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Sexta-feira,
28/3/2008
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Redação
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YouAreBeautiful
YouAreBeautiful, dica da Letícia Nogueira, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
28/3/2008 à 00h59
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I'm not there
Neste fim de semana pretendo ir ao cinema, assistir ao I'm not there (Não estou lá), o filme sobre Bob Dylan que, ao contrário do que o título declara, sempre esteve lá.
Bob Dylan sempre esteve lá e talvez seja necessário esclarecer onde: no centro da cena musical americana, no templo do rock mundial, onde ele é um dos deuses mais reverenciados e também um dos que ergueram esse mesmo templo, fazendo com que o rock deixasse a idiotice infanto-juvenil de seus primeiros berros e assumisse uma maturidade, que não tinha, e que não teria, sem Dylan, Lennon e McCartney, Zappa etc. etc. ― essa turma, que todo mundo sabe.
"Mas Dylan não é propriamente um roqueiro". Bobagem. As nuances da música popular americana são regionais, apenas. Dylan pertence à história do rock, assim como Bach pertence à história da música erudita, sem restrições quanto ao fato de ser barroco rococó, ou clássico, ou pré-romântico.
Então tá: lá está Dylan no filme que usa nada menos do que seis atores para representá-lo. Entre eles, um menino negro e uma mulher. Tudo bem, é a pluralidade. É a diversidade cultural, a marca do nosso tempo. É a tentativa, talvez brilhante, de multifacetar a personalidade de Dylan ― um prato que ele mesmo sempre serviu à mídia, enfiando nela, goela abaixo, colheradas diversificadas de contradições, falso testemunho e sarcasmo.
Quero acreditar nisso, nessa apologia da diversidade, que permite que seis atores, duas raças e os dois gêneros representem um só ícone do rock. Porque não quero a suspeita, rondando sobre minha cabeça, de que estou sendo conduzido apenas pelo politicamente correto, certo?.
A propósito, quero sugerir aos diretores de cinema algumas idéias para filmes biográficos:
― Gisele Bündchen interpretando a Ella Fitzgerald (eu ia adorar, incondicionalmente).
― Will Smith interpretando Hitler (eu ia intensificar bastante meu ódio natural por Hitler).
― Robin Williams interpretando Idi Amin, o ditador africano (eu ia rir demais).
Ok, depois eu conto do filme.
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Guga Schultze
27/3/2008 às 14h31
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Segurando o Tchan
Não tem nada mais escroto do pior que sair de casa pra caminhar às 8 da manhã — pensando na infinidade de coisas que se têm para fazer ao longo do dia — e sentir aqueles olhares maliciosos... Uma coisa é o olhar sexy, sensual, tarado, bagaceiro, podre, sujo, seja-lá-o-que-for, do cara que você quer, outra bem diferente é um Zé Lelé Mané pensar que é o tigrão do pedaço tal e ficar olhando pra você com cara de fome.
Isso me revolta. Homens (estou generalizando, sim, senhor, sim, senhora) não podem ver mulher de saia ou decote. Não sei qual o problema deles com pernas e seios. A menina pode ter as pernas mais feias do bairro, mas todo mundo dá uma olhada pra conferir. Acho uma falta de respeito, me sinto invadida. Um ex dizia que eu tinha que me sentir lisonjeada. É? Por quê? Pode me explicar?
Devo me sentir lisonjeada por não conseguir caminhar pela manhã sem ouvir um "fiu-fiu", ô gostosa, "nossa que saúde", ô lá em casa, tudo isso é teu? Tudo isso é meu, sim, e eu empresto pra quem eu quiser. Não é qualquer mané que tem o direito de ficar tecendo comentários engraçadinhos. Vocês pensam que é bonito isso? Acham que é excitante? Que eleva a auto-estima? Que faz bem para o ego? Que nos sentimos valorizadas? Sinceramente(...)
Clarissa Corrêa, no seu blog, lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
27/3/2008 à 00h36
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Confiabilidade
Meu sábio pai, questionado sobre o futuro dos jornalistas e a rivalidade destes com os blogueiros, respondeu que tudo dependia da confiabilidade do escritor.
