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Quinta-feira,
7/4/2005
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Redação
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Enquanto isso, em Roma
"(...) A farra da... quero dizer... a cobertura da mídia continua forte. Repórteres entrevistam repórteres, mostram a fila que está com tantas horas de espera, vemos os auxiliares da prefeitura distribuindo água... Ou seja, não há assunto algum."
De Marcelo Tas
sobre a eterna falta do que falar após a morte do Papa.
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Fabio Silvestre Cardoso
7/4/2005 às 09h45
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What it means to be a man
For instance? Well, for instance, what it means to be a man. In a city. In a century. In transition. In a mass. Transformed by science. Under organized power. Subject to tremendous controls. In a condition caused by mechanization. After the late failure of radical hopes. In a society that was no community and devalued the person. Owing to the multiplied power of numbers which made the self negligible. Which spent military billions against foreign enemies but would not pay for order at home. Which permitted savagery and barbarism in its own great cities.
Saul Bellow empacotou. Nunca tive coragem de acabar Herzog, de onde Christopher Hitchens extraiu o trecho acima. Li mais de cinco vezes as primeiras frases de uma edição antiga, que tenho na fazenda - e parei sempre. Mas li Ravelstein, que foi suficiente para não me esquecer de Bellow para o resto da vida.
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Eduardo Carvalho
6/4/2005 às 19h33
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Escritos e escritores
Leiam o ótimo texto (e a discussão subseqüente) do Julio Daio Borges sobre escritores da geração atual. O Digestivo Cultural e o Na Cara do Gol, do Rafael Lima, são para mim as duas melhores resenhas culturais em português no momento, na internet e muito provavelmente fora dela (o que fizeram com a Bravo foi uma grande maldade).
A "nova onda" de escritores tem seu lado positivo, pois instiga e encoraja a todos a escreverem. Talvez ainda não seja a geração que vá produzir novos grandes clássicos nacionais, mas já é o bastante ser uma geração que parece ter recuperado um pouco a misteriosa "vontade de escrever".
Ram, o Comentador preferido da Andréa, no seu próprio blog, o Cataplum (porque hoje é o dia das repercussões...).
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Julio Daio Borges
6/4/2005 às 16h58
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all type
acresce possibilidades. expande visões. lá, até nos descascam vez em quando. por isso mesmo recomendável. adeptos do fuderoso, tô bege, surreal, tabacudo, impressionante e outras "pernambucaneidades" não deglutem. se realmente publicitários ao menos lessem a secção aumente seu vocabulário do reader´s digest...
Celso Muniz, que - eu sei que não parece, mas... - está falando do Digestivo Cultural (e lincando pra nós).
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Julio Daio Borges
6/4/2005 às 15h14
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Indústrias Criativas
A expressão "Indústrias Criativas" pode ser uma novidade no Brasil, mas é uma tendência mundial que atesta que estamos começando a mudar de uma economia puramente de serviços para uma economia que está baseada na criatividade. Isto não é apenas verdadeiro para economias do primeiro mundo que tem, por muitos anos, a vantagem do sistema de mercado da livre empresa. Isto também é verdade para as economias dos países em desenvolvimento.
(...)
Criatividade não se define de forma fácil, por isso o portal das indústrias criativas pretende reunir os elementos que compõe estas classes criativas, em seus os vários setores, como por exemplo: publicidade, arquitetura, mercado de artes, artesanato, design, alta costura, filmes e vídeos, software interativo de lazer, música, artes cênicas, editoras, serviços de software e computadores, televisão e rádio, mobiliário, moda, produção audiovisual, design gráfico, software educacional, artes e entretenimentos, internet, artes visuais e editoração.
Alem de referencial e fonte de pesquisa sobre o assunto, o portal terá também as orientações dos processos jurídicos para que o artista possa saber como ter direitos sobre suas criações, noções de empreendedorismo, e um espaço para que os criadores possam montar uma pagina de apresentação dos seus trabalhos falando e mostrando suas obras, seus projetos e suas idéias. Anexando um currículo, ainda fotos, textos e vídeos. (...)
Apresentação do Projeto, do site Indústrias Criativas, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
6/4/2005 às 10h52
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Money Can't Buy You Love
"You can't buy love. It's very irritating," joked Warren Buffett, CEO and chairman of Berkshire Hathaway during a stop at the College of Management. "It's so much easier to just write out a check. 'I'd like a million dollars worth of love.' You can get a million dollars worth of sex but .
"The hell of it is you're only going to be loved if you're lovable. If you are, you get it back in spades," he said. "The truth is you always get back more than you give away. Some people never learn that. They're busy cheating people, cutting corners, lying to them, all kinds of things and they think they're a success because they have tens of millions of dollars later in life. I don't think they are a success and I don't think deep down they feel like they are a success."
Do segundo cara mais rico do mundo, aqui.
