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Terça-feira,
3/5/2005
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Redação
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Forma e Exegese
Os poetas que valem realmente fazem a poesia dizer mais coisas do que ela dizia antes deles. Por isso, precisamos deles para ver e sentir melhor, e eles não dependem das modas nem das escolas, porque as modas passam e os poetas ficam. Se hoje dermos um balanço no que Vinicius de Moraes ensinou à poesia brasileira, é capaz de nem percebermos quanto contribuiu, porque, justamente por ter contribuído muito, o que fez de novo entrou na circulação, tornou-se moeda corrente e linguagem de todos.
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Poemas, Sonetos e Baladas (1946) talvez seja o momento de síntese das suas capacidades e ritmos. Nele encontramos Vinicius inteiro, o de antes e o de depois; o que apela para a transcendência e o que realiza o verso correndo os dedos pelo violão. Numa tarde de domingo ele nos leu inteiro o livro ainda inédito: e alías teria sido preciso vê-lo naquele tempo, na flor dos vinte e tantos anos ou dos primeiros trinta, corretamente vestido de escuro, mas sem sombra de convencionalismo; extremamente polido e sereno, com uma boa vontade fraterna e universal, não se espantando de nada e fazendo da sua poesia um espanto permanente com tudo.
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Infância na praia, familiaridade com as coisas do mar, geografia fantástica do corpo feminino dissolvida na sua história pessoal, procura do sentido da vida, infinita paciência e compreensão do outro, experiência com a palavra no limite constante em que ela parece dissolver-se noutra coisa, milagrosa capacidade de achados, malabarismo que na verdade é encarnação do necessário, superação de qualquer preconceito que separe verso e prosa. Vinicius diverso e sempre o mesmo.
Antonio Cândido. (Porque eu recebi o Arquivinho do Marcus Vinitius [com "t"] Cruz de Mello Moraes [com "e", viu?].)
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Julio Daio Borges
3/5/2005 às 17h55
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Yesterday's papers
"I BELIEVE too many of us editors and reporters are out of touch with our readers," Rupert Murdoch, the boss of News Corporation, one of the world's largest media companies, told the American Society of Newspaper Editors last week. No wonder that people, and in particular the young, are ditching their newspapers. Today's teens, twenty- and thirty-somethings "don't want to rely on a god-like figure from above to tell them what's important," Mr Murdoch said, "and they certainly don't want news presented as gospel." And yet, he went on, "as an industry, many of us have been remarkably, unaccountably, complacent."
The speech-astonishing not so much for what it said as for who said it-may go down in history as the day that the stodgy newspaper business officially woke up to the new realities of the internet age. Talking at times more like a pony-tailed, new-age technophile than a septuagenarian old-media god-like figure, Mr Murdoch said that news "providers" such as his own organisation had better get web-savvy, stop lecturing their audiences, "become places for conversation" and "destinations" where "bloggers" and "podcasters" congregate to "engage our reporters and editors in more extended discussions." He also criticised editors and reporters who often "think their readers are stupid".
Mr Murdoch's argument begins with the fact that newspapers worldwide have been-and seem destined to keep on-losing readers, and with them advertising revenue. In 1995-2003, says the World Association of Newspapers, circulation fell by 5% in America, 3% in Europe and 2% in Japan. In the 1960s, four out of five Americans read a paper every day; today only half do so. Philip Meyer, author of "The Vanishing Newspaper: Saving Journalism in the Information Age" (University of Missouri Press), says that if the trend continues, the last newspaper reader will recycle his final paper copy in April 2040.
Este na The Economist, morte matada, com Murdoch e tudo. (Dica do Eduardo Carvalho.)
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Julio Daio Borges
2/5/2005 às 17h28
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Abandoning the News
There's a dramatic revolution taking place in the news business today and it isn't about TV anchor changes, scandals at storied newspapers or embedded reporters. The future course of the news, including the basic assumptions about how we consume news and information and make decisions in a democratic society are being altered by technology-savvy young people no longer wedded to traditional news outlets or even accessing news in traditional ways.
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Through Internet portal sites, handheld devices, blogs and instant messaging, we are accessing and processing information in ways that challenge the historic function of the news business and raise fundamental questions about the future of the news field. Meanwhile, new forms of newsgathering and distribution, grassroots or citizen journalism and blogging sites are changing the very nature of who produces news.
