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Segunda-feira,
24/3/2008
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Redação
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Overdose de feeds
Eu já me senti assim; e você? (Dica do blog do Carlos d'Andréa, que linca pra nós...)
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Julio Daio Borges
24/3/2008 à 00h52
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Rodrigo Capella em turnê
No Brasil, se lê menos de dois livros por ano. Poeta: desista enquanto é tempo. Pare de escrever, pare de ter trabalho, vá para a praia, pegue uma onda, vá transar!(...) Os poucos livros de poemas que chegam às livrarias ficam em estantes empoeiradas, lá no fundo — ou seja, o público não encontra e nunca compra. Então a editora, de saída, já não publica livro de poesia.(...) Às vezes, repenso tudo: será que a literatura vale a pena? Será que vale a pena continuar a publicar? Será???
1. Rodrigo, como um músico, o escritor hoje tem de sair em turnê?
Ler é uma arte e, no Brasil, somente poucas pessoas conseguem fazê-la sem serem motivadas. A grande maioria precisa de constantes estímulos para pegar um livro, virar uma página e alcançar o verdadeiro tesão literário. Uma das maneiras de fazer isso acontecer chama-se... feira literária. Nas feiras o leitor se sente motivado, conversa com o autor, troca experiências e até atinge o orgasmo. Ler é um pouco como sexo: só é bom quando se atinge o orgasmo. Para isso, o leitor precisa de estímulo e esse estimo se dá nas feiras. Portanto, as feiras são muito importantes, eu diria que elas são imprescindíveis. Sem as feiras, não há literatura; sem as feiras, não há estímulo; sem as feiras, não há leitura; sem as feiras, não há escritor. Portanto, quem fala mal das feiras ou está mentindo ou está totalmente engando. Um país não se faz só com livros, mas sim com feiras. O escritor que não participa de feiras não é um escritor verdadeiro: ele é fruto de sua imaginação, ele é egoísmo puro. O escritor verdadeiro percorre o Brasil, divulga sua literatura e forma novos leitores. O escritor falso fica acomodado em casa, não faz coisa nenhuma, só fica escrevendo versinhos chatos...
2. Você concorda com o pessoal do Literatura Urgente, que dá aos eventos um peso tão grande quanto dá aos livros?
Plenamente. Ao publicar um livro, o autor passa por tanta burocracia que até dá desgosto. Quando lancei os meus livros, eu realmente me senti incomodado. Eu me perguntava: afinal, é sempre assim? Isso não muda? Tanto é que eu demorei quase dez anos para lançar Enigmas e Passaportes, meu segundo livro. Antes do lançamento, fiz várias reuniões com as editoras e precisei cuidar de alguns detalhes chatos, mas necessários. Participar de feiras é muito mais gostoso. Não existe burocracia. Há, pelo contrário, um sentimento de conquista, de poder conversar cara a cara com o leitor, de ser questionado e até de levar um tapa na cara. Tudo pode acontecer e isso é mágico. O autor pode dar uma autógrafo ou pode levar um murro. Eu repito: só pode se considerar escritor quem participa das feiras.
3. O Saramago tinha razão quando disse que, depois do Nobel, eram tantos os compromissos que ele mal conseguia escrever... — ou você acha que uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra?
É verdade, isso é fogo. Acontece, sim. Eu, por exemplo, tive que adiar a publicação de meus livros Poesia não vende e Rir ou chorar porque estava participando de tantas feiras que não tinha condições de escrever e participar ao mesmo tempo. Optei por privilegiar as feiras e foi a melhor coisa que fiz. O bom escritor tem que dividir seu tempo entre escrever e participar de eventos. Infelizmente, não se pode enviar um sósia... O mundo da literatura é punk, cansativo. O escritor não pode ter vaidade, tem de ser persistente, tem de mostrar que tem valor, tem de ser ousado, agressivo até. Quem for bonzinho demais, não serve!
4. Todo mundo fala das platéias de leitores do Sul, você — que já participou de feiras em Porto Alegre, Curitiba, Joinville e Florianópolis — acredita, também, que é diferente do resto do Brasil?
É totalmente diferente. Sinceramente, o Sul é outro país. Lá, as pessoas valorizam a literatura, gostam realmente de ler e não precisam de motivação adicional. O sulista lê porque ele simplesmente gosta de ler. Em Florianópolis, por exemplo, eu fui o mediador de um debate chamado "Poesia e blog: isso combina?". O pessoal compareceu em peso, faltou até cadeira. Em Porto Alegre, lancei meu livro Poesia não vende. Resultado: fizeram fila para eu autografar. Em Curtiba, eu encontrei o meu amigo Moacyr Scliar, e ele me disse: "Rodrigo, você é um talento!". Percebe? Vale a pena participar das feiras, ainda mais no Sul. Você sempre tem uma boa experiência.
