Measuring Engagement of the Social Web: 2007-2009, apresentação de Ilya Grigorik, ilustrando um texto do PostRank, sobre blogosfera dando lugar à "statusfera" (via @pedrodoria).
Google Sites: 26.622 milhões
Microsoft Sites: 25.239 milhões
UOL: 20.623 milhões
Yahoo! Sites: 17.424 milhões
Terra ― Telefónica: 16.814 milhões
Organizações Globo: 16.678 milhões
Grupo Brasil Telecom: 16.573 milhões
Wikimedia Foundation Sites: 10.796 milhões
MercadoLibre: 10.200 milhões
WordPress: 10.072 milhões
BuscaPe.com Inc.: 8.313 milhões
Lojas Americanas: 8.147 milhões
Grupo Abril: 8.033 milhões
4SHARED.COM: 6.498 milhões
Ask Network: 5.603 milhões
15 maiores sites em audiência no Brasil, classificação por visitantes únicos brasileiros, em setembro de 2009, via Exame.
Embora eu tenha passado a manhã no Ambiente Business, os cases eu veria mesmo à tarde, no Ambiente Criação e Inovação, subseção "Inovação e Empreendedorismo Digital", comandada pelo "pequeno grande homem" Luli Radfahrer. Luli é um sujeito tão ativo que, na falta de um roadie, funciona ― já diria Nélson Rodrigues ― como "o roadie de si mesmo". Anotei no meu "pedaço de árvore morta" (definição dele para "papel"): "Luli desmontou o palco para reinar solo". E calçou luvas de boxe. Sim, virou boxeur! "Que empreendedores vocês são?", berrou para os leões da plateia. "Que tipo de empreendedor vocês são, seus ma-ri-cas?", ele poderia dizer, emulando a cena de Nascido para Matar. E nós responderíamos, miando: "Sir, somos empreendedores de internet, sir!" Luli então continuou: "Vocês achavam que empreender, na verdade, era um 'graaande emprego público'... ou trabalhar na Unilever?" "Seus m...!", ele poderia acrescentar. Mas tascou um vídeo do Nizan Guanaes mandando apostar, justamente, no "velho", no "já conhecido" e não inventar absolutamente nada. Vocês já ouviram isso? (Alguém do mainstream media na plateia?) Luli ― depois do Nizan e de um outro publicitário que eu não reconheci (não perco muito tempo com eles) ― disparou finalmente: "Pa-lha-ços!". Achei bastante corajoso da parte dele, mas eu não sei se chamaria de "palhaço" o sujeito que trouxe o Al Gore para o Brasil... Enfim, era chegada a hora de começar. (Calcei, também, minhas luvas de boxe.)
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Se a palestra da manhã, do mesmo Sebrae, tinha sido sonolenta e arrastada, a da tarde, com Vivianne Vilela, funcionou como uma injeção de ânimo. Ela abriu com estatísticas: no Brasil, são mais de 5,5 milhões de médias e pequenas empresas. Portanto: 99% das empresas, do País, são pequenas ― e são responsáveis por 50% de todos os empregos. Somos quase 15 milhões de empreendedores, e o Brasil é o terceiro país que mais empreende no G20. Apesar disso, mais da metade das empresas fecha com idade média de 2 anos. Além dos números, que são sempre importantes, a mensagem da Vivianne era a de que muitos pequenos empreendedores não sabem o que estão fazendo, pois não conhecem administração (embora alguns acertem por instinto). Ela falou da experiência dela, no Brasil inteiro, com microempresários (não confundir com "empreendedores de Twitter"), mas havia uma mensagem subliminar, que ela passou elegantemente: os empreendedores de internet, por mais modernos que sejam, não conhecem administração de empresas, também, e nem sempre sabem o que estão fazendo... Encerrou com algo como: "Nós somos do Sebrae, estamos aqui para atender vocês!" ― e foi ovacionada pela plateia. (Nem o Luli se aguentou, e entrou uivando: "Fe-no-me-nal!".)
