Eu não entendo um monte de coisas desta minha vida besta, mas pelo menos dou umas boas risadas de mim mesmo. Um dos traços do meu eu — que ainda não consegui explicar — é o meu estranho gosto por fracassados. Sim, adoro ver o quanto o ser humano pode ser desgraçadamente patético. Quanto mais ridículo, mais derrotado, mais humilhante, melhor.[...]
O fato é que a internet, meus caros, fornece um vasto material, se quisermos nos deliciar com o derrotismo e as lamúrias alheias. Antes de inventarem a internet banda larga, era preciso conviver com esses fracassados pessoalmente, para experimentar o prazer da derrota do outro. Agora, não. Como a pizza e esfirra delivery do Habib's, você pode encomendar boas risadas com apenas um clique — tudo muito rápido, limpo, seguro e, acima de tudo, bem menos desgastante.
O prazer sentido com a falta de bom senso das pessoas é algo que não se explica racionalmente, talvez. Mas, sem dúvida, não sou o único a tê-lo. Basta ver o sucesso que fazem sites como o Pérolas do Orkut. Aliás, o orkut é por assim dizer a minha perdição: é quase impossível não achar diariamente um profile lamentável, uma "fotinha" deprimente, um comentário boçal em alguma comunidade. Há também os fotologs.[...]
E atenção: isto não é um texto direcionado a alguém especificamente. Na verdade, este post é uma espécie de ode a todos vocês, fracassados-que-me-fazem-tão-feliz! Sim, é bom explicar, porque fracassados adoram: 1) achar que qualquer post ou comentário do mundo foi direcionado a eles (síndrome de perseguição, diriam os psicólogos da nossa querida Estácio de Sá...); 2) dar respostas via profiles de orkut, fotologs, blogs...
Comecei a escrever meu livro, deixei meus bens para trás, mudei de país, abandonei os rancores, amei minha família, chutei o saco da mesmice, ousei comer uma caixa de bombons, evitei cerveja e preferi Wyborowa, falei mal do meu vizinho com meu melhor amigo, fumei um maço de cigarro em uma semana, cuspi na cara do ladrão, convidei os amigos para me despedir, olhei com cara de desprezo, calei minhas falas aos que não as merecem, escrevi sobre o amor e sobre a esperança, sujei meu rosto de terra vermelha, esbravejei com o ar para evitar o sangue, quebrei meu celular para não gastar energias inválidas, criei um site, uni pessoas, acabei com a territorialidade, fui capa de revista e esqueci de comprar um exemplar, desprezei salários, cortaram meu telefone, beijei sem contar, transei por transar, gozei com o amor, rasguei meu diploma, abracei Drummond, fui vencido por Dostoiévski e me lembrei de Foucault, esperei a lua dormir nos versos de Quintana, fechei os olhos e amanheceu. E ainda me chamaram de bobo?
Rodrigo Saturnino, no seu blog, que linca pra nós.
Somos dois paulistanos, recém chegados à idade balzaquiana, e com bastante coisa em comum. Obviamente com muitas diferenças e uma vasta gama de divergências também. Porém, o que nos leva a produzir juntos neste espaço, como não poderia deixar de ser, são as similaridades de interesses, cada um com sua ótica peculiar e estilo próprio de manifestar suas opiniões e emoções. Enfim, queremos aqui expor idéias, impressões, sentimentos, sentidos, opiniões, gostos, desgostos, discussões, causos, casos, textos, sons e tudo o mais que julgarmos pertinente, e o que julgarmos pertinentemente impertinente. Parece algo muito aberto, e realmente é, e é essa a intenção, pelo menos a inicial. O que procuramos aqui é uma ótica própria e não uma temática própria.
Encontrei com ela há muitos anos, quando ainda era a esposa do governador do Arkansas. Provavelmente foi em 84. Era imensamente inteligente ― acabei sentando próximo a ela em um jantar ― e nós tivemos uma boa conversa. Estava impressionado com quão brilhante ela era, quão aberta, e que mente refinada ela tinha...
Agora não é tão interessante. Hoje é uma política. É muito cautelosa. Seus livros são entediantes. O que é aquilo, It takes a village... cheio de clichês. Da maneira que Maggie Thatcher era cheia de clichês.
Você diz o que é útil para se dizer, não o que você acredita. Você nunca fala de coração. Hillary está sempre policiando sua língua estes dias. Totalmente desconfortável, exatamente do jeito que um político medíocre, eficaz, supervisiona sua lábia...
Merlin Mann is an independent writer, broadcaster, and speaker who is best known as the creator of 43Folders.com, a Technorati Top 100 blog that attracts over 8,000,000 page views a year.
Merlin's fresh and engaging take on personal productivity and the challenges of modern knowledge work has made him the best-known and most trusted voice in the field of what's come to be called "life hacks."
His practical and encouraging advice has helped thousands of professionals to regain their time and attention ― to make better decisions, both in the moment and at a strategic level.
Apresentação de Merlin Mann, no 43 Folders, porque "life hacking", eu descobri, é quase tudo na vida...
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante.
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança duma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira, no Casmurro, um blog que eu acabei de descobrir.