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Quarta-feira,
21/8/2002
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Redação
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Entregando os pontos
De olho nos números publicados pela imprensa internacional, os editores do Stats estão sempre participando de polêmicas curiosas.
Sobre o controle de armas de fogo, por exemplo - tema pertinente, agora, depois do assassinato da Tainá -, na Encyclopedia Britannica.
E com Gore Vidal, no Times Literary Supplement, sobre o DNA de Thomas Jefferson.
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Eduardo Carvalho
21/8/2002 às 17h08
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Talk Show
O Diretório Acadêmico da Escola de Administração de Empresas em que estudo, insatisfeito com os programas humorísticos disponíveis em canais abertos de televisão, está promovendo, modesta mas orgulhosamente, o seu próprio. E promete fazer sucesso.
Do primeiro episódio, agendado para este dia 23, participarão Luíza Erundina, André Montoro, Robson Tuma e Enéas Carneiro. O nome do programa foi definido, com delicada ironia, como "Propostas para o Brasil".
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Eduardo Carvalho
21/8/2002 às 15h36
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Le Citizen Kane brésilien
A crise das Organizações Globo chegou até o Le Monde (abaixo, onde se lê "milliards", leia-se "bilhões"):
"Affaiblies par une perte de 548 millions d'euros en 2001 (pour un chiffre d'affaires de 2,5 milliards) et par un endettement équivalant à 1,5 milliard d'euros, les Organizaçoes Globo, rebaptisées Globo SA à la faveur de leur récente transformation en société holding, affrontent des turbulences inédites depuis leur création dans les années 1960. Fondé sous la protection de la dictature militaire (1964-1985), l'empire du patriarche Roberto Marinho, qui emploie 20 000 personnes, a besoin d'argent frais. Il doit régler la facture de ses onéreux paris sur la nouvelle économie (portail Internet globo.com, en association avec Telecom Italia, qui a investi 810 millions d'euros pour 30 % du capital) et celle de sa politique éditoriale agressive, marquée notamment, depuis quatre ans, par les lancements du quotidien populaire Extra à Rio, de l'hebdomadaire grand public Epoca, du journal économique Valor (en partenariat avec Folha de Sao Paulo) ainsi que par le rachat du Diario popular de Sao Paulo."
No mesmo jornal, há também um perfil de Roberto Marinho, le Citizen Kane brésilien.
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Julio Daio Borges
21/8/2002 às 14h34
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Shaw quotes
Em tempos de mediocridade e eufemismo, ler alguns aforismos de Bernard Shaw é sempre reanimador:
"The longer I live the more I see that I am never wrong about anything, and that all the pains that I have so humbly taken to verify my notions have only wasted my time."
"The power of accurate observation is commonly called cynicism by those who have not got it."
"A lifetime of happiness! No man alive could bear it: it would be hell on earth."
"Patriotism is your conviction that this country is superior to all others because you were born in it."
"Money is indeed the most important thing in the world; and all the sound and successful personal and national morality should have this fact for its basis."
"My way of joking is to tell the truth. It is the funniest joke in the world."
"I often quote myself; it adds spice to my conversation."
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Eduardo Carvalho
21/8/2002 às 11h07
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A ausência de um editor
"Na minha opinião, um dos principais motivos que levaram ao colapso da revista foi a ausência de um editor. Publicação nenhuma, seja online ou impressa, funciona direito em esquema de liberdade total, sem um controle, por menor que seja. O Quadradinho só funcionou sem editor por um tempo, porque desde o começo do ano as discordâncias foram se intensificando até se tornarem insustentáveis nas últimas edições. Houve um conflito de egos sim, um embate de idéias entre pessoas com concepções, certas ou erradas, radicais ou conciliatórias, porém cada vez mais divergentes. Não estávamos cansados de fazer o site em si, de escrever de graça nem nada disso. O cansaço decorreu dos atritos e das discussões infindáveis por email."
(Lara André, na Play)
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Julio Daio Borges
21/8/2002 às 09h11
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O furo da Veja
A revista Veja desta semana publicou uma resenha sobre a série Desventuras em Série, de Lemony Snicket. O texto elogia muito a série e avisa que os personagens são fortes concorrentes de Harry Potter, até pela qualidade literária superior. O detalhe é que a série é publicada no Brasil há quase dois anos. Há cerca de dois anos, inclusive, eu havia publicado uma resenha sobre o assunto no site Esfera.
Como se vê, a editoria de cultura da Veja anda meio lenta de raciocínio...
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Gian Danton
21/8/2002 às 08h38
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Il Divino
Michelangelo, três vezes o homem do ano em Florença, segundo o New York Times: "The Shadow of Genius: Michelangelo and Florentine Art From 1537 to 1631", "Venus and Love: Michelangelo and the New Ideal of Beauty" e "The Myth of Ganymede: Before and After Michelangelo" - trinca de exposições sobre il Divino.
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Julio Daio Borges
20/8/2002 às 18h15
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The explosion du jour
Living in the Blog-osphere, matéria da Newsweek desta semana:
"With a new blogger joining the crowd every 40 seconds, Weblogs are officially the explosion du jour on the Net. Most estimates peg the current number at a half a million Weblogs, depending on how you define the term, but 'my suspicion is that there are even more,' says Cameron Marlow, an MIT graduate student who's studying the phenomenon.
