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Quarta-feira,
14/1/2009
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Redação
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Internet enfraquece a imprensa
"No tempo da mídia de massa, a imprensa definia o alcance do debate mais legítimo com relativa facilidade, pois os leitores, do outro lado da linha, estavam conectados só à grande mídia, e, não, uns aos outros. Agora, essa mesma autoridade está erodindo... E eu explico [a seguir] por quê."
Jay Rosen, no PressThink, via @raquelrecuero (porque a grande imprensa nunca apanhou tanto da internet como atualmente; 2009, conforme Clay Shirky colocou, vai ser um "banho de sangue"....
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Julio Daio Borges
14/1/2009 à 00h02
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eclipse
tinha as mãos crispadas como se dentro estivesse o segredo da vida e do mundo, algo que se soltasse voaria feito nave espacial, a se explodir lá em cima entre luas eclipsadas, coisa estranha que choveria feito estrela cadente e ao cair estrondo tão grande faria que não mais se ouviria mozart ou beethoven, apenas o surdo lamentar de um maestro a perder a serventia. tinhas as pernas dobradas sobre a cama e as abraçava como quem agradece o que lhe resta de liberdade, olhava os pés frágeis que a levariam a alguma tênue emoção que fosse, fora do quarto de paredes brancas e cortinas amareladas, não queria mais muros, mas como fazer se eles estavam dentro dela, se a força que crispava as mãos e apertava as pernas contra o peito — respiração tão contida, lá no peito — era dela mesma, que fazer se o dia ia e ali na cama ela ainda estava a pensar em como começar o dia, agora já foi, o sol já nasceu, a rosa já abriu, o bonde passou, não, não era de bonde que ia, mas entende, é figurativo. o que fazer, o que pensar, o que vestir, o que sentir, o que sonhar, eram tantas decisões para aquela hora tão pouca da manhã, tantos caminhos a escolher e desescolher, e depois de tanta angústia descobrir que os dois davam no mesmo lugar, rio deságua tudo no mar, mas a paisagem de um é mais bela que a do outro. pode ser, mas agora o pensamento acalmava pra deixar o corpo se mover, agora respirava. de início o inspirar profundo, depois leve, sem perceber, vôo raso da consciência. sentia a tensão dos dedos diminuir, e aos poucos a chuva lá fora ia ofuscando a brancura das paredes. o que das mãos saiu, não soube, não viu. é que olhava a chuva, ouvia o trovão e sentia o vento.
carol miotto, no seu palavrear no alpendre, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
13/1/2009 à 00h04
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Maysa na Globo
Apesar da chuva de informações que desabou a respeito de Maysa ― Quando fala o coração (e agora são os altos índices de audiência que coroam a minissérie), tinha resolvido não assisti-la porque, forçosamente, perderia os últimos capítulos de Pantanal...
Acabei deixando a tevê sintonizada na Globo depois de A Favorita e fui sugada não só pelos tais olhos verdes de Maysa, mas também pelos excelentes figurino (Marilia Carneiro e Lucia Daddario) e fotografia (Affonso Beato) da série. Aos poucos, minha família toda foi aparecendo, primeiro assistindo em pé, depois puxando uma cadeira, se ajeitando no sofá, até o final do primeiro capítulo. Ou seja, a narrativa cortada em flashbacks também deu certo. O telespectador, nesta minissérie escrita por Manoel Carlos e dirigida por Jayme Monjardim, não é tratado como burro, como se fosse apenas capaz de compreender as narrativas lineares e bem explicitadas.
Além disso, o tratamento muitas vezes plano dirigido às personagens na teledramaturgia não teve vez em Maysa. E prende a atenção quando podemos nos enxergar assim imperfeitos, contraditórios, doces, violentos, ou seja, nas personagens esféricas, humanas como nós.
Talvez melhor do que a atuação da protagonista Larissa Maciel, como uma Maysa um tanto artificial, seja o convincente Eduardo Semerjian, no papel de André Matarazzo, inspirando austeridade e doçura por trás do sisudo bigode da época.
Ainda que algumas falas de Maysa possam parecer um tanto grandiloquentes ou exageradas, é um mérito a mais pois, se mais do que contar uma história a minissérie quer mostrar a vida de uma mulher ousada e que fazia o que queria (ou o que o coração mandasse), nada mais justo.
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Elisa Andrade Buzzo
12/1/2009 às 10h34
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2008: retrospectiva tardia
[...]* Três livros de ficção/autores brasileiros — só se eu quisesse: 1) perder os amigos; 2) atrair o vudu dos amigos; 3) atrair o vudu dos amigos para os amigos listados (e suas respectivas famílias e animais domésticos).
