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Domingo, 8/5/2005
Blog
Redação
 
A despedida de uma obra-prima

A comemoração dos 50 anos de Rio 40 Graus começou bem: descobriu-se que o negativo original da obra-prima de Nelson Pereira dos Santos teve de ser "sacrificado" pela Cinemateca Brasileira em razão do péssimo estado de conservação em que se encontrava (Garrincha, Alegria do Povo teve o mesmo destino). No jogo de empurra que se seguiu e foi noticiado pelo Jaime Biaggio n'O Globo de sábado (e pela coluna do Ancelmo Góis antes), todos se esquivaram da culpa. Não duvidamos do esforço e do bom trabalho da Cinemateca Brasileira - trata-se de caso típico em que a culpa, como é comum nas tragédias, recai sobre todos nós. E também o pesar. A cultura brasileira está de luto.

Fernando Veríssimo, crítico de cinema, em breve comentário no blog da revista virtual de cinema Contracampo, postado no dia 2 de maio (e referindo-se a matéria publicada no jornal O Globo daquela semana).

Só podemos lamentar o fato.

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Postado por Marcelo Miranda
8/5/2005 à 01h42

 
Vida de Estagiário II

A primeira [história] é passável:

As torneiras do banheiro funcionavam com um "botão" que ficava no chão/pé.

Quando entrei pela primeira vez no banheiro da empresa, encontrei uns "colegas" que falaram uma senha qualquer, e aí a torneira abria. Estranhei, mas por via das dúvidas perguntei como fazia para pegar a senha. Pronto: me mandaram ir na secretária tal. Nesse meio-tempo, telefonaram pra lá avisando, e depois o cretino aqui voltou ao banheiro e falou a senha, botando a mão embaixo da torneira. Meus "colegas" quase tiveram um colapso de tanto rir da minha cara de otário.

A segunda é pior:

Outro dia me mandaram ficar "abanando" o HUB [central de computadores], dizendo que o "ventilador interno" do HUB havia queimado e ele tinha que ser mantido fresco para não queimar e prejudicar a nossa conexão, que mantinha uma grande rede do estado de Santa Catarina inteiro.

Foi aí que, feito um palhaço, eu fiquei abanando com uma folha a porra do HUB enquanto os putos dos meus colegas iam almoçar. Depois de uma hora, cansei daquela merda e descolei um ventilador velho no almoxarifado, fiz um cone com cartolina etc. e deixei lá, dando um jeito de ficar refrescando o tal HUB.

Quando eles voltaram do almoço e viram minha traquitana, me cumprimentaram e falaram: "Porra! Parabéns, tu és esperto pra caralho...".

O pior é que eu acreditei MESMO que tinha feito uma coisa inteligente...

Wilson, de Joinville, também no mesmo livro.

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Postado por Julio Daio Borges
6/5/2005 às 11h39

 
Vida de Estagiário I

Por azar, fiz estágio em duas empresas de comunicação de Goiânia e, nas duas, só me fodi.

Empresa nº 1: agência de comunicação Comunik. Eu consegui esse estágio como designer gráfica por intermédio de um amigo, mas só ganhava vale-transporte. Isso tornava tudo ainda mais difícil de agüentar. Minha chefe, uma jornalista (raça das piores), era uma louca obcecada por organização e me fazia arrumar uma estante imensa de livros de revistas de "referência" segundo ordem alfabética e por assunto toda semana. Sem falar que ela achava que, por algum motivo além do meu entendimento, eu era técnica de computadores. Ah, e ela tinha o bizarro hábito de caminhar pelos ambientes do escritório sem blusa, já que lá só trabalhavam mulheres.