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Mário Nogueira ― meu colega de Poli, fui descobrir isso ao longo da palestra ― falou rápido demais. E vai aí a minha crítica a esse formato "TED", que se espalhou pelos eventos de internet ou tecnologia, no Brasil. 15, 20 minutos, para quem fala português ― uma língua prolixa como a nossa, cheia de vogais ―, é muito pouco. Tudo bem, algumas pessoas dão um show em alguns minutos, mas a maioria tropeça e faz uma apresentação que não caberia nem no dobro do tempo. Infelizmente, era o caso do Mário ― que parecia ter uma bela experiência, com programação, em empresas como Pagestacker e Amanaiê, mas que, no ímpeto de percorrer bullet points em segundos, enrolava a língua, se enrolava com os slides e não traduzia ― numa apresentação eficiente ― todo o seu conhecimento. Algum engraçadinho poderia assoprar que, talvez, seja uma "herança politécnica", mas eu não quero entrar, aqui, nesse mérito... Highlights do Mário (que eu consegui pescar apesar de sua loquacidade): "Grandes empresas na internet são grandes produtoras de software"; Be on the Net, BuzzVolume e Spesa (são empresas cujo trabalho ele admira neste momento).
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Já a palestra do Leonardo Naressi, da Direct Performance, sofreu por repetir alguns conceitos da palestra imediatamente anterior ― a do Mário Nogueira ―, talvez inconscientemente; mas também por repisar cases de sucesso, como o do Obama, que saturou um pouco (até porque a lua-de-mel nos EUA acabou, e entramos na "lua de fel" ― a dos desentendimentos e das brigas). Anotei uma única frase, que é de alguém do boo-box: "Programar é grátis, então aprendam!" ― querendo dizer o seguinte: se você reclama porque não é programador, e pode "se dar mal" ao empreender na internet, aprenda, porque os tutoriais estão aí, são grátis e sempre disponíveis para qualquer pessoa. O que é fato: se há algum conhecimento disponível na internet, em todos os níveis de complexidade, esse conhecimento é o da programação. O Luli ― agora não lembro, exatamente, por quê ― voltou com esta outra pérola, no intervalo: "Quem sempre olha pra cima, cai da escada". (Ovos no mainstream, de novo?)
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Não me animou muito, também, a palestra do Horácio Soares, da Acesso Digital. Lembro, apenas, de uma frase boa dele: "Interface não é como carro ― dirigiu um, dirigiu todos" ― cada site tem a sua etc. Por conta disso, lamentei ter saído e perdido o início da palestra do André Monteiro, do Compra3, que me pareceu, num linguajar bem chulo, "matadora". Aqui no Digestivo, fomos abordados pelo Compra3, para fazer uma parceria de e-commerce, mas a pessoa, que me escreveu, não me convenceu. O sistema de remuneração de parceiros era meio confuso e eu não consegui achar uma vantagem que o fizesse mais interessante que o do Submarino, por exemplo. (OK, o do Submarino não é tão interessante assim, mas o Compra3, na época, não me convenceu 100%.) Agora, mudei de opinião. A ideia do rebate é muito, muito boa, e eu espero que ela "pegue" no Brasil (tanto quanto pegou nos Estados Unidos). No final, o sócio do André também subiu ao palco e falou em "empoderamento do consumidor" ("empoderamento" vocês, por favor, substituam por empowerment). Eles me pareceram bastante ambiciosos e eu vislumbrei o Buscapé da próxima década...
