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Quarta-feira,
30/10/2002
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Redação
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Centro o quê?
O jornal francês Le Monde diz que Serra é de centro-esquerda. Para a revista inglesa The Economist, porém, ele é de centro-direita. O Le Monde, por acaso, acabou de relançar no Brasil uma versão em português do Le Monde Diplomatique, que servirá de defesa às políticas adotadas por Lula. A The Economist, que não defende nem se assusta com Lula, é a melhor revista de notícias do mundo, com uma cobertura, até onde é possível, profunda e completa. Mas a Economist, neste caso, está errada: Serra é evidentemente de centro-esquerda. Era, quer dizer.
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Eduardo Carvalho
30/10/2002 às 11h31
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Não existe carta de amor
Não existe carta de amor. Essa é apenas mais uma invenção desastrada de um poeta incompreendido - como, na verdade, quase todos os poetas são. O simples fato de se tentar escrever uma seqüência de frases bonitas e carinhosas já é originalmente falso. O amor, se existe, transparece com naturalidade, em um estilo suave e sincero. Cartas de amor, não importa quem diga o contrário, são sempre ridículas. Mas há algo ainda mais ridículo do que isso: escrever uma se defendendo, e, pior, citando Fernando Pessoa. A pretensão de exprimir com precisão um sentimento incompreensível é quase tão abominável quanto a intenção de simula-lo. Carta é carta. Só o portador de um coração composto exclusivamente por uma mistura nojenta de carne, sangue e músculo consegue elaborar uma missiva catalogada - ou seja, só quem não tem coração escreve o que, para explicar, chama de carta de amor. A quem, ao contrário, realmente respeita o que sente, distribuir elogios e revelar intimidades não é tão fácil assim. E toda carta é de - ou com - amor.
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Eduardo Carvalho
30/10/2002 à 01h00
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Quando estou up
"Facilmente detectável quando estou no up: não durmo direito, fico rabiscando em pedaços de papel tudo que me vem a mente, paro do responder e-mails, saio todos os dias, ando, ando, ando até machucar os pés, emagreço de 1 a 2 quilos, parece que enxergo melhor, ouço a mesma música inúmeras vezes e a pilha de livros ao lado da cama cresce, agora são 3. Tirando a insônia e os quilos perdidos, todo resto é ótimo e poderia se estender por um período mais longo, assim eu conseguiria por ordem na bagunça interior e assentar."
Patricia, no s t r i p p e d e x p o s e d, uma blogueira digna de nota.
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Julio Daio Borges
28/10/2002 às 11h48
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Origin
Essa eu roubei do Hiro, que, por sua vez, roubou do Daniel Lee.
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Julio Daio Borges
28/10/2002 às 11h36
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Louco e perigoso de conhecer
"Ele viveu com só um dos pais, tinha uma deficiência física e um distúrbio alimentar, usava drogas e teve mais mulheres que Julio Iglesias - incluindo relações sexuais com sua meia-irmã, assim como com vários garotos e damas ilustres. Um homem que viu seu corpo embalsamado quando o túmulo foi aberto insinuou que ele tinha uma barriga bastante pronunciada. Cópias pirateadas de sua obra vendiam aos milhares.
"Não se trata de uma estrela do rock ou personagem de novela. É uma descrição nua e crua do poeta romântico Lord Byron, cuja obra foi excluída do currículo escolar britânico em 1999 - presumivelmente por não ser relevante. No mês que vem, contudo, será impossível não ser tocado por Byron, o homem que o Times chamou de 'o inglês mais extraordinário de sua geração' três semanas depois de sua morte, de febre, em 1824.
"A nova biografia de Fiona MacCarthy, Byron: Life and Legend (Byron: vida e lenda), sai no dia 7 na Inglaterra. Uma mostra dedicada a ele na National Portrait Gallery, em Londres, entra em cartaz no dia 20. E um documentário no programa de artes Omnibus, da emissora de tevê BBC, está agendado para o mesmo mês. Cada evento promete derrubar os mitos que cercaram o homem tão notavelmente descrito como 'louco, mau e perigoso de se conhecer'"
Alex O'Connell, direto do The Times para o Estadão, em "Inglaterra reacende o mito de Lord Byron"
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Julio Daio Borges
28/10/2002 às 11h05
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Em busca da unanimidade
"Os primeiros movimentos do PT, tão logo as urnas confirmaram as pesquisas, deram a nítida impressão de que o partido não se contentará com a vitória esmagadora. Tudo indica que nos próximos dias as principais lideranças petistas sairão em busca da unanimidade, a bordo do argumento de que é preciso garantir a governabilidade.
"Ao presidente eleito cumpre exatamente esse papel. Inclusive porque se elegeu com o discurso da conciliação, do diálogo permanente, do pacto nacional. É preciso, porém que, no afã de conquistar a todos, os petistas se precavenham para não terminar invadindo o direito de políticos e eleitores se postarem na oposição.
