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Sexta-feira,
25/3/2005
Blog
Redação
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Blogs roubam audiência
Os blogs estão ganhando espaço na preferência da população como ferramenta informativa, roubando território dos meios tradicionais de jornalismo.
Isso é o que aponta um estudo conduzido pelo Projeto de Excelência em Jornalismo, instituto de pesquisa afiliado à Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, o jornalismo tradicional está competindo agora com outros modelos (...) que são "mais rápidos, mais baratos e alternativas menos precisas".
Equipe Macworld, no IDG Now!.
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Julio Daio Borges
25/3/2005 às 09h39
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Marcelotas
Meninada,
Esta é uma semana especial para mim. Pela primeira vez em muitos anos, não tenho gravações do Vitrine na TV Cultura. Desde dezembro, amadureci e tomei a decisão de não continuar no programa. Foram 6 anos intensos e divertidos, mas vi que estava na hora de fazer novas coisas e dar um descanso para os telespectadores. Abrir lugar para outros talentos naquele programa [de] que aprendi a gostar tanto.
Foi uma despedida dolorosa, mas também tranquila e amorosa. Tenho grande carinho pela emissora e empatia com a nova direção. Em breve devemos nos ver por lá novamente.
Na sexta-feira [passada], enviei um e-mail coletivo para todos os funcionários da emissora. Mas muita gente ficou de fora. Foram inúmeros colaboradores nesses anos em que estive lá. Inclusive e especialmente, muitos de vocês que participaram via internet. Por isso publico esse e-mail de despedidas. Onde alguns de vocês certamente estão incluídos.
Muito obrigado!
Marcelo "ex-Ernesto Varela" Tas, despedindo-se, obviamente, de sua cyber tribuna na TV Cultura.
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Julio Daio Borges
25/3/2005 às 09h20
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Profissão: jornalista cultural
É difícil você entrar [no curso superior] com alguma certeza. As pessoas entram muito novas na faculdade. Não sei se vale a pena escolher a área que se quer muito cedo. Na verdade, as pessoas que eu conheço acabaram se definindo no meio do caminho ou quando saem, dependendo do que conseguem fazer, e aí investem naquilo e tal, se apaixonam pela coisa. Mas é difícil porque às vezes você escolhe uma área e pensa "ah, eu quero fazer cultura, eu quero fazer cultura, eu quero fazer cultura..." e não percebe que o mundo de jornalismo cultural é muito pequeno e você pode se frustrar, especialmente aqui em Brasília. São muito poucos os espaços e é quase um acaso que você entre para fazer o que gosta assim, de cara. É preciso estar preparado para aproveitar o que surgir.
* * *
A graduação [nos cursos de jornalismo] é uma coisa louca, onde os alunos não querem saber de comunicação, só querem se formar como jornalistas ou publicitários, ou o que quer que seja, e a disciplina nunca aparece como deveria. Ela é prejudicada pela deficiência dos próprios cursos e currículos, e pela angústia dos alunos, que querem ter logo o diploma. Então, da forma como as pessoas têm saído das universidades, da faculdade, eu não acredito nessa reserva de mercado [conferida pelo diploma]. Acho que os cursos não têm formado jornalistas ou comunicadores.
* * *
[Dica:] Leia. Leia. Leia. Leia. Leia. Leia Machado de Assis. Leia Machado de Assis. Leia Machado de Assis. Leia Machado de Assis (risos). Vá atrás de conhecimento, vá atrás de saber, é isso que vai fazer a diferença. Leia para poder saber escrever, para poder conhecer e para poder ter uma visão mais ampla de mundo. E não fique angustiado na faculdade em correr atrás da prática, pelo contrário. Corra atrás do que você não vai ter para o resto da sua vida e não ache que estudar Teoria da Comunicação é bobagem, porque não é.
Sergio Sá, meu colega de CPFL, em entrevista num site só de jornalistas de Brasília.
