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Segunda-feira,
11/11/2002
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Redação
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50 anos de Mad
Pouco antes de morrer, em 1957, o senador Joe McCarthy, mentor e comandante-supremo da caça às bruxas que em sua homenagem batizaram de macarthismo, levou até os inquisidores do Comitê de Investigações de Atividades Antiamericanas uma estranha figura, de semblante adolescente e apalermado. Ruivo, sardento, orelhas de abano e uma vistosa frincha nos dentes da frente, ao ouvir a indefectível pergunta do Comitê ("O sr. é ou já foi membro do Partido Comunista?"), abriu ainda mais o seu sorriso zombeteiro e comentou: "What, me worry?"
Em pleno festejo dos seus bem vividos 50 anos, a revista Mad ficou sabendo que, durante 14 anos, o FBI a manteve sob estrita vigilância, enchendo pastas e mais pastas de observações sobre suas "atitudes subversivas". O Dossiê Mad, revelado há duas semanas, não chega a ser uma grande surpresa para quem conhece o histórico do FBI enquanto à sua frente esteve o autoritário, hidrófobo e paranóico J. Edgar Hoover. Por desconfiar de tudo e todos, Hoover pôs seus investigadores na cola de uma infinidade de pessoas e instituições. "Aqui em Hollywood, só a Lassie e o Mickey nunca foram espionados por agentes federais", debochou Groucho Marx, num programa de TV, três anos antes do suicídio da atriz Jean Seberg, talvez a mais trágica vítima das torpezas que vez por outra o FBI assacava contra os seus desafetos.
Em respeito ao cinqüentenário da revista, esqueçamos as bobagens do FBI e relembremos sua gloriosa trajetória. Ou, pelo menos, o início de sua gesta.
Sérgio Augusto em "Presente pelos 50 anos de 'Mad' é dossiê do FBI"
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Julio Daio Borges
11/11/2002 às 14h07
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Colin Wilson (1931 - ...)
Colin Wilson se tornou muito conhecido nás décadas de cinquenta, sessenta e setenta, e depois foi mais ou menos esquecido. É uma pena - Wilson foi um dos poucos filósofos (sim, filósofos - do tipo leigo, não-acadêmico, vagamente maluco, e muito legível) interessado no problema da felicidade e do Super-Homem de Nietzsche. Influenciado pelo psicólogo Abraham Maslow, escreveu sobre as chamadas "peak experiences" ("experiências de pico", numa tradução abrutalhada) - aqueles momentos de felicidade em que sentimos que temos energia de sobra para resolver todos os problemas da vida. Maslow chegou à conclusão de que pessoas saudáveis são caracterizadas por um grande número de "peak experiences" - e que quanto mais pensamos nelas, mais elas acontecem. Ambos, Maslow e Wilson, acreditavam que seria possível sustentar esse estado mental quase indefinidamente - fazendo, em suma, com que um homem se tornasse no Super-Homem de Nietzsche - feito inteiramente de Energia e Força de Vontade.
Wilson também se interessou muito por criminologia - seu livro "A Criminal History of Mankind" (1984) é um dos livros que venho lendo e relendo ao longo dos anos. Wilson fala sobre crime nesse livro, mas sobretudo sobre tédio, agressividade, criatividade e felicidade.
Infelizmente Wilson também se interessa um tanto excessivamente pela Atlântida - um interesse que ajudou a acabar com sua reputação. Como escritor de ficção, não me parece muito bom. Mas foi um homem interessantíssimo, e seus livros e ensaios estão aí - alguns publicados em português.
É mais ou menos obrigatório falar que Wilson foi um operário autodidata, que chegou a dormir em banco de praça, por pobreza, e que ficou subitamente famoso (a Veja diria: "foi catapultado à fama...") com o seu livro "The Outsider", que é um estudo sobre a sensação de marginalidade sentida pelos escritores românticos. Escreveu dezenas de livros: sobre criminologia, ocultismo, literatura, existencialismo, história. Neste site, pode-se ler uns poucos ensaios dele, em inglês: Abraxas. Ou clique aqui, para uma página de links.