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For news professionals coming out of the traditions of conventional national and local journalism, fields long influenced by national news organizations and dominant local broadcasting and print media, the revolution in how individuals relate to the news is often viewed as threatening. For digital media professionals, members of the blogging community and other participants in the new media wave, these trends are, conversely, considered liberating and indications that an "old media" oligopoly is being supplemented, if not necessarily replaced, by new forms of journalism created by freelancers and interested members of the public without conventional training.
Merrill Brown, em "Abandoning the News", o melhor relatório, que li até agora, proclamando o fim de jornais, televisão, etc., em face da internet. Em várias páginas, com gráficos como este.
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Julio Daio Borges
2/5/2005 às 16h11
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Dedo negro com unha
Bueno, terminei o livro. É a cousa mais histriônica, desvairada e way-over-the-top que já saiu dos meus dedos. Espero que os leitores também se divirtam. Joguei baixo como nunca, só para ver a banguela da caveira abrir um sorriso. Caso não funcione, paciência.
Se tudo seguir como está encaminhado, Dedo Negro Com Unha será publicado em [...] 2005. Incluirá o subtítulo "Uma farsa épica contendo as mais abstrusas, discutíveis, taumatúrgicas e desopilantes desventuras ocorridas desde o início dos tempos até os atribulados dias pentadiluvianos" e aproximadamente cento e oitenta páginas. Duzentas? Pode ser.
Para lidar com a ressaca mental e a depressão pós-parto causadas pela bigorna delirante que acabei de parir, comecei a escrever uma novela realista em primeira pessoa. É, resolvi inovar. Por enquanto, chama-se Simples e possui três frases. Crescerá. Também estou pensando mui seriamente em começar uma série de livros infantis, mas isso é para depois.
O blog não voltará por um bom tempo; é provável que não volte nunca. Talvez volte no dia em que a pergunta "blog é literatura?" e todas as suas variantes insidiosas retornem para o abismo da compreensão de onde um dia foram pescadas por um matuto com escarlatina nos juízos.
Em algum ponto anterior [...], meu site pessoal estará no ar. Não conterá um blog, mas terá cousinhas desúteis e todos os mimos que se costuma penduricalhar em sites de escritores.
Até lá, povo sofrido. Comportem-se.
Daniel Pellizzari, matando o seu blog, comme il faut. (Porque ele vale até posts atrasados.)
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Julio Daio Borges
29/4/2005 às 12h40
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A vida eh doce
Aos poucos a vida vai tomando um rumo... A minha, a dos meus amigos, a de pessoas queridas. Maravilhoso ver ciclos abrindo e outros fechando. Tem gente triste, alegre, segura, insegura, rindo, chorando. Tem de tudo! Parece um mercado de sentimentos. Fico feliz em saber que vai chegar uma hora que vai estar tudo bem comigo e com as outras pessoas. O negócio é respeitar o tal tempo e fazer o que é possível. Pode ser também que vc encontre um anjo e ele te diga coisas lindas. Encontrei ontem. Ele vestia uma camiseta verde e uma bermuda cinza. Gato.
* * *
Fui acordada e odeio isso! Seja acordada pelo despertador, seja lá como for. Não acho bacana esse negócio de uma hora pra outra vc ter que ser acordada, sem que estivesse com vontade de ser. Pois é, moro no térreo de um prédio e estou ficando louca por isso. Não morem no térreo, ninguém merece morar no térreo e ter como voz frequente a dos porteiros, normalmente reclamando da vida. Não suporto mais! Até o bocejo na maior altura do mundo me dá uma imensa vontade de meter a mão e quebrar os dentes do cara. Tenho que ser franca. Que saco! É impossível estudar e tenho que ficar bem antenada quando estou ao telefone, pq várias vezes eles passam aqui aos berros na janela e além de ser interrompida por esses gritos, eu ainda fico super sem graça com a pessoa que está do outro lado da linha. Não dá, não rola mais morar aqui. Até estava deitada em minha cama antes de dormir e antes de ser acordada pensando exatamente que "se pá" ficaria numa boa aqui até vencer o contrato. Seria apenas uma questão de redescobrir o apartamento... Enfim, não dá! Não suporto mais ter que saber da vida dos porteiros sem querer, sem ter o menor interesse. Sou obrigada, meu saco! Eles vivem falando pelos corredores, nunca estão em silêncio e eu nunca sei com quem tanto falam. Estou irada. Pode crer que eu estou.
