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Quarta-feira,
30/3/2005
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Redação
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Corrigindo exercícios
Uma tulha deles e tem hora que cansa. Cansa ficar olhando para páginas iguais de trinta livros diferentes, cansa usar a caneta vermelha e risc risc risc, cansa tentar decifrar letra de aluno. Aliás, te contar, deveria ser proibido sair do pré-primário indivíduo que não sabe colocar a barriga no "b", cortar o tracinho do "t", fazer morrinhos com o "m" e ângulos no "r". Sem contar os garranchos de natureza própria e as escaladas geométricas linhas acima. Mas entre as coisas engraçadas que a gente lê, e que na verdade são erros de universitários ianques que tentam aprender Português, aparecem construções de frases das mais sensacionais e ainda com o detalhe que têm muito espanhol misturado.
Eis que, em um exercício com respostas livres sobre "Se" + "imperfeito do subjuntivo", algo estranho surge. As perguntas eram dessas bem água com açúcar do tipo: 1. Se você tivesse um iate, quem levaria para um cruzeiro no Caribe?; 2. Se você fosse presidente da república por um dia, o que você faria em primeiro lugar?; 3. Se você encontrasse uma mala cheia de dinheiro e jóias, qual seria a sua atitude?; 4. Se você fosse milionário e não precisasse trabalhar, como ocuparia seu tempo?
As respostas foram as mais bonitinhas, certinhas, cut cut, do tipo "levaria minha mãe", "sexta-feira seria feriado", "doaria dinheiros aos pobres" etc. Um dos alunos responde, respectivamente: "eu não levaria ninguém"; "eu peidaria", "seria uma boa atitude", "eu sairia pelado na rua". Tá, né. Tenho certeza que o verbo citado na segunda resposta, por exemplo, não foi nem conjugado em sala de aula e que sair pelado na rua é algo inimaginável para os seres que habitam este país - você vai preso e ainda sairá com os cops. E quem é o ser ignóbil que responde a isso, entre os outros trocentos alunos com respostas CDFs? É o mané brasileiro que está fazendo a disciplina só pra ganhar créditos!
Depois dizem que quem leva a fama, deita na cama. Ou quem deita na cama, leva a fama. Ou quem fama na deita, na cama leva. Era alguma coisa assim.
Gi, que está nos States, assina o perhaps, maybe, talvez..., que, por sua vez, linca pra este blog.
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Julio Daio Borges
30/3/2005 às 16h34
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Quixote.com.br
Este sítio surgiu de uma iniciativa do professor Francisco Manhães e tem se ampliado com as colaborações intelectuais e afetivas de Alexandre Faria (UFJF), Ana Paula Ribeiro (cientista social), Darío Henao Restrepo (Univalle-Colômbia), Carmen da Matta, Leila Borges, Paulo Miranda (produtor cultural) e outros. O seu nome se inspira na principal personagem ficcional da literatura ocidental, Dom Quixote, um jovem idealista que ompletou 400 anos, em fevereiro de 2005.
Quixote.com.br pretende divulgar textos de interesse de professores, alunos e apreciadores de literatura e cultura, tais como poesias, contos e produções acadêmicas. O usuários podem enviar seus próprios textos, notícias e comentários. A submissão dos artigos é direta e a classificação dos artigos é feita automaticamente, considerando-se as informações fornecidas pelo próprio usuário ou autor.
O conteúdo está sempre em renovação e ampliação, a partir dessas colaborações espontâneas. Para facilitar o acesso e a consulta, o sítio está dividido em seções de notícias, resenhas, currículos, arquivo de textos, galeria de fotos etc. Os links externos sugeridos remetem a páginas de referência, textos básicos, legislação educacional, material didático etc. Os fóruns e o chat estão à disposição de todos para a discussão de temas pertinentes e o esclarecimento de dúvidas.