"Blogging is a social phenomenon, and the Blog-osphere self-organizes into clusters of the like-minded. Within one of those clusters, the small-scale drama of a life, the incisiveness of one's film criticism or the knowledge one imparts about esoteric telcom regulations can foment a weird kind of microcelebrity. 'In the future, everyone will be famous to 15 people on the Web,' says David Weinberger, author of 'Small Pieces Loosely Joined,' an incisive book about the Net."
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Julio Daio Borges
20/8/2002 às 18h09
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Russell sobre Wittgenstein
"Um alemão desconhecido apareceu, falando pouquíssimo inglês, mas recusando-se a falar alemão. Era um homem que estudara engenharia em Charlottenburg mas que, durante o curso, adquirira, por si só, uma paixão pela filosofia da matemática e chegava agora a Cambridge com o propósito de acompanhar minhas aulas."
"Meu amigo alemão ameaça tornar-se uma inflição; ele voltou comigo após a aula e ficou discutindo até a hora do jantar - obstinado e contumaz, mas não creio que estúpido." [19/10/11]
"Meu bravio alemão apareceu e argumentou comigo após a aula. Ele veste uma armadura contra todas as investidas da razão. É realmente uma grande perda de tempo conversar com ele." [16/11/11]
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"Meu alemão está hesitando entre a filosofia e a aviação; veio me perguntar hoje se eu achava que ele era um caso totalmente perdido em filosofia. Eu lhe disse que não sabia, mas que achava que não. Pedi-lhe que trouxesse alguma coisa por escrito para me ajudar a avaliar. Ele é rico, e está apaixonadamente interessado pela filosofia, mas sente que não deve dedicar sua vida a ela se não for realmente bom. Sinto uma grande responsabilidade, pois de fato não sei o que penso da sua capacidade." [27/11/11]
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"Wittgenstein foi o grande evento em minha vida - o que quer que possa sair disso. Eu o adoro e sinto que irá resolver os problemas que estou velho demais para resolver - toda espécie de problemas que foram levantados pelo meu trabalho, mas que exigem uma mente fresca e o vigor da juventude. Ele é o jovem que eu poderia esperar."
"Wittgenstein é terrivelmente persistente, monopoliza a palavra e, no geral, é considerado um chato. Como eu realmente gosto muito dele, consegui insinuar essas coisas sem ofendê-lo."
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"Sua disposição é a de um artista, intuitiva e temperamental. Diz que todas as manhãs começa seu trabalho com esperança, e todas as noites o encerra em desespero - sente o mesmo tipo de raiva que eu quando não consegue entender as coisas." [16/3/12]
"Sinto a mais perfeita simpatia intelectual por ele - a mesma paixão e veemência, a mesma sensação de que é preciso compreender ou perecer, as súbitas piadas desfazendo a assustadora tensão do pensamento." [17/3/12]
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"Ninguém poderia ser mais sincero do que Wittgenstein, ou mais destituído da falsa polidez que interfere com a verdade; ele deixa transparecer seus sentimentos e afeições, e isso enternece o coração." [10/3/12]
"Ele abomina a ética e a moral em geral; é deliberadamente uma criatura de impulso e acha que se deve ser assim." [17/3/12]
"Ele é capaz de fazer qualquer tipo de coisa por paixão; mas jamais cometera a sangue frio algum tipo de imoralidade. Sua posição é bastante livre; princípios e coisas do gênero parecem-lhe uma insensatez, pois seus impulsos são fortes e nunca vergonhosos."
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"Tem a sensibilidade do artista ao achar que deve produzir algo perfeito ou então absolutamente nada. Eu lhe expliquei que não iria se formar nem conseguiria lecionar se não aprendesse a escrever coisas imperfeitas - o que só o deixou mais furioso. Por fim, implorou-me que eu não desistisse dele mesmo que houvesse me desapontado."
(Trechos extraídos das cartas de Bertrand Russel a Ottoline Morrell, transcritos do livro Wittgenstein - o dever do gênio, de Ray Monk, Companhia das Letras, 1995, 572 págs.)
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Julio Daio Borges
20/8/2002 às 15h25
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A rocha que voa num labirinto
Arnaldo Jabor sobre Glauber Rocha, hoje no Estadão:
"Há 21 anos, Glauber Rocha nos deixou, no dia 22 de agosto. Eu nunca tinha visto alguém morrendo, nunca vira o momento misterioso da passagem. Em volta da cama de sua agonia, os amigos se agarravam como náufragos nas bordas de um barco que ia partir.
"Estávamos assustados, porque o Glauber era o pulmão por onde respirávamos, o coração que batia por nós e que agora fraquejava. Ele estava ali, ignorando-nos, concentrado não sei em que filme interior, em que roteiro para as estrelas. Parecia mesmo um astronauta, coberto de fios e tubos de respiração. Subitamente, Glauber se ergueu, como se fosse acordar, ressuscitar, como num milagre. Mas era a última convulsão e ele se aquietou e flutuou para longe.
"Vocês, jovens que me lêem, podem pensar: 'Deixe de idealizações com esse tal de Glauber... Afinal de contas, todo mundo morre...' Mas, não é literatura; morria ali a mais rica síntese das idéias de uma época brasileira: melancolia com esperança, a romântica fome de salvar o País, unindo poesia e política."
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Julio Daio Borges
20/8/2002 às 10h18
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