Empresa nº 2: agência de comunicação visual "Visoo" (que eu apelidei carinhosamente de "Voodoo"). O dono é um filhinho de papai, formado em Administração que é burro como uma porta, que resolveu montar uma agência porque é in. O "escritório" ficava anexo à casa de classe média-alta em que ele vive com os pais e os irmãos. Por isso, eu era constantemente obrigada a prestar "serviços" à família. Logo no meu primeiro dia, tive que digitar uma lista de 300 convidados para o casamento da irmã do chefe, com a mãe dele (uma perua cheia de botox) ao lado o tempo todo me corrigindo, como se eu fosse algum tipo de débil mental. E quando eu estava em casa, aproveitando meus sagrados momentos de folga, recebia telefonemas do chefe com solicitações imbecis. Uma delas foi para me perguntar como se instala uma webcam e um fone no computador... Eu nem sabia como fazer isso: inventei uma explicação qualquer, desejando que o computador explodisse na cara dele. Mas, enfim, não deu certo. Acho que eu devo ter cara de assistente de técnica de computadores, só pode.

Lila, narrando suas peripécias em Vida de Estagiário, o livro.

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Postado por Julio Daio Borges
6/5/2005 às 11h26

 
¿Existe la élite blogosférica?

A lo largo de los años el tema de la existencia de una élite blogosférica es común especialmente durante las épocas en que se anuncian premios a lo mejor de los weblogs. Esta "élite" es un círculo cerrado de weblogs con un número alto de visitas, enlaces y popularidad. La preocupación radica en que no todos son reconocidos, no todos son leidos, no todos pueden unirse a la conversación.

Dicen que los weblogs son conversaciones, y estos son escritos por personas por lo tanto podrían ser considerados como una especie de red social en internet que a diferencia de foros o comunidades virtuales están totalmente descentralizadas ya que se encuentran repartidas por todo el web.

La distribución de Pareto (también conocida como la Ley de Pareto) es una ley de potencias que indica que el 20% de los elementos tiene el 80% de las partes. Por ejemplo el 20% de la población tiene el 80% del dinero. Este tipo de leyes de distribución generalmente son aplicables a ciertos sectores, movimientos o iniciativas sociales; y siendo un fenómeno de este tipo los blogs mantienen un comportamiento aplicable a la distribución de Pareto por medio de la cual podemos demostrar que no existe ni élite, ni los mismos de siempre, ni nada de eso. Simplemente estamos actuando como la sociedad que somos.

Uma tese de Eduardo Arcos, no ALT1040.

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Postado por Julio Daio Borges
5/5/2005 às 08h26

 
Uma pedra é uma pedra

uma pedra
(diz
o filósofo, existe,
em si,
não para si
como nós)

uma pedra
é uma pedra
matéria densa
sem qualquer luz
não pensa

ela é somente sua
materialidade
de cousa:
não ousa

enquanto o homem é uma
aflição
que repousa
num corpo
que ele
de certo modo
nega
pois que esse corpo morre
e se apaga

e assim
o homem tenta
livrar-se do fim
que o atormenta

e se inventa

Ferreira Gullar,
na nova revista,
EntreLivros.

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Postado por Julio Daio Borges
5/5/2005 às 07h25

 
Um réquiem (mais um)

O trampo ideal chegou ao fim com um telefonema. "Se soubesse que aquela seria a última, tinha caprichado", brinquei. "Você continua nos nossos planos", brincou mais ainda a voz do outro lado da linha. Com a polidez e a satisfação inatas aos portadores de notícias desagradáveis, um diretor alegou uma razão econômica qualquer para dizer que o jornal Correio Popular, de Campinas (SP), não vai mais reproduzir minha coluna semanal. Até esqueci que um dia ia acabar, de tanto que durou: quase cinco anos, de longe meu recorde em qualquer atividade remunerada. Por e-mail, enviava na segunda-feira o texto que seria impresso na edição seguinte. Todo dia 5, depositavam a devida merreca. Eis o segredo da longevidade, consultores.

