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Domingo,
11/11/2007
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Redação
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Português com prazer?!
Não sei se as coisas mudaram desde que eu saí do colégio, há cinco anos, mas as aulas de português costumavam ser chatas até não poder mais (a mesma coisa com redação e literatura). Como se não bastasse, essas matérias quase sempre eram postas nos últimos horários, próximo à hora do almoço - castigo puro. Raros foram meus professores dessa área que tinham o espírito e a paixão de alguém como Cláudio Moreno, autor de O prazer das palavras (L&PM, 2007, 208 págs.), recém-lançado em dois volumes pela L&PM Pocket. A leitura de textos como os desse livro definitivamente não tinha lugar nas escolas por onde passei (e até que freqüentei algumas razoáveis).
O que era (é?) uma pena. Uma aula de português ideal teria que abordar com humor e rigor ao mesmo tempo as transformações pelas quais a língua sempre passa, e avisar à meninada que isso não é crime, como defendem aqueles que querem "mumificar o que é essencialmente um organismo vivo", como escreve Cláudio; informar que, por outro lado, a tradição e as regras do uso culto não devem ser desprezadas; estudar os estrangeirismos e as palavras que ainda não fazem parte do português, mas que bem poderiam. Tudo isso e muito mais a gente encontra em O prazer das palavras. Algum professor aí vai arriscar levá-lo para sala de aula?
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Daniel Lopes
11/11/2007 às 16h01
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Leituras
Desde que concluí o doutorado, vejo-me liberto de fazer leituras, que, embora curiosas, interessantes, edificadoras e intelectualizantes, são sempre ou quase sempre compulsórias. E aquilo que precisamos fazer por obrigação lima o verniz do prazer. Desde então, que maravilha!, tenho me dedicado a colocar em dia a leitura de obras literárias, adquiridas há tempos ou compradas recentemente, relegadas, para a minha tristeza, à solidão das estantes e à poeira, ou seja, sendo preparadas para o deleite roedor das traças. Agora, porém, como diria Riobaldo, "feita a folga que me vem, e sem pequenos desassossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular idéia". Esclareço, no entanto, que continuo enredado numa carga de trabalho enorme, afinal de contas preciso ganhar o meu pão, só que, nas minhas horas vagas, em vez de subjugar-me à aridez dos conceitos, entrego-me à carnadura das metáforas com a avidez de um recém-alfabetizado.
Roberto Amaral, no seu blocodenotas, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
9/11/2007 à 00h40
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The Cavalera Conspiracy
"Na verdade, não tem muito o que falar porque não estamos abrindo para a mídia sobre o projeto. O que posso dizer é que a gente já gravou e que o disco vai sair no começo do ano que vem. Mas as entrevistas a gravadora ainda não esquematizou. O disco tem o nome provisório de Inflikted e o projeto, The Cavalera Conspiracy.
Iggor Cavalera, na revista Sneaker da Trip, sobre o projeto com seu irmão Max, que não é o Sepultura Reloaded.
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Julio Daio Borges
8/11/2007 à 00h09
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Os premiados da Mostra
Em meio a homenagens, entrega de prêmios e discursos emocionados, a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chegou ao seu fim com um apelo, feito pelos próprios organizadores do evento. Leon Cakoff e Renata de Almeida pediram às autoridades que se revejam os critérios de circulação de cópias de filmes no Brasil, que, por conta de pura burocracia, deixou fitas apreendidas na alfândega. "Esse tipo de coisa prejudica não somente a Mostra como a imagem do nosso país lá fora", salientou Cakoff.
A cerimônia de encerramento aconteceu no Memorial da América Latina na última quinta-feira, dia 1º de novembro. Com apresentação de Serginho Groissman e Marina Person, o evento começou com homenagens a dois cineastas: ao chinês Jia Zhang-ke, que levou o prêmio (atrasado) de melhor filme da 29ª Mostra (por O mundo) e ao israelense Amos Gitaï, que levou o Prêmio Humanidade pelo conjunto de sua obra (entre os filmes, Kippur - O dia do perdão e A Retirada, exibido nesta edição).
O primeiro prêmio desta edição foi ao longa francês A questão humana, de Nicolas Klotz, escolhido como o melhor pela crítica. A venezuelana Mariana Rondón levou o prêmio do júri de revelação e o Prêmio da Juventude, por seu filme Postales de Leningrado. Já o público preferiu Into the wild, de Sean Penn, e Persépolis, de Marjane Satrapi e Vicent Parannaud, como melhores filmes estrangeiros de ficção.
O público escolheu também, como melhor longa brasileiro de ficção, Estórias de Trancoso, de Augusto Seva, que dedicou o prêmio aos não-atores do filme, no elenco formado pela própria população local. Entre os curtas-metragens, o júri escolheu O crime da atriz, de Elza Cataldo, como o melhor brasileiro.