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Alexandre Soares Silva
10/11/2002 à 01h42
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Brazil is...
brazil is dancing again
brazil is truly a great film
brazil is going into space
brazil is no argentina
brazil is no russia
brazil is the usa's biggest trading partner?
brazil is stable and worth doing business in
brazil is a company
brazil is slow at the back
brazil is visited by many foreigners
brazil is no longer no
brazil is a classic
brazil is the new champion
brazil is very far away
brazil is here
brazil is a mediocre team
brazil is known for the diversity of its wildlife
brazil is bigger than europe
brazil is 500 years
brazil is 500????
brazil is not amused
brazil is calling
brazil is back on top
brazil is dancing again ronaldo leads a lethal attack in a 5
brazil is out of the woods
brazil is no russia however
brazil is changing the way it sell shoes
brazil is expected to be biggest in history
brazil is the best
brazil is still partying
brazil is definition of optimism
brazil is back
brazil is a knock
brazil is a big place
brazil is a classic
brazil is this?
brazil is calling you
brazil is desperate
brazil is declared to be a republic
brazil is just another grand prix
brazil is on
O Brasil segundo o site Googlism
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Julio Daio Borges
8/11/2002 às 13h24
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Stop Making Sense
It's Election Day, and it's your duty as a citizen to be irrational.
Let me explain. Political scientists will tell you that voting suffers from a severe "free rider" problem. Even if it's very important to you that Mr. A beat Mr. B, your individual vote is very unlikely to decide the outcome. So the sensible thing is not to bother voting. Yet if everyone acts on that logic, Mr. B - the candidate backed by corrupt special interests, which pay for his get-out-the-vote operation - sweeps into office.
So now is the time not to be sensible. Forget those self-interested calculations. Go out there and vote - and tell everyone you know to do the same. America's future depends on your irrationality.
Paul Krugman no New York Times
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Julio Daio Borges
8/11/2002 às 13h21
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Protection on CDs is worthless
The technology built into some CDs to stop people copying them is futile, according to a computer scientist who has put today's antipiracy systems under the microscope. He believes the continual software and hardware upgrades issued by the makers of computer CD drives and audio CD players render copy protection systems pointless in the long run.
"Software upgrades can be delivered easily using the internet," says Halderman, "and this will permanently undermine the usefulness of audio CD copy prevention." To ban upgrades, he argues, would lead to "buggy software and poor hardware."
The record industry could lose a fortune if people stop buying CDs and make their own copies. Halderman reckons he has a solution for them. "Reduce the cost of new CDs; if discs cost only a few dollars each, buying them might be preferable to spending the time and effort to make copies or find them online."
Direto da New Scientist
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Julio Daio Borges
8/11/2002 às 13h18
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A Vida de Pi
O jornal The New York Times entrou ontem na polêmica em torno do livro Life of Pi (A Vida de Pi), de Yann Martel, vencedor deste ano do Booker Prize, o mais importante prêmio literário de língua inglesa. Martel utiliza, em sua obra, o mesmo argumento do livro do brasileiro Moacyr Scliar, no livro Max e os Felinos (LP&M), especificamente na narrativa O Jaguar e o Escaler, publicado no Brasil em 1981 e nos EUA em 1990.
O fato é que Martel cita Scliar numa nota introdutória, o que indica, pelo menos, a intenção de dar o crédito da idéia original. Por enquanto, Scliar não anunciou nenhuma providência concreta - "Por natureza, não gosto de litígios" disse Scliar ao NYT. Ele pretende ler Life of Pi - por enquanto, não teria pensado numa ação legal, embora não exclua a possibilidade. Uma conseqüência prática do incidente é que a Companhia das Letras, que chegou a fazer uma oferta para publicar o livro de Martel no Brasil, deve desistir de editar a obra.
Hoje em "A polêmica brasileira em torno do Booker Prize"
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Julio Daio Borges
7/11/2002 às 10h08
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Sem conteúdo
Imagine um país com 27,7 milhões de domicílios, onde até há bem pouco tempo moravam igual número de famílias. Agora tente entender a seguinte situação: seis em cada dez dessas famílias não podem mais ser localizadas nos seus endereços de origem. Qual é o mistério?
Um quadro como esse seria quase impossível no mundo real, mas é exatamente o que está ocorrendo no ambiente virtual. Pelo menos é o que garantem as ferramentas de buscas do www.deleteddomains.com, serviço especializado em localizar endereços que já existiram, foram legalmente registrados um dia e hoje estão inativos e não pertencem a ninguém.