Michel Laub, que voltou com seu blog.
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Julio Daio Borges
12/1/2009 à 00h03
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Sobre o peso de Steve Jobs
(Tradução livre:) "Aham, Steve Jobs não vai fazer o discurso na MacWorld deste ano, alegando perda de peso excessiva, devido a algum problema hormonal." "Que pena. Eu imagino que a Apple deva estar bastante animada com a possibilidade de anunciar o mais fino e o mais leve CEO do mercado.", humor negro no xkcd, via @bfeld.
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Julio Daio Borges
9/1/2009 à 00h14
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Sobre o futuro (?) do jornais
[...]Faça a seguinte experiência: compre todos os jornais do dia em sua cidade e compare as notícias de alguma editoria. Digamos, política e mundo. Verifique a assinatura de cada uma das matérias semelhantes. Percebeu algo interessante? Sim, os textos são quase todos iguais, com alguma pequena variação entre parágrafos. Sim, as agências de notícias são as fontes principais da maioria deles. Por algum motivo, as diretorias de jornais acreditam que você deva pagar - ou gostariam que pagasse - para ler notícias que podem muito bem ser lidas de graça nos sites de agências como Reuters, AFP e Agência Brasil.
Nas últimas décadas o número de funcionários nas redações tem caído constantemente. Consoante a isso, os jornalistas mais antigos têm sido demitidos porque ganham mais, ou têm saído voluntariamente porque não agüentam o ritmo de trabalho imposto pela necessidade de "reengenharia" das empresas de comunicação. O resultado são equipes insuficientes e inexperientes e a queda na qualidade do jornalismo. Produzir coberturas sempre originais fica quase impossível. E, de qualquer modo, a maioria dos assuntos políticos e econômicos serão tratados de forma muito parecida porque a técnica e as fontes usadas pelos repórteres são as mesmas.
Uma solução para o financiamento da atividade jornalística pode estar em oferecer material mais atraente ao leitor e cobrar por ele. Os jornais digitais poderiam deixar a informação que pode ser encontrada em outros lugares (abundante) disponível a todos e investir maior esforço de reportagem em pautas inusitadas e exclusivas. Isto é, produzir informação escassa. E escassez, como qualquer estudante de primeiro semestre de Economia sabe, é uma das bases do valor de qualquer produto. Enfim, é preciso primeiro aumentar a qualidade das notícias, para depois querer cobrar por elas.[...]
Träsel, no seu blog, uma indicação da Raquel Recuero.
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Julio Daio Borges
8/1/2009 à 00h01
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O ano no YouTube
The Year in YouTube (é sério), via Jason Calacanis, que voltou a blogar.
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Julio Daio Borges
7/1/2009 à 00h45
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Blogs vs. sites de notícias
"Por que as pessoas lêem blogs ao invés de sites de notícias? Você já se fez essa pergunta? Os blogs teriam chegado a um patamar de qualidade de conteúdo maior do que o da grande imprensa? Seria a mudança geracional dos leitores? A tal web 2.0? Talvez.[...]
"[...]os sites noticiosos da grande imprensa não se adaptaram à mudança de comportamento que todos já estão carecas de saber: as pessoas não acessam mais; elas buscam.[...] As pessoas trocaram os favoritos e a digitação manual pelo conforto e a praticidade de uma busca eficiente.
"[...]ao realizar suas buscas, quantas vezes um site de jornal ou revista de grande circulação apareceu na primeira página de resultados? Faça o teste. Você verá que raramente eles aparecem. As primeiras páginas do Google são praticamente domínio de blogs e de wikis. Mérito deles?[...]"
Trechos de um texto de Andre de Abreu, que você conhece daqui, ontem no Intermezzo (porque os jornalistas continuam apanhando dos blogueiros...).
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Julio Daio Borges
6/1/2009 à 00h13
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Que Deus te conserve
"Esta obra área é conservada por ninguém, e estamos conversados", diz uma placa afixada num terreno abandonado em frente à praça Roosevelt (via Fausto Salvadori, do Boteco Sujo, que linca pra nós).
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Julio Daio Borges
5/1/2009 à 00h23
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Promessa de Ano Novo
"Ame-me para sempre. Só não engorde, me aborreça ou envelheça." Hugh MacLeod, o cartunista global da internet, mais uma vez (via @eduacarvalho).
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Julio Daio Borges
2/1/2009 à 00h30
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