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Terça-feira,
5/11/2002
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Redação
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SegPlay
SegPlay is the neatest way to play with Photographs on the Web.
We've taken our Segmation Technology and come up with a fun and interactive experience to allow to you color in images, without lifting a paint brush or crayon. You'll see the amazing detail and beauty that we've revealed in these pictures. No artistic skill or technical ability is needed here. Of course, we've included a "beat the clock" coloring mode, for those of you who like to be challenged!
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Postado por
Julio Daio Borges
5/11/2002 às 13h16
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Blogwise
Blogwise is a new site bringing you a collection of categorised blogs from around the world. Whatever your taste, interest and culture - there's bound to be a blog out there written by a person just like you. If not, then why not start one yourself!
Blogwise was started to let people find interesting, relevant blogs quickly and easily. Blogwise was launched October 2002 in a quiet, darkened room in Southern England by a twenty year old called Sven.
Although the site is in very early stages at the moment, I released it as is because in its infant form it already provides a useable and hopefully useful directory of weblogs. Future developments will include a search facililty of both keywords and the sites themselves. There are a number of other ideas I have in the pipelines, but I'm not going to reveal them until I'm sure I can get them working!
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Postado por
Julio Daio Borges
5/11/2002 às 13h05
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PFP
O PT é o Partido do Funcionalismo Público. Por esse motivo, é natural que a estratégia do novo governo seja burocratizar ao máximo. Na área de cultura, promete-se criar uma infinidade de novos órgãos, dotados de siglas sugestivas como SNPC, ou PNIC, ou PNC, ou INRC.
Os signatários do programa lulista se queixam de que FHC destinou poucos recursos à cultura. É curioso notar, porém, que quase todos eles sobreviveram nos últimos anos graças à benevolência do Estado, recebendo salários do Estado, ensinando em universidades do Estado, produzindo obras subsidiadas pelo Estado.
O igualitarismo do novo governo embaralha alta cultura e baixa cultura. E difunde a idéia demagógica de que todos os brasileiros possuem talento artístico, embora muitos se encontrem escondidos por causa do nosso "apartheid cultural". Não sei se o Brasil realmente tem tantos artistas escondidos. Sei que tem muitos que poderiam se esconder.
Diogo Mainardi em "O Brasil do Zé Carioca", hoje em Veja
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Julio Daio Borges
3/11/2002 às 15h27
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28 anos
"Desânimo, depressão ou medo por causas um tanto inconscientes. Dificuldades de relação com a família, principalmente com o pai. Chatice, resmunguice, seriedade excessiva.
"Se você tem por volta dos 28 anos de idade, assim como eu, deve estar passando por algo similar. É o que os astrólogos chamam de 'Retorno de Saturno'. A cada 7 anos o planeta saturno completa um quarto de órbita ao redor do sol, ou seja, Saturno completa o seu ciclo em mais ou menos 28 anos, e nos influencia de forma contundente de 7 em 7 anos, a partir da data do nosso nascimento."
Não fui eu que disse, foi o Hiro. (Se você quiser saber mais, clique aqui. Agora, se você quiser saber mais ainda, então clique aqui.)
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Julio Daio Borges
2/11/2002 às 17h48
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Devagar com o andor
João Mellão, hoje, no Estadão, acaba com o mito de que Lula é "o primeiro presidente brasileiro que veio de baixo" - repetido, ininterruptamente, da Veja à Folha. Lula é, na verdade, talvez o homem mais ignorante que o Brasil já elegeu como Presidente. É preciso esclarecer: pobreza não é sinônimo de falta de instrução. Lula deixou de ser pobre faz tempo. E, que me conste, até hoje não se dedica apropriadamente nem ao estudo da Gramática nem ao de princípios econômicos. Ou não teria dito, no Jornal Nacional, que "o mercado também tem coração", ou coisa parecida. É mesmo com isso que ele está contando?
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Eduardo Carvalho
1/11/2002 às 15h22
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Alguma poesia
"Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco."
Poema de sete faces
"Eu também já tive meu ritmo
Fazia isto, dizia aquilo.
E meus amigos me queriam,
meus inimigos me odiavam.
Eu irônico deslizava
satisfeito de ter meu ritmo.
Mas acabei confundindo tudo.
Hoje não deslizo mais não,
não sou irônico mais não,
não tenho ritmo mais não."
Também já fui brasileiro
"É preciso fazer um poema sobre a Bahia...
Mas eu nunca fui lá."
Lanterna mágica
"Eu não vi o mar.
Não sei se o mar é bonito,
não sei se ele é bravo.