5. Qual a sua expectativa para Minas Gerais (Poços de Caldas e Pouso Alegre)? E em Tocantins, o que será que te aguarda?
No dia 5 de abril, vou lançar o meu livro Poesia não vende em Poços e também vou participar de um debate poético, para falar sobre algumas tendências. Você sabia que, na Europa, muitos editores estão escolhendo os autores a partir dos blogs? E que os poetas têm mais visibilidade? É sobre isso que eu irei falar, discutir com outros poetas e conversar com a platéia. Debate para mim só é bom com a participação da platéia. Uma platéia interativa. E os leitores de poesia são, em geral, mais inteligentes do que os leitores de prosa. Não são leitores acomodados. Em Tocantins, eu vou ministrar uma palestra também sobre poesia. Já em Pouso Alegre, eu vou ministrar a palestra "Blog, poesia e dicas para se publicar um livro"...
6. Pegando o gancho dessa sua palestra, o que você diria para quem tem hoje um blog e quer publicar, depois, um livro?
No Brasil, se lê menos de dois livros por ano. Desista enquanto é tempo. Pare de escrever, pare de ter trabalho, vá para a praia, pegue uma onda, vá transar. Mas, se você realmente gosta de literatura, se você não vive sem ela, se ela é importante pra você, não desista, nunca desista, vá em frente e busque seu espaço. Publicar textos em blog é um bom começo, mas aqui, no Brasil, não é suficiente. Participe de feiras literárias, leia bastante, converse com escritores, incremente seu blog e sempre converse com seus leitores, eles são muito importantes. Um escritor não faz sucesso sem leitores. A equação é simples. Coloque a mão na massa, escreva belos versos e atualize sempre o seu blog.
7. E, pegando carona em outro tema, você precisou afirmar que "poesia não vende" para, em seguida, vendê-la — como é isso?
No Brasil, vende o negativo. Se eu lançasse um livro chamado Poesia vende, nunca iria vender. É aquela velha história: se te entregam um envelope lacrado e falarem: "não leia". O que você vai fazer? Você vai ler! É uma coisa simples que funciona bem. Você estimula o leitor a ler! Mas o livro tem fundamento. Poesia não vende defende que a poesia precisa ser valorizada, que ela tem luz própria e não precisa das outras artes para sobreviver. Atualmente existe quase um complô contra a poesia: se você leva um livro de poemas para uma editora, ela vai te falar o quê? "Poesia não vende". Já virou jargão. Os poucos livros de poemas que chegam às livrarias ficam em estantes empoeiradas, lá no fundo — ou seja, o público não encontra e nunca compra. Então a editora, de saída, não publica livro de poesia... Fecha-se o ciclo.
8. E como tem ido o seu Rir ou Chorar, sobre a vida de Ricardo Pinto e Silva? Tem outros projetos para se lançar, novamente, no terreno do jornalismo (e da biografia)?
O livro tem me surpreendido. Tem vendido muito bem e as resenhas têm sido positivas. O Rubens Ewald Filho, por exemplo, disse que o livro é uma aula de cinema. Os críticos de jornal também elogiaram bastante. Tenho outros projetos nessa área, mas infelizmente não posso divulgar ainda, pois o contrato com a editora me impede... Em breve, meus leitores vão saber, será algo difrente, inovador.
9. Fazendo um balanço dos seus cinco livros, o que dá mais trabalho: escrever, publicar, divulgar ou vender?
Fazer tudo junto é que é o problema. Por isso, eu fico constantemente louco. Às vezes, repenso tudo: será que a literatura vale a pena? Será que vale a pena continuar a publicar? Será? Penso, repenso e continuo em frente. Sim! Escrever, publicar e participar de feiras vale a pena! Eu vivo isso, eu respiro livros, eu sou um escritor que está inserido na literatura e que não pretende sair. Eu tenho um missão: valorizar a poesia, e vou fazer isso pelo resto de minha vida... No meu túmulo, quero que escrevam: quem respira versos, sonha poesia.
10. Uma última mensagem para seus leitores?
As feiras no Brasil ainda estão começando. Ainda tem muita feira para ser criada, tem muito evento literário para acontecer, tem muita coisa para mudar. No Brasil se lê muito pouco, como eu disse, menos de dois livros por ano. Na Colômbia, se lê dois, e na França, sete. Percebeu a disparidade? Ainda tem muito para se fazer aqui? Claro que tem. O Brasil vai ser, em breve, o país da leitura, a leitura vai estar na ponta da língua do povo. Leitura vai ser como Big Brother Brasil. É, eu tenho fé e acredito na mudança. Já está começando...