Os editores, obviamente, do Quixote.com.br, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
30/3/2005 às 16h22
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Filosofia cai no gosto... (2)
Além de publicações como as da coleção Os Pensadores, da Nova Cultural, outros livros chegam às prateleiras para atender a crescente demanda pelo saber filosófico. Um deles é Aprendendo a filosofar em 25 lições, de Nicholas Fearn, publicado em 2004 pela Jorge Zahar. Títulos como esse não têm a complexidade e nem a profundidade de obras que tratam unicamente do pensamento de cada filósofo. No entanto, permitem um primeiro contato com um assunto meio árido, considerado até, muitas vezes, campo de estudo para pessoas que não têm nada mais para fazer da vida.
O título do livro parece buscar a aproximação com o público não-iniciado e promete um contato facilitado com o assunto. No entanto, por mais que a linguagem seja agradável e bem-humorada, com exemplos práticos e atuais, a complexidade de alguns conceitos permanece.
Não estamos acostumados a pensar profundamente sobre aspectos simples da vida. É justamente essa simplicidade que dificulta uma análise mais profunda de questões como consciência, linguagem, ética, relações humanas. Questões filosóficas se parecem muito com aquelas perguntas que fazemos quando crianças: "por que cachorro se chama cachorro?" O dar nome às coisas do mundo é um dos mais antigos assuntos dos filósofos. No entanto, somos desencorajados a pensar nisso logo na infância. Aprendemos a simplesmente aceitar os nomes, sem muitos questionamentos sobre suas origens.
Esse livro não ensina a filosofar em apenas 25 lições, mas já é um princípio. Deve servir de introdução para uma leitura mais aprofundada e reflexiva do autor ou autores com os quais o leitor mais se identificar. De Tales a Derrida, um leque de filósofos ocidentais vai desfilar de forma cronológica e agradável para você escolher com qual deles iniciar um relacionamento mais íntimo e duradouro.
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Adriana Baggio
30/3/2005 às 11h46
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Blogs, Everyone?
Recently, blogs have been credited with everything from CBS News anchorman Dan Rather's departure, to unauthorized previews of the latest Apple Computer products, to new transparency in presidential campaigns. The big question is whether blogs, short for weblogs, have the staying power to become more than just online diaries. Will bloggers upend the mainstream media? What legal protections should bloggers have? Is there a blogger business model? While no definitive answers exist just yet, experts at Wharton advise questioners to be patient. Blogging, they note, will be around for a long time.
Direto de Wharton, uma dica do Eduardo Carvalho.
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Julio Daio Borges
30/3/2005 às 07h28
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Filosofia cai no gosto popular
A Filosofia vem, ano a ano, ultrapassando os domínios das universidades e invadindo a vida das pessoas. O que acontece hoje em dia é a incorporação da teoria e ensinamentos à pratica do dia-a-dia.
Livros de Filosofia tiveram um crescimento considerável das suas marcas de venda e tornaram-se vedete da atualidade editorial. Há algum tempo os "Cafés Filosóficos" surgiram proporcionando debates animados sobre as grandes questões da existência humana. As consultas à Filosofia cresceram: Filosofia à serviço dos problemas da empresa, Filosofia nas escolas, Filosofia para adultos e até crianças. As jornadas filosóficas se multiplicaram e até artistas de TV, Cinema e Música passaram a estudar o assunto como uma ferramenta para aprimorar seus conhecimentos sobre o mundo e as pessoas.
Um exemplo do sucesso editorial de livros de Filosofia é a Coleção "Os Pensadores" da Editora Nova Cultural. Esses livros trazem o melhor do pensamento filosófico ocidental e são um fenômeno de vendas desde 1974, quando circulou a sua 1º edição. Nomes como Sócrates, Platão, Marx, Freud, Aristóteles, Maquiavel, Descartes, Hegel, Adorno, Nietzsche e Kant são alguns dos que fazem sucesso com um público bastante variado que vai desde professores universitários, publicitários e advogados até jovens estudantes e empregadas mensalistas. Há mais de 30 anos, "Os Pensadores" estão nas bancas de jornal do Brasil, e já venderam 6 milhões de exemplares.