O mar não me importa."
Lagoa
"Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas."
No meio do caminho
"Eta vida besta, meu Deus."
Cidadezinha qualquer
Carlos Drummond de Andrade, quando tinha 28 anos e publicou Alguma poesia.
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Julio Daio Borges
31/10/2002 às 12h24
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Carlos Drummond de Andrade
Se você lê Carlos Drummond de Andrade para encontrar esperança, desista. Afinal, ele é autor do Soneto da Perdida Esperança: "Perdi o bonde e a esperança./ Volto pálido para casa." E dos seguintes versos de Mãos Dadas: "Estou preso à vida e olho meus companheiros./ Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças./ Entre eles, considero a enorme realidade." E definiu assim o seu ofício com as palavras: "Luto corpo a corpo,/ luto todo o tempo,/ sem maior proveito/ que o da caça ao vento." E em seu livro mais "social", A Rosa do Povo, abriu um poema com o imperativo: "Não faças versos sobre acontecimentos." E confessou seu desdém pela oferta de romper com a Máquina do Mundo, "enquanto eu, avaliando o que perdera,/ seguia vagaroso, de mãos pensas". E no final da vida apelou a seus "dessemelhantes" que lhe pediam louvas: "Minha só leitura é ler o chão."
Não há como tirar da poesia de Drummond essa hegemonia do desencanto, essa recusa ao escapismo. Não é por outro motivo a presença constante do advérbio "apenas" em toda sua poesia. "A vida apenas, sem mistificação." "Apenas o vivo, o pequenino, calado, indiferente/ e solitário vivo." Ninguém melhor do que o próprio Drummond descreveu sua obra, no célebre Poema-Orelha: "Não me leias se buscas/ flamante novidade/ ou sopro de Camões./ Aquilo que revelo/ e o mais que segue oculto/ em vítreos alçapões/ são notícias humanas/ simples estar-no-mundo,/ e brincos de palavra,/ um não-estar-estando." Os versos finais são quase como um lema: "a poesia mais rica/ é um sinal de menos." Sua poesia está concentrada em "cuidados terrenos", não em pensamentos transcendentais; em ler sua sombra no chão, sombra ao mesmo tempo intransferivelmente sua e, por sua fisionomia vaga e simples, um pouco a sombra de todos nós, que no entanto não encontraremos abrigo ali.
Três poemas são particularmente exemplares desse modo peculiar de resistência: O Lutador, O Elefante e Áporo. No primeiro, o poeta diz lutar, "lúcido e frio", com palavras que lhe dêem o sustento; a luta é vã, inútil, mas prossegue por sua própria força inerente, pela mera realidade do ardor humano. No segundo, ele fiz fabricar um elefante "de meus poucos recursos", um ser feito de papel e cola que, apesar de frágil, alude a um "mundo mais poético" e, no entanto, cai, "e todo seu conteúdo/ de perdão, de carícia/, de pluma, de algodão/ jorra sobre o tapete,/ qual mito desmontado"; mas o poeta acrescenta: "Amanhã recomeço." E em Áporo, o mais discutido de seus poemas, um inseto perfura a terra "sem achar escape" e, do labirinto que constrói, "antieuclidiana", se desprende uma orquídea; mas, como diz o título, essa orquídea não significa uma saída: ela é apenas um instantâneo feliz, um subproduto de uma tarefa que ela mesma não consegue desempenhar. A promessa não é menos bela por ser promessa, mas não há delírio humano que possa convertê-la em motor do mundo.
Daniel Piza, sobre Drummond, ontem no Estadão. (Há também todo um especial sobre o centenário do poeta.)
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Julio Daio Borges
31/10/2002 às 11h59
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Everybody Loves Riemann
"Preciso recuperar o meu estado criativo. [...] Ontem terminei de ler o livro sobre Nietzsche, hoje já comecei a ler Musashi. Estou me sentindo muito melhor desde que voltei a ler e recomecei o Aikidô, mas preciso disciplinar os meus horários [...] Hoje pretendo estudar um capítulo inteiro de Equações Diferenciais Parciais (o capítulo 6 do livro da Valéria Iório, com todos os exercícios), resumir a teoria do capítulo 7 (convergência das séries de Fourier) e, mais tarde, começar a estudar Teoria de Galois.
"Ontem aprendemos sobre os problemas clássicos da antigüidade, ou seja, a duplicação do cubo, quadratura do círculo e trissecção do ângulo. Na semana que vem, não teremos aula por conta do feriado e da Bienal da Sociedade Brasileira de Matemática [...] Para evitar surpresas desagradáveis, prefiro começar hoje a estudar.
