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Terça-feira,
1/9/2009
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Redação
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Inagaki por Cris Dias
Alexandre Inagaki e Cris Dias, conversando, no meio do trânsito.
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Postado por
Julio Daio Borges
1/9/2009 às 14h09
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Homenagem a Euclides da Cunha
2009 é o ano euclidiano, assim como 2008 foi o machadiano. Hoje, 27 de agosto, a Academia Brasileira de Letras inaugura uma exposição sobre o autor da obra-prima Os sertões, chamada Euclides, um brasileiro.
Segundo Antônio Callado, um trecho do prefácio escrito por Euclides para o livro Inferno verde, de Alberto Rangel, constituía a página mais bonita da literatura brasileira. Eu não estou longe de concordar com ele e divido com vocês essa preciosidade, na homenagem a esse notável escritor, no mês do centenário de sua trágica morte:
"A Amazônia é a última página ainda a escrever do Gênesis. Um metafísico imaginaria ali um descuido singular da natureza, que após construir em toda parte as infinitas modalidades dos aspectos naturais, se precipita na Amazônia para completar às pressas a sua tarefa.
É a terra moça, a terra infante, a terra em ser, a terra que ainda está nascendo. A sua fisionomia altera-se diante do espectador imóvel; de seis em seis meses cada enchente que passa é uma esponja molhada sobre o desenho feito e ainda não acabado. Ela se modifica, transforma os traços mais salientes e firmes, como se no quadro de suas palavras desmedidas andasse um pincel irrequieto e um sobre-humano artista incontentável. Mas entre as magias daqueles cenários vivos, há um ator agonizante: o homem".
Nota do Editor
Leia também "Por quer Os Sertões hoje?" e "Vida e obra de Euclides da Cunha".
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Postado por
Luis Eduardo Matta
27/8/2009 às 15h15
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Nova ortografia: tira dúvidas
Aproveite enquanto o @novohouaiss está tirando dúvidas, sobre a nova ortografia, no Twitter...
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Postado por
Julio Daio Borges
26/8/2009 à 00h15
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Ben Stiller explica o Twitter
Ben Stiller, explicando o Twitter, a Mickey Rooney.
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Postado por
Julio Daio Borges
25/8/2009 à 00h49
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Mann sobre escritores
"O escritor é uma pessoa para quem escrever é mais difícil do que para outras pessoas."
Thomas Mann, via @michael_nielsen
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Postado por
Julio Daio Borges
24/8/2009 à 00h38
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Johnny Presley Cash
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Postado por
Vicente Escudero
22/8/2009 às 09h03
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O Pai dos burros
Na edição número 2 da revista Norte (de janeiro/fevereiro de 2008), foi publicado um texto de Humberto Werneck sobre o livro que ele estava finalizando na época, O Pai dos burros ― Dicionário de lugares-comuns e frases feitas (Arquipélago Editorial, 2009, 216 págs.), além de uma pequena prévia da obra. Aguardado ansiosamente desde então por inúmeros leitores e amigos do escritor e jornalista mineiro, eis que, finalmente, a obra chega às livrarias.
O autor explica, no prefácio (divertidíssimo, aliás), que a mania de arquivar expressões comuns demais se deu por acaso: "No começo, sem saber exatamente por que estava guardando semelhante cacaria, eu fazia anotações em qualquer pedaço de papel, que depois enfiava num envelope, mais tarde num envelopão". Como quem procura agulha em palheiro, Humberto conta que nem em velório deixou de anotar uma "nova entrada" para sua coleção de lugares-comuns. Sem falar na ajuda inestimável e desinteressada de amigos, que volta e meia enviavam para o autor novas expressões gastas.
Mas como essa "brincadeira" virou coisa séria? O próprio Werneck responde, ainda no prefácio: "O que me levou [a trabalhar n'O Pai dos burros], ainda quando não passava de embrião de um livro involuntário, foi a obsessão que sempre tive com a funcionalidade da linguagem. A necessidade de que cada palavra, esse precário instrumento de comunicação, chegue o mais perto possível daquilo que se quer dizer. Se escrever vale a pena, deve ser para enunciar algo que se pretende novo ― e me parece um contrassenso, sobretudo no jornalismo, tentar passar o novo com linguagem velha".
E está redondamente enganado quem pensar que o autor "odeia" ou é "contra" lugares-comuns e frases feitas: "Não se ofenda nem se avexe se encontrar aqui alguma ou muitas de suas expressões prediletas. Há várias que também são minhas. O que se quer com este livro é apenas recomendar desconfiança diante de tudo aquilo que, no ato de escrever, saia pelos dedos com demasiada facilidade".