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Show foi a palestra do Gilberto Alves Jr., da Amanaiê, que parecia "reger" a plateia com seu chapéu-coco, administrando eficientemente as risadas e os aplausos com uma voz baixa e um gestual econômico. Não falou nenhuma grande novidade, que eu me lembre agora ― mas contou "a história da internet" tão bem quanto o Marcelo Coutinho, de manhã. Eu gostei, particularmente, da "programação visual" da apresentação dele, ou seja: cores, fontes, fundos, e até da animação. Ele abriu falando que a internet começou no embalo da Segunda Grande Guerra, de modo que construíram, justamente, uma "rede descentralizada": "Um rede descentralizada", afirmou Gilberto, "não pode ser destruída". (Se você falar isso para os executivos das grandes gravadoras, eles são capazes de partir pra cima dos militares dos EUA, mesmo que em desvantagem, afinal o P2P e o BitTorrent são apenas um corolário desse princípio...) O Gilberto fez, claro, uma piadinha básica: "O Google Wave não serve pra p... nenhuma!". E a plateia exultou. Para deixar escapar uma frase que me deixou meio preocupado: "Nós não somos artistas, somos máquinas-de-fazer-dinheiro". Terminou ovacionado, quando apresentou o derradeiro slide e emitiu o último som de sua boca ― mas eu fiquei com o "máquinas de fazer dinheiro" na cabeça... Não sei por quê, me lembrou a época da bolha ― e essa impressão não se desfez, apesar de todo o virtuosismo do Gilberto, como entertainer.
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Luli e seus amigos haviam me nocauteado, finalmente. Ainda assisti ao Rafael Kiso, que apresentou um belo case da Embraer, e ao Matias Feldman, do qual me lembro pouco (além do sotaque "portunhol"). Saí, positivamente, impressionado dessa segunda metade do InterCon 2009. Fiquei pensando que, quando comecei, não havia nada desse negócio de "acolher" os empreendedores de internet. Há dez anos, você era considerado lunático se montasse algum site, principalmente depois da explosão da bolha. E a internet foi xingada em prosa e verso, durante anos (tanto que eu acho que muito dos xingamentos de agora, contra os jornais, as gravadoras e os estúdios de cinema, entre tantos outros, têm igualmente um caráter de revanche). Ao mesmo tempo em que me surpreendeu, para bem, essa discussão sobre empreendedorismo na internet brasileira, me preocupou a euforia, e não só na palestra do Gilberto. Tenho visto muita gente, que não é do meio, embarcar no jargão da "Web 2.0", das "mídias sociais", do "Twitter" ― e me parecem ser aqueles que "pulam fora" numa eventual mudança de maré... Não estou falando de ninguém em específico, muito menos só do InterCon 2009. Estou falando de um "ambiente" que vejo evoluir há alguns anos, de 2005 pra cá talvez... Enfim: que os negócios on-line avancem, que o Brasil apresente seus empreendedores para o mundo e que os deuses da internet nos projetam!
Conheço o iMasters há algum tempo. É da idade do Digestivo? É mais velho que o Digestivo? Não sei dizer. Mas fiquei contente de receber o convite para assistir ao InterCon 2009. Cheguei no horário, "sem ter feito a lição de casa", como brincou o René de Paula Jr. (que encontrei logo na entrada). A piada interna queria dizer que estávamos descobrindo "na hora" o que ia, realmente, acontecer. O Ambiente Tecnologia me pareceu muito específico, com ferramentas que eu talvez nunca vá usar, logo, não assisti a nenhuma palestra dessa área. O Ambiente Criação e Inovação me chamou a atenção, mas só na parte da tarde, portanto, passei a manhã no Ambiente Business, que era, efetivamente, o que me interessava.
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Logo na abertura, o Gil Giardelli, curador, me provocou aquela sensação: "Conheço ele de algum lugar..." Claro! Era um dos participantes do NewsCamp do ano passado: "Meu primeiro Camp". (Lembram?) Tudo bem que ele estava mais tímido, em abril de 2008, e que agora estava mais "produzido", comandando o show ― mas era o mesmo cara. No meio da plateia do Teatro do Renaissance, me bateu igualmente aquela sensação de "veterano" (olhando os "calouros"): fora o Gil, que estava no palco, eu não conhecia nenhuma outra pessoa. Se mal conheço os principais blogueiros, como vou conhecer os principais "tuiteiros"? (Nem sempre são os mesmos nomes...) Para completar ― com a febre dos smartphones ―, o grosso da audiência estava literalmente com a cara no celular: tuitando, "feicibucando", checando e-mails ― não podiam perder nada: no palco do Renaissance e no palco da internet.