Até o início desta semana, o serviço indicava a existência de 27,4 milhões de endereços registrados nos Estados Unidos com as terminações com, org e net. Deste total, 17,4 milhões de domínios estariam na categoria "disponíveis", ao inteiro dispor de qualquer um, pessoa física ou jurídica.
Robson Pereira em "Sem-conteúdos já são maioria na internet"
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Julio Daio Borges
7/11/2002 às 10h05
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Clima de desilusão
Dois anos depois de a mais bizarra eleição presidencial da história americana ter sido decidida pela Suprema Corte e 14 meses depois do horror indescritível dos ataques terroristas em Nova York e Washington, os Estados Unidos votaram terça-feira num clima de desilusão e curioso distanciamento do sistema político.
Os eleitores podem estar diante de uma série de questões capazes de mudar suas vidas, incluindo a perspectiva da guerra contra o Iraque e a incerteza no cenário econômico. Mas a campanha eleitoral foi notavelmente sem vida e melancólica, com comícios de animação destituídos de ânimo e discursos políticos que estimularam poucos eleitores.
"Tanto os candidatos como o eleitorado parecem ter decidido que não é hora de fazer política como de costume", disse um dirigente republicano. "Como conseqüência, não se vê nem combate filosófico, nem paixão partidária."
R. W. Apple JR. em "Clima de desilusão marca votação de 2002"
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Julio Daio Borges
7/11/2002 às 10h00
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Sistema de Castas
Uma excentricidade que me agrada: esta página é uma defesa do sistema de castas hindu. Algumas surpresas, pelo menos para mim: Gandhi defendia o sistema. Ele disse que o sistema de castas (ou varnashrama) é "inerente à natureza humana, e o Hinduísmo apenas o transformou numa ciência".
Um certo Guy Sorman, um scholar de Stanford, escreveu: "Os ocidentais têm a tendência de ficar escandalizados ou perplexos com o sistema de castas, se esquecendo que a aristocracia que governou a europa por mil anos era um tipo de casta. As guildas do Antigo Regime se pareciam com as castas indianas tais como elas eram no início, com cada casta correspondendo a uma profissão específica".
E um certo viajante francês chamado Desvaulx escreveu, em 1777: "A autoridade da casta é um impedimento ao possível abuso de poder por parte dos príncipes." Segundo a página: "Nunca houve uma autoridade central capaz de impor uma língua única, ou uma só religião ou modo de vida, nas várias castas que constituem a Índia. É por esse mesmo motivo que, no passado, os conquistadores muçulmanos e britânicos tiveram que abandonar suas ambições".
As aplicações do sistema de castas no Brasil de hoje me fazem sonhar. Mas enfim.
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Alexandre Soares Silva
6/11/2002 à 01h56
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Tribalistas e Zé Celso
Ontem, um amigo que sabe da minha admiração pelos Tribalistas (o mais novo programa de índio da música brasileira) me abordou com as seguintes palavras: "Trio. Tripé. Triângulo. Tribalistas". Eu ri e perguntei: "Você está inventando isso agora?" Ele: "Não, vi o Arnaldo Picaretunes dizendo isso, a sério, na TV. Que pena que você perdeu [sorriso cínico irreproduzível]". Bom, nunca é tarde para, com a inestimável ajuda do "Houaiss", dar minha contribuição a esse "chef d'oeuvre" da poesia tribalista: "Tripa. Tribufu. Tricô. Triglicérides. Trilegal. Triste-Bahia-oh-quão-dessemelhante. Three to get ready. Tripanossoma, tripanossoma, tripanossoma!" (A repetição da última palavra é importantíssima para acentuar o caráter protozoário da coisa.)
Outro amigo me retransmitiu o convite para o debate de lançamento de um livro: "Folha Explica José Celso Martinez Corrêa". Confesso que fiquei atônito: como assim? Alguém crê que Zé Celso seja um ser explicável? Será que finalmente eu vou entender o que é o te-ato electrocandomblaiko? Ou o livro traz, passo a passo, as instruções para fazer uma orgya dionysíaca pós-artaudiana? Bem, seja como for, leio que o debate, que é hoje, terá a presença do próprio ser zé-célsico e de um psicanalista. Não é por nada, mas acho que eles deveriam ter chamado um psiquiatra -com uma camisa-de-força à mão, just in case.
Ruy Goiaba, ontem, no puragoiaba
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Julio Daio Borges
5/11/2002 às 13h19
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