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Quinta-feira,
29/8/2002
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Redação
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Curral da Mostra
Leon Cakoff deveria se dedicar com exclusividade aos trabalhos que tem executado com relativa competência: a organização da Mostra de Cinema de São Paulo e a distribuição, através do Jornal da Mostra, de notícias sobre cinema.
Quando, de repente, na edição número 128 do seu jornal eletrônico, resolveu criticar a própria crítica nacional de cinema, cometeu um erro ridículo: apesar de ter exercido a profissão, parece não entender nada do assunto. Ou pior: entende tudo errado.
Cakoff usou, como exemplo de crítica condenável, um artigo de Mário Sergio Conti, "Giorgetti cria trama frouxa com idéia banal", publicado na Folha de São Paulo, sobre o filme O Príncipe. Condenável simplesmente porque, segundo Cakoff, é uma "crítica negativa", produzida por um estilo de "jornalismo destrutivo", que "não contribui em nada para a diversidade e a tolerância". Como se crítica séria pudesse ser reduzida a maniqueísmos bobos ("negativa" e "positiva"), e como se todo crítico precisasse pensar exatamente como quer Leon Cakoff, para, aí sim, respeitar a diversidade e ser tolerante.
O próprio Cakoff, no mesmo texto, assume que Conti "foi a única voz dissonante na imprensa brasileira", mas interpreta esse fato como se fosse negativo. Conti é, portanto, acusado de intolerante justamente pelo motivo de ter apresentado uma opinião diferente. Quem é intransigente, afinal?
Eu mesmo gostei do filme, que já recomendei aqui. Mas, se Conti não gostou, tem todo o direito de explicar o motivo, e de falar mal mesmo. Sobretudo se for o único. E principalmente em uma época de opiniões fáceis e fechadas, impostas e espalhadas por gente como, por exemplo, o próprio Cakoff.
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Eduardo Carvalho
29/8/2002 às 14h51
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The Even-More-Compact Disc
Esse é o tamanho do provável substituto do CD, o DataPlay. Para engolir como se fosse uma pílula. Armazena 11 (onze) horas de música:
"The newly released portable music format, called DataPlay digital media, is the latest technology joining a cornucopia of choices for consumers to play their favorite tunes through headphones connected to palm-size devices. The discs, contained in a clear plastic shell, are about the size of the ring in the center of a CD, or about one-fourth the size of a minidisc. They will be available in blank, recordable form as well as prerecorded, copy-protected albums.
"The first DataPlay music player-recorders went on sale recently, and waves of prerecorded DataPlay discs will soon wash into record stores, starting with re-releases of top-selling albums by the likes of Britney Spears, 'N Sync, Pink, Usher, OutKast, Sarah McLachlan and Brooks & Dunn, BMG record executives say. Some musicians, including Carlos Santana, are scheduled to have new albums released simultaneously on CD and DataPlay.
"But overall costs of DataPlay players and media may present an early stumbling block to widespread acceptance, some consumer electronics retailers warn. Prerecorded DataPlay discs will basically be priced more like a DVD than a CD, from $18 to $22. And the first DataPlay music player and burner, the iDP-100 by iRiver America, is relatively expensive at $350; MP3 players with 20 gigabytes of memory, or 40 times the capacity of a DataPlay disc, are available for as little as $300."
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 10h12
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Cama de Gato
Adriana del Ré refaz a trajetória de Cama de Gato, filme de Alexandre Stockler, em que atua Rennata Airoldi (Colunista deste site):
"Cama de Gato é a típica produção que tenta conciliar baixo orçamento e boa qualidade. Não consumiu mais do que R$ 120 mil e um mês de filmagens.
"Caio Blat faz parte do trio de personagens centrais de Cama de Gato. As sucessivas ações deles desencadeiam a trama. Utilizando-se de elementos como drama, humor negro e crítica social, Stockler constrói o retrato de uma juventude de classe média alta paulistana, que tem acesso a tudo que os bens materiais permitem.
"Trata-se da primeira produção do manifesto Trauma (Tentativa de Realizar Algo Urgente e Minimamente Audacioso), lançada em 1999, como uma resposta latino-americana ao movimento dinamarquês Dogma 95, que estabelece dez mandamentos para a produção de um filme. O Trauma prega a realização de longas-metragens de qualidade, por meio de baixos orçamentos."
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 09h58
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De como ser um embuste
"Primeiro passo: Seja filho de alguém famoso, de preferência um intelectual famoso. A ciência ainda não tem uma explicação para isso, mas as estatísticas comprovam que 50% da humanidade acreditam que erudição e inteligência são hereditários. (Os outros 50% não sabem o que é erudição, nem hereditário.) Se seu pai, ou sua mãe, foi ou é um intelectual famoso, você já tem meio caminho andado. Ninguém questionará sua autoridade: é genética.
"Segundo passo: Escolha uma profissão em que haja grande possibilidade de vir a ser uma figura pública. Nem pense em ser arqueólogo, cozinheiro ou veterinário: sua profissão deve lhe permitir o máximo de visibilidade. Pode ser ator/atriz, modelo, cantor/cantora, político etc. Mas a melhor de todas, de longe, é o jornalismo: nela você poderá ser independente ao mesmo tempo em que faz tudo o que o patrão manda; ter opiniões próprias ao mesmo tempo em que não foge da pauta; ser democrático sem aceitar as críticas de ninguém ('só as construtivas'); ter acesso a informação privilegiada e, ainda assim, por preguiça, incompetência ou comprometimento, só usar dicas de terceiros (seus 'amigos'); estar atrasado enquanto parece tremendamente up-to-date; e ser condescendente dando a impressão de ser muito legal ('dando uma força a quem merece'). Se você já conseguiu dar o primeiro passo deste manual, terá, de cara, uma coluna assinada. Depois disso...
"Terceiro passo: Arregimente um exército de baba-ovos. Este passo é uma conseqüência natural do segundo. De acordo com as estatísticas, 90% da humanidade pensam que amizade é como mosquito: funciona como vetor. Para essas pessoas, basta um mínimo contato com um deus para que elas imediatamente se sintam parte do Olimpo. E com isso formam um séquito de fiéis fervorosos que jamais questionarão um pingo de letra que você disser. E ainda assumirão pronta e voluntariamente sua defesa, com a vantagem adicional de constantemente lhe dizerem como você é inteligente, jovem, lindo, maravilhoso, perspicaz, culto, engraçado etc., mesmo que você seja uma toupeira velha, sem atrativos, chato, um tanto retardado, tenha uma cultura superficial e nada do que você diga tenha a menor graça.
"Pronto! Agora você pode ser um embuste de sucesso. É claro que tais procedimentos têm seus efeitos colaterais. Você não terá, ao contrário do que pensa, unanimidade absoluta. Terá seus detratores, alguns raivosos (mas, deles, seu exército de asseclas o protegerá); e poderá surgir alguém ainda mais retardado que você querendo ser engraçadinho à custa de sua chatura. Mas tudo tem seu preço, não é?"
(É o jornalismo brasileiro escrito. Desconfio que tem alguém do Cocadaboa por trás disso...)
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 08h25
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Desfile de homens ocos
Não foi uma escolha assim, entre muitas alternativas. Já assisti a praticamente todos os filmes que estão em cartaz em São Paulo, e os poucos que sobraram não me pareceram mais atraentes. Resolvi respirar fundo e encarar, com a melhor das intenções, um filme que, em português, tem um título que concorre para ser considerado o pior entre todas as películas que já rodaram neste país: O Império (do besteirol) Contra-ataca.
Não me incomodo em assistir a um filme apenas ruim. Eles são a maioria, e eu, que freqüento cinemas regularmente, preciso estar preparado para tudo. Pensei que estivesse. Nunca imaginei que fosse possível alguém gravar uma seqüência de imbecilidades tão insuportáveis como Kevin Smith conseguiu.
Mas, se fosse apenas ruim ou imbecil, O Império não mereceria esta nota. Ele vai além. Tentando satirizar filmes que, sozinhos, conseguem ser no máximo ridiculamente engraçados, Kevin Smith produziu o que parecia impossível: uma paródia do que já era grotesco. Caiu no vácuo.
É preciso ter acabado com seus neurônios, assim como os personagens Jay e Bob, para descolar uma, apenas uma piada no filme, mesmo que seja péssima; não há. Dos filmes que assisti nos últimos anos, O Império é, disparadamente, o mais triste. Sua tristeza é sutil e sombria: não há nada mais aflitivo do que o interior de um homem oco. E o filme de Kevin Smith é precisamente isto: um absurdo desfile de personagens vazios. Só faltou ali, para completar, algum que representasse o diretor. Ou não foi ele mesmo que interpretou o personagem principal?
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Eduardo Carvalho
29/8/2002 à 00h26
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Chitarra da Leggenda
"Dweezil Zappa, figlio del grande musicista Frank, mostra la Fender Stratocaster bruciata sul palco da Jimi Hendrix nel 1968 durante il Miami Pop Festival. Dopo l'esibizione, Hendrix regalò la chitarra proprio a Frank Zappa. Il 24 settembre l'oggetto di culto verrà messo in vendita dalla casa d'aste Cooper Owen a un prezzo non inferiore al mezzo milione di euro."
(Le foto del giorno no Corriere della Sera)
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Julio Daio Borges
28/8/2002 às 14h19
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Viciados em internet
"Um a cada quatro funcionários de empresas dos EUA é viciado em internet durante o expediente. Eles gastam mais de um dia a cada semana navegando por sites que não-relacionados ao trabalho, segundo pesquisa da consultoria norte-americana Websense.
"67% dos entrevistados na pesquisa disseram que acessam sites de notícias por motivos pessoais. 37% deles acessam lojas virtuais durante o período de trabalho. Além disso, 2% visitam sites pornográficos e 2%, páginas de jogos de azar.
"No lado dos empregadores, 78% bloqueiam o acesso a sites pornográficos na rede interna da empresa. Apenas 47% bloqueiam sites de jogos, enquanto 20% bloqueiam lojas virtuais e 4%, sites de notícias."
(Direto da Folha Online através do Toplinks)
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Julio Daio Borges
28/8/2002 às 13h53
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List of Favorite Titles
Dr. Ink* discorre sobre o lançamento de Now All We Need Is A Title, de André Bernard. O livro investiga a origem de títulos célebres na literatura ocidental:
"He describes, for instance, how Hitler wanted to title 'Mein Kampf' ('My Struggle') as 'Four-and-a-Half Years of Struggle Against Lies, Stupidity, and Cowardice.' The man had many problems, not the least of which was prolixity.
"Bernard points out that many great titles come from Shakespeare: 'Brave New World,' 'Pale Fire,' 'The Dogs of War,' 'The Sound and the Fury,' 'Something Wicked This Way Comes.'
"And he notes that mystery writer Raymond Chandler compiled lists of great titles for which he never wrote books. These include, 'The Corpse Came In Person,' 'The Man with the Shredded Ear,' 'All Guns Are Loaded,' 'Too Late to Sleep.'"
Numa coluna antiga, Dr.Ink disseca alguns de sua preferência:
"The Catcher in the Rye: A brilliant title for a sweet book by a pathetically neurotic author.
"Deep Throat: This title defined an era, not just because it dragged pornography towards the mainstream, but because it became a codename for the most famous anonymous source in history.
"A Portrait of the Artist as a Young Man: Long titles can appear self-indulgent or precious, but this one on Joyce's novel of artistic and cultural alienation seems just right."
* Disclaimer: Dr. Ink offers advice and insights on a range of journalism questions. Sometimes, the answers are serious, sometimes humorous, but always credible.
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Julio Daio Borges
28/8/2002 às 10h33
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La musique intelligente
Pesquisa feita em Heidelberg: o córtex auditivo dos músicos é mais desenvolvido que o normal. Até aí nenhuma novidade. A mesma região do cérebro, no entanto, é tambem responsável pela chamada "memória verbal" (ciências exatas e idiomas). O que pode estar relacionado a um Q.I. elevado:
"L'étude consistait à observer grâce à la technique de l'imagerie par résonance magnétique (IRM) le cerveau de 37 personnes, divisées en trois catégories : les musiciens professionnels, les amateurs, et les personnes ne disposant d'aucune compétence musicale. Les résultats sont édifiants. Dans la partie du cerveau appelée cortex auditif, les chercheurs ont constaté que chanteurs et instrumentistes avaient, en moyenne, 130 % de matière grise de plus que les personnes incapables de faire sonner la moindre note. De même, l'activité du cortex auditif des musiciens est plus élevée ; et cela, d'autant plus que la pratique d'un instrument est intensive. Les résultats de la recherche ont aussi montré que dans une partie du cortex auditif nommée 'gyrus de Heschel', les musiciens professionnels avaient entre 536 et 983 mm3 de matière grise, alors que les néophytes ne disposent que de 172 à 450 mm3."
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Julio Daio Borges
28/8/2002 às 09h32
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9/11 books
O assunto é inevitável. O New York Times prevê uma enxurrada de títulos (entre 65 e 150). Tem para todos os gostos:
"They are books that run the gamut from historical examinations of the roots of today's terrorism ('Militant Islam Reaches America' by Daniel Pipes) to picture books about quilts inspired by the World Trade Center ('America From the Heart,' edited by Karey Bresenhan); from closely observed accounts of the recovery effort at ground zero ('American Ground: Unbuilding the World Trade Center' by William Langewiesche) to eclectic meditations on the future of civil liberties in the post-9/11 world ('It's a Free Country,' edited by Danny Goldberg, Victor Goldberg and Robert Greenwald).
"There are books about the victims, the rescue workers, the survivors and the terrorists; books about American intelligence failures and the heroism of the New York City Fire Department. There are books about how comic-book writers, college ministers, broadcast journalists, writers of young-adult literature, West Coast authors, feminists and child artists responded to that day. And there are books exploring the political, religious, psychological, technological and environmental consequences of the terrorist attacks. Many major news organizations have brought out books about Sept. 11; in the case of The New York Times, two books by the newspaper's reporters and photographers are being published, as well as at least four other books by individual staff members.
"At Barnes & Noble bookstores in New York, tables are stacked high with titles related to 9/11, a grouping that includes not just books about Sept. 11, but also picture-book tributes to the World Trade Center, poetry anthologies about New York, coffee-table books about the American flag and stocking-stuffer-type books on the inspirational words of former Mayor Rudolph W. Giuliani. Some of the books being published this fall have a bizarre keepsake quality to them - CBS News's 'What We Saw' comes with a DVD of the network's news coverage of the day - and some, like Philippe Petit's account of his 1974 high-wire walk between the towers ('To Reach the Clouds'), have only the most tangential connection to the events of Sept. 11."
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Julio Daio Borges
28/8/2002 às 07h24
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