Da apresentação meio corrida do Gil, pesquei a palavra "inventivos", associada ao Pedro Markun, também a palavra "genialidade", associada ao Manoel Lemos, e uma frase que me pareceu boa, mas não sei se é dele (Gil): "Não use velhos mapas para descobrir novas terras". (Alguma referência ao mainstream media?) Achei engraçado porque o Pedro era um sujeito que participou do primeiro Palavra na Tela, e que ficou berrando, lá do fundo (da plateia), suas intervenções. Pensei na época: "Quem é esse cara? Por que se intromete com tanta veemência?" E o Manoel Lemos era o sujeito que fez uma bela careta quando falei, no evento da revista Bites (em junho do ano passado), que o Buscapé usava tabelas diferentes de remuneração (para diferentes sites). Ou seja: conheço eles, sei do que são feitos, conheço o Gil também, portanto confesso que achei os "adjetivos" (acima) um pouco exagerados... (C'mon, não fomos nós que inventamos o Twitter, nem o Blogger, nem a Wikipedia...)
A primeira palestra foi do Sérgio Amadeu, da Cásper Líbero, que eu poderia ter encontrado quando estive lá, neste ano, mas infelizmente não encontrei. Seu tema, no InterCon, era "Além das Redes de Comunicação" (um título não muito promissor). Começou falando de Linux, Apache, "top-down versus bottom-up", Benkler... até aí, nenhuma grande novidade. Foi melhorando quando retomou o significado do verbo to hack: cortar madeira com precisão. Para disparar que "os hackers estão no cerne da construção da internet". Foi acelerando o ritmo, e quando eu pensava que ia me perder no raciocínio dele, o pessoal mostrava que estava acompanhando de perto. Evocou o Grateful Dead, a oposição entre "ter propriedade(s)" e "ter relacionamento(s)" ("algo que é muito bonito, mas, na prática, o Google não concorda 100%...", anotei). Depois observou que software é muito mais difícil de manter do que de fazer (lembrei das mudanças no Digestivo, que estou implementando há meses...). Para encerrar com uma boa conclusão (a meu ver): "O que vale na rede é a cultura da liberade: para fazer algo, eu não tenho de pedir autorização".
Depois da utopia, veio o outro lado do Muro de Berlim. Marcelo Coutinho, ex-executivo e atual consultor do Ibope, com "Sociedade Digital". Eu não sabia naquela altura, mas todo mundo meio que recontaria, ao longo do dia, a história da internet. A do Coutinho foi a mais bem estruturada. Ele desenterrou, por exemplo, a declaração de Bill Gates, sobre os investimentos de James Clark na Netscape (em meados da década de 90): "São uma bobagem, porque nenhuma empresa sobrevive dando coisas de graça. E ninguém vai usar essa tal de internet, que é um negócio para acadêmicos..." (Vai ver que, neste momento, alguém na Microsoft teve a feliz ideia de aposentar Bill Gates.) Coutinho sacou, também, uma boa expressão da cartola: socialcast, para se opor ao velho broadcast (da velha mídia). Revelou, ainda, que a principal preocupação de grandes executivos de comunicação, hoje, é a "perda do poder para o usuário" (leia-se: user-generated content). Questionou a fatia ínfima da internet no bolo publicitário brasileiro, de aproximadamente 4%, apesar de o Brasil ser uma das maiores audiências mundiais da Grande Rede. E opôs a sociedade industrial (controlada, hierarquizada, burocrática... alguém conhece?) à sociedade do conhecimento (a da internet). Mostrou, ainda, que o "mundo do bazar" (da 25 de Março?) não é, necessariamente, um caos. (The Cathedral and the Bazaar seria, igualmente, uma das referências mais citadas no Renaissance.)