Fernando Sabino, também mineiro, foi outro que teve um "carinho" especial pelos lugares-comuns. Tendo, inclusive, publicado o livro Lugares comuns, que continha: uma introdução sobre o assunto; o Dicionário de ideias feitas, de Gustave Flaubert; e o seu próprio Esboço de um dicionário brasileiro de lugares-comuns e de ideias convencionais. No posfácio do livro, Sabino diz: "Ninguém escapa ao lugar-comum. Esta é a conclusão a que chego, depois de travar com ele uma batalha, da qual, reconheço, saí derrotado. Ele é o pão nosso de cada dia, é a substância de que somos feitos".
Portanto, não se trata de vencer o lugar-comum. Nem de fugir dele como o diabo foge da cruz, ou não utilizá-lo em hipótese alguma. Não é o que propõe Humberto Werneck, com esta que é sua obra mais pessoal. Se trata apenas de, pura e simplesmente, abrir o olho e evitá-lo sempre que possível. Afinal, todo excesso é condenável.
Nota do Autor
Os trechos em itálico são alguns dos lugares-comuns e frases feitas "catalogados" em O Pai dos burros.
Para ir além
Lançamento de O Pai dos burros ― 25 de agosto, às 18h30 ― Livraria Cultura ― Conjunto Nacional ― Av. Paulista, 2073, São Paulo.
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Postado por
Rafael Rodrigues
22/8/2009 à 00h00
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Entrevista com Borges em 1980
Jorge Luis Borges, aos 80 anos, em entrevista a Joaquín Soler Serrano.
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Postado por
Julio Daio Borges
19/8/2009 à 00h06
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A Bravo, o luxo e o lixo
Bravo: luxo e lixo no jornalismo cultural (em PDF), de Livia Meimes, pela Editora Plus, citando o Digestivo.
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Postado por
Julio Daio Borges
18/8/2009 à 00h03
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Budapeste, o filme
Budapeste (2009) é, antes, um filme sobre palavras, que se conformam em língua, linguagem, literatura. Depois, é um filme sobre uma vida agonizante que encontra no improvável algum sentido. E por último, fora estas questões mais literárias que nos interessam, Budapeste oscila entre o filme de arte e aquele ziguezagueante, inapto a se comunicar facilmente.
Com direção de Walter Carvalho e roteiro baseado no livro homônimo de Chico Buarque, o ghost-writer José Costa (Leonardo Medeiros) aceita inserir-se numa nova lógica, a partir do momento em que mergulha no aprendizado de uma língua, o húngaro. Lembra-nos do enigma que é uma língua ao se perguntar, "quando começa uma palavra e termina outra?".
As palavras estão em todos os lugares, ainda que em diferentes níveis. Até mesmo entre as duas mulheres entre as quais está dividido: sua esposa Vanda (Giovanna Antonelli) e Kriszta (Gabriella Hámori), jovem húngara que conhece em uma escala em Budapeste, depois de um encontro de ghost-writers. Vanda, ainda que apaticamente, lida diariamente com as palavras, pois é apresentadora de um telejornal, enquanto uma cena mostra Kriszta lendo para pacientes de uma clínica psiquiátrica. Além de que é ela quem será a mentora de Costa em Budapeste.
Será Kriszta quem irá inseri-lo nesta nova lógica. Nela, ele não é mais José Costa, mas Zsoze Kósta. O encontro é primoroso: numa livraria, Costa tenta ler algumas palavras em húngaro, quando uma mulher lhe entrega um livro. Desesperado em continuar o encontro, corre atrás dela, depois correm juntos, ela de patins, travando uma conversa deliciosa e inteligível. Talvez este frescor pudesse ter sido mais recorrente no filme, cujo tom é demasiado sombrio.
Muito do longa se deve à atuação atormentada e intensa de Leonardo Medeiros, enquanto Kriszta traz a doçura que contrabalanceia o clima obscuro. Já Giovanna Antonelli parece não ter muita consistência em sua atuação, embora sua personagem não tenha intensidade dramática, nem seja bem desenvolvida ― segue numa apatia cuja ambição gira em torno apenas do telejornal da noite.
Se a lógica muda, o registro também. Qual não é minha surpresa ao ver que, tendo menosprezado a poesia enquanto vivia no Rio de Janeiro, é a mesma que de início passa a ser a ferramenta de Costa ao escrever em húngaro. Budapeste, em sua busca por sentidos e identidade, me faz lembrar o tipógrafo e poeta Robert Bringhurst ao dizer, em A forma sólida da linguagem, que "alcançar o significado das palavras não é agarrar as ondas por elas originadas, mas sim perceber as interações entre essas ondulações. Isto é o que significa escutar, o que significa ler; algo incrivelmente complexo, embora os seres humanos o pratiquem no dia-a-dia".
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Postado por
Elisa Andrade Buzzo
17/8/2009 às 15h57
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