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Agora entrei na onda de alugar seriado. Na locadora, vc aluga a temporada inteirinha e morre assistindo. Acho que vale a pena, deve valer. Fato é que isso diverte e, sinceramente, é só isso o que me importa. Sexta à noite, sábado e domingo quero ser alguém que só se diverte. Se não for assim, a vida fica sem graça. Ando com vontade de sair pra dançar, nem lembro qual foi a última vez que fiz isso. Hoje tem uma "festinha bacaninha" no circo, mas eu não costumo gostar de coisas assim. Não é dançante e vai haver muita gritaria. Não tenho ouvido pra isso e ainda não tenho estômago pra beber e desencanar do som. O Pedro não se anima. Agora, enquanto estou no computador, ele escreve um conto em outro canto. Algum carioca com uma dica de um lugar bacana pra ir? Peço sugestões sabendo que cariocas não irão me responder. Se algum deles visita isso daqui eu não sei... Ainda não sei nada do povo daqui, mesmo daqueles que vejo com mais frequência. Ainda bem que há mineiridade por essas bandas, ainda bem que existe um pouco de mim aqui e ali e me faz sentir menos nada.
A simpática Funny Valentine, no dois perdidos num Rio de Janeiro limpo, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
29/4/2005 às 12h19
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Tragedy Of Manners
Literary reputation and popular taste usually have nothing in common beyond mutual contempt, but in the matter of John O'Hara they are in firm agreement: Once respected by critics for his tart short stories and early novels, beloved by the mass readership for his blockbuster novels of the 1950s and 1960s, O'Hara is now scorned by the literary establishment and pretty much forgotten by readers, except older ones who remember his heyday.
Jonathan Yardley, coincidentemente sobre John O'Hara, que outro dia, aqui, eu citei.
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Julio Daio Borges
28/4/2005 às 17h41
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The Deaths of the 20th Century
These are heady days to be an obituary writer. Ever since America's best-known critic, Susan Sontag, died in late December, there's been a startling slew of Important Deaths. The greatest talk-show host, Johnny Carson. The most famous playwright, Arthur Miller. The most gonzo journalist, Hunter S. Thompson. The most legendary diplomat, George F. Kennan. The most lavishly celebrated novelist, Saul Bellow. The most career-savvy (and politically reprehensible) architect, Philip Johnson. The most irrelevant monarch, Prince Rainier. Not to mention the most infallible pope - at least until the next one. So many big names have passed away so quickly that people have taken to joking about it. When The Daily Show flashed an image of Fidel Castro honoring John Paul II, Jon Stewart's comment was, "He's next."
If the new century began for most of us on September 11, 2001, the 20th century may well finally have ended with all these high-profile funerals. One by one, the individuals who defined the last sixty years of American culture have been vanishing from the landscape. And this sudden sense of an ending has been reinforced by the equally abrupt disappearance of the men who once read us the headlines about our national life: Brokaw is retired, Rather was chased from his chair, Jennings has lung cancer and Koppel is calling it quits at ABC. Small wonder that you now hear yearning for the supposedly good old days when the anchorman was a colossus. George Clooney is even directing a movie about Edward R. Murrow.
Predictably, the loss of so many celebrated touchstones has set off an epidemic of Cultural Declinism. You know the drill. None of today's diplomats is as worldly as the mandarin Kennan. None of today's late-night hosts boasts Johnny's immaculate poise. None of today's playwrights equals the towering Miller (he even married Marilyn Monroe, for crying out loud). None of today's journalists matches the gleeful fear and loathing of Thompson. And naturally, none of today's novelists can match Bellow's exuberant blend of high and low, the references to Heraclitus and the streetwise similes born in Chicago, that somber city. Ah, back then there were giants!
John Powers, no LA Weekly, via Arts & Letters Daily (sempre).
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Julio Daio Borges
28/4/2005 às 17h35
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As influências imorais
Já pensei muitas vezes em desistir de escrever. Não porque eu não goste ou não tenha tempo. Amo escrever e tenho tempo. Pensei em desistir porque sou má. Tenho umas opiniões más e, não gostaria de ser responsável por corromper algum jovem bom.