Foi o responsável pelo caderno de cultura, Alexandre Matias, que me convidou. O atual coordenador do Trama Universitário (e cotadíssimo para ocupar uma das cadeiras do conselho da futura Agência Nacional de Incentivo ao Trabalho Autoral - Anita) achava interessante ter meia página por semana assinada pelo então editor-chefe da revista Showbizz. Ele confiava na minha bagagem cultural para levar entretenimento saudável ao rico interior paulista. E, principalmente, sabia que só eu estaria disposto a encarar o desafio pela merreca oferecida. Mas ignorava que terça-feira, o dia determinado para a coluna ser publicada, é o dia do escorpião. O que revestiu tudo de magia a partir de 16 de maio de 2000.

Pouco depois, ele saiu do jornal. Eu, que jamais visitara a cidade nem tinha visto um exemplar do diário e sequer minha coluna impressa, perdi o único contato com a redação campineira. O roteirista, chargista, escritor, videasta e-outras-profissões-que-não-exigem-diploma Zé Dassilva chegou a levantar a hipótese de que não existia coluna nenhuma. Sua suspeita era de que o material por mim remetido ia direto para o computador de um milionário bugrino que nutria uma platônica afeição pela minha prosa, pagando-me para não dividi-la com mais ninguém - em vez de sexo, uma espécie de brochada solitária. A suposição sustentar-se-ia, não fosse pela minha caixa de correspondência, entupida pelas assessorias de imprensa.

Foram 253 colunas inspiradas por uma tela em branco. Sentar diante do monitor para escrever sobre qualquer coisa, de preferência algo que não deixe tão escancarado o despreparo para a missão. Falava das coisas simples do Brasil, como ensinava o Gueto, e também de coisas que você nunca viu. Automonia total, tanto no conteúdo quanto na forma. Valia crítica, ensaio, reportagem, fábula, paráfrase; desde que de acordo com critérios pautados pelo bem-estar. A rigidez ficava com o formato, cinco parágrafos com 700 toques cada. Às vezes um pouco mais, nunca menos de 3500 caracteres. Diz a propaganda que o importante é ter estilo. Quem não tem, inventa um, digo eu. Ou faz da ausência o seu.

Na impossibilidade de farejar minha obra no papel (porque nunca me mandaram um exemplar!), agarrei-me à internet. Pelo menos no site ela aparecia, ao lado de uma caricatura tirada de uma 3x4 de quando eu era jovem. Aí, resolveram que só aos assinantes do jornal seria permitido acessá-la. Entre partir para a ignorância (porque nunca me mandaram uma senha, porra!) ou montar um arquivo de fácil consulta, preferi criar o Fiambres Gasperin. Do envelope que o carteiro não me entregou à democratização via digital, a coluna me viu aposentar a carteira assinada, montar uma editora, ter uma filha, escrever um livro, voltar para Floripa e adotar a informalidade. Não me queixo. Sempre me considerei um autor privilegiado: conheço todos os meus leitores pelo nome. Eles são o pretexto para a minha vaidade de continuar.

Emersong, e mais um ocaso jornalístico, originalmente relatado no Fiambres Gasperin (via Matias).

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Postado por Julio Daio Borges
4/5/2005 às 19h16

 
chatices e descobertas

Eu e o Gori chupando pirulito na Trash.

Semana tpmística total. Mal-humor à flor da pele. Ziquizira com o namoradão que sobreviveu às minhas lamúrias e chatices. Borboletas. Aliás, se há uma palavra que eu gosto é esta: borboleta!

Felizmente a fase passou e agora dá lugar a uma enxaqueca, que deve ser algum santinho ruim (tem santo ruim?) que ficou enroscado e não tá tentando sair (desculpem-me os mais religiosos, mas eu parecia "tomada" nesta semaninha que está no meio, mas está do cão). Nada que um advil, xícaras de café e bolo não resolvam!

O ruim é que a sessão comodoro de hoje foi para o espaço, pois o estômago tá fraco. Sair no meio da sessão não é algo que me agrada, já que sou uma garota que costuma se comportar bem em eventos sociais (somente quando estou no meu nível normal de consciência).

