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Terça-feira,
19/4/2005
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Redação
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Siempre!
No puedo saber hasta ahora qué es lo que me lleva a tratar los temas de mi obra narrativa. No tengo un sentido crítico-analítico preestablecido. Simplemente me imagino un personaje y trato de ver a dónde este personaje, al seguir su curso, me va a llevar. No trato yo de encauzarlo, sino de seguirlo aunque sea por caminos oscuros. Yo empiezo primero imaginándome un personaje. Tengo la idea exacta de cómo es ese personaje. Y entonces lo sigo. Sé que no me va a llevar de una manera en secuencia, sino que a veces va a dar saltos. Lo cual es natural, pues la vida de un hombre nunca es continua. Sobre todo si se trata de hechos. Los hechos humanos no siempre se dan en secuencia. De modo que yo trato de evitar momentos muertos, en que no sucede nada. Doy el salto hasta el momento cuando al personaje le sucede algo, cuando se inicia una acción, y a él le toca accionar, recorrer los sucesos de su vida.
Juan Rulfo
* * *
Todo escritor tiene de alguna manera unas constantes, también se las puede llamar obsesiones personales; pero conmigo es una cosa premeditada, tampoco soy consciente todo el tiempo de eso. Sí aparecen muchachos en mis novelas de edades comprendidas entre los 9 y los 14 años, entre la niñez y la adolescencia, que apenas llegan a la primera juventud. El porqué no sabría decirlo. De alguna manera intuyo que la voz narrativa me resulta muy verosímil, me resulta muy grata, me la creo. Porque yo soy el primero que tiene que creerse lo que estoy contando, porque si no me lo creo yo no se lo va a creer nadie. Utilizo voces de esos muchachos que han sido testigos indirectos de una serie de acontecimientos, algunos tienen algo que ver con mi vida otros los he inventado, pertenecen naturalmente al campo de la imaginación. Pero de algún modo estas voces de esos muchachos me lo hacen creer, hay una tendencia a eso, un gusto y una inclinación a eso, pero no sabría explicar por qué.
Juan Marsé
Ambos no blog de George Cassiel, com inspiração hispano-americana, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
19/4/2005 às 10h42
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FLIP 2005
"Salman Rushdie é uma das estrelas internacionais confirmadas para a terceira edição da FLIP. Seu novo livro, Shalimar, o equilibrista terá lançamento mundial em Parati. Os espanhóis Enrique Vila-Matas, autor de Bartlebly e Companhia e o romancista Juan Goytisolo, que recebeu em 2004 o Juan Rulfo, um dos prêmios literários mais importantes da América Latina já reservaram as suas agendas para a Festa.
Veja programação completa no site a partir de 4 de junho."
As informações acima são da página oficial da
FLIP.
Há quem diga, ainda, que outra estrela confirmada é Jô Soares. Oremos.
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Fabio Silvestre Cardoso
19/4/2005 às 10h41
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Pobrezinha da Jane Fonda
Dia desses, conversei com uma dessas garotas que lêem Jane Fonda. Ela me explicou que as mulheres nascem com um defeito: a submissão aos homens. Disse-me que não faz certas coisas na cama, porque são sintomas de atavismos femininos dos quais precisamos nos livrar. Ela é independente financeira, emocional e socialmente e contou-me das maravilhas de não se precisar de um homem para se sentir completa. É uma mulher moderna.
Não li a biografia de Jane Fonda, mas soube, através da entusiasmada garota, que Minha Vida até Agora é um libelo contra os homens. Depois de conhecer a muitos, ela encontrou a felicidade nos vídeos de aeróbica. "Na minha vida, sempre estive tão desesperada para satisfazer os homens que me desapeguei completamente do meu eu autêntico".
(Ela queima seus sutiãs, eu aperto meu espartilho, para que eles pensem ser minha cintura mais fina do que é.)
Ah, se eu pudesse, mostraria algumas coisas para o Eu Autêntico da Sra. Fonda: a beleza daquela curva do músculo do antebraço, que vem do punho até o cotovelo; as mãos macias dos homens que escrevem; uns pelinhos que eles têm na nuca; o sorriso irônico para alguém que eles sabem que você não gosta; a maneira como ajeitam os óculos no nariz com o dedo indicador, distraídos. Aquele olhar quando estamos falando e eles não estão ouvindo, que mistérios serão? E aquele cheiro da pele dos homens.
Nunca fiz ginástica aeróbica, são tantos pulos! Eu, costela de Adão, gosto de ficar ali, dentro do peito deles, tão quentinho e sem solavancos.