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Julio Daio Borges
24/3/2005 às 16h14
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A conversa
Eu já quis fazer jornalismo popular. Depois não quis mais. Depois voltei a querer. E hoje acho que a questão nem é mais entre o jornalismo popular e um jornalismo mais de elite. O fato é que, a cada dia que passa, me vejo menos como jornalista. É triste, não posso negar. Afinal, foi a carreira que eu escolhi, há longos dez anos. Ainda tenho mais um tiro, uma única bala para um alvo não muito fácil. Depois disso, quem é que sabe?
Polzonoff em "Tudo sobre jornalismo", como ele mesmo diz, "não revisado" e "in progress".
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Julio Daio Borges
24/3/2005 às 15h17
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Excelentes blogs
A tarefa de montar uma lista, seja ela com cinco, dez ou quinze endereços de blogs que pudessem ser considerados "excelentes" é complicada. Eu me recuso a nomear "os melhores" por uma questão ideológica: melhor em quê? Não dá para comparar um blog de cinema com um que fale sobre tecnologia. Então decidi primeiramente estabelecer os parâmetros do que seriam "excelentes blogs" e depois eleger "Dez Excelentes Blogs".
1. Blogs têm que ter originalidade: já existem blogs circulando pela blogsfera há vários anos, não há mais desculpas para repetir as fórmulas estilo "meu diário". Blogs também deixaram de ser considerados apenas "exercícios de ego" e são hoje levados a sério por universidades, empresas e pela imprensa, a ponto de a Apple querer processar um blog.
2. Blog sem RSS feed não é mais um blog que mereça ou vá receber muita atenção: o excesso de informação e a necessidade de filtrar a informação que vale a pena ler fizeram com que o RSS tenha se tornado obrigatório para quem quer escrever e ser lido.
3. Blog que se preza precisa ser atualizado sempre.
4. Ainda prefiro blogs "independentes", desconfio de todo blog corporativo ou corporativista que apareça por aí.
Tendo estabelecido alguns parâmetros, segue uma primeira lista do que eu considero Dez Excelentes Blogs da Blogsfera, com a descrição de seus méritos, sem nenhuma ordem em particular. Lembrem-se: essa lista não é uma lista definitiva, não pretende ser uma lista dos "melhores". Blogs aparecem e desaparecem, outros bons blogs surgem, a internet muda, o mundo muda, tudo muda o tempo todo.
Dani Cast, em seu já clássico MadTeaParty.
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Julio Daio Borges
24/3/2005 às 09h04
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Conversando no Bar
Fui passar o Natal com a Elis e depois da ceia, da troca de presentes, ela sentou-se numa cadeira e começou a chorar, dizendo que se sentia muito sozinha em São Paulo, que era muito nova e que não estava feliz. E disso eu entendia, porque eu também não estava bem em São Paulo. Vendo ela chorar eu pensei que para ela estar fazendo aquilo na minha frente, só poderia ter um motivo. Iria nascer uma grande amizade. E foi o que aconteceu.
Mais do que qualquer coisa, Elis era um mito para mim. Quando a ouvi pela primeira vez cantando minha música, a voz dela entrou dentro de mim, do meu coração, do meu sangue. Ela, inclusive, em um programa de TV, reclama que eu não falei nada sobre a gravação, mas eu nem tinha como falar. Eu até chamei ela para tomar alguma coisa num boteco, mas ela disse que não era pessoa de tomar coisa em boteco e então acabei nem falando para ela se eu tinha gostado ou não. Mas para mim, para meus amigos, para minha família foi uma festa.
Todas as mulheres da minha vida são ciumentas, menos Elis. Porque ela tinha certeza que o lugar dela estava certo e que ninguém iria mexer. Depois que eu a conheci, todas as minhas músicas foram feitas para Elis e ela sabia disso, portanto não sentia ciúmes. Mas quando eu fazia uma música e dava para Elis gravar, eu causava um reboliço, todas as outras cantoras ficavam com ciúmes.