Para ir além
Rodrigo Capella on-line
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Julio Daio Borges
21/3/2008 às 12h37
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Delicado, vulnerável, sensível
Eu tenho um personagem que se parece comigo, é uma pessoa delicada, vulnerável, sensível, uma pessoa para quem a ginástica é o pior momento da vida, não o melhor. Alguém que não é um modelo masculino "gatorade", gatão, sei lá. Porque eu sou uma pessoa atípica, fui um jovem atípico. Fui pai com 20 anos, com 15 anos meus amigos faziam coisas que eu não fazia, eu ia ao teatro, lia, declamava poemas. Estava muito na contra-corrente do que estavam meus amigos de geração. Achei que, apesar de o livro não falar nada de Rímini, ele poderia ter sido uma pessoa parecida comigo.
Hector Babenco, sobre a escolha de Gael García Bernal, em O Passado.
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Julio Daio Borges
21/3/2008 à 00h07
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Filosofia teen
Na época da faculdade, tivemos uma disciplina chamada Introdução à Filosofia. Eram duas horas de tortura. Ninguém, absolutamente ninguém na turma conseguia entender o que a professora falava. Ela pulava de Platão para Descartes, dele para o taxista da esquina e deste para as eleições presidenciais. Um colega definiu filosofia como tentar encontrar uma pedra de gelo num campo de neve. Essa visão aterradora tem acompanhado muitos jovens ao longo de todos esses anos. A filosofia ou é vista como algo indecifrável, sem qualquer nexo com a realidade, ou é ensinada de maneira totalmente descontextualizada, consistindo apenas em fazer os alunos discutirem determinados assuntos, sem qualquer embasamento.
Assim, qualquer tentativa de trazer a filosofia para o mundo dos jovens deve ser aplaudida. Já houve alguns exemplos notáveis, como o Filosofando (de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins), ou O mundo de Sofia (de Jostein Gaarder), e agora temos mais um exemplo. Trata-se de Filosofia para adolescentes, de Yves Michaud (Escala Educacional, 2007, 134 págs.).
Yves Michaud é filósofo, professor de Filosofia da Universidade de Rouen, ex-diretor da École Nationele de Beaux Arts de Paris. Ele maneja bem o assunto, mas faz abordagem diferente de livros predecessores, como O mundo de Sofia. Em vez de apresentar o assunto através de uma história da filosofia, Michaud prefere dividir o livro em temas de interesse dos jovens. São reflexões filosóficas do tipo "Por que precisamos de amor?", "Será a morte o fim de tudo?", "Somos livres?", "Pode a ciência explicar tudo?".
Cada capítulo inicia com um diálogo entre o autor e um grupo de adolescentes sobre o assunto em questão. É um ponto positivo, já que o volume parece ser direcionado a objetivos didáticos. A mesma discussão que o filósofo estabelece com os jovens pode ser travada em sala de aula, entre professor e alunos.
Para tornar a leitura mais agradável, o texto é entremeado de ilustrações cômicas (de autoria de Manu Boisteau) e de boxes com notas sobre filósofos famosos. O recurso dos boxes permite aprofundar os temas, dando um embasamento sobre o que se está lendo. Espera-se que o leitor fique curioso e decida conhecer melhor o filósofo e suas idéias sobre o tema em reflexão no capítulo.
O livro seria todo excelente, uma ótima introdução para quem está dando os primeiros passos no assunto, não fossem por alguns pequenos detalhes. Não há, por exemplo, nenhuma informação biográfica sobre o autor. Além disso, o volume peca na revisão. Há erros bobos de digitação, como "engrançada" no lugar de "engraçada".
A capa também não parece muito chamativa para um livro que se pretende direcionado aos jovens.
Colocando na balança, os pontos positivos pesam mais que os pontos negativos. Filosofia para adolescentes pode ser uma boa introdução ao mostrar que a reflexão filosófica pode ser usada em assuntos de interesse dos jovens.
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Gian Danton
20/3/2008 às 10h47
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Sóbrio, discreto e cauto
Um poema de verdade é uma coisa rara. Pode-se passar uma vida para escrever um único. Escrever poesia é dificílimo e não tem nada que ver com a atual enxurrada de livros de versos, com desenhos de emoções que, embora possam ser sinceras em quem os compôs, nesses pretensos poemas se revelam falsas ou imitadas. A má poesia afasta dos leitores a boa poesia. Causa confusão e fastio. Cada um de nós que fazemos versos deveria pôr em dúvida o que escrever e ser sóbrio, discreto e cauto.
