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Terça-feira,
18/3/2008
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Redação
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Carne Viva de Francis (trecho)
"Mas ali, em Saint Germain, Guerra se deixou envolver pelo paradisíaco. Viu um velho deblaterando. Perguntou a um garoto quem era. 'Sartre', respondeu. 'E como fala. Pedimos a ele que fosse breve, e não pára de falar. Marguerite Duras passou por aqui há pouco. Estava uma onça porque não conseguiu placer un mot, ela reclamou, por causa da verborréia de Sartre.' Guerra espiou melhor Sartre, nanico, de terno e gravata, mecha de cabelo caindo sobre a testa [...]. Impossível ouvir. A platéia não parecia prestar muita atenção. Um casal se acariciava ao alcance do cuspe de Sartre, e a moça ajeitou o cabelo do rapaz; ele beijou seu pescoço, esquecidos do mundo."
Paulo Francis, em Carne Viva, romance inédito.
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Julio Daio Borges
18/3/2008 à 00h17
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$0.00: The Future of Busines
The rise of "freeconomics" is being driven by the underlying technologies that power the Web. Just as Moore's law dictates that a unit of processing power halves in price every 18 months, the price of bandwidth and storage is dropping even faster. Which is to say, the trend lines that determine the cost of doing business online all point the same way: to zero.
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In a sense, what the Web represents is the extension of the media business model to industries of all sorts. This is not simply the notion that advertising will pay for everything. There are dozens of ways that media companies make money around free content, from selling information about consumers to brand licensing, "value-added" subscriptions, and direct ecommerce (...). Now an entire ecosystem of Web companies is growing up around the same set of models.
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From Freecycle (free secondhand goods for anyone who will take them away) to Wikipedia, we are discovering that money isn't the only motivator. Altruism has always existed, but the Web gives it a platform where the actions of individuals can have global impact. In a sense, zero-cost distribution has turned sharing into an industry.(...)
Chris "Long Tail" Anderson, anunciando seu novo livro, na Wired
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Julio Daio Borges
17/3/2008 à 00h45
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Processo de Eliminação
As empresas — principalmente as grandes, que atraem mais interessados — estão tentando administrar uma situação que é característica do século XXI: uma enxurrada de currículos para poucas vagas disponíveis. Então, o que um dia foi chamado de "processo de seleção" acabou se transformando em "processo de eliminação".
Ao receber os currículos, as empresas começam eliminando os candidatos que não têm curso superior. Depois, entre os que têm, eliminam os que não se formaram em uma instituição de renome. Em seguida, peneiram os que não possuem MBA ou qualificações adicionais consideradas indispensáveis, como inglês fluente e conhecimentos de informática. Mesmo assim, sobram dezenas de candidatos para uma vaga.
O passo seguinte é partir para a avaliação comportamental. Há casos de "dinâmicas de grupo" que se tornaram folclóricas: entender como, exatamente, carregar um ovo numa colher, escolher a frase que constará em sua lápide, ou decidir que bicho gostaria de ser, poderá ter qualquer influência no desempenho profissional...
Porém — excessos à parte — a verdade é que um cargo absolutamente normal — caixa de banco, por exemplo — requeria 3 mil horas de estudo, na década de 1970 (o dito "ginasial completo"). Hoje, para a mesma função — e para um salário equivalente ao de 30 anos atrás — são necessárias 11 mil horas. Não porque as empresas decidiram que seria assim, mas porque os postulantes às vagas se mostraram dispostos a aceitá-las, mesmos sabendo que sua escolaridade vai muito além dos pré-requisitos para o desempenho da função.
Em resumo, o funil ficou muito mais estreito. Nunca tivemos tantos jovens tão bem formados, e, proporcionalmente, nunca tivemos tão poucas vagas para jovens bem formados.
Max Gehringer, na Revista da ESPM (porque, desde que me formei, desconfiei disso, mas é a primeira vez que vejo alguém admitir com todas as letras...).
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Julio Daio Borges
14/3/2008 à 00h52
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Cafajeste!
Mulheres que chamam homens de cafajeste. Será que elas pensam que nos importamos? Será que elas pensam estar agredindo?
Nunca ouvi falar de homem que tenha caído em depressão por ser chamado de cafajeste. Ou que teve sua imagem maculada por causa disso. Ao contrário. Basta uma mulher gritar "cafajeste" a um homem para que outras cinco ou seis mulheres se interessem por ele imediatamente.
Alaúza, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
13/3/2008 à 00h02
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O Cabotino reloaded
Eu há muito tempo estou querendo escrever sobre este livro que andei renegando. Foram quatro anos de auto-desprezo. Por vários motivos. O mais importante deles — e quem é meu leitor há tempos já deve ter percebido isso — é que eu não sou mais aquele autor. Não sou há tempos. Para ser sincero, às vezes me pergunto se era quando pus o ponto-final no livro. Desconfio que não.
* * *
O mais interessante do livro diz respeito à minha obsessão com a problema da literatura como forma de auto-afirmação social. É um fenômeno extremamente interessante que, acho, ainda não foi estudado a fundo nem por críticos literários nem por antropólogos e psicólogos. É algo tão entranhado nas engrenagens da literatura que a maioria das pessoas sequer o percebe. Lendo a biografia de Joaquim Nabuco, por exemplo, fico abismado com a relação absolutamente simbiótica entre literatura e afirmação social.