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Eduardo Carvalho
5/4/2005 às 19h13
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Nada de útil pra ler
Cheguei à conclusão, lendo a Veja, que eu preciso ler Paulo Coelho. Nunca li Paulo Coelho. Maktub não conta, é um livro de frases - todas elas meio nonsense, por sinal - mas se tomar como exemplo, então não espero muita coisa de um livro dele. Mas eu adoro Michael Crichton, que praticamente escreve sempre a mesma coisa, só muda a tecnologia. Todo mundo que se considera inteligente xinga o Paulo Coelho, mas não seria irônico se, daqui a alguns anos, se concluísse que ele fez mais pela divulgação da literatura brasileira do que todos os outros atuais membros da Academia Brasileira de Letras (José Sarney e Ivo Pitanguy, principalmente)? Mas o que eu sei? Não li Paulo Coelho para ter direito a dar opinião.
* * *
Oscar 2005: mais curto, mais chato, mais grosseiro do que de costume. Chris Rock só contava piada sem graça. Ou alguém achou engraçado ele dizer que "Gwineth Paltrow é a mulher que dá leite a uma maçã" porque sua filha se chama Apple? Ou sobre Colin Farrel ser um Russel Crowe de segundo escalão (o que é verdade, mas inconveniente pra ocasião). E aquele quadro, sobre como o público americano não viu nenhum dos filmes indicados, era pra dizer o quê? Que o publico médio americano tem a idade mental de uma criança, ou que a Academia devia valorizar mais filmes como As Branquelas? Seria interessante um dia ter Jim Carrey ou Robin Williams apresentando, mas daí a cerimônia teria que deixar de lado a tradição de ser previsível e formal.
* * *
Há um tempo atrás eu falei o quanto eu detestava praia. Pois acabei passando um final de semana em Atlântida Sul e me diverti muito. Em dois dias, tentei fazer tudo o que eu imaginava ser característico de praia: ir no "centrinho" à noite (apesar das horríveis bandas de garagem que estavam tocando), ir num buffet de sorvete, entrar no mar (ainda que por menos de cinco minutos), comprar doces vendidos em caixas de camisa, ler uma revista do Pato Donald, andar de bicicleta, fazer criptogramas naquelas revistas Coquetel, tomar banho de piscina, churrasco, ler no mais absoluto silêncio sem ter que ouvir freadas de carros e vizinhos gritando com música no último volume.
Samir, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/4/2005 às 15h53
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Ei, psiu
A realidade é coisa delicada
de se pegar com as pontas dos dedos.
Um gesto mais brutal, e pronto: o nada.
A qualquer hora pode advir o fim.
O mais terrível de todos os medos.
Mas, felizmente, não é bem assim.
Há uma saída - falar, falar muito.
São as palavras que suportam o mundo,
não os ombros. Sem o porquê, o sim,
todos os ombros afundavam juntos.
Basta uma boca aberta (ou um rabisco
num papel) para salvar o universo.
Portanto, meus amigos, eu insisto:
falem sem parar. Mesmo sem assunto.
Paulo Henriques Britto, de novo, no simplesmente, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/4/2005 às 10h14
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Brinquedos de palavras
A porta abre, o balde cai.
O cigarro explode no nariz.
A língua fica roxa do chiclete.
Aparelhinho de choque no
aperto de mão.
Palito de fósforo aceso, encaixado
entre os dedos do pé.
Acho que ela me ama, mas
estou desistindo.
Pipol, na MnemoZine, aquela com o melhor lay-out.
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Julio Daio Borges
5/4/2005 às 09h22
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À procura de barranco
Eu sou de natureza cínica pero bonachã. Quer dizer, sou um camarada que não acredita quase nada nas boas intenções dos outros, mas também não cria muito caso com isso, ressalvadas certas circunstâncias de caráter sentimental. Sou adepto do cinismo ameno. Das brisas cínicas, se as houver. Da sombra cínica. Se uma mulher de cabelos arrepiados chegar perto de mim gritando que quer salvar o mundo, primeiro digo:
- Ãrrã.
E depois:
- Senta aqui, minha filha, e me explica essa besteirada toda.
E vou bebericando alguma coisinha, ouvindo e achando graça.
Eu acho muita graça nas coisas. E acho muitas coisas engraçadas. É por isso, aliás, que não gosto da palavra "diversão". A diversão, me parece, dá trabalho, é pró-ativa: você, para se divertir, tem que fazer coisas, praticar atos, elaborar gestos. Gente que faz rapéu ou dança a noite inteira diz que se diverte. Fica toda quebrada, mas sai falando:
- Foi muuuuuito divertido.
Já a graça vem sozinha. Vem - ou vêm; são Graças, moças muito bonitas - e se instala ao meu lado, e me encanta. Então é isto, a graça é amena. E cínica. Fica sentada comigo ouvindo a moça de cabelos arrepiados que quer mudar tudo, absolutamente tudo, e pisca para mim, pensando o que eu também penso:
- Coitada, é tanta coisa pra mudar de lugar.
Orlando, no Postiçagens, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
4/4/2005 às 10h42
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