Na hora me caiu a ficha. A questão realmente importante, não é se teremos mais blogueiros do que jornalistas no futuro, mas sim a seriedade do escritor e a credibilidade das informações passadas.
Bem ou mal, jornais e revistas consagrados vendem informações "confiáveis", mesmo que distorcidas pelos seus editores. As pessoas querem afirmar em uma conversa, sem terem dúvidas, se o tópico abordado é verdadeiro ou não.
Nada como poder dizer em meio a uma discussão: "eu li no Estado", "eu vi na Veja", "o teste da Quatro Rodas confirmou". Da mesma forma vem acontecendo com os blogs.
Quando algum blog fica famoso por divulgar determinada área de conhecimento, ele vira referência. Se é referência, é sério, se é sério, é confiável, se é confiável, você pode citar em uma conversa de bar!
Até porque há um ponto em comum entre o blogueiro e o jornalista, um ponto que dá pesadelo em ambos: a fonte. De onde vem aquela informação? Quem passou sabe, ou inventou?
Passado o primeiro entrave, vamos à segunda parte do artigo, a questão da diversidade que, já adianto, tem tudo a ver com a primeira parte.
Acredito que haverá no futuro muito mais blogueiros do que jornalistas, no sentido que conhecemos hoje ― trabalhando em alguma mídia convencional. Porém, não seria qualquer propagador de informações uma espécie de jornalista?
Portanto, os formadores de opinião, de forma genérica, com certeza se multiplicarão e, considerando a facilidade de se criar um blog, este ramo de atividade aumentará e, naturalmente, se especializará.
Ou seja, teremos muitas opções de blog e eles versarão sobre tantos assuntos, que poucos se interessarão ou mesmo terão tempo de ler o Jornal. Os blogs serão mais profundos que o jornal e mais atualizados (em tempo real). Tanto isto é verdade que os grandes jornais já criaram seus blogs e investem pesado neles.
Isso também porque a informação não pára e as pessoas sugam-na rapidamente. Tempo é dinheiro, tempo é cultura, tempo é a necessidade de tomar decisões da forma mais rápida possível.
Ser ou não ser confiável é a questão essencial do futuro, onde todos estarão sendo jornalistas, de uma maneira ou de outra.
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Daniel Bushatsky
26/3/2008 às 11h11
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Jornalismo é o que interessa
Durante muito tempo alimentei a idéia de criar um blog sobre jornalismo, onde pudesse não só expor minhas opiniões sobre a atividade profissional que escolhi há mais de dez anos, mas também fornecer algumas dicas àqueles que buscam, de alguma maneira, informações relevantes e curiosidades sobre o mercado — sejam profissionais atuantes na área, sejam apenas estudantes.
Aos poucos vou definindo o tipo de conteúdo que pretendo apresentar neste espaço. Embora hoje em dia todo blog que deseje ter algum sucesso entre seus leitores exija o mínimo de planejamento, não quero seguir regras, e sim apresentar o que considerar de mais importante para vocês. Em princípio, dicas e entrevistas com profissionais da área estão na pauta, mas sugestões de temas, entrevistados e dicas de links e eventos, por exemplo, serão sempre muito bem recebidas.
Sejam bem-vindos e boa leitura!
Alexandre Carvalho, apresentando o Tudo em Pauta, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
26/3/2008 à 00h16
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Volto já!
Ainda há livros que quero
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ler.
Ainda há livros que quero
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escrever.
Ainda há tanto para
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viver.
Luís Ene, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
25/3/2008 à 00h00
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Overdose de feeds
Eu já me senti assim; e você? (Dica do blog do Carlos d'Andréa, que linca pra nós...)
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Julio Daio Borges
24/3/2008 à 00h52
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Rodrigo Capella em turnê
No Brasil, se lê menos de dois livros por ano. Poeta: desista enquanto é tempo. Pare de escrever, pare de ter trabalho, vá para a praia, pegue uma onda, vá transar!(...) Os poucos livros de poemas que chegam às livrarias ficam em estantes empoeiradas, lá no fundo — ou seja, o público não encontra e nunca compra. Então a editora, de saída, já não publica livro de poesia.(...) Às vezes, repenso tudo: será que a literatura vale a pena? Será que vale a pena continuar a publicar? Será???
