futura chefe da editora Abril, onde edita atualmente projetos de jornalismo colaborativo.

- O que é OhmyNews?
É um noticiário criado por um jornalista sul-coreano, fruto de sua indignação com a imprensa local, fechada em interesses particulares. O lema "cada cidadão é um repórter" surgiu pioneiramente da idéia de um jornalismo open source. O jornal ficou conhecido em todo o mundo quando criou sua versão em inglês. Com layout limpo, semelhante ao site do The New York Times, além da extensa rede de colaboradores, tornou-se o principal da Coréia do Sul.

José Marcelo Zacchi
Pesquisou a circulação de informações culturais pelo Brasil e constatou (junto com Hermano Vianna, Alexandre Youssef e Ronaldo Lemos) que existia um grande potencial de disseminação deste conteúdo, até então reprimido pela imprensa convencional. Com base nesse diagnóstico, obteve patrocínio da Petrobrás, via Lei Rouanet, para criar o site mais popular de jornalismo colaborativo no Brasil - Overmundo -, o qual coordena.

- O que é Overmundo?
O site aceita textos de qualquer cadastrado, cujo conteúdo é aberto para revisão (todo mundo pode corrigir), triagem e votação do público - contagem que determinará a hierarquia do texto, sua visibilidade e aceitação. Desta forma, o material flui sem a intervenção dos moderadores. O espaço começou com 27 colaboradores remunerados (hoje, não mais) e conta, atualmente, com uma rede de 25 mil pessoas. Recebe, em média, 600 mil visitas mensais. É, nas palavras de Zacchi, um modelo experimental, cuja meta é descentralizar a notícia.

Alexandre Matias
Jornalista, blogueiro, podcaster, editor-assistente do "Link", do Estadão. Começou como colunista do Diário do Povo, em 1994. Sempre ligado às artes gráficas e à produção musical, criou a coluna Trabalho Sujo, que se tornaria seu site profissional. Neste espaço, ganhou visibilidade entre amigos e gravadoras, principalmente as estrangeiras. Futuramente, seria convidado para trabalhar no projeto Trama Universitário.

- O que foi o Trama Universitário?
Através da já existente gravadora Trama (do João Marcelo Bôscoli), surgiu a idéia de criar um circuito de informações entre as universidades, onde havia uma vasta produção cultural, porém mal aproveitada. Nasceu como agência de notícias, passou a promover shows e pegou carona no recém-chegado Creative Commons para permitir que os internautas criassem o conteúdo do site, interferindo na produção musical dos artistas e sendo premiados por isso. Assim, o Trama Universitário cresceu e deu visibilidade a artistas que não apareceriam pelos padrões convencionais. Registrou 179 mil usuários. Recentemente, perdeu o patrocínio, mas o Trama Virtual continua.

Creative Commons
O conceito aliviou a rigidez do direito autoral, que reprimia a produção de arte, como conta Matias. "O advogado americano Lawrence Lessig conseguiu ampliar várias licenças para que o autor decidisse se sua obra sofreria interferência de terceiros", conta. Com a chegada do conceito ao Brasil, o jornalismo colaborativo ganhou aliados. "Não significa que liberou geral, mas que passaram a existir mais alternativas", acrescenta Zacchi.

Amadores?
Uma das maiores barreiras ao jornalismo colaborativo, segundo Matias, é a freqüente associação ao amadorismo. Para Ana Brambilla, os veteranos do jornalismo acreditam que não precisam se reciclar diante de novas tendências. "Já os jovens têm a cabeça mais aberta". Mas o editor do Trabalho Sujo discorda, em parte. "Tem gente mais velha com a cabeça aberta, da mesma forma que muito iniciante não gosta da tendência". Zacchi complementa que as pessoas tendem a ver mudanças com uma ameaça, ao invés de enxergarem oportunidades.

Falta de informação
Para a editora da Abril, o jornalismo colaborativo ainda está associado a desorganização. Por isso, defende que existam normas para manter a credibilidade do formato. Caso contrário, o público não entende a proposta e acaba por desprezá-la.

Problema no Overmundo
O próprio coordenador do projeto reconhece que, pela falta de intervenção centralizada, não há uma reflexão editorial e uma análise crítica do que é publicado no site. "Não se identifica lacunas - um desafio para o Overmundo", conta. As referências entre amigos são outro problema: uma vez que as recomendações geram pontos, é comum que conhecidos votem entre si, para favorecer um ao outro. "Vira um jogo", acrescenta o Julio.