Ação Comunicação, jogando uma pauta pra quem quiser pegar.
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Julio Daio Borges
29/3/2005 às 14h44
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Leia mais em menos tempo
Não estou recomendando curso de leitura dinâmica, estou recomendando uma aplicação web gratuita que pode agilizar muito sua leitura. O Bloglines permite que você receba num mesmo lugar conteúdo dos websites que você acessa com mais frequência. Veja que prático: do lado esquerdo você tem a lista de assinaturas com o número de novos posts não lidos. Clicou em algum, já abre imediatamente do lado direito os posts, dependendo do site não precisa nem sair do Bloglines pra ler o conteúdo completo.
Depois de lido, o site perde destaque e você já pula pra outro. É possível criar categorias para separar as assinaturas. Eu como leitor compulsivo, assino mais de 30 (só acompanho de perto os de usabilidade). Você [pode] dar uma espiada [n]o que assino no meu Bloglines público.
O cadastro pra abrir uma conta só vai te exigir um e-mail e senha, é bem rapidinho. Depois você poderá acessar a partir de qualquer computador, bastando entrar com seu login. Gravando a senha no navegador e adicionando o seu Bloglines aos favoritos, você poder ter acesso a ele com apenas um clique.
Para criar uma assinatura é fácil, basta ir no botão "Add" e colar o endereço do RSS/Atom do site. Não sabe o que é isso? Nem precisa, basta pegar o endereço [para] que apontam os links sobre os ícones laranjas [onde está] escrito XML que tem ao lado dos últimos posts dos blogs.
O meu endereço é este, boa leitura!
Fred van Amstel, no Usabilidoido, o melhor lay-out da blogsfera.
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Julio Daio Borges
29/3/2005 às 13h27
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Moacir
Estava tomando café na Fnac quando o telefone tocou. Número desconhecido. Atendi.
- Alô?
- Alô, Moacir?
Muito bem. A maior parte das pessoas diria que, a não ser que você se chame Moacir, a resposta correta deve ser:
- Não, acho que você se enganou.
Então a outra pessoa diz "Ah, desculpe", ou "Que cabeça, a minha!". Você responde "Não foi nada", ambos desligam e pronto.
Pessoas que pensam assim não sabem se divertir. Eu, por exemplo, a despeito de me chamar Marco Aurélio, respondi sem hesitar:
- É ele.
- Ô, rapaz! Você vem pra cá?
- Peraí. Quem tá falando?
- O Eduardo, Moacir.
- Ô, Edu! Que bom que você ligou, já ia ligar pra você.
- Pois então, você vem pro clube?
- Ah, Edu, não sei. Essa chuva...
- Deixa disso, rapaz! A moça tá aqui, já tá tudo acertado.
- Hum. Tudo acertado?
- Tudo, tudo!
- Tem certeza, Edu? Cê cuidou do negócio todo e tal?
- Opa, claro!
- Tá bom. Então tô indo, me espera aí.
- Ok. Tô aqui na frente da Blockbuster. Você demora?
- Acho que levo uns quarenta minutos, tá um trânsito danado.
- Ah, tudo bem. Tô te esperando.
- Mas tá com a moça, né?
- Tô sim.
- Vê lá, hein Edu?
- Ô, Moacir, eu alguma vez já te deixei na mão?
- Hehehe. Espera aí, tô saindo agora mesmo.
- Tá legal. Até mais.
- Até. Abraço, Edu.
Imagino que deixei um Edu e uma moça esperando debaixo de chuva, enquanto um Moacir em algum lugar da cidade esperava por uma ligação a respeito da moça.
A vida pode ser divertida, às vezes.
Marco Aurélio dos Santos, no Jesus, me chicoteia!, via Copy & Paste.