Alberto da Costa e Silva, no Rascunho (porque eu sempre desconfiei dos falsos poetas de boteco, agora internéticos...)
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Julio Daio Borges
20/3/2008 à 00h01
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Resposta a Ademir Assunção
Caro Julio,
Recebo com frequência seu Digestivo Cultural e já notei, em diversas ocasiões, que você é um crítico das idéias do Movimento Literatura Urgente. Como um jornalista munido de espírito democrático, tenho certeza que é seu caso, talvez fosse interessante ouvir o "outro lado".
Talvez você não saiba mas também sou jornalista. Já fui editor de política na Folha de Londrina, pauteiro da "Ilustrada", repórter e redator do "Caderno 2" do Estado de São Paulo, repórter da Jornal da Tarde, da Revista Veja São Paulo, enfim, de alguns dos grandes jornais de São Paulo e do Brasil. Atualmente sou editor da revista literária Coyote, que talvez você conheça. Além disso, sou poeta, com cinco livros publicados (três de poesia, um de contos e um romance).
Estou completamente convicto da legitimidade das propostas e reivindicações do Movimento Literatura Urgente — embora, no momento, não tenha muito tempo de continuar nessa militância, pois estou envolvido com projetos pessoais.
E se você tiver interesse em conhecer melhor o Movimento, estou a disposição para qualquer esclarecimento. Pode perguntar o que quiser, pois, repito, estou convicto de nossas propostas. Talvez seja interessante levar aos seus leitores a visão do "outro lado", para que eles tirem suas próprias conclusões.
Cordialmente,
Ademir Assunção, por e-mail
* * *
Olá, Ademir, tudo bem?
Bom, antes de começar, vale dizer que, pessoalmente, não tenho nada contra você, nem contra o seu trabalho como jornalista ou, ainda, algo contra a sua obra como escritor... Em mais de cinco anos recebendo livros de editoras, é bem possível que eu já tenha cruzado com alguma produção sua, mas confesso que não me chamou a atenção (senão já teria escrito sobre).
Agradeço o elogio à minha postura democrática e reforço que, justamente por causa dela, talvez minhas opiniões, sobre o Movimento Literatura Urgente (MLU), não sejam as únicas no site; talvez predominantes (em número), mas nunca impostas de minha parte. Todos, no Digestivo, são livres para escrever e, inclusive, temos signatários do Literatura Urgente entre nossos Colaboradores...
Portanto, ainda antes de entrar nas questões específicas do MLU, respondo que os Leitores do Digestivo Cultural têm, sim, a oportunidade de "conhecer o outro lado". Tanto pelo "lado" dos demais Colaboradores do Digestivo (são algumas centenas já; fora os milhares de Comentadores), quanto pelos links dirigidos a vocês, que faço questão de colocar toda vez que menciono ao Literatura Urgente.
Logo, entendo a sua preocupação, mas, além de achar que não ignoramos o "outro lado", me incomoda o fato de vocês, num espírito típico da "Geração 90", perseguirem a unanimidade. O Movimento Literatura Urgente, felizmente, não é unânime, e nem nunca será unânime (pelo bem da democracia, aliás). Assim sendo, penso que tenho o direito de criticar e de tirar as minhas próprias conclusões. Sempre.
Entrando, agora, nas minhas discordâncias, são basicamente três (como já expus, de uma maneira ou de outra, em diversas ocasiões): 1) não acho que escritores, quaisquer, devam ser sustentados/remunerados pelo estado; 2) não acredito que a literatura, como arte, se beneficie desse tipo de procedimento; 3) não sinto que a Geração 90 esteja habilitada, literariamente até, para falar em nome dos escritores do Brasil, nem para dirigir esse tipo de movimento e nem, muito menos, para representar a "classe" de alguma forma.
Não sei se estou disposto a entrar nos pormenores de cada item. É, no caso de 1 e 2, uma questão de convicção. E no caso de 3, uma questão de avaliação — pelo que li da Geração 90, por exemplo. Não espero que escritores brasileiros deixem de ser sustentados/remunerados pelo governo (só por causa do que eu escrevi), nem que a Geração 90 deixe de querer "liderar", digamos assim, os escritores contemporâneos, mas posso expressar sempre a minha discordância. Não posso?
Agradeço a deferência, mas continuo defendendo a minha posição (e a do Digestivo).