Hoje a trilha sonora era Raveonettes, mas dei um tempo para me deleitar com o playlist do show do Placebo que rolou no Chile. Ando tão teenager. E preciso comprar tampax e aqui não tem uma santa farmácia! Depois dizem que em São Paulo o que mais tem são farmácias.

Também assumi minha ignorância diante da beleza nacional. E nem falo das curvas, porque elas não me atraem. Gosto mesmo é de uma bunda achatada e um corpo seco (preferencialmente, mas não necessário). Nada de peitos, pois homem com mais peito que eu é uma agonia sem fim. Sou despeitada e daí?

Mas a tal beleza é a dos nossos artistas. Tem muitos fodões por aí. É, nem encontro palavra mais apropriada. Hoje me deparei com um (que eu nunca tinha sequer ouvido falar) que me deixou estupefata: Luís Capucho. Músico, escritor, compositor, poeta e genial. Um humor afiadíssimo. Lembrou-me uma pessoa que um dia foi muito querida na minha vida, mas que infelizmente não faz mais parte dela. Saco! Odeio pessoas que vão embora sem se despedir.

É, eu não fiz lição de casa. Meu pai tentou me ensinar tudo bonitinho e colocou à minha disposição o arsenal nacional que ele tem em casa, mas minha mania de estrangeirismo fez eu passar longe e claro, perdi um montão de coisa. Reeducação é o que eu preciso.

Da Lalai, no Delírios: Alquimia do Verbo, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
4/5/2005 às 08h01

 
Os Poetões e o Poetinha

De Bandeira para Vinicius:
"Marcus Vinícius
Cruz de Moraes,
Eu não sabia
Que no teu nome
Tu carregavas
A tua cruz
De fogo e lavas.(...)

Marcus Vinícius,
Eu já te tinha(...)
Como um dos marcos
De maior preço
Do bom lirismo
Da pátria minha
Mas não sabia
Que fosses Marcus
Pelo batismo."

Agora, de Vinicius para Bandeira:
"Não foste apenas um segredo
De poesia e de emoção
Foste uma estrela em meu degredo
Poeta, pai! Áspero irmão."

Com direito a tréplica de Bandeira:
"Poeta sou; pai, pouco; irmão, mais.
Lúcido, sim; eleito, não."

* * *

De Vinicius para Neruda:
"Celebro-te ainda além, Cantor Geral

Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do céus entoas
Teu furioso canto material."

Com direito a réplica de Neruda:
"Vinicius, como el animal herido
Vuelve a buscar su origen, su vertiente,
Este soneto que creí perdido
Vuelve a tocar tu pecho transparente."

* * *

Agora de João Cabral, de Barcelona:
"Meu caro Vinicius,

Acabo de receber seu telegrama. Gostei de que você tivesse gostado do livrinho [Pátria Minha, 1949]. O texto me agradou tanto que não resisti à idéia de fazer essa plaquete.

Estou agora imprimindo a revista: um poema do português P. Homem de Melo, sua "Bomba Atômica", umas coisas catalãs e umas de Alberti, não mandadas por ele, mas escolhidas aqui. A coisa vai indo lenta: o meu ensaio sobre Miró que estão editando aqui me esgota completamente - ao fazer a revisão de provas. Também a saúde não está bem. E há sobretudo o nervosismo ao pensar que dentro de uns 15 dias mais ou menos, me vou operar da cabeça: uma trepanação, como Apollinaire, apenas menos perigosa.

Lembranças nossas a todos e um abraco do João.

- Não distribuí a ninguém o livro. Faça-o à vontade. E me mande um com dedicatória. J."

* * *

E de Drummond sobre Vinicius:
"Vinicius realizou a figura mais exata de poeta que já vi na minha vida. Poeta em livro, em música, e poeta na vida."

E a já clássica...:
"De todos nós, ele foi o único que viveu como poeta."

