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BLOG

Terça-feira, 29/7/2008
Blog
Redação
 
TV de alta definição

Dica do Fabinho, cujo blog, claro, linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
29/7/2008 à 00h51

 
Caixa de entrada (?)

A leitura deste post é recomendada para aqueles que conhecem apenas os cookies guardados no armário da cozinha.

Toda semana é a mesma coisa: o gerente Joshua Hertson me avisa por e-mail que meu cadastro no banco está desatualizado, pede meus dados pessoais e número de cartão de crédito, além de me comunicar que, agora, posso usufruir dos serviços completos do banco e desfrutar de sua imperdível linha de crédito de duzentos mil dólares.

Adoro o tom cordial de Joshua, exceto pelo fato de eu nunca ter visitado a Nigéria, nem ter uma conta bancária no Nigeria Savings Bank. Ele deve estar desapontado, nunca respondi tais mensagens, nem cliquei no link para o site do banco.

A internet está entupida de tentativas de phishing scan como esta que, apesar de tola, sempre acaba trazendo algum resultado para o criminoso na outra ponta da rede. De um lado está o estelionatário com milhares de endereços de e-mail ativos e, do outro, alguma pessoa disposta a tudo pelo vil metal. Um e-mail respondido, lucro ilícito auferido.

Já perdi a conta da quantidade de spams semelhantes que recebi: "Recadastre a sua conta do Orkut", "Recadastre a sua conta do Hotmail para evitar a desativação", "Você foi pego na malha fina da Receita Federal", "O Banco do Brasil...".

Bobagem? Apesar da grande maioria dos usuários da internet conhecer as precauções contra spam, vale lembrar que a escalada da criminalidade ― e a cibernética não é diferente ― acompanha o aumento da repressão estatal. Em meados de 2007 recebi um e-mail idêntico ao de um tribunal de justiça para acompanhamento de um processo judicial e quase dei de cara com uma página pronta para varrer o meu computador em busca de informações pessoais. O e-mail era igual ao que eu já recebia: endereço do remetente, imagens no corpo do texto, inclusive a linguagem. Se a tomada não estivesse ao alcance dos meus pés, estaria encrencado.

Ultimamente, os estelionatários têm utilizado mensagens que simulam sites de grande circulação ou de instituições públicas. Fique esperto: o cadastramento nestes sites sempre é feito diretamente na homepage, via de regra com o envio de apenas um e-mail para ativação da conta e, no caso das instituições públicas como bancos, órgãos da justiça e receita federal, o contato por e-mail só é realizado em casos raros, como cadastro para acompanhamento processual. E o detalhe mais importante: sites e órgãos públicos não enviam arquivos anexos em hipótese nenhuma.

Pronto! Agora você pode correr até o armário da cozinha e pegar um cookie sem vírus...

[3 Comentário(s)]

Postado por Vicente Escudero
28/7/2008 às 09h54

 
Sobre produtividade

* stress é o oposto de produtividade, mas nós amamos o stress;

* ser "multitarefa" não é bom, é ruim; prefira concentração;

* foque em poucas coisas, lembre-se sempre dos seus objetivos;

* cuidado com "informação em excesso"; você não precisa ler tudo o que recebe;

* informações importantes "virão" até você;

* o contato presencial às vezes pode ajudar;

* e o mais importante é o equilíbrio.

Miguel Cavalcanti, no seu blog, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
28/7/2008 à 00h44

 
Não vamos falar da dor

Antonino Mata é um imigrante cabo-verdiano que vive na região de Valmares, ao sul de Portugal. O antigo país colonizador, às vésperas do século XXI, ainda se divide entre a modernidade européia e as heranças de antigos preconceitos e tradições. O viúvo moço, assim como os outros 18 integrantes da sua família, vive na antiga fábrica de conservas da família Leandro. O arrendamento da propriedade permitiu aos Mata trocarem o bairro pobre dos negros imigrantes por um local mais nobre, onde desfrutam o luxo máximo da água corrente e abundante saindo das torneiras. Antonino, um dos filhos da líder do clã, Felícia Mata, movimenta gruas em uma grande obra e, apesar do perigo, gosta quando o vento assobia lá em cima.

Um perigo quiçá tão grande quanto a relação que Antonino estabelece com Milene Leandro. Tudo começa quando Regina, a avó da moça, foge de uma ambulância e decide ir morrer às portas da antiga fábrica. Milene, a única a permanecer na cidade durante um grande feriado de verão, enterra a avó sozinha e tenta seguir os passos dos seus últimos momentos de vida. Na tentativa de desvendar esse mistério, conhece Antonino e os Mata e com eles estabelece uma relação muito mais calorosa e autêntica do que a que tem com sua família.