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Andréa Trompczynski
19/4/2005 às 09h53
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Mais e melhores posts
Roupas, culinária e, curiosamente, a maneira de lidar com os homens eram matérias nas quais Glória respeitava as opiniões da mãe. Empacotamento, limpeza de casa, como administrar os criados, o que fazer contra manchas na epiderme, química de cozinha, as peculiaridades de vários tecidos... a sra. Wandrous conhecia um bocado de tais assuntos. Glória concluiu que a mãe era uma perfeita esposa. O fato de seu marido estar morto em nada lhe mudara a disposição. Na verdade, sua vocação de dona-de-casa era tudo. E se alguém, em qualquer ocasião, tivesse dúvidas sobre a excelência de sua mãe na administração da casa, bastaria contar o número de queixas do tio de Glória. Não, a mãe era uma estupenda dona-de-casa e, ainda por cima, sabia manobrar os homens. Muitas vezes Glória ouviu a mãe dizer que se fulano e sicrano tivessem feito isso e aquilo, ela estaria mais feliz com o marido. Glória pôs na cabeça que a mãe, convivendo com o seu tipo certo de homem, no seu tipo certo de vida, tornou-se nisso tão capaz quanto se mostrava na cozinha preparando soda-limonada. A sra. Wandrous sabia que bater soda lhe traria dividendos, e sabia também o que a espécie de homem com quem gostaria de conviver (e que aborreceria mortalmente Glória) faria. Era uma vida quase boa, concluiu Glória. Sem lamentos, reconheceu a impossibilidade dessa vida para si; contudo, uma vida boa para pessoas como a mãe.
John O'Hara, é o último. E, agora, você acredita que ele escreveu tudo isso com 20 e tantos, em 1920-e-alguma coisa? Pois, mãos à obra.
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Julio Daio Borges
18/4/2005 às 13h07
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Sou melhor do que Shakespeare
Chega a ocasião na vida de um homem, se ele leva uma vida cheia e atormentada, em que guarda um segredo tão sujo que sabe que dele não se libertará. (Shakespeare sabia disso e tentou exprimi-lo, mas se exprimiu tão mal quanto qualquer outro. "Todos os perfumes da Arábia" nos faz pensar em todos os perfumes da Arábia e nada mais. É a luta com as metáforas no que toca à conduta humana. Pessoas não são navios, enxadristas, flores, cavalos de corrida, pinturas a óleo, garrafas de champanha, excremento, instrumentos musicais ou o que quer que seja - mas simplesmente pessoas. Metáforas funcionam para nos dar uma idéia.)
John O'Hara, de novo. Porque eu prometo que paro (no próximo).
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Julio Daio Borges
18/4/2005 às 13h03
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Mídia tradicional em queda
Um panorama das tendências da mídia nos EUA, analisadas a longo prazo, indica que nos últimos anos TV, rádio, revistas, jornais, música e livros estão em queda ou próximos da estabilidade. A circulação de jornais, por exemplo, alcançou o pico em 1987 e está em declinio acelerado. O tempo dedicado a ouvir rádio é o mais baixo dos últimos 27 anos. Por outro lado, estão em alta filmes, videogames e internet. As informaçoes são, basicamente, de entidades, como a Newspaper Association of America e a Recording Industry Association of America, ou de publicações especializadas como a Editor&Publisher e a ClickZ. Breve resumo da situação de cada mídia e indicações para números específicos estão no blog The Long Tail.
Nota publicada, em 13/4/2005, no site de notícias Blue Bus.
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Luis Eduardo Matta
17/4/2005 às 22h40
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Felicidade (extra)conjugal
Uma vez na sua vida com Paul, Nancy se deixara beijar por outro homem, um beijo guloso, de pé, com a boca aberta e as pernas afastadas. Agora que pensava nisso, tinha sido também com um ator. Um ator jovem, praticamente desconhecido. Agora, pensando em Watterson, e depois no ator juvenil, ela retrocedeu até uma verdade que tinha descoberto para si mesma. Algo que havia descoberto observando o progresso da vida amorosa extramarital de suas amigas - embora fingindo nada observar. A verdade é que havia certo tipo de homem, atraente e famoso à sua maneira e assediado por mulheres, com que mulheres saudáveis, mulheres como Nancy, podiam concebivelmente ter um caso amoroso, mas não casar, ainda que ele fosse o último homem na face da Terra. Certa feita Nancy ouvira o chistoso dito francês segundo o qual se pode amar pelo Bois sem comprá-lo. (Soava melhor que o dito americano: por que criar uma vaca quando o leite é tão barato?) Ela usaria a observação sobre o Bois para justificar o comportamento de alguns homens dos quais gostava, sem gostar, porém, do seu comportamento. Somente nos últimos três ou quatro anos se sentira tentada a aplicá-la de mulher para homem. Bem, não desposaria um homem como Watterson, mas já que existiam homens como Watterson, por que não investigá-los? Por que não sondar pelo menos outro homem? Ela conhecia cada pêlo do corpo de Paul; conheciam tudo um do outro que gostassem de aprender com naturalidade. Um homem novo seria um completo estranho e Nancy tinha curiosidade a respeito de si mesma, também. Talvez fosse estranha, para si mesma e para qualquer outro homem. A oportunidade era boa para descobrir. Assim, calmamente, ela pôs na cabeça que teria um caso com John Watterson, o ator.
