Está prevista para esta quarta-feira, 06/10, às nove horas (horário de Brasília), a publicação pelo Papa Bento XVI de Carta Encíclica que nos diz respeito mais estreitamente. Trata-se da Digestivus Culturalis, Baculum Sapientiae, através da qual o Bispo de Roma expressa sua homenagem e concede sua bênção pelos dez anos do site brasileiro Digestivo Cultural. Como já fez antes em seu pontificado, Bento XVI concluiu texto iniciado pelo Papa anterior, João Paulo II, assíduo leitor dos textos diariamente publicados.
Carta Encíclica é um documento através do qual o papa em exercício dá a conhecer aos bispos do mundo as orientações doutrinárias estabelecidas pela Santa Sé. Bento XVI recomenda a leitura mundial do Digestivo, principalmente em momentos de transição política como os atuais. "Nossa vontade é de que os leitores experienciem uma epifania diária no contato com os textos", expressou.
Julio Daio Borges, editor-master do site, desembarcou ontem em Roma, acompanhado pela família, pelos quinze colunistas atuais e pelas duas cachorras pertencentes a um deles. Abordado pelos repórteres locais, estava com a voz de tal forma embargada que não conseguiu pronunciar-se. Na cerimônia de amanhã, todos receberão uma cópia da encíclica impressa em papel especial, feito com polpa de cedro do Líbano e capa dura revestida com pergaminho de cabras selvagens da Geórgia. Após a cerimônia, todos passearão pelos jardins do Vaticano e almoçarão com o Sumo-Pontífice. (reportagem local)
O Prêmio IgNobel, paródia do Prêmio Nobel, costuma utilizar os serviços de Miss Sweetie Poo para combater um mal que conhecemos muito bem: discursos longos e tediosos. Cada vez que o vencedor do prêmio exagera na dose, Miss Sweetie Poo entra em ação: "Por favor, pare! Estou entediada! Por favor, pare! Estou entediada!", e assim sucessivamente, até que o torturador da plateia se transforme em vítima dessa senhorita, retirando-se. Não seria ótimo se ela comparecesse aos debates dos presidenciáveis?
Quando a gente acha que a coisa agora vai, que tudo ficará lindo e fofo para os autores iniciantes, leio uma notícia como esta no The Wall Street Journal:
"Sempre foi difícil para um autor estreante conseguir publicar seu livro numa grande editora. Mas a revolução digital que está mudando o modelo econômico da indústria editorial tem tido um impacto exagerado na carreira dos escritores."
"Por ter preços menores que os de livros tradicionais, muitas edições digitais rendem menos para as editoras. E as grandes varejistas têm comprado menos títulos. O resultado é que as editoras que acalentaram gerações de escritores americanos passaram a fechar menos acordos com escritores estreantes. A maioria dos que conseguem a publicação tem recebido adiantamentos menores."
"'Os adiantamentos encolheram e não há tanta gente estreando como antes', diz Ira Silverberg, uma conhecida agente literária. 'Estamos todos tentando entender como vai ficar o negócio enquanto ele passa por essa turbulência digital.'"
"Da mesma maneira que a música barata na internet fez com que menos bandas conseguissem ganhar a vida fechando contratos com gravadoras, à medida que o e-book se popularizar, menos escritores conseguirão se sustentar, dizem editores e agentes. 'Em termos de ganhar a vida como escritor, é melhor que você tenha outra fonte de renda', diz Nan Talese, cujo selo Nan A. Talese/Doubleday publica autores como Ian McEwan, Margaret Atwood e John Pipkin."
"Em alguns casos, pequenas editoras estão atendendo à demanda e fechando contratos com escritores promissores. Mas elas oferecem em média US$ 1.000 a US$ 5.000 de adiantamento, em comparação com US$ 50.000 a US$ 100.000 que as grandes editores geralmente pagavam por um livro de estreia."
O artigo é longo e traz muitas informações interessantes. Escritores consagrados, por exemplo, continuam vendendo bem no formato e-book. E, claro, é um momento de transformações, de crises e oportunidades. (Sim, o autor discorre sobre a realidade norte-americana, bem diferente da nossa, mas... tá valendo.) Vamos ver o que rola quando tudo se estabilizar.
Eu sei, parece um produto das... ♫ Organizações Tabajara ♫. Mas é um mecanismo real, ao estilo "faça-você-mesmo", para ajudar a digitalizar livros. Só vemos uma das câmeras, mas ele possui uma em cada face, tal como vemos aqui.
Há sempre algum engraçadinho ― um troll ― tentando pegar no nosso pé por algum erro ortográfico ou de mera digitação que cometemos num momento de descuido. E, quando acordamos com a "vó atrás do toco", e alguém mexe com nossos brios numa lista de discussão, ou através dum comentário jurubeba em nosso blog pessoal, dá-lhe nosso olho de águia a ver, logo de cara, os erros do safado que veio nos provocar. Mas gente boa também erra:
"Confesso que escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido. De vez em quando um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crônica anotado, apontando os erros de Português. Um deles chegou a me passar um telegrama, felicitando-me porque não encontrara, na minha crônica daquele dia, um só erro de Português; acrescentava que eu produzira uma 'página de bom vernáculo, exemplar'. Tive vontade de responder: 'Mera coincidência' ― mas não o fiz para não entristecer o homem."
Rubem Braga, na crônica "Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim".