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BLOG

Quarta-feira, 29/6/2005
Blog
Redação
 
Repensar cursos de comunicação

Se eu imaginava que meu blog iria tomar essas dimensões? Na verdade, nunca pensei nisso. Se eu fizesse o mesmo blog, no meu tempo livre, por conta própria, ele seria tão conhecido quanto é? Não sei. Parte de sua importância tem a ver com ser o blog da nomínimo, uma revista eletrônica com muitos jornalistas conceituados e veteranos. O que tento fazer é uma leitura diária agradável, curiosa, informativa. É meu único objetivo. Não costumo ouvir muitos comentários a respeito do blog na grande imprensa. Ouço mais sobre minhas colunas e reportagens publicadas no mesmo site. O que é natural. São poucos os jornalistas que têm o hábito de ler blogs. Jornalistas têm de ler muitas coisas e conversar com muita gente. Ler texto corrido é hábito, blog ainda é coisa nova. Virá com o tempo. Mas, quando ouço comentários, sempre fico feliz. A turma gosta. E reconhecimento dos pares é a melhor coisa do mundo.

* * *
Tenho ótimos comentaristas. Um blog, com o passar do tempo, cria uma comunidade. Tem gente que discorda de você com freqüência, tem gente que concorda quase sempre, tem um ou outro que escreve bem pra caramba. Esta comunidade não só é parte da diversão como é o motivo que te faz trabalhar a cada dia. Às vezes, tento lembrar qual era o barato de escrever sem este retorno imediato e não lembro. Um comentário anedótico não saberia pinçar, mas não consegui encontrar ainda uma fórmula para descobrir que tipo de post, que assunto, traz mais comentários. Tem uns que são surpreendentes. Uma vez, escrevi sobre um livro que tentava imaginar o que seria do mundo se os judeus tivessem reconhecido Jesus como Messias. Deu mais de 150 comentários. Alguns dos leitores disseram que eu estava apostando no caminho fácil. Imagina. Quem haveria de imaginar que o assunto pudesse ser tão palpitante? Notas sobre o conflito entre Israel e Palestina incendeiam, mas não é regra: às vezes, trato do mesmo assunto, e cinco ou seis pessoas falam sobre ele e naquilo se encerra. Outra coisa sobre a qual costumo tratar, as mudanças e dilemas da sociedade a respeito de sexo, aceitação de sexo explícito, privacidade violada etc., algumas vezes, viram grandes assembléias instigadas por vários pontos de vista, noutras são quase ignoradas. Então não há uma fórmula clara.

* * *
Tento falar sobre o estado do mundo, os dilemas atuais. Quais são? Religião. Sexo. Conceito de vida. Segurança. Saúde. Moradia. Alfabetização. Alimentação. Impacto social da tecnologia. Tento explicar o conceito de cada um, o que é aceitável e o que não é e, hoje, você vai encontrar uma gama infinita de opiniões. Muita gente é infeliz por conta do que é aceito ou não na sociedade, por conta do que falta fazer e do que não falta - e discute-se pouco isso. Os assuntos vão além. Globalização. É inevitável? Acho que sim. Que forma deve ter? Como deve ser ditada? Um blog, para o jornalista, é só uma das mídias possíveis para tratar destes assuntos. Há jornais, há revistas, tevê, rádio, quantas mais? Aprende-se um bocado fazendo sozinho. Aprende-se mais fazendo com gente experiente. Esta não é uma regra do jornalismo. É coisa humana. São vários os caminhos possíveis. O Brasil é um dos muitos países que partiu do princípio de que, exigindo formação específica, um diploma, conseguiria estabelecer uma reserva de mercado. Com a Internet, acabou. Gente capaz, que escreve bem e é experiente em suas áreas será capaz de falar sobre assuntos vários com mais competência que jornalistas. Como ninguém deve começar a cassar blogs - espera-se que sindicatos não virem censores -, é hora de repensar os cursos de comunicação.

Pedro Doria, falando sobre seu weblog, na maravilhosa reportagem sobre blogs, na IHU On-Line da Unisinos.

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Postado por Julio Daio Borges
29/6/2005 às 11h25

 
Caixinha branca

Junto ao ponto de espero o ônibus 55, um destes famosos vermelhos de dois pisos de Londres. Como diz a música de Jorge Benjor, a espera é difícil, porém uma menina, que parecia ter entrado numa boutique cara e tomado um banho de loja, se aproxima com uma pequena caixa branca na mão parecendo sintonizar algo, e me fazendo ponderar. Meu pensamento então é diluído no espaço e não me importo mais com o tempo. Cai a ficha. Dois cabos finos presos à caixinha na mão da menina vão aos ouvidos. Tudo é branco, o que dá um tom de impecabilidade e minimalismo à coisa. Olho para outro rapaz de visual pós-punk sentado mais adiante e ele porta a mesma caixinha. Instantes depois, dentro do ônibus, mais um com a mesma caixinha. Quando chego à Oxford Street conto, um, dois, três. Então desisto. São tantos que perco a conta. Na mesma semana a Apple lança uma campanha de propaganda onde sombras dançam ao som da invenção da hora. Com um fundo de cores vivas as sombras negras portam o pequeno aparelho branco, o Apple iPod. Talvez não seja perceptível no Brasil, pois até a coisa se tornar viável vai levar um tempo, porém em Londres o negócio está se tornando febre. A marca deve ser mais profunda nos EUA. Então, como está se tornando algo comum a pergunta, que som você tem no seu iPod, é um passinho diminuto para a chegada do Podcasting. É, parece que Steve Jobs está conseguindo a proeza propagandística que a Sony conseguiu com o walkman. É, parece que o mundo da informação vai revirar um pouco mais. Agora as pessoas vão poder escutar o que querem, na hora que querem. Parece que a tecnologia vem para dar mais liberdade aos indivíduos. Será?

G Schwarz, um Leitor, por e-mail.

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Postado por Julio Daio Borges
29/6/2005 às 08h38

 
Lucas vs. Spielberg

The worst best friends in Hollywood.

The two men first met in 1967, when an 18-year-old Spielberg saw Lucas' debut feature THX 1138 at a student film festival at UCLA. Spielberg had been rejected from UCLA because of poor grades and had enrolled instead in the rudimentary film course at California State College at Long Beach. Entering the hallowed UCLA campus, Spielberg felt like he'd stumbled into an auteur cloning factory-"I realized that there was an entire generation coming out of NYU, USC and UCLA." THX 1138, he said, made him "jealous to the marrow of my bones. I was 18 years old and had directed 15 short films by that time, and this little movie was better than all of my movies combined." Lucas, for his part, had seen Spielberg's short film Amblin' when it was presented at USC and thought it "saccharine." The 20-year-old Lucas ignored his new fan until 1971, when he caught a screening of Spielberg's TV movie Duel at Francis Ford Coppola's house: "Since I'd met Steven, I was curious about the movie and thought I'd sneak upstairs and catch 10 or 15 minutes. Once I started watching I couldn't tear myself away. ... I thought, This guy is really sharp. I've got to get to know him better."

Tom Shone, em ilustrativa comparação, na Slate.

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Postado por Julio Daio Borges
28/6/2005 às 12h20

 
A new bubble?

Now, 10 years after two key events in the history of the Internet - the successful IPO of Netscape, which many cite as the beginning of Wall Street's love affair with 'Net stocks, and the founding of Yahoo! - we're in the midst of a new, let's say mini dot-com boom.(...)

Since Google went public in August 2004 its shares have more than tripled, reminding many of the investor fervor of the late 1990s.(...) And shares of the Internet's version of the Big Three - Amazon.com, eBay and Yahoo! - have all bounced back sharply from their post-bubble lows in the past few years.

Paul R. La Monica, em "Dot-com mania, part II?", na CNN Money (uma matéria que tem circulado...).

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Postado por Julio Daio Borges
28/6/2005 às 12h16

 
Blogs Will Change Your Busines

It's time for a frank talk. And no, it can't wait. We know, we know: Most of you are sick to death of blogs. Don't even want to hear about these millions of online journals that link together into a vast network. And yes, there's plenty out there not to like. Self-obsession, politics of hate, and the same hunger for fame that has people lining up to trade punches on The Jerry Springer Show. Name just about anything that's sick in our society today, and it's on parade in the blogs. On lots of them, even the writing stinks.

Go ahead and bellyache about blogs. But you cannot afford to close your eyes to them, because they're simply the most explosive outbreak in the information world since the Internet itself. And they're going to shake up just about every business -- including yours. It doesn't matter whether you're shipping paper clips, pork bellies, or videos of Britney in a bikini, blogs are a phenomenon that you cannot ignore, postpone, or delegate. Given the changes barreling down upon us, blogs are not a business elective. They're a prerequisite. (And yes, that goes for us, too.)

Stephen Baker e Heather Green, na Business Week (porque é a melhor coisa que li sobre blogs, na grande imprensa, em todos os tempos).

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Postado por Julio Daio Borges
27/6/2005 às 12h10

 
A natureza é caótica

Willem de Kooning, roubado do Espiral Virtual, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
27/6/2005 às 08h31

 
Viva o fracasso

Putz, tinha escrito um post enorme e confessional sobre meu momento recente. Graças ao UOL, perdi tudo. Estou sem muito saco para reescrever... Mas queria deixar o momento marcado, uma pequena comemoração, ainda que auto-celebratória. Meu momento atual tem sido marcado por uma série bastante grande de fracassos, sejam eles amorosos, profissionais, intelectuais. Me vejo hoje no cenário que eu imaginei ser o pior possível para mim, e do qual me protegi a todo custo. Concretizado tal cenário, me vi livre de um monte de inseguranças fantasiosas. Hoje tenho muitas inseguranças e ansiedades; mas elas são reais, e eu tenho muitos meios para contorná-las, com paciência e determinação. Sempre me defendi do mundo atrás de uma couraça de intelectual. Sempre escondi minhas fraquezas por trás dessa imagem de inteligente e culto. Isso me enfraqueceu nas outras partes do mundo com as quais preciso lidar. Ultimamente tenho sido forçado a encarar isso, e tem sido doloroso e transformador. Mas acredito que nunca mudamos nada a não ser quando a vida nos força a isso (que me desculpem os analisados de plantão). Hoje tenho a leveza de não saber direito para onde estou indo, onde vou morar, onde vou trabalhar, de não ter tantas certezas de como será minha vida. E tenho uma melhor noção das minhas armas, melhorei minha pontaria, parei de gastar tanta munição à toa. Nos últimos anos, esse tem sido o momento mais importante, e sou grato por ele.

O Komentarista, um blog que descobri por causa de outro...

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Postado por Julio Daio Borges
24/6/2005 às 17h20

 
Links & Links

Esse é o Aldebaram; que, no seu blog, linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
24/6/2005 às 08h26

 
Romanticizing Depression

For 10 years or longer, my week-day routine as a psychiatrist had been constant: write mornings, see patients afternoons. With the publication of my book Listening to Prozac in 1993, new elements were added: travel and public appearances.

One question followed me from lecture to lecture, from talk show to talk show, bookstore to bookstore. Because the question was so automatic, so predictable, it took me months to appreciate how peculiar it was.

At a book signing, I might give a short introduction to this or that aspect of Listening to Prozac, discussing workplace pressures to remain upbeat, say, and the ethics of using medications in response. What I spoke about seemed not to matter. Inevitably someone would ask: "What if so-and-so had taken Prozac?" The candidates for drug treatment were drawn from a short roster of tortured 19th-century artists and writers. Friedrich Nietzsche and Edgar Allan Poe made frequent appearances.

My response was perfunctory - a quick review of theories of art and neurosis. I resented the joking distraction from issues I had raised. I did not treat the what if question as I did others. I did not attend to it, puzzle over it, take it to heart.

And then one day I did...

Peter D. Kramer no The Chronicle.

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Postado por Julio Daio Borges
23/6/2005 às 11h38

 
A Man Who Keeps Nintendo Cool

What's happening with video games is the same thing that happens with anything new and interesting. At the beginning, everybody wants to see what it is. They gather around and check it out. But gradually, people start to lose interest.

The people who don't lose interest become more and more involved. And the medium starts to be influenced by only those people. It becomes something exclusive to the people who've stuck with it for a long time. And when the people who were interested in it at first look back at it, it's no longer the thing that interested them.

Shigeru Miyamoto, pai do Mario Bros., falando sobe a era dos videogames, na Wired.

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Postado por Julio Daio Borges
23/6/2005 às 11h35

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