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Terça-feira,
30/9/2008
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Redação
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Questionário Amós Oz
E estas são as principais perguntas: por que você escreve. Por que você escreve exatamente dessa maneira. Se você quer influenciar seus leitores. E se quer ― em que sentido tenta influenciá-los. Que função exercem suas histórias. Se você apaga e corrige o tempo todo ou deixa o texto fluir direto de sua inspiração. Como é ser um escritor famoso e como isso afeta a sua família. Por que você descreve quase que somente os lados negativos das coisas. Qual a sua opinião sobre outros escritores, quem influenciou você e quem você não suporta. Aliás, como você define a si mesmo? Como responde àqueles que o atacam, e como se sente quanto a isso? Como esses ataques mexem com você? Você escreve à caneta ou usa um teclado? E quanto você ganha mais ou menos com cada livro? Você vai buscar material para suas histórias em sua imaginação ou na vida real? O que pensa a sua ex-mulher das figuras femininas em seus livros? E por que, aliás, você abandonou sua primeira mulher ― e a segunda também? Você tem horas fixas para escrever ou só escreve quando a musa lhe ordena? Você é um escritor engajado, e, se é, em que causa? Suas histórias são autobiográficas ou ficcionais? E, principalmente, sendo você um artista, como é que sua vida pessoal não é tão movimentada assim? Pode-se dizer que é uma vida pessoal bem quadradinha? Ou ainda há uma porção de coisas sobre você que não sabemos? E como é que pode um escritor, um artista, trabalhar a vida inteira como contador? O quê? Isso é só um meio de ganhar a vida? E, diga, o fato de ser um contador não acaba totalmente com sua musa inspiradora? Ou você tem também outra vida que não quer revelar? Talvez nesta noite você concorde em nos dar pelo menos algumas dicas quanto a isso. E quem sabe poderia nos relatar, resumidamente e em suas próprias palavras, o que exatamente você quis dizer em seu último livro...
Amós Oz, na abertura de Rimas da vida e da morte, seu último livro.
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Julio Daio Borges
30/9/2008 às 18h48
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Como embrulhar peixe agora?
Globo e Estadão estão se esforçando, como mostram suas novas campanhas publicitárias. A idéia é levar levar o prestígio e a credibilidade de suas marcas para a internet, antes que seja tarde. Quanto ao papel... Bem, como vou dizer isso?
É tão difícil para mim. Trabalhei exatos 16 anos em jornal diário, fazendo piada sobre embrulhar peixe, mas achando aquilo o máximo. Não consigo me imaginar, até o fim dos meus dias, sem tomar o café da manhã lendo jornal. Sujando a mão de tinta preta, fazendo contorcionismo para não besuntar o jornal de manteiga.
Mesmo assim, tenho que reconhecer: ler jornal já é coisa de velho. Pronto, falei.
Marta Barcellos, no seu Espuminha de leite, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
30/9/2008 à 00h45
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LEEA
Um espaço para escrever, pensar, ver e ouvir o audiovisual. Assim surge este blog, que audaciosamente chamaremos de revista eletrônica. Aos poucos novos textos serão postados, juntamente com vídeos, imagens, artigos e uma série de outras produções. A idéia é se deixar ver pelo mundo, contribuir para as discussões acerca do tema e desenvolver de maneira lógica, ou não, um trabalho mais coeso e que contemple os mais diversos aspectos do audiovisual.
Do blog do Laboratório de Estudos e Experimentações em Audiovisual (LEEA), que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
29/9/2008 à 00h51
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No country for gentlemen
Fazendo trocadilho com o título de um romance de Cormac McCarthy, é com pesar que venho postar esta pequena nota sobre o falecimento de Paul Newman, um dos maiores atores que este mundo já viu. Ou não, porque muita gente, os mais jovens, na verdade, sequer o conhece.