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Se a manhã começou mais "sonhadora", com o Amadeu, e foi pousando na realidade, com o Coutinho, a palestra do Carlos Nepomuceno, por sua vez, caiu como uma bomba sobre as pretensões dos irternautas brasileiros de "mudar o mundo". Ele abriu endossando o Coutinho: com 7 bilhões de pessoas no planeta, seria impossível manter o mesmo ambiente "comunicacional" (anterior à sociedade do conhecimento). Ou seja: hierarquia, controle, burocracia não funcionavam mais com bilhões de pessoas, que explodiriam ― como numa panela de pressão comunicacional ― quando surgisse a internet... Mas Nepomuceno tirou sarro do Twitter, dizendo que quem, efetivamente, inventou o microblog foi Jesus, com seus 12 seguidores, depois outros seguidores desses 12, e assim por diante... (A plateia caiu na gargalhada.) Apontou, sabiamente, que a nossa sociedade, hoje, se divide entre "tecno-otimistas" e "tecnofóbicos". E foi filosófico ao citar um francês desses aí: "Quanto mais conectados estamos, menos nos comunicamos". E para cunhar uma máxima própria: "Não tem como entender a internet sem uma visão histórica". Anotei outras boas: "Nossa sociedade foi toda ela estruturada no orkut de papel"; "Agora, só vale a turma que eu tenho no meu bolso? (No meu celular)?". Resumindo: para Carlos Nepomuceno ― como para tantos outros ―, a natureza humana não muda (apesar de toda a tecnologia).
Depois da saída de Amadeu, Coutinho e Nepomuceno, o nível, durante a manhã, não se manteria mais o mesmo. Suzana Apelbaum (a "palestrante a confirmar") entrou pilhadíssima, falando sobre "mundo trans" e evocando termos interessantes, mas que não devem ser de sua autoria, como "mr. nobody" e "über repercussão". Também outras sacadas (que talvez sejam suas, mas nada de mais): "Cliente não passa briefing, cliente desabafa". (Enfim, eu não tenho muita paciência para publicitários falando sobre internet.) Mesmo o Michel Lent, que em geral é bastante inspirado, repetiu alguns clichês como: "poucos veículos para muita gente", "múltiplas plataformas e múltiplos formatos". E trocou a oposição "muita informação versus pouca atenção" pela oposição "muito conteúdo versus pouco tempo". Melhorou quando falou de idle time (o tempo ocioso que os nossos celulares, atualmente, preenchem), resumindo tudo com: "O valor, hoje, está em oferecer algo que justifique um pedaço de tempo do consumidor/cliente". A Márcia Matos, embora do Sebrae, provocou sono e evasão da sala, com seus slides do começo do século. E o Hernani Dimantas já foi mais inovador ― até me xingou um dia no Marketing Hacker (!) ―, mas acabou se tornando ".gov", e me pareceu meio acomodado (sem a mesma esperança de antes)... Perdi o Gil (na verdade, nem sei se ele falou o que estava programado) e perdi o Cazé (porque já o havia visto, sobre o Gengibre, na Campus Party...).
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Dessa manhã, concluí que já fui tão sonhador quanto o Amadeu, e que, portanto, não o condeno. Apenas acho que estamos construindo empresas agora sobre a plataforma do Google, assim como construimos antes sobre a plataforma da Microsoft. Ou seja: são grandes empresas, que querem dominar o mundo ― então qual é, no fim das contas, a grande novidade e a grande "revolução"? Dependemos ainda delas, ou não? Concordei mais com o Coutinho, porque ― pelo que entendi da mensagem dele ― alguém tem de fazer a "ponte" entre a internet e o mundo off-line. No Brasil, esse foi o fator de sucesso de empresas como Buscapé, que cadastrava pequenos comerciantes, MercadoLivre, que cadastrou pequenos vendedores (e compradores), e, mais recentemente, a Estante Virtual, que conecta livreiros e leitores (e que começou com velhos sebos cheios de mofo). O Nepomuceno funcionou como um balde de água fria sobre a Web brasileira, mas não concordo 100% com ele. A internet não muda o mundo tanto quanto o Amadeu gostaria, mas, ainda assim, muda o mundo, se juntarmos o pragmatismo do Coutinho (otimista na ação) com ceticismo do Nepomuceno (pessimista na avaliação).