Mais uma vez, John O'Hara, no mesmo livro. Porque esse cara tem futuro (já morreu).
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Julio Daio Borges
15/4/2005 às 12h52
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Ficar ou não ficar?
Devo terminar? Suponho que sim. É terrível a gente se envolver com tantos homens e fazer da vida uma bagunça, e depois aparece alguém, com quem a gente de fato quer ficar, porque ama essa pessoa, no entanto ela é a única com que não se pode ficar porque, nesse caso, ela imediatamente ficará igual aos outros, e a gente não quer que essa pessoa se assemelhe ao resto. Essa pessoa especial tem uma coisa que os outros homens não têm - e essa coisa nos impede de ficar com ela.
Uma escritora da nova literatura feminina brasileira? Não, um escritor da velha literatura masculina norte-americana. John O'Hara, em BUtterfield 8.
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Julio Daio Borges
15/4/2005 às 12h42
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Ele, Cardoso
Como eu cursava jornalismo há pouco menos de um ano e havia todo um FUZZ a respeito da INTERNET, houve a coincidência de haver arrecadado muito mais E-MAILS do que telefones dos meus COLEGAS. Certa tarde de ÓCIO, escrevi algo muito parecido com uma COLUNA e mandei para toda a minha lista de contatos. Eram comentários sobre livros, discos e filmes, além de alguns poemas, microcontos, opiniões sobre o mundo, filosofia barata e histórias que havia vivenciado nos últimos tempos. Por CHISTE jornalístico, eu montei o texto de modo a parecer algo que pudesse ter sido publicado em uma REVISTA, um jornal. No fundo, era uma forma ENGRAÇADINHA de me COMUNICAR ao mesmo tempo com todas aquelas pessoas, mas a resposta que eu obtive foi TÃO impressionante que resolvi fazer uma SEGUNDA edição, no dia seguinte. Dessa vez, dividi o e-mail em SEÇÕES, e incluí textos que os amigos me mandaram em resposta ao primeiro e-mail. Lá pelo QUARTO número, o genial FELIPE BECKER me disse que devia batizar aqueles DEVANEIOS diários de CardosOnline, em alusão ao meu APELIDO adquirido ainda nos primeiros dias de aula de maneira DEVERAS constrangedora. Pois batizei-o, e permaneci enviando os e-mails a uma lista que crescia progressivamente, à medida que os recipientes ORIGINAIS encaminhavam para os seus amigos, e para os amigos de seus amigos, e assim por diante. Um belo dia, Daniel Galera me respondeu um COL [CardosOnline] propondo que UNÍSSEMOS forças e montássemos algo naquele formato, mas de uma forma mais REGULAR. Convidei Marcelo Träsel, ele convidou Guilherme Pilla: estava criado o STAFF original. Uma vez estabelecido no formato de PUBLICAÇÃO, a popularidade do troço foi tomando proporções absurdas, e se espalhou de uma forma INCONTROLÁVEL. Dois COLaboradores destacaram-se logo nos primeiros números: Daniel Pellizzari (o popular Mojo) e Hermano Freitas. Após rápida CONFABULAÇÃO, decidimos incluir os dois no staff oficial. O troço continuou crescendo. Só o Pellizzari levou pro COL cerca de 300 assinantes, num fenômeno que ficou conhecido como EFEITO MOJO. Nos meses seguintes, procuramos loucamente por uma MULHER para escrever no zine, até que o próprio Mojo nos apresentou essa sua amiga recém-chegada de São Paulo. Era Clarah Averbuck. Pra fechar o time em número PAR, convidamos ainda o colaborador mais assíduo, Guilherme Caon. A essa altura o COL já havia virado um MONSTRO. Tínhamos mais de 4 mil assinantes em todos os estados brasileiros; jornais, revistas, rádios e TVs nos entrevistavam e havia dezenas de iniciativas semelhantes na rede.
Cardoso contando, ao Marcelino Freire, como tudo começou (uma dica do Inagaki, que lá do seu blog linca pro nosso).
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Julio Daio Borges
15/4/2005 às 08h37
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Os blogs e os macaquitos
Marcelo Tas, a quem respeito e admiro, publicou o seguinte post hoje e que muito me fez pensar: RACISMO OU TEMPESTADE EM COPO D`AGUA?.
Os blogs possibilitaram que as pessoas escrevessem o que quisessem. Podem dizer que o jogador Grafite realmente é um negro sujo, que o Tas é branco feito leite, ou que a imprensa argentina nos chama de macaquitos por brincadeira, apenas. O fato é que os blogs se tornaram as vozes das pessoas. E cada um tem uma voz diferente...
Sempre fui contra os blogs - apesar de ter um - mas, agora, começo a mudar de ideia. Blogs, como o supra citado, podem me mostrar vozes bem distintas da minha, e isso os tornam interessantes...
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Marcelo Maroldi
14/4/2005 às 20h35
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