Mesmo a edição brasileira de O vento assobiando nas gruas (Record, 2008, 496 págs.), da escritora portuguesa Lídia Jorge, mantém o idioma original. Isso e mais a forma sutil com que é escrito faz o leitor demorar um pouco a perceber as peculiaridades da personalidade de Milene. Não sabemos se a fragilidade e confusão mostradas nas páginas iniciais são fruto do choque pela morte da avó, do peso da responsabilidade de organizar seu enterro sozinha, da tristeza de perder alguém tão querido. Ou se nos confundimos porque, apesar de contemporânea, a história indica traços de um Portugal ainda atrasado em relação a outros países europeus.

Como Lídia Jorge não revela nada explicitamente, só no decorrer do livro vamos percebendo que Milene é diferente. Sua simplicidade de origem biológica encontra eco na simplicidade cultural dos Mata. O instinto natural da moça conversa com o conhecimento e a sabedoria de vida que a família cabo-verdiana traz consigo há gerações. E quando o instinto de Milene a leva a se apaixonar por Antonino, o aprendizado histórico dos Mata os faz intuir os problemas que a ligação entre um negro pobre e uma branca rica podem representar neste Portugal ainda arcaico.

Verão, outono, inverno, primavera. Enquanto a natureza renasce, algo se perde. As estações se sucedem e o clima, assim como a geografia, a descrição das estradas, das roupas, das casas, servem não só de pano de fundo mas de contraponto para os acontecimentos que se dão entre essas duas famílias. Por isso, Lídia Jorge não economiza ao nos apresentar as dunas, o nevoeiro, o brilho infernal dos casebres de lata ao sol quente de verão, a chuva, as saias curtas de uma Milene com 30 anos de idade e jeito de menina.

Ao longo de quase 500 páginas, demoramos para entender exatamente o que está acontecendo, apesar da apreensão que vamos sentindo. Porque os crimes cometidos neste livro também não são fáceis de serem compreendidos, ou de serem digeridos. Sábia é Milene, que com sua maneira própria de ver e viver as complexidades do mundo, diz sempre a Antonino: "não vamos falar da dor".

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Postado por Adriana Baggio
25/7/2008 às 22h02

 
poesiafora

Ricardo Silveira, no seu blog, que linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
25/7/2008 à 00h21

 
Alma Nua

Aluga-se um corpo.
Três décadas de uso.
Bom estado de conservação.
Requer poucos reparos.
Ideal para efemeridades.
Acompanha perfume,
lingeries e desejos.
Prazer garantido.
Sigilo total.
Oportunidade única.
Aluga-se um corpo.
Porém, vazio.
Sem rosto.
Sem alma.
E sem coração.

Rosane Lima, no seu blog, que linca pra nós.

[1 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
24/7/2008 à 00h49

 
bottom drawer

"um anteparo entre guilherme conte e a lata do lixo."

O próprio, definindo seu blog, que, claro, linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
23/7/2008 à 00h23

 
leitura, escrita e literatura

Este blog nasceu quase a despeito de mim. Surgiu em uma tarde chuvosa de janeiro, num intervalo de um artigo sobre educação infantil. Psicóloga, eu trabalho alugando a minha pena, o que me garante uns tostões a cada mês. Formação de professores e de leitores é também a minha praia. Literatura infantil e psicanálise, idem. Desde o ano passado, arrisco liberar minha pena... Ainda engatinho, mas espero aprender a andar.

Ana Carolina Carvalho, no seu blog, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
22/7/2008 à 00h15

 
Oficina de conto na AIC

As oficinas de conto com Marcelino Freire no curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema poderiam ser comparadas a uma tarde no cabeleireiro: cortar, cortar e cortar. Ok, clichê demais essa comparação: simplesmente corte. "Simplesmente" também não é bom usar... Corte e ponto final! Os textos, depois de passarem por sua caneta, voltavam para os autores bem mais leves e enxutos. As aulas eram verdadeiras caças aos elementos que comprometem a leitura, como advérbios que terminam em "mente", lugares-comuns, redundâncias, palavras "enfeitadas" (sofisticadas), obviedades, entre outros.

Mas sua interferência foi além da linguagem. Marcelino também opinou nos enredos das histórias, despertando nos alunos uma fissura em revelar um final ou um segredo surpreendente no conto. Isso porque o primeiro exercício que deu foi o personagem secreto: distribuiu papeizinhos para cada um, contendo o nome de alguma personalidade histórica ou famosa. O desafio era escrever um microconto (50 letras) sobre o nome sorteado, sem que se revelasse diretamente a identidade do personagem. Depois, tivemos que fazer um miniconto (30 linhas) com um tema secreto, que foi bem variado para cada um, entre eles pedofilia, bissexualidade, suicídio, terremoto e mal de Alzheimer.