Hard News colaborativo?
Ana Brambilla acredita que a colaboração coletiva não serve para as notícias instantâneas, porque seria preciso um amadurecimento. O hard news demandaria checagem, um processo indispensável. Ela cita um ótimo exemplo: a foto-montagem publicada no UOL no dia do acidente da TAM, enviada por um colaborador. Uma tentativa frustrada, segundo ela, de se fazer jornalismo colaborativo neste modelo. "O colaborador recortou o Tocha Humana (personagem dos quadrinhos) e colou na foto do acidente", lembra Matias, que não acredita ter sido má-fé, mas erro de apuração do site. Para o coordenador do Overmundo, pode-se tentar criar mecanismos de apuração coletiva para evitar o problema.

Fiscalização coletiva
Ana crê que a vantagem do jornalismo colaborativo na internet é o controle da qualidade. "A correção em espaço aberto ocorre mais rapidamente, está sob olhos mais atentos e a mentira tem vida curta", comemora. Para Matias, este é o tal do "jornalismo cidadão", em que há uma leitura crítica, uma fiscalização da notícia. "Isso porque um batalhão de antenas capta a informação. A credibilidade se coloca sozinha", complementa Zacchi.

Redação física
"Será que ela tem futuro?", foi a pergunta do Julio. Para Matias, a noção de tempo, pelo menos, muda radicalmente na rede. "Trabalhar em horário fixo não funciona mais. O trabalho rende mais por meta do que por tempo. Até reunião de pauta poderia ser feita pelo Skype", sugere.

Home do site
O editor do Trabalho Sujo acredita que, com a disseminação dos links, pode-se entrar nos sites pela porta dos fundos. "As homes estão ficando obsoletas. Elas deixam de ser a parte mais importante do site", acredita. Ele concorda com Zacchi que a home do NYT acaba sendo mais que um jornal. Seria um agregador de feeds. No Overmundo, por exemplo, Zacchi assegura que pouquíssimos visitantes entram pela porta da frente.

Google News
Surgiu a dúvida de que o Google News pudesse ser um jornal colaborativo, já que permite a colaboração de blogueiros. Não na opinião dos três. "A triagem é automática, dispensa a intervenção humana. O objetivo é agregar e distribuir conteúdo, não produzi-lo", diferencia Zacchi.

O leitor decide
O coordenador do Overmundo gosta de ler jornais tradicionais, mas também acha ótimo decidir o que interessa ler. "Não se deve infantilizar o leitor a ponto de supor que é um perigo expô-lo ao que lhe interessa", opina. Matias deixou um questionamento: "Falamos de quem produz e não de quem lê. Sabemos o que o cara quer realmente ler?". Pouco se discute, de fato, como ele descobrirá os canais de leitura que prefere.

Quem é jornalista
Para Matias, o fato de qualquer um colaborar na Web não significa que é jornalista. "Ele tem, no entanto, o direito de dar um furo. Sabe que pode ser um jornalista, se quiser". Em seu blog Ana faz uma nítida diferenciação entre o "cidadão-repórter" e o "jornalista profissional", cujo termo, para ela, é redundante.

Produtores de conteúdo
As pessoas, como garante Matias, estão gerando conteúdo na internet sem perceber. "O Orkut é a pesquisa dos sonhos de qualquer instituto. Tem tudo sobre o perfil do cidadão. É o fim da privacidade", diz. Por outro lado, Zacchi considera a geração espontânea de conteúdo uma revolução. Conta que, na apresentação do Overmundo, uma afirmação reforça a idéia: "Nenhuma equipe de jornalistas, por maior e mais bem qualificada, pode ter o dinamismo para captar informações de um país inteiro quanto no ambiente colaborativo". Dinamismo - ele completa - que o OhmyNews construiu e, por isso, cresceu tanto.

Imparcialidade
O jornalismo colaborativo nem sempre se compromete a ser imparcial. Um exemplo de site que aceita conteúdos sem restrição, e, além disso, permite opiniões completamente tendenciosas, é o Centro de Mídia Independente (CMI), como lembram os participantes. O Overmundo também traz textos com posicionamento, embora faça a triagem e seja um veículo neutro. Para o coordenador do site, a área cultural permite essa liberdade, diferente de política, que exige uma cobertura mais factual.

Conteúdo colaborativo x jornalismo
Ana Brambilla vê uma clara diferença entre esses dois conceitos. Ela acredita que o CMI, assim como Orkut, YouTube e Flickr são espaços de conteúdo colaborativo. Para ser jornalismo, precisa ser feito por jornalistas e não pode ser parcial. Mas Matias discorda que o CMI não faça jornalismo, já que acredita que a noção de imparcialidade mudou. "Imparcialidade pode ser ruim, mas não deixa de ser jornalismo", defende, citando Michael Moore, absolutamente tendencioso em seus documentários. Para Ana, no entanto, o conteúdo opinativo deve ser declarado. "Não pode se esconder no rótulo da informação, como noticiário padrão", acredita.