"Até cerca de duas horas depois de iniciada a apuração dos votos, havia um contingente de 40% de pessoas que optaram pela candidatura à Presidência sabidamente derrotada. Isso quer dizer que, mesmo consciente de que seu candidato não tinha chance alguma, esse eleitorado não abriu mão de sua manifestação de vontade.
"E é essa representação que não pode deixar de estar assegurada no exercício da oposição por parte daqueles que perderam. Alguém, por acaso, viu o PT sequer cogitar em aderir ao adversário depois das três eleições presidenciais em que foi derrotado?"
Dora Kramer, hoje no Estadão, em "Em busca da unanimidade"
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Julio Daio Borges
28/10/2002 às 11h01
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Matando saudades
Sempre ele? Por algumas semanas, porém, pensávamos que nunca mais fosse ser. E ninguém falou nada. Nem eu. Nos reservamos a um triste e silencioso luto. Mas eis que, de repente, clicando aleatoriamente na minha lista de links favoritos, descubro que o Arts and Letters, depois de sumir inesperadamente, voltou - para ficar, agora protegido pelo The Chronicle of Higher Education. Um alívio.
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Eduardo Carvalho
25/10/2002 às 15h19
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O Debate...
Essa eu peguei do Mario AV, que, por sua vez, pegou direto do Laerte.
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Julio Daio Borges
25/10/2002 às 11h18
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Joaquim Roriz
Mais um escândalo, de última hora, contra o Governo FHC e a favor da eleição de Lulla. Joaquim Roriz, governador do Distrito Federal, parece que "censurou" (acho o uso do verbo aqui um pouco complicado) o Correio Braziliense. Todo mundo está caindo de pau. Tentando jogar a culpa em Fernando Henrique Cardoso ou, pelo menos, dizer que o Presidente foi "conivente"... Enfim. Segue cobertura (um tanto quanto panfletária, mas é a única que temos) do Nova-e:
"O Senhor Joaquim Roriz em atitude absolutamente desesperadora encontra os mais estapafúrdios artifícios com apoio dos asseclas do PODER JUDICIAL E MILITAR para fazer novamente o que é uma marca registrada de sua administração, de sua atitude política, de sua própria existência: INVADIR A REDAÇÃO DO CORREIO BRAZILIENSE É REEDITAR, POR ANTECIPAÇÃO, A DITADURA PROCLAMADA DOS CORONÉIS DE HOJE E DE ONTEM QUE AINDA MANDAM NESTE PAÍS COM A CONIVÊNCIA DO PRÍNCIPE DA SOCIOLOGIA.
"A redação do jornal Correio Braziliense é invadida e a impressão de uma matéria denunciando o envolvimento do governador em ações suspeitas com grileiros é impedida de ser veiculada. O QUE É ISTO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO? A ONU NÃO O SALVARÁ A RESPEITO DE MAIS ESTA SUA PERMISSIVIDADE. AOS AMIGOS TUDO, CARO PRESIDENTE? AOS INIMIGOS, A LEI. ESTA É A SUA PRIMEIRA TESE?"
[Waaal.]
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Julio Daio Borges
25/10/2002 às 11h03
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Livre como um táxi
Eu, em geral, acho que esse sujeito não dá a devida atenção ao assunto que semanalmente aborda: internet. São sempre aquelas matérias sobre curiosidades que não interessam a ninguém: aspectos excessivamente técnicos, bizarrices de meia dúzia de nerds ou previsões fatalistas sobre a Grande Rede. Claramente, não se trata de alguém do meio.
Mas, desta vez, tenho de confessar: apesar da ilustração (acima), me vi representado pelo texto. Eu falei disso há quase uma semana atrás, na sexta-feira (favor ler "Livre como um táxi"). Parece que na Espanha resolveram efetivamente tomar uma atitude contra o que chamei de "cibervândalos", "desocupados por profissão" ou "críticos por esporte". Será o fim dos spammers, dos sites-pirata e da maioria dos blogs:
"Para manter um endereço na internet, todo e qualquer site precisará de um registro comercial, com a identificação completa do responsável, o endereço físico e o tipo de atividade exercida. Até aí, nada demais. O texto legal, no entanto, responsabiliza diretamente o provedor de acesso pelo conteúdo disponibilizado.
"O governo espanhol argumenta que é preciso coibir e tirar de circulação, 'com a devida autorização judicial', serviços que atentam contra a ordem pública, ameacem a segurança nacional, ofendam a dignidade humana, coloquem em risco a juventude e a infância ou ofereçam perigos à saúde pública.
"Os sites também ficam proibidos de enviar e-mails publicitários, sem que tais mensagens tenham sido formalmente solicitadas por seus usuários. Os contratos por e-mail também passam a ter o mesmo valor jurídico conferidos aos documentos tradicionais, impressos.
"No início da semana, em meio ao arsenal de críticas, um porta-voz do ministério admitiu que poderá haver uma 'flexibilização' na aplicação da lei. Mas deixou claro que não está nos planos do governo voltar atrás nas medidas adotadas."
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Julio Daio Borges
24/10/2002 às 16h17
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Julio Daio Borges
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