Entre os documentários, se destacaram O filme da rainha, do argentino Sergio Mercúrio, que levou o prêmio de melhor documentário estrangeiro votado pelo público. Na mesma categoria, só que entre as produções nacionais, Pindorama - A verdadeira história dos sete anões, de Roberto Berliner, Leo Crivalara e Lula Queiroga, foi o premiado. Os três diretores também ficaram com o prêmio TeleImage de finalização, que dá direito a 30 horas de telecine off-line (transformação do filme de 35mm para digital), 15 minutos de transfer (passagem da imagem digital para película 35mm) e 60 horas de edição de som.
O vencedor do prêmio especial do júri oficial da Mostra ficou com o cineasta polonês Andrzej Jakimowski, por Truques. Outro destaque do júri foi à atriz Carla Ribas, que levou o prêmio de melhor atriz por seu trabalho no filme A casa de Alice. Mas a platéia realmente ferveu quando foi entregue o troféu Bandeira Paulista a Enrique Fernández e César Charlone, pelo filme O banheiro do Papa, escolhido pelo público como o melhor filme da Mostra.
O evento se encerrou com a pré-estréia do novo filme dos irmãos Joel e Ethan Coen, Onde os fracos não têm vez. Porém, como em todos os anos, a Mostra, mesmo depois de realizar a cerimônia de encerramento, faz uma reapresentação dos filmes que tiveram mais sucesso com o público e crítica. As exibições vão até amanhã, 8 de novembro.
Para ir além
31ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo
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Débora Costa e Silva
7/11/2007 às 13h38
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Vida longa ao Cartum
Até hoje muita gente não sabe diferenciar o que é cartum do que é charge. Chega a ser compreensível, pois o público enxerga sempre à frente o humor gráfico, a crítica social, a ironia. Esquece, porém, da linha divisória que separa as duas coisas: a linha do tempo.
A charge é calcada nos fatos jornalísticos do cotidiano e, portanto, sai da vitrine noticiosa com a mesma velocidade que entrou. Hoje, a charge de ontem já amarelou, como uma foto antiga. Perdeu seu sentido e entrou para a posteridade. O olho está no noticiário de novo, pois já está na hora de pensar na próxima. Em tempos de informação à velocidade da luz, a internet proporcionou uma explosão de chargistas que buscam visibilidade em cima de sátiras políticas da atualidade. Ninguém pára pra pensar muito a respeito, mas nos tornamos ávidos devoradores de novidades, para depois descartá-las desdenhosamente. Talvez por isso, Jaguar andou dizendo que o cartum morreu. E não parou por aí. Disse também que, para poder publicar um cartum, precisa disfarçá-lo de charge. A situação é dramática, realmente, mas o cartum não morreu. Ainda. Ao longo do tempo, ele foi perdendo seu espaço, porém nunca perdeu seus apreciadores. Foi em cima da frase de Jaguar que o cartunista (e entusiasta da causa) Fausto encontrou a motivação para produzir o livro Viva Cartum (Editora Paradiso, 2007, 96 págs.). E acertou em cheio ao fazê-lo, pois mostrou o quanto sentimos falta do humor atemporal.
Sim, o cartum é atemporal. Ele pode ser político sem se referir ao presidente. Pode ser crítico sem atacar alguém específico. Não precisa coexistir com os noticiários. Experimente ler um livro de charges alguns anos depois de lançado. Requer que o leitor revire sua própria memória para encontrar a piada que se perdeu no tempo. Por isso, um livro de charges se torna uma espécie de livro cômico de história. Com o cartum é diferente. Um livro como o do Fausto o fará rir, mesmo daqui a 20 anos. Melhor. Poderá encontrar outras interpretações e simbolismos para cada desenho. Ziraldo, que escreveu o prefácio, é enfático: "O cartum não está morto, e o Fausto, reinaugurando-o no Brasil, está aqui para provar isso." E eu, como chargista - inerte diante da incapacidade de descolar meu trabalho dos noticiários -, serei sempre um dos primeiros a engrossar o coro: Viva o cartum!
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Diogo Salles
7/11/2007 às 11h10
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uns esboços
Por que estou começando outro blogue? Ora, porque isso é o que eu faço: eu começo as coisas, depois desisto delas, depois começo tudo de novo. Chame de índole, caráter, idiossincrasia. (Eu prefiro idiossincrasia, mas fique à vontade para escolher).[...]
O objetivo do blogue é o mesmo de sempre: forçar-me a escrever mais. Provavelmente, vai durar uns quatro ou cinco meses. Não sei que tipo de coisa vou publicar nele. Não sei se alguém vai ler. (Essas, aliás, também são as mesmas observações de sempre.)
É mais ou menos isso. De resto, sejam bem-vindos.
Cássio Koshikumo, começando novo blog, e lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
7/11/2007 à 00h37
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Besta é tu
"São três horas, é domingo", e pergunto: o que você está fazendo? Mas nem preciso arquitetar muito a resposta, pois aposto que sua televisão está ligada: Faustão ou futebol?
Isso é aflitivo.
E neste outro trecho de uma música de Gil, que sensação te passa?: "Ele falava nisso todo dia, a herança, a segurança, a garantia".