Ontem, assistindo na tevê um protesto de índios, pensei que não deveriam proteger qualquer tipo de primitivismo. Não há mais espaço para primitivismos. Não existem mais índios puros. Que escolhessem as coisas mais importantes da cultura indígena para preservar e, índios, à civilização. Minhas raízes são polonesas e nem por isso fico dançando polcas o dia todo, preparando pratos poloneses e vestindo roupas típicas. Serão extintos mais cedo do que pensam se assim continuarem, se negando à mistura e ao, se bom ou mal, não sei, "progresso". Um deles, de calça jeans, dizia que não queria a escola "branca" dentro de sua aldeia. As crianças e mulheres, por certo, venderão cestas de palha na beira da estrada.
Por pensamentos assim, tenho muitas vezes a vontade de parar de escrever. Quando penso que um índio jovem e idealista, estando na cidade para fazer compras, terá o rosto triste quando em algum cyber cafe, ler estas minhas más palavras. E desistirá de lutar pela pureza da sua tribo.
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Andréa Trompczynski
28/4/2005 às 14h08
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A Escolha de Willian Styron
Nem de longe Perto das Trevas é um livro de auto-ajuda. Pode-se ficar até mais depressivo, por saber da possibilidade de ir, um dia, tão fundo quanto foi Willian Styron, autor de A Escolha de Sofia, Deitada na Escuridão e As confissões de Nat Turner. Um depoimento sincero, com descrições detalhadas de cada pensamento, atos e paranóias possíveis na mente de um depressivo grave. Um doente que, diferentemente daqueles de moléstias aparentes, facilmente compreendido pelos que estão ao redor, precisa falar, caminhar, trabalhar, e, o pior, o mais difícil de todos esses sacrifícios, sorrir. O depressivo é uma pessoa com uma dor inexplicável, obrigado a frequentar a vida social. Alguns dizem: "há tantas belezas no mundo, anime-se". Nada melhor para explicar a incapacidade de ver as belezas do mundo do que Willian Styron em Paris, na primavera, enxergando um fog inexistente.
Styron não ensina fórmulas mágicas para sair da depressão. Não alimenta falsas esperanças. Mas, tem um mérito grandioso: alguém que nunca sofreu da doença do século, poderá entender definitivamente o que sente um depressivo. O que faz alguém se matar. Ou desejar fazê-lo. E, compreenderá que a chave para o despertar das trevas mentais nunca virá de fora, de conselhos bem-intencionados ou da visão das belezas do mundo.
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Andréa Trompczynski
28/4/2005 às 14h05
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Gender Bias Test
As feministas queixam-se de que só as mulheres são tratadas como objetos sexuais. A publicidade, por exemplo, tenta vender produtos através da exploração do corpo feminino. Se fosse o contrário, ou seja, se apenas o corpo masculino fosse utilizado para vender produtos, elas veriam na prática uma tentativa, por parte dos homens, de atribuir mais valor ao corpo masculino do que ao corpo feminino, ou de considerar o corpo masculino mais atraente do que o feminino.
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As feministas reclamam que a prática masculina de ceder o lugar às mulheres apenas reflete o estereótipo machista de considerá-las seres frágeis e delicados. Se fosse o contrário, ou seja, se as mulheres tivessem de ceder o lugar aos homens, as feministas condenariam a prática por ver nela indícios de subserviência feminina.
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A maioria das separações são iniciativa feminina. As feministas justificam essa iniciativa como uma maneira de se livrar de maridos insatisfatórios e opressores. Se fosse o contrário, ou seja, se a maioria das separações fosse iniciativa masculina, elas diriam que os homens têm medo de assumir compromisso, além de fugir da responsabilidade, ao abandonar a família.
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As feministas se queixam de que a iniciativa masculina de iniciar um namoro é apenas um reflexo da dominação do homem sobre a mulher. Se fosse o contrário, ou seja, se os namoros fossem sempre iniciativa das mulheres, elas diriam que os homens se recusam a compartilhar o trabalho de construir um relacionamento sólido ou então diriam que o ego masculino é fraco demais para lidar com rejeições.
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Quem mais consulta o psicólogo são as mulheres. Um dos motivos, segundo as feministas, é que a maior discriminação que as mulheres sofrem inevitavelmente as leva a ter mais problemas psicológicos. Se fosse o contrário, ou seja, se os homens fossem os maiores fregueses dos psicólogos, elas diriam que o gênero masculino é intrinsicamente mais sujeito a distúrbios psicológicos ou então reclamariam que os cuidados com a saúde mental eram voltados apenas para os homens.
Giovanni Duarte de Carvalho, em "Afinal, Qual é a das Feministas?", um post do seu blog, o Pomo da Discórdia, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
27/4/2005 às 15h05
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