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Julio Daio Borges
29/3/2005 às 08h45
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O blog da Bundas
Só pra lembrar a você que a Bundas teve um blog em que alguns de seus colaboradores enfiavam a colher, mediante uma senha. Claro que havia alguém coordenando o negócio, mas parecia algo imediato, automático, como se apenas um servidor intermediasse o fluxo dos textos. Naquela época não era comum a banda larga; eu, ao menos, não possuía uma; agora, creio, ficou mais fácil marcar e ser marcado em cima, ou seja, mais dinâmico.
S.A., sobre este blog, por e-mail.
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Julio Daio Borges
28/3/2005 às 14h31
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Leituras
Há um certo trauma da modernidade e de vanguarda que tem prejudicado a poesia brasileira. Quando ela busca o real sentido da poesia, que não é a inspiração, mas é algo parecido com isso, estando mais para um flash de idéia que desperta o bom poema, e quando ela deixa de ser cerebral, sendo mais sentimental, mais humana, ganha uma dimensão muito grande.
* * *
Há uma ditadura das editoras, as de São Paulo protegem os autores de São Paulo, as do Rio protegendo os cariocas, que são as mais visíveis e equivocadas por pensarem que só existe literatura no Brasil no Rio e São Paulo. Pode-se ver que está se fazendo excelente literatura em Belém do Pará, no Rio Grande do Sul, no Recife, existe uma literatura viva em todo país. E a mídia precisa descobrir. Descobrir esses nichos.
* * *
O autor brasileiro atual sofre de três pragas: a do aparentemente folclore erótico do Jorge Amado, onde todo mundo quer carnavalizar a sexualidade brasileira, o que é um erro porque surge uma prosa inautêntica; outros querem sofisticar a linguagem popular à maneira do Guimarães Rosa, outro equívoco, porque Guimarães Rosa foi grande porque conseguiu conjugar três pontos fundamentais a partir de um apuro lingüístico belíssimo, depois a construção do tempo narrativo maravilhosamente bem escrito, contando uma história com começo, meio e fim, e uma profundidade psicológica em seus personagens; a terceira, é o querer ser moderno, falando de violência, sob o que já escreveu Rubem Fonseca, contando uma história policial, com bastante palavrão, um delegado folclórico e estereotipado, e com pontos de erudição. Daí, acho que o importante é buscar a própria carga do escritor com originalidade, sem precisar copiar Jorge Amado, nem Guimarães Rosa, nem Rubem Fonseca.
Maurício Mélo Júnior, entrevistado por Luiz Alberto Machado.
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Julio Daio Borges
28/3/2005 às 14h22
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Menos de 1 livro por ano...
Sábado, o UOL publicou a seguinte matéria:
Alunos de escolas argentinas lêem menos de um livro por ano
Rapidamente, lembrei do que havia escrito sobre a
Política de incentivo à leitura no Brasil.
Já conversei com vários argentinos e todos eles são orgulhosos do ensino que possuem (acho que não leram a reportagem do UOL). Há 30 dias, um argentino me disse que a universidade argentina é espetacular porque qualquer pessoa pode estudar nela. Disse, entretanto, que o problema não era entrar na universidade e sim sair dela, visto ser extremamente difícil se formar na Argentina(não faz muito tempo, saiu uma notícia sobre alunos argentinos que ficam 8-9 anos para passar em uma mesma disciplina). Enquanto ele via algo espetacular, eu vi um desperdício de dinheiro e oportunidade, permitindo que muitos entrem, gastem as verbas públicas por alguns anos e, então, saiam da universidade sem o diploma, o que, dizem os argentinos, é fundamental no cotidiano profissional dos hermanos.
Talvez a universidade argentina não seja tão difícil. Talvez o problema seja permitir que alunos que lêem menos de 1 livro por ano façam seus cursos...
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Marcelo Maroldi
28/3/2005 às 13h15
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