Para mim, a resposta é simples. Estamos perdidos em um comodismo. Discutimos os mesmos problemas há décadas. As questões deveriam ser outras. As preocupações nem se fala. Porém continuamos com os mesmos problemas, que sequer identificamos.
O movimento tropicalista, do qual fez parte Gil, entre outros músicos, e que inspirou este artigo, deveria ser transmitido pelo Estado, a cada recém-nascido, por meio de uma vacina, que em seu conteúdo teria um vírus, imune a qualquer tipo de tratamento, independente da nacionalidade do sujeito. Esse vírus incitaria o debate, a discussão, a ânsia pelo novo. Quebraria paradigmas e criticaria o estereótipo.
Reparem que não estou falando só de novas letras, arranjos musicais ou roupas, gostaria que este vírus estivesse espalhado em todas as áreas do conhecimento humano.
Os reacionários me xingarão, mas não vejo o porquê. Chocar não é necessariamente ruim. Pelo contrário, estaremos "somente" saindo do rótulo posto e imposto pela sociedade, que seguimos sem ao menos questionar.
Outra coisa: os reacionários estão, por acaso, com "medinho" do desenvolvimento? Mudanças são imprescindíveis, e quebras de modelo podem assombrar em um primeiro momento, mas depois percebemos como são necessárias para sairmos do Mito da Caverna, descrito por Platão.
Besta é tu, se não acordar!
Mas, para mim, o melhor mesmo deste vírus seria que ele curaria uma de minhas grandes angústias da vida, que passo a socializar agora: sinto um arrepio todos os domingos ao voltar da praia, pela rodovia Mogi-Bertioga, adentrar na cidade de Mogi das Cruzes e ver sempre a mesma cena, pessoas reunidas em bares feios e caindo aos pedaços, cerveja na mesa e televisão ligada.
Pronto, a depressão bate. Vejo nesta viagem, que faço desde pequeno, uma sociedade carente culturalmente e, portanto, alienada.
É verdade que a culpa não é exclusiva deles. Há poucas opções de entretenimento. O governo não cria parques, não incentiva o teatro comunitário, nem faz sessões de cinema gratuitas. Também é verdade que a raiz está na pouca afloração intelectual incitada na infância do brasileiro, sendo que tal deficit deveria ser suprido principalmente na escola, o que, infelizmente, não é.
A mediocridade é a pior faceta da humanidade. Eu gosto de novidades. Para isso, precisamos do vírus do tropicalismo. Precisamos de empreendedores, sem medo do novo e das críticas que ele fatidicamente gerará!
Besta é tu, se não reagir!
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Daniel Bushatsky
6/11/2007 às 17h38
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Eu era e não sabia
A internet e o e-book, o livro virtual, vão proporcionar nas próximas décadas, para os escritores, o que o processo de gravação e as guitarras baratas proporcionaram aos músicos e à música nas últimas décadas do século passado. Da mesma forma que um jovem podia montar sua banda com poucos trocados e lançar suas canções pela vizinhança, o novo escritor também poderá se lançar, com o livro virtual, com o blog e a internet.(...)
Hugo Maximo, no seu blog-livro, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
6/11/2007 à 00h59
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Café com crítica cultural
Belo Horizonte, enfim, pára para tomar um café e fazer uma espécie de "balanço" da produção cultural, em todos os segmentos. Música, dança, artes plásticas, design, a própria gestão cultural e, claro, literatura. E o espaço para o bate-papo não podia ser mais charmoso: o Café com Letras, na Savassi.
De 19 a 30 de novembro, sempre a partir das 19h30, críticos e produtores culturais estarão sentados à mesa para debater seus temas e a cidade. Na literatura, Sérgio Fantini (da Fundação Municipal de Cultura, curador do Salão do Livro de 2007), José Eduardo Gonçalves (curador do Ofício da Palavra, jornalista, apresentador do Rede Mídia e chefão da Rádio Inconfidência, além de escritor, claro) e Rogério Barbosa (professor de literatura do CEFET, envolvido com diversas ações culturais na cidade) dividirão um cafezinho comigo num bate bola bem-humorado. Em breve, a programação estará disponível no site do Café.
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Ana Elisa Ribeiro
5/11/2007 às 19h11
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Jogo do Livro
Não se trata de videogame e nem de tabuleiro. O Jogo do Livro é um evento que apresenta sua sétima edição este ano. De 21 a 23 de novembro, palestras, oficinas e exposição de pôsteres tomarão conta da Faculdade de Educação da UFMG, na Pampulha. O tema da vez são as escolhas que envolvem a leitura, especialmente a de jovens e crianças. Mas a discussão vai muito além: entre as oficinas, haverá espaço para discutir as escolhas de professores, bibliotecas, editores e leitores adultos.
Mas se fosse só isso, estaria fácil. O bacana mesmo é que, dos encontros, saem sempre reflexões registradas em livros. Dos 6 Jogos anteriores, 5 se tornaram livros agraciados pelo selo "Altamente Recomendável" (dado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, FNLIJ). Vale a pena conferir.
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Ana Elisa Ribeiro
5/11/2007 às 18h58
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