O objetivo era treinar nossa capacidade de escrever uma história com "sombras", ou seja, envolta de mistério e metáforas e que, com a revelação do tema (que pode estar no título ou em uma forte referência no final), o texto ganhe mais força. "É o que não está escrito, é o que se revela depois. Um conto se conta mais pelo que não está escrito", diz o escritor. E também deixou bem claro que miniconto, apesar de ter ambigüidades e humor, não é piada ou trocadilho. "Um grande conto pode ter duas linhas, contanto que o autor consiga elaborar uma narrativa que instaure algum tipo de conflito", explica Marcelino que, com base nesse princípio, organizou o livro Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século.

O segundo exercício foi um desafio para os mais tímidos: conto erótico. Foi interessante observar as diferentes abordagens de cada aluno em torno de um mesmo tema (sexo) e ver quantas possibilidades existem para tratar do mesmo assunto. Uns mais escrachados, diretos, outros mais delicados, românticos, poéticos. O último exercício foi uma reconstrução da música "Construção", de Chico Buarque. Tínhamos que escrever a mesma história sob outro ponto de vista. Daí saíram poemas, contos e até piadas.

Diversos alertas foram feitos ao longo da oficina, como dar mais atenção à primeira frase de um conto, afinal, o leitor pode nem prosseguir com a leitura do texto depois de uma frase sem impacto no início. Outro elemento lingüístico que se deve atentar, segundo Marcelino, é o adjetivo. Um exemplo ruim dado por ele é escrever "o homem triste". "Assim, você não precisa criar um ambiente triste, o adjetivo te facilita a vida e ajuda a empobrecer o texto", opina. E uma dica para fugir dos clichês: tentar lembrar de coisas inusitadas para compor uma lembrança, um ambiente. "Me joguem estranhezas. Sem beijo no pescoço, rosas: couve-flor!", brinca.

Mas um dos problemas mais recorrentes nos textos era a burocracia ― ou excesso de explicação. Ao falar de um sentimento, por exemplo, se repetia a mesma sensação descrita com outras palavras, o que engessa o texto, segundo Marcelino. "Tento trazer a voz legítima de vocês. Tem casos em que não reconheço a pessoa no texto. O escrito parece fazer apenas parte de um sistema literário que se estabeleceu como 'o certo', 'o bonito'", interpreta. Dessa forma, nos incentivou a praticar o princípio básico da escrita: a releitura. "O que eu quero dizer com o texto? 'Ah eu escrevi só pra mim e acabou'? Então é isso e acabou. Agora, se você quer dizer alguma coisa, releia para encontrar o sentido", recomenda.

Para ir além
Criação Literária na Academia Internacional de Cinema

Nota do Editor
Leia também "Pequena poética do miniconto" e "Monterroso e a microliteratura".

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Postado por Débora Costa e Silva
21/7/2008 às 20h29

 
FLIP vai, FLAP! vem...


Arte para a Flap!, por jozz

Com o mote "Zona Franca ― Viva la Conexión", a quarta edição da FLAP! acontece em São Paulo entre os dias 1º e 8 de agosto, flertando com outras artes e apostando na integração latino-americana através da poesia e, por que não, pela internet. Por antecedência, a festa literária já começou de certa forma, já que pelo blog do evento são agendados encontros abertos ao vivo pelo sistema Ustream.tv.

Enquanto as edições anteriores tinham como base a Praça Roosevelt, no centro da cidade, a "festa", na versão "2.0", se desdobra com a presença em massa de escritores de diversos países da América Latina e se descentraliza por todas regiões de São Paulo em vinte locais de debates e leituras. Dentre eles, pontos tradicionais da poesia contemporânea, como a Casa das Rosas, a Biblioteca Temática de Poesia Alceu Amoroso Lima; mas também a Faculdade de Letras da USP, a PUC, o Paço Cultural Julio Guerra (Casa Amarela), bares e livrarias. Sem esquecer as origens, haverá também debates no Teatro Satyros I e outros pontos da Roosevelt.

Na programação, que inclui debates sobre música ("Zona Franca v: o rap atura a literatura (e vice-versa)", se destaca a presença em massa de latinos, com mais de vinte escritores (Alan Mills, da Guatemala; Héctor Hernández Montesinos, do Chile; Virginia Fuente, da Argentina; Ernesto Carrión, do Equador; Rodrigo Flores, do México, dentre outros), além dos convidados brasileiros, alguns deles já presentes em outros anos.

Na noite de abertura, dia 1º na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, será lançada a edição número 9 do jornal de literatura contemporânea O Casulo, com poemas de Alckmar Santos, Érica Zíngano, Greta Benitez, ilustrações de Rogério Barbosa e entrevista com o poeta e editor Joan Navarro.

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Postado por Elisa Andrade Buzzo
21/7/2008 às 13h45

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