Não serei hipócrita e dizer que assisti a vários filmes com Newman. Que me lembre claramente, assisti a apenas um, o genial e incompreendido Estrada para a perdição (que tenho em DVD e assistirei novamente hoje ainda), pelo qual Newman poderia facilmente ser indicado para o Oscar de melhor ator coadjuvante, como bem diz o obituário que o IMDB fez para ele.
Conheço mais Newman de vê-lo em entrevistas no programa do David Letterman e no Inside the Actors Studio. E a lembrança que fica é a de um homem gentil, íntegro, talentoso e, por que não, ambicioso, ousado e aventureiro (ele era sócio da equipe Newman-Haas Racing, cujos carros correm na Fórmula Indy).
Outro projeto pessoal do ator é a Newman's Own. Uma linha de alimentos criada com o objetivo de reverter todos os lucros da empresa para instituições de caridade.
"A arte de Paul Newman era representar. Sua paixão eram as corridas. Seu amor eram a família e os amigos. E seu coração e alma eram dedicados a ajudar a fazer o mundo um lugar melhor para todos", disse Robert Forrester, vice-presidente da Fundação Newman's Own, em um comunicado.
E assim a velha guarda vai indo embora, dando lugar a homens sem nenhuma preocupação a não ser eles mesmos. É uma pena. Uma grande e dolorosa pena.
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Rafael Rodrigues
27/9/2008 às 15h20
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Umas e outras
A agenda da gente precisa ter mais de trezentas e sessenta e poucas páginas para agüentar tudo o que acontece. Estou me sentindo um ioiô ultimamente, indo de um lado para outro, atrás de coisas que me seduzem a ponto de me fazerem viajar.
Na semana retrasada era Recife, onde aconteceu o II Simpósio de Tecnologias na Educação, na UFPE. Perdi logo a conferência do holandês Theo Van Leeuwen, mas valeu assim mesmo. A despeito disso e para compensar (ultrapassando), conheci gente bacana de variada índole, como, por exemplo, meu top hit de citações, Marcelo Buzato, que tem tratado, de um jeito inteligente e consciente, de inclusão digital.
Na semana passada, saí em direção a São Paulo para assistir a uma Jornada de Editoração na USP. Enfim, fico conhecendo o rosto simpático do José Muniz Jr., que ajudou a organizar o evento que tratava da edição de textos e dos profissionais que mexem nisso para ganhar pão, entre outras coisas. Da professora Maria Otília Bocchini ganhei o livro Para escrever bem, editado pela Manole em branco e verde e adotado pelo curso Abril. Este não me escapa. A professora Otília, há decadas, vem falando, com consistência, de como tornar um texto acessível, coisa que muita gente deveria fazer.
Semana que vem é a vez do 3º Salão do Livro de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Lá, eu e Sérgio Fantini vamos falar sobre o tema "Internet emburrece?". Ainda estou pensando na resposta. Não tenho opinião formada...
Na outra semana é Brasília, onde me espera uma reunião ainda sem pauta. Depois, em Belo Horizonte mesmo, a Semana de Ciência e Tecnologia, o simpósio de sociointeracionismo discursivo que trará Bronckart e outros bambas para a capital mineira. Neste dia 30, agorinha, o Marcelino Freire, no Museu de Artes e Ofícios, em um oferecimento do José Eduardo Gonçalves. E ainda, na semana passada, a noite com ele mesmo e com Sérgio Fantini falando sobre projetos culturais, no auditório master do Centro Universitário UNA. E eu não terminaria este post nunca se fosse falar o resto. O convite, implicitamente, está feito, ao menos para o que está por vir.
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Ana Elisa Ribeiro
27/9/2008 à 00h23
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Ceremony, pelo Radiohead
Uma dica do Marden Müller, cujo blog linca pra nós.
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Julio Daio Borges
26/9/2008 à 00h26
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Quando Ana me deixou
Ana me deixou — essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos — e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou — e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo — esse espaço branco sem Ana — de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.[...]
Caio fernando Abreu, no blog da Carlota de Bourbon, que eu acabei de encontrar.