Para ir além
"A Palavra na Tela"

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Postado por Tais Laporta
20/10/2007 às 18h02

 
Direito Cultural

Os prazeres de criar e de fruir arte são velhos conhecidos do homem. Fazer arte, além de prazer, é trabalho. Mas há outros trabalhos relacionados com a arte e entretenimento, que representando estimados 4 a 5% do PIB nacional em 2007, reúne contadores, advogados, jornalistas, publicitários, todos vocacionados para atuação junto ao que se chama a Indústria da Cultura. Esse espaço se presta a discussões sobre esses temas e profissionais.

Carolina de Castro Wanderley, no Direito Cultural, lincando pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
19/10/2007 à 00h58

 
Galera comendo hambúrguer

Daniel Galera, em um dos intervalos de seu novo romance, e numa entrevista.

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Postado por Julio Daio Borges
18/10/2007 à 00h52

 
Le vrai Moleskine

A few months ago, I decided to take my writing seriously. To give myself a couple of years of working on improving my skills (and reading about the hard life of an inspiring writer), because I know it takes more than a love of books and literature to master the skills required to succeed in the narrow publishing world.

Roberto Correa, no All The Things Not Said, lincando pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
17/10/2007 à 00h47

 
Blogosfera de merda

O que está acontecendo com a blogosfera brasileira? Sabe, está tudo muito ruim por aí. Não sei se estou saturado com o grande número de feeds que assino - e talvez o Google Reader tenha servido para dar amplitude à minha visão geral dos blogs -, mas está tudo muito repetitivo e "divertido".

São mapas e mais mapas de blogs, memes, rankings e a popularidade dos blogs, memes, por que leio o blogueiro no Twitter e os números dos que me seguem, memes, Super Trunfo de... blogs, memes, garrafas de vodka com logotipos de... blogs, memes, discussões e chats entre... blogueiros sobre os temas candentes entre os... blogueiros, mais memes, campanha (ou que quer que seja aquilo) para estampar na capa da Playboy... blogueiras, mais um meme sobre as capas da revista, e por aí vai.

Não sei se é a isso a que dão o nome de "profissionalização" dos blogs brasileiros, mas o negócio está perdendo em qualidade. É uma profissionalização de merda. Está todo mundo jogando para a torcida, como ouvi um blogueiro evidenciando aquilo que não faz.

É certo que a audiência cresceu entre os blogs que promovem a orquestra toda, e igualmente provável que tenham ganhado dinheiro com isso. No entanto, para um leitor que não faz parte da turma, como eu e você, a visita tem sido cada vez mais cansativa(...)

Cleber Corrêa, que nos cita no Twitter, no seu Mundus Minor

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
16/10/2007 à 00h26

 
Primeiro e único?

Hoje, como tive um compromisso no centro da cidade, aproveitei para esticar as pernas e dar uma boa caminhada. Adoro fazer isso, descer a Augusta, olhando o movimento. E aproveito para pensar nos meus assuntos.

Com a anunciada mudança de ares na minha vida, com a publicação do meu primeiro livro e com minha vontade de me asilar permanentemente na avenidas das correntes, fico pensando se Acaricia meu Sonho (o nome do meu romance, para quem não sabe) será meu primeiro e único livro.

Os poucos que me conhecem sabem minha opinião sobre os problemas gerais do mercado editorial e da literatura brasileira: temos problemas e graves. Não vou entrar em detalhes, mas acho que existe uma base, um pano de fundo para sermos tão ignorados: a língua portuguesa.

Somos, na prática, o único país do mundo em que se fala efetivamente português (podem xingar mas é verdade). Uma língua que vai perdendo sua importância no mundo, se é que já teve. E que impede que nossa literatura seja universalmente conhecida. Essa é a triste realidade. E essa situação influencia nossa literatura, muito voltada "para dentro", se é que alguém me entende.

Por isso, minha sensação é que, mais do que mudar de país, vou mudar de pátria (pensando que as pátrias são a línguas), porque me parece a forma de romper com o auto-isolamento que as condições e nossas decisões nos impõem. Não estarei sozinho, Cioran e Conrad já fizeram isso.

Quem sabe meu próximo livro não terá que ser traduzido?

O mesmo Barbão, que você conhece daqui (porque o Polzonoff, também, está escrevendo em inglês...)

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Postado por Julio Daio Borges
15/10/2007 à 00h58

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