* * *

No mesmo Arquivinho da Bem-te-Vi. (Agora chega, que este post está longo.)

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Postado por Julio Daio Borges
3/5/2005 às 18h11

 
Forma e Exegese

Os poetas que valem realmente fazem a poesia dizer mais coisas do que ela dizia antes deles. Por isso, precisamos deles para ver e sentir melhor, e eles não dependem das modas nem das escolas, porque as modas passam e os poetas ficam. Se hoje dermos um balanço no que Vinicius de Moraes ensinou à poesia brasileira, é capaz de nem percebermos quanto contribuiu, porque, justamente por ter contribuído muito, o que fez de novo entrou na circulação, tornou-se moeda corrente e linguagem de todos.

* * *

Poemas, Sonetos e Baladas (1946) talvez seja o momento de síntese das suas capacidades e ritmos. Nele encontramos Vinicius inteiro, o de antes e o de depois; o que apela para a transcendência e o que realiza o verso correndo os dedos pelo violão. Numa tarde de domingo ele nos leu inteiro o livro ainda inédito: e alías teria sido preciso vê-lo naquele tempo, na flor dos vinte e tantos anos ou dos primeiros trinta, corretamente vestido de escuro, mas sem sombra de convencionalismo; extremamente polido e sereno, com uma boa vontade fraterna e universal, não se espantando de nada e fazendo da sua poesia um espanto permanente com tudo.

* * *

Infância na praia, familiaridade com as coisas do mar, geografia fantástica do corpo feminino dissolvida na sua história pessoal, procura do sentido da vida, infinita paciência e compreensão do outro, experiência com a palavra no limite constante em que ela parece dissolver-se noutra coisa, milagrosa capacidade de achados, malabarismo que na verdade é encarnação do necessário, superação de qualquer preconceito que separe verso e prosa. Vinicius diverso e sempre o mesmo.

Antonio Cândido. (Porque eu recebi o Arquivinho do Marcus Vinitius [com "t"] Cruz de Mello Moraes [com "e", viu?].)

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Postado por Julio Daio Borges
3/5/2005 às 17h55

 
Yesterday's papers

"I BELIEVE too many of us editors and reporters are out of touch with our readers," Rupert Murdoch, the boss of News Corporation, one of the world's largest media companies, told the American Society of Newspaper Editors last week. No wonder that people, and in particular the young, are ditching their newspapers. Today's teens, twenty- and thirty-somethings "don't want to rely on a god-like figure from above to tell them what's important," Mr Murdoch said, "and they certainly don't want news presented as gospel." And yet, he went on, "as an industry, many of us have been remarkably, unaccountably, complacent."

The speech-astonishing not so much for what it said as for who said it-may go down in history as the day that the stodgy newspaper business officially woke up to the new realities of the internet age. Talking at times more like a pony-tailed, new-age technophile than a septuagenarian old-media god-like figure, Mr Murdoch said that news "providers" such as his own organisation had better get web-savvy, stop lecturing their audiences, "become places for conversation" and "destinations" where "bloggers" and "podcasters" congregate to "engage our reporters and editors in more extended discussions." He also criticised editors and reporters who often "think their readers are stupid".

Mr Murdoch's argument begins with the fact that newspapers worldwide have been-and seem destined to keep on-losing readers, and with them advertising revenue. In 1995-2003, says the World Association of Newspapers, circulation fell by 5% in America, 3% in Europe and 2% in Japan. In the 1960s, four out of five Americans read a paper every day; today only half do so. Philip Meyer, author of "The Vanishing Newspaper: Saving Journalism in the Information Age" (University of Missouri Press), says that if the trend continues, the last newspaper reader will recycle his final paper copy in April 2040.

Este na The Economist, morte matada, com Murdoch e tudo. (Dica do Eduardo Carvalho.)

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Postado por Julio Daio Borges
2/5/2005 às 17h28

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