Um abraço cordial,
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Julio Daio Borges
19/3/2008 à 00h16
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Carne Viva de Francis (trecho)
"Mas ali, em Saint Germain, Guerra se deixou envolver pelo paradisíaco. Viu um velho deblaterando. Perguntou a um garoto quem era. 'Sartre', respondeu. 'E como fala. Pedimos a ele que fosse breve, e não pára de falar. Marguerite Duras passou por aqui há pouco. Estava uma onça porque não conseguiu placer un mot, ela reclamou, por causa da verborréia de Sartre.' Guerra espiou melhor Sartre, nanico, de terno e gravata, mecha de cabelo caindo sobre a testa [...]. Impossível ouvir. A platéia não parecia prestar muita atenção. Um casal se acariciava ao alcance do cuspe de Sartre, e a moça ajeitou o cabelo do rapaz; ele beijou seu pescoço, esquecidos do mundo."
Paulo Francis, em Carne Viva, romance inédito.
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Julio Daio Borges
18/3/2008 à 00h17
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$0.00: The Future of Busines
The rise of "freeconomics" is being driven by the underlying technologies that power the Web. Just as Moore's law dictates that a unit of processing power halves in price every 18 months, the price of bandwidth and storage is dropping even faster. Which is to say, the trend lines that determine the cost of doing business online all point the same way: to zero.
* * *
In a sense, what the Web represents is the extension of the media business model to industries of all sorts. This is not simply the notion that advertising will pay for everything. There are dozens of ways that media companies make money around free content, from selling information about consumers to brand licensing, "value-added" subscriptions, and direct ecommerce (...). Now an entire ecosystem of Web companies is growing up around the same set of models.
* * *
From Freecycle (free secondhand goods for anyone who will take them away) to Wikipedia, we are discovering that money isn't the only motivator. Altruism has always existed, but the Web gives it a platform where the actions of individuals can have global impact. In a sense, zero-cost distribution has turned sharing into an industry.(...)
Chris "Long Tail" Anderson, anunciando seu novo livro, na Wired
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Julio Daio Borges
17/3/2008 à 00h45
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Processo de Eliminação
As empresas — principalmente as grandes, que atraem mais interessados — estão tentando administrar uma situação que é característica do século XXI: uma enxurrada de currículos para poucas vagas disponíveis. Então, o que um dia foi chamado de "processo de seleção" acabou se transformando em "processo de eliminação".
Ao receber os currículos, as empresas começam eliminando os candidatos que não têm curso superior. Depois, entre os que têm, eliminam os que não se formaram em uma instituição de renome. Em seguida, peneiram os que não possuem MBA ou qualificações adicionais consideradas indispensáveis, como inglês fluente e conhecimentos de informática. Mesmo assim, sobram dezenas de candidatos para uma vaga.
O passo seguinte é partir para a avaliação comportamental. Há casos de "dinâmicas de grupo" que se tornaram folclóricas: entender como, exatamente, carregar um ovo numa colher, escolher a frase que constará em sua lápide, ou decidir que bicho gostaria de ser, poderá ter qualquer influência no desempenho profissional...
Porém — excessos à parte — a verdade é que um cargo absolutamente normal — caixa de banco, por exemplo — requeria 3 mil horas de estudo, na década de 1970 (o dito "ginasial completo"). Hoje, para a mesma função — e para um salário equivalente ao de 30 anos atrás — são necessárias 11 mil horas. Não porque as empresas decidiram que seria assim, mas porque os postulantes às vagas se mostraram dispostos a aceitá-las, mesmos sabendo que sua escolaridade vai muito além dos pré-requisitos para o desempenho da função.
Em resumo, o funil ficou muito mais estreito. Nunca tivemos tantos jovens tão bem formados, e, proporcionalmente, nunca tivemos tão poucas vagas para jovens bem formados.
Max Gehringer, na Revista da ESPM (porque, desde que me formei, desconfiei disso, mas é a primeira vez que vejo alguém admitir com todas as letras...).
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Julio Daio Borges
14/3/2008 à 00h52
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Cafajeste!
Mulheres que chamam homens de cafajeste. Será que elas pensam que nos importamos? Será que elas pensam estar agredindo?
Nunca ouvi falar de homem que tenha caído em depressão por ser chamado de cafajeste. Ou que teve sua imagem maculada por causa disso. Ao contrário. Basta uma mulher gritar "cafajeste" a um homem para que outras cinco ou seis mulheres se interessem por ele imediatamente.
Alaúza, no seu blog, que linca pra nós.
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Postado por
Julio Daio Borges
13/3/2008 à 00h02
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