1. Rodrigo, como um músico, o escritor hoje tem de sair em turnê?
Ler é uma arte e, no Brasil, somente poucas pessoas conseguem fazê-la sem serem motivadas. A grande maioria precisa de constantes estímulos para pegar um livro, virar uma página e alcançar o verdadeiro tesão literário. Uma das maneiras de fazer isso acontecer chama-se... feira literária. Nas feiras o leitor se sente motivado, conversa com o autor, troca experiências e até atinge o orgasmo. Ler é um pouco como sexo: só é bom quando se atinge o orgasmo. Para isso, o leitor precisa de estímulo e esse estimo se dá nas feiras. Portanto, as feiras são muito importantes, eu diria que elas são imprescindíveis. Sem as feiras, não há literatura; sem as feiras, não há estímulo; sem as feiras, não há leitura; sem as feiras, não há escritor. Portanto, quem fala mal das feiras ou está mentindo ou está totalmente engando. Um país não se faz só com livros, mas sim com feiras. O escritor que não participa de feiras não é um escritor verdadeiro: ele é fruto de sua imaginação, ele é egoísmo puro. O escritor verdadeiro percorre o Brasil, divulga sua literatura e forma novos leitores. O escritor falso fica acomodado em casa, não faz coisa nenhuma, só fica escrevendo versinhos chatos...
2. Você concorda com o pessoal do Literatura Urgente, que dá aos eventos um peso tão grande quanto dá aos livros?
Plenamente. Ao publicar um livro, o autor passa por tanta burocracia que até dá desgosto. Quando lancei os meus livros, eu realmente me senti incomodado. Eu me perguntava: afinal, é sempre assim? Isso não muda? Tanto é que eu demorei quase dez anos para lançar Enigmas e Passaportes, meu segundo livro. Antes do lançamento, fiz várias reuniões com as editoras e precisei cuidar de alguns detalhes chatos, mas necessários. Participar de feiras é muito mais gostoso. Não existe burocracia. Há, pelo contrário, um sentimento de conquista, de poder conversar cara a cara com o leitor, de ser questionado e até de levar um tapa na cara. Tudo pode acontecer e isso é mágico. O autor pode dar uma autógrafo ou pode levar um murro. Eu repito: só pode se considerar escritor quem participa das feiras.
3. O Saramago tinha razão quando disse que, depois do Nobel, eram tantos os compromissos que ele mal conseguia escrever... — ou você acha que uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra?
É verdade, isso é fogo. Acontece, sim. Eu, por exemplo, tive que adiar a publicação de meus livros Poesia não vende e Rir ou chorar porque estava participando de tantas feiras que não tinha condições de escrever e participar ao mesmo tempo. Optei por privilegiar as feiras e foi a melhor coisa que fiz. O bom escritor tem que dividir seu tempo entre escrever e participar de eventos. Infelizmente, não se pode enviar um sósia... O mundo da literatura é punk, cansativo. O escritor não pode ter vaidade, tem de ser persistente, tem de mostrar que tem valor, tem de ser ousado, agressivo até. Quem for bonzinho demais, não serve!
4. Todo mundo fala das platéias de leitores do Sul, você — que já participou de feiras em Porto Alegre, Curitiba, Joinville e Florianópolis — acredita, também, que é diferente do resto do Brasil?
É totalmente diferente. Sinceramente, o Sul é outro país. Lá, as pessoas valorizam a literatura, gostam realmente de ler e não precisam de motivação adicional. O sulista lê porque ele simplesmente gosta de ler. Em Florianópolis, por exemplo, eu fui o mediador de um debate chamado "Poesia e blog: isso combina?". O pessoal compareceu em peso, faltou até cadeira. Em Porto Alegre, lancei meu livro Poesia não vende. Resultado: fizeram fila para eu autografar. Em Curtiba, eu encontrei o meu amigo Moacyr Scliar, e ele me disse: "Rodrigo, você é um talento!". Percebe? Vale a pena participar das feiras, ainda mais no Sul. Você sempre tem uma boa experiência.
5. Qual a sua expectativa para Minas Gerais (Poços de Caldas e Pouso Alegre)? E em Tocantins, o que será que te aguarda?
No dia 5 de abril, vou lançar o meu livro Poesia não vende em Poços e também vou participar de um debate poético, para falar sobre algumas tendências. Você sabia que, na Europa, muitos editores estão escolhendo os autores a partir dos blogs? E que os poetas têm mais visibilidade? É sobre isso que eu irei falar, discutir com outros poetas e conversar com a platéia. Debate para mim só é bom com a participação da platéia. Uma platéia interativa. E os leitores de poesia são, em geral, mais inteligentes do que os leitores de prosa. Não são leitores acomodados. Em Tocantins, eu vou ministrar uma palestra também sobre poesia. Já em Pouso Alegre, eu vou ministrar a palestra "Blog, poesia e dicas para se publicar um livro"...
6. Pegando o gancho dessa sua palestra, o que você diria para quem tem hoje um blog e quer publicar, depois, um livro?
No Brasil, se lê menos de dois livros por ano. Desista enquanto é tempo. Pare de escrever, pare de ter trabalho, vá para a praia, pegue uma onda, vá transar. Mas, se você realmente gosta de literatura, se você não vive sem ela, se ela é importante pra você, não desista, nunca desista, vá em frente e busque seu espaço. Publicar textos em blog é um bom começo, mas aqui, no Brasil, não é suficiente. Participe de feiras literárias, leia bastante, converse com escritores, incremente seu blog e sempre converse com seus leitores, eles são muito importantes. Um escritor não faz sucesso sem leitores. A equação é simples. Coloque a mão na massa, escreva belos versos e atualize sempre o seu blog.
7. E, pegando carona em outro tema, você precisou afirmar que "poesia não vende" para, em seguida, vendê-la — como é isso?
No Brasil, vende o negativo. Se eu lançasse um livro chamado Poesia vende, nunca iria vender. É aquela velha história: se te entregam um envelope lacrado e falarem: "não leia". O que você vai fazer? Você vai ler! É uma coisa simples que funciona bem. Você estimula o leitor a ler! Mas o livro tem fundamento. Poesia não vende defende que a poesia precisa ser valorizada, que ela tem luz própria e não precisa das outras artes para sobreviver. Atualmente existe quase um complô contra a poesia: se você leva um livro de poemas para uma editora, ela vai te falar o quê? "Poesia não vende". Já virou jargão. Os poucos livros de poemas que chegam às livrarias ficam em estantes empoeiradas, lá no fundo — ou seja, o público não encontra e nunca compra. Então a editora, de saída, não publica livro de poesia... Fecha-se o ciclo.
8. E como tem ido o seu Rir ou Chorar, sobre a vida de Ricardo Pinto e Silva? Tem outros projetos para se lançar, novamente, no terreno do jornalismo (e da biografia)?
O livro tem me surpreendido. Tem vendido muito bem e as resenhas têm sido positivas. O Rubens Ewald Filho, por exemplo, disse que o livro é uma aula de cinema. Os críticos de jornal também elogiaram bastante. Tenho outros projetos nessa área, mas infelizmente não posso divulgar ainda, pois o contrato com a editora me impede... Em breve, meus leitores vão saber, será algo difrente, inovador.
9. Fazendo um balanço dos seus cinco livros, o que dá mais trabalho: escrever, publicar, divulgar ou vender?
Fazer tudo junto é que é o problema. Por isso, eu fico constantemente louco. Às vezes, repenso tudo: será que a literatura vale a pena? Será que vale a pena continuar a publicar? Será? Penso, repenso e continuo em frente. Sim! Escrever, publicar e participar de feiras vale a pena! Eu vivo isso, eu respiro livros, eu sou um escritor que está inserido na literatura e que não pretende sair. Eu tenho um missão: valorizar a poesia, e vou fazer isso pelo resto de minha vida... No meu túmulo, quero que escrevam: quem respira versos, sonha poesia.
10. Uma última mensagem para seus leitores?
As feiras no Brasil ainda estão começando. Ainda tem muita feira para ser criada, tem muito evento literário para acontecer, tem muita coisa para mudar. No Brasil se lê muito pouco, como eu disse, menos de dois livros por ano. Na Colômbia, se lê dois, e na França, sete. Percebeu a disparidade? Ainda tem muito para se fazer aqui? Claro que tem. O Brasil vai ser, em breve, o país da leitura, a leitura vai estar na ponta da língua do povo. Leitura vai ser como Big Brother Brasil. É, eu tenho fé e acredito na mudança. Já está começando...
Para ir além
Rodrigo Capella on-line
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Julio Daio Borges
21/3/2008 às 12h37
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Delicado, vulnerável, sensível
Eu tenho um personagem que se parece comigo, é uma pessoa delicada, vulnerável, sensível, uma pessoa para quem a ginástica é o pior momento da vida, não o melhor. Alguém que não é um modelo masculino "gatorade", gatão, sei lá. Porque eu sou uma pessoa atípica, fui um jovem atípico. Fui pai com 20 anos, com 15 anos meus amigos faziam coisas que eu não fazia, eu ia ao teatro, lia, declamava poemas. Estava muito na contra-corrente do que estavam meus amigos de geração. Achei que, apesar de o livro não falar nada de Rímini, ele poderia ter sido uma pessoa parecida comigo.
Hector Babenco, sobre a escolha de Gael García Bernal, em O Passado.
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Postado por
Julio Daio Borges
21/3/2008 à 00h07
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Filosofia teen
Na época da faculdade, tivemos uma disciplina chamada Introdução à Filosofia. Eram duas horas de tortura. Ninguém, absolutamente ninguém na turma conseguia entender o que a professora falava. Ela pulava de Platão para Descartes, dele para o taxista da esquina e deste para as eleições presidenciais. Um colega definiu filosofia como tentar encontrar uma pedra de gelo num campo de neve. Essa visão aterradora tem acompanhado muitos jovens ao longo de todos esses anos. A filosofia ou é vista como algo indecifrável, sem qualquer nexo com a realidade, ou é ensinada de maneira totalmente descontextualizada, consistindo apenas em fazer os alunos discutirem determinados assuntos, sem qualquer embasamento.
Assim, qualquer tentativa de trazer a filosofia para o mundo dos jovens deve ser aplaudida. Já houve alguns exemplos notáveis, como o Filosofando (de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins), ou O mundo de Sofia (de Jostein Gaarder), e agora temos mais um exemplo. Trata-se de Filosofia para adolescentes, de Yves Michaud (Escala Educacional, 2007, 134 págs.).
Yves Michaud é filósofo, professor de Filosofia da Universidade de Rouen, ex-diretor da École Nationele de Beaux Arts de Paris. Ele maneja bem o assunto, mas faz abordagem diferente de livros predecessores, como O mundo de Sofia. Em vez de apresentar o assunto através de uma história da filosofia, Michaud prefere dividir o livro em temas de interesse dos jovens. São reflexões filosóficas do tipo "Por que precisamos de amor?", "Será a morte o fim de tudo?", "Somos livres?", "Pode a ciência explicar tudo?".
Cada capítulo inicia com um diálogo entre o autor e um grupo de adolescentes sobre o assunto em questão. É um ponto positivo, já que o volume parece ser direcionado a objetivos didáticos. A mesma discussão que o filósofo estabelece com os jovens pode ser travada em sala de aula, entre professor e alunos.
Para tornar a leitura mais agradável, o texto é entremeado de ilustrações cômicas (de autoria de Manu Boisteau) e de boxes com notas sobre filósofos famosos. O recurso dos boxes permite aprofundar os temas, dando um embasamento sobre o que se está lendo. Espera-se que o leitor fique curioso e decida conhecer melhor o filósofo e suas idéias sobre o tema em reflexão no capítulo.
O livro seria todo excelente, uma ótima introdução para quem está dando os primeiros passos no assunto, não fossem por alguns pequenos detalhes. Não há, por exemplo, nenhuma informação biográfica sobre o autor. Além disso, o volume peca na revisão. Há erros bobos de digitação, como "engrançada" no lugar de "engraçada".
A capa também não parece muito chamativa para um livro que se pretende direcionado aos jovens.
Colocando na balança, os pontos positivos pesam mais que os pontos negativos. Filosofia para adolescentes pode ser uma boa introdução ao mostrar que a reflexão filosófica pode ser usada em assuntos de interesse dos jovens.
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Postado por
Gian Danton
20/3/2008 às 10h47
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