"Com todos os avanços que temos feito no campo da Neurociência (não só biologicamente, mas também em teoria da computação, redes neurais, inteligência artificial, etc.), ainda não sabemos com precisão o que é consciência. O filósofo John Searle explora essas questões em seu livro Mente, Cérebro e Ciência. Talvez num futuro próximo consigamos desvendar a estrutura dos processos mentais, e talvez possamos manipulá-los mecanicamente. [...]
"Mas é uma ficção assim como o eram as viagens espaciais na época de Julio Verne [...] A questão que levanto é: se algum dia pudermos inventar máquinas que sejam capazes de introduzir no cérebro de uma só vez o conteúdo de livros e mais livros, que conseqüências isso trará para a estrutura da sociedade? Contemplem o momento atual: alcançamos um certo patamar de desenvolvimento ciéntífico e tecnológico, porém em muitos outros aspectos ainda estamos quase na Idade Média. Criamos um ambiente tecnicamente 'evoluído', mas ainda seguimos ídolos, adoramos falsos deuses, alimentamos superstições.
"Certa vez, conversando com o meu professor de violão clássico, chegamos ao tema da evolução do nosso instrumento. Enquanto o violino passou a utilizar cordas de aço e os outros instrumentos ganharam mais potência, levando a música das saletas intimistas de recitais às grandes salas de concertos, o violão ficou estagnado. Estamos em pleno século XXI e o violão de hoje, exceto algumas 'experiências' de certos luthiers 'malucos' [...], ainda está quase igual ao que era nos tempos de Torres. O violão ainda é um instrumento intimista. Apesar de termos estudos e mais estudos sobre acústica e propriedades dos materiais, apesar de tudo o que desenvolvemos em teoria musical e técnica do instrumento, ainda estamos tocando artefatos do século XIX.
"A nossa sociedade 'comporta-se' mais ou menos como o violão. O tempo escoa, solene e indiferente, o conhecimento humano avança a cada dia, porém o nosso [lado] 'psicológico' insiste em se prender a conceitos tribais e a crendices místicas. Não condeno a natureza antropologicamente religiosa do ser humano, mas procuro trazer à luz da reflexão o fato de que insistimos em nos proteger atrás de mitos, desejamos o calor aconchegante da caverna. Apesar disso acontecer com a espécie humana como um todo [...], é característica das sociedades menos evoluídas a insistência em remar contra a corrente, numa tentativa suicida de retorno ao Feudalismo. A falta de rigor no pensamento leva as pessoas a se resguardarem embaixo das saias de ideologias caducas, aumentando assim a bola de neve da mentira e da corrupção. Será que de fato evoluímos?"
Claudio Andrés Téllez capitaneando o Everybody Loves Riemann
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Julio Daio Borges
31/10/2002 às 11h43
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Centro o quê?
O jornal francês Le Monde diz que Serra é de centro-esquerda. Para a revista inglesa The Economist, porém, ele é de centro-direita. O Le Monde, por acaso, acabou de relançar no Brasil uma versão em português do Le Monde Diplomatique, que servirá de defesa às políticas adotadas por Lula. A The Economist, que não defende nem se assusta com Lula, é a melhor revista de notícias do mundo, com uma cobertura, até onde é possível, profunda e completa. Mas a Economist, neste caso, está errada: Serra é evidentemente de centro-esquerda. Era, quer dizer.
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Eduardo Carvalho
30/10/2002 às 11h31
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Não existe carta de amor
Não existe carta de amor. Essa é apenas mais uma invenção desastrada de um poeta incompreendido - como, na verdade, quase todos os poetas são. O simples fato de se tentar escrever uma seqüência de frases bonitas e carinhosas já é originalmente falso. O amor, se existe, transparece com naturalidade, em um estilo suave e sincero. Cartas de amor, não importa quem diga o contrário, são sempre ridículas. Mas há algo ainda mais ridículo do que isso: escrever uma se defendendo, e, pior, citando Fernando Pessoa. A pretensão de exprimir com precisão um sentimento incompreensível é quase tão abominável quanto a intenção de simula-lo. Carta é carta. Só o portador de um coração composto exclusivamente por uma mistura nojenta de carne, sangue e músculo consegue elaborar uma missiva catalogada - ou seja, só quem não tem coração escreve o que, para explicar, chama de carta de amor. A quem, ao contrário, realmente respeita o que sente, distribuir elogios e revelar intimidades não é tão fácil assim. E toda carta é de - ou com - amor.
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Postado por
Eduardo Carvalho
30/10/2002 à 01h00
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