Milton Nascimento, num depoimento para o especial do Globo.
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Julio Daio Borges
23/3/2005 às 11h31
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Caneando o blog
* * *
Falta absoluta de grana. Falta mais do que absoluta de grana e uma certa tendência a uma inexplicável abstinência alcoólica.
Tudo isso, somado às aulas de dança (esse sim um vício incurável) tem me deixado tranqüila inclusive para canear este blog sem culpa nenhuma.
Estou aqui, lendo a micro biografia que Leminski fez de Jesus e estou na paz de Deus.
É um bom lugar.
Aleluia!
* * *
Parem imediatamente de usar mais de um ponto de exclamação depois das frases.
Não é nada com alguém que já tenha comentado neste blog, mas para todo mundo que navega pela Internet.
(...) Quer saber? Economizem, de uma vez por todas, o ponto de exclamação.
Fica a impressão de que qualquer m... impressiona vocês.
Isso não passa de uma grande demonstração de ignorância e deslumbramento. (...)
* * *
Amanhã tenho prova de figurino do Boleiros 2. Pediram para levar alguma coisa minha.
Vou levar uma das produções da minha mãe, que pra quem não sabe, é uma excelente artesã e faz coisas lindas de vestuário, bijus e decoração.
Ela vai ficar toda prosa quando vir uma de suas crias enfeitando sua cria de verdade na tela do cinema.
Sem Gelo de Fernanda D'Umbra (que o Mário Bortolotto havia indicado, mas onde eu nunca havia entrado - até hoje).
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Julio Daio Borges
23/3/2005 às 09h00
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Internet difundindo livros
De acordo com enquete realizada no mês de fevereiro no site da CBL [Câmara Brasileira do Livro], jornais e revistas ainda são os principais meios por onde os leitores se informam sobre as novidades do mundo literário. De um total de 537 participantes, 190, ou 35%, responderam que usam os veículos de comunicação impressos para se manterem atualizados. Surpreendente foi a participação da internet que ficou em terceiro lugar, tecnicamente empatada com a tradicional visita a livrarias (22% a 23%). "Isso prova que a internet não é inimiga dos livros ou da leitura como alguns apregoam. Quase todas as editoras e livrarias de pequeno, médio e grande porte possuem sites, disponibilizando a compra de livros on-line", explica o vice-presidente de comunicação da CBL, Marino Lobello. Os demais colocados na pesquisa foram os "informativos de editoras ou livrarias" (9%), "por meio de pessoas conhecidas" (7%) e, em último lugar, "pelo rádio ou TV" (4%).
"Boletim nº 375", de 21/3/2005, da CBL
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Julio Daio Borges
23/3/2005 às 08h30
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Biografia do orvalho
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Xiru Sander Scherer citando Manoel de Barros, cujo Andarilho Freak linca pra nós.
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Julio Daio Borges
22/3/2005 à 00h02
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Política em perguntas
Todos devem - e fazem - política. Ninguém vive sem participar do que acontece no dia-a-dia. Fazemos política inclusive quando "cruzamos os braços" e "ficamos de fora". Quem se omite consente com a situação, aceitando-a como ela é. (...)
Não há como não fazer política. Todos nós nascemos "políticos" porque nascemos não apenas para viver, mas para conviver (viver em relacionamento com os outros). Podemos, ficar à margem, olhando sem participar. Nesse caso, agimos com irresponsabilidade porque deixamos que os outros façam - bem ou mal - com o nosso direito de delegar a uma determinada pessoa um poder de comando.(...)
O voto tem tudo a ver com a política. (...) Não existe voto mal dado, os juízos de valor são subjetivos.
Guilherme Ibraim em O Binóculo, que, em algum lugar também, linca pra nós.
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Julio Daio Borges
22/3/2005 à 00h01
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