* * *
Penso em, um dia, escrever uma espécie de continuação de O Cabotino. Mas não seria mais um "guia de anti-ajuda", e sim uma autobiografia literária. Acho que vivi algumas coisas extremamente interessantes neste meio e gostaria de deixar estas memórias registradas. Mas antes de fazer isso é preciso estar completamente sereno em relação ao passado como crítico e persona non grata da literatura brasileira. Não falta muito para chegar a este ponto — felizmente.
Paulo Polzonoff Jr, que pôs O Cabotino de volta na praça, em PDF.
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Julio Daio Borges
12/3/2008 à 00h49
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Curso sobre crítica musical
Neste final de semana, o Espaço da Revista Cult vai abrigar jornalistas, críticos musicais e músicos, como Sérgio Dias (Os Mutantes) e Zeca Baleiro para aulas e palestras sobre a crítica musical. O curso conta com um time de primeira para falar sobre o assunto e acontecerá ao longo do sábado e do domingo (dias 15 e 16 de março).
No sábado, os alunos vão ter aula com os críticos Sérgio Martins (Veja), Jotabê Medeiros (O Estado de S. Paulo), Ademir Correa e Pablo Miyazawa (editores da revista Rolling Stone no Brasil). Já no domingo, os palestrantes serão Mariana "Piky" Levy Candeias (assessora de imprensa da área musical), Pedro Alexandre Sanches (Carta Capital) e o maestro Abel Rocha.
O desfecho do curso será bem interessante. Sérgio Dias e Zeca Baleiro serão entrevistados pelos alunos do curso, com auxílio e orientação do jornalista Filipe Luna, editor da revista Cult e também colaborador do site Radiola Urbana.
Para ir além
Espaço da Revista Cult
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Débora Costa e Silva
11/3/2008 às 10h41
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Lenny Kravitz paz e amor
Um retorno às raízes muitas vezes é crucial em uma carreira. Depois de saborear o sucesso (e os excessos), é importante um artista fazer uma releitura de si mesmo, nos tempos em que não havia flashes de câmeras nem groupies ― só ele e seu sonho. E, da mesma maneira que essa reviravolta pode revigorá-lo, deixa exposto aquele auge que ficou para trás. It's time for a love revolution, oitavo álbum de estúdio do americano Lenny Kravitz chega para, mais uma vez, comprovar esta tese.
Como de costume, ele assume todas as funções no disco. Algumas composições têm a tímida co-autoria do guitarrista Craig Ross (seu parceiro de longa data). Fora isso, é 99% Lenny, como letrista, produtor, arranjador e ainda tocando todos os instrumentos. Depois de algumas incursões na música eletrônica ― algumas bem sucedidas como em 5 (1998) e outras nem tanto, como em Baptism (2004) ― Kravitz volta ao som cru, de batida retrô e mensagens pacifistas, que remetem o ouvinte ao seu primeiro disco, Let love rule (1989).
E revisitar-se musicalmente, para Lenny Kravitz, significa ressoar suas maiores influências do classic rock de fins dos anos 1960 e começo dos 70, emulando seus principais heróis. "Bring it on" e "Will you marry me" é Led Zeppelin até a última nota. A influência stoneana aparece em "Dancin' till dawn" e fica praticamente impossível não imaginá-la na voz de Mick Jagger. A mensagem anti-guerra de "Back in Vietnam" evoca Jimi Hendrix e a contracultura hippie. A influência da black music fica evidente na funkeada "Love love love", em que ele soa como um James Brown roqueiro.
Aos mais saudosistas It's time for a love revolution agradará, pois muito do que se encontra aqui lembra aquele Lenny Kravitz dos primórdios, porém sem aquela mesma paixão e inspiração, típica de quem está sedento pelo estrelato. Mas, mesmo impossíveis de se reviver completamente, os velhos tempos ainda podem ser festejados.
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Diogo Salles
11/3/2008 às 10h18
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Drama e glória de escrever
[Qual a maior glória e o maior drama de quem vive de escrever?] A maior glória: perceber que teu livro não te pertence, pertence ao leitor. Toda vez que um leitor descobre meu livro, é como se ele deixasse finalmente de ser meu. Paradoxal, mas eu gosto de me livrar do que eu escrevo.
O maior drama: não é publicar, hoje em dia é tão fácil! É vender. E viver dignamente da escrita. Não se vive dignamente da escrita, a não ser por raras exceções ― e muitas delas não são o melhor exemplo de literatura.(...)
Paula Mastroberti, em entrevista, sobre viver de escrever.
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Julio Daio Borges
11/3/2008 à 00h34
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Novo site da Filmes Polvo
(...)um ano de revista, novo visual do site, novo redator, novas sessões, apresentação da edição especial: eis um momento de tal forma especial para nós que, independente de quantas palavras forem ditas(...), não seria minimamente possível transmitir, aqui, nosso estado atual, misto de satisfação plena, espanto, alegria, exaustão, emoção e, sobretudo, de amor.(...)
Rafael Ciccarini, no editorial da Filmes Polvo (você pensou que fosse outra coisa?), que está com novo site (e que, claro, linca pra nós).
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Julio Daio Borges
10/3/2008 à 00h27
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Frases de Mario Quintana
O despertador é um acidente de tráfego do sono.
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O bom da chuva é que parece que não tem fim.
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Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
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O primeiro sinal da incompreensão é o riso; o segundo, a seriedade.
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Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.
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Amar é mudar a alma de casa.
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A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.
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Só o que está perdido é nosso para sempre.
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Quem nunca se contradiz deve estar mentindo.
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Um lugar só é bom quando a gente pode fugir para outro lugar.
Mario Quintana, em Para viver com poesia, que acaba de sair do forno.
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Julio Daio Borges
7/3/2008 à 00h15
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