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Julio Daio Borges
25/9/2008 à 00h29
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Eu não sei dançar
Sou uma mulher que não dança. Uma meia-mulher. Porque, não dançar é um atestado de feminilidade baixa nos dias de hoje. Todas as vezes em que tentei dançar, senti como nunca antes, o peso da gravidade. Meus joelhos emperravam. Meus braços pareciam ter bolas de ferro nas pontas. Meu pescoço endurecia, na sensação de pesadelo que é a de todos estarem olhando pra mim. Se fechava os olhos, eu me olhava. Tinha a consciência de como cada pedacinho do meu corpo era atrapalhado e sem graça. E, o pior, eu não sabia que cara fazer. Que cara se deve fazer quando dançamos? De felicidade, de sedução, de relaxamento, de distração? Eu não conseguia definir, em todas as minhas tentativas de dança, que cara eu tinha que ter. Olhava as outras pessoas, e, pareciam estar à vontade com as caras que escolheram fazer. Uma amiga disse-me que tenho, certamente, couraças emocionais que me impedem de dançar. Nos ombros, porque carrego o mundo nas costas. No pescoço, pelo peso de raciocinar. Nos quadris, por medo de uma paixão avassaladora. Nas pernas, por comodismo, preguiça de ir. Nos braços, que cruzo no peito, um movimento de protecão e medo de revelar os sentimentos. Também explicou-me que, posso livrar-me delas com auto-conhecimento e meditação transcendental. Mas, eu penso que não deve haver um problema sério em continuar com as minhas couraças. Gosto delas. São quentinhas e me protegem. E, tão pesadas como uma armadura medieval, impedem que meus pés andem nas nuvens. Só uma vez dancei. E foi bom. Só havia uma pessoa olhando. Descobri naquele dia, um zíper escondido que deixava cair as couracas, como as roupas. Ufa, nem foi preciso fazer meditação transcendental. Usei minha própria cara, como ele usou a dele.
Andréa Trom, no seu blog, porque ela voltou depois de três anos...
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Julio Daio Borges
24/9/2008 à 00h53
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Imitação de telemarketing
Um minuto depois de aprender que é ridículo falar "Eu vou estar retornando a ligação", qualquer lorpa se acha mais do que pronta para fazer imitações de atendentes de telemarketing, como se fosse o Pasquale do humorismo nacional. Acontece que essa mania do gerúndio analfabeto já foi detectada há uns bons dez anos, e na verdade é menos freqüente e menos irritante do que as imitações desse mesmo gerúndio feitas por gente só duas séries primárias mais alfabetizada que o pessoal do telemarketing. Para cada atendente que fala "O senhor gostaria de estar adquirindo", há pelo menos quinze retardados que, se achando cheios de ironia e veneno, repetem "Eu vou estar indo na sua festa" ou "Eu vou estar te ligando mais tarde, hahaha" de cinco em cinco minutos, como se fizessem parte de um seleto clube de eruditos que tivesse acabado de descobrir outro costume pitoresco do povão. Não satisfeitos, alguns também adoram imitar o ainda mais batido "a nível de", que a essa altura qualquer jornalista ou poeta já aprendeu que está errado.
Roniquito Von, no seu Coisas de Idiota, que eu acabei de descobrir.
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Julio Daio Borges
23/9/2008 à 00h47
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Atalhos Urbanos
Viver em São Paulo, acordar e adormecer debaixo da suas asas de pomba, reagir aos estímulos, caminhar, correr, parar no farol, entrar na fila, chacoalhar em ônibus... Blog-testemunho? Não... Apenas memória afetiva destes atalhos pra lá de urbanos.
As razões? Talvez a nostalgia do amigo imaginário da infância... Será a insônia que ataca? Mais provável porque seja arriscado conversar com estranhos. Ou porque as palavras são seres próprios e arranjam um jeito de sair quando calamos. Afinal, "se não agora, quando?"
Tatiana Carlotti, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
22/9/2008 à 00h22
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