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Sexta-feira,
3/2/2006
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Redação
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Cavernas e Concubinas
Está escrito na contra-capa do livro do Cardoso: o Cardoso (autor) do livro (e do blog Tripa nelas tudo) aparece antes do FHC no google, em uma busca por "Cardoso". É verdade mesmo, fiz o teste. Não que isso signifique algo, mas, é verdade! Ah, a propósito, o livro se chama Cavernas e Concubinas (2005, 177 págs.), da editora DBA.
Bem, que a literatura feita na internet já está migrando com sucesso para a impressa, isso todo mundo já sabe. Eu só gostaria de entender, entretanto, qual é essa literatura e pra que veio. Há 20 anos, Cavernas e Concubinas jamais teria sido publicado. O Cardoso escreve bem, escreve histórias interessantíssimas, sabe contar uma história como ninguém. Nos 41 contos do seu livro, tem-se a sensação que se está com ele numa mesa de bar, e ele contando tudo aquilo para a gente. E, de repente, isso vira literatura... O próprio livro diz que o Cardoso está agora ali (naquelas páginas), mas sem o desconforto de ter que lê-lo no monitor (do computador). Um texto de internet tem a mesma "força" quando em livro? E, tem o mesmo objetivo?, o mesmo público?, aceita a mesma forma?, a mesma dinâmica? Pode ser simplesmente tirado de um desses lugares e colocado no outro?
Deixando de lado essa discussão sobre a literatura feita na internet, cabe dizer que o livro é divertidíssimo, bem humorado, inteligente. Mas, infelizmente, não agradará qualquer pessoa. Aliás, o público que o livro atinge é mínimo, ouso dizer. Com um texto idêntico ao que se lê em blogs, Cardoso conta causos e faz reflexões sobre os mais variados temas. Quase sempre, claro, abusa de expressões e cenas pornográficas, referências a drogas, lugares, pessoas, etc. Além disso, procura minimizar a distância entre a língua por ele falada e a literatura que faz, então, não é raro encontramos palavras e vocábulos novos, mistura de palavras, de expressões, citações, comparações. Cardoso é um contador de histórias da internet..., agora em livro.
Para quem gostar desse tipo de literatura (de internet), Cardoso é o que há de melhor, sem dúvida.
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Marcelo Maroldi
3/2/2006 às 13h01
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Promoción del libro
Internet representa el principal desafío de las editoriales (...) a la hora de definir sus estrategias de comunicación con el fin de atraer a nuevos lectores que no leen la prensa escrita tradicional. Las nuevas tecnologías están modificando notablemente el modo en que las editoriales se comunican e interactúan con sus públicos (lectores, librerías, críticos literarios, suplementos culturales, etc.). En definitiva, buena parte del futuro del sector editorial (...) depende en buena medida de su capacidad de crecimiento y despliegue en el terreno de las nuevas tecnologías.
Sobre o estudo "El papel de la Comunicación en la promoción del libro" (porque, na Espanha, a ficha já caiu... e aqui no Brasil?)
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Julio Daio Borges
2/2/2006 às 17h16
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Pronétaires, unissez-vous!
La révolte du pronétariat, des mass médias aux médias des masses é o livro de Joël de Rosnay e Carlo Revelli, já disponível na Amazon (porque eu achei genial o título...)
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Julio Daio Borges
1/2/2006 às 09h06
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Oscar 2006: os indicados
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou hoje os indicados ao Oscar, prêmio mais notório da indústria do entretenimento americana. Os filmes foram todos lançados nos EUA ao longo de 2005 e disputam troféus em 24 categorias. O campeão de indicações este ano foi o drama O Segredo de Brokeback Mountain, já tornado célebre como "o filme dos vaqueiros gays" e vencedor de diversos outros prêmios desde o início de janeiro. Dirigido pelo chinês Ang Lee, concorre a oito estatuetas: melhor filme, direção, ator (Heath Ledger), coadjuvantes (Jake Gyllenhaal e Michelle Williams), roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora.
A principal disputa do Oscar, a de melhor filme, priorizou totalmente os dramas. Além do filme de Lee, estão no páreo Boa Noite e Boa Sorte, segundo trabalho do ator George Clooney como diretor; Capote, cinebiografia do famoso jornalista Truman Capote, autor do livro A Sangue Frio e um dos "pais" do chamado new journalism (o jornalismo "literário"); Munique, a polêmica versão de Steven Spielberg para a reação israelense aos atentados palestinos nas Olimpíadas de 1972, na Alemanha; e Crash - No Limite, tentativa de Paul Haggis apresentar o preconceito e a intolerância que existe na América.
O Segredo de Brokeback Mountain: oito indicações
Ficaram de fora alguns títulos até então considerados favoritos, como Ponto Final, de Woody Allen (concorrente apenas a roteiro original); Johnny e June, sobre a vida do músico Johnny Cash, que levou o Globo de Ouro como melhor comédia ou musical e está no Oscar disputando as categorias de ator e atriz (Joaquin Phoenix e Reese Whiterspoon, ambos também laureados no Globo de Ouro), figurino, montagem e som; e O Jardineiro Fiel, produção inglesa dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles, que acabou na briga só pelas estatuetas de atriz coadjuvante (Rachel Weisz), roteiro adaptado, montagem e trilha sonora.
Pela primeira vez em muito tempo, todos os indicados a melhor direção são responsáveis pelos mesmos filmes finalistas na categoria de filme. É comum a Academia, por impossibilidade de incluir mais produções na briga principal, indicar apenas o diretor - como no ano passado, por exemplo, em que o inglês Mike Leigh teve seu nome selecionado como diretor, mas seu O Segredo de Vera Drake não concorreu a melhor filme. Não foi o que aconteceu hoje: os cinco indicados em direção (Ang Lee, Bennett Miller, George Clooney, Paul Haggis e Steven Spielberg) estão também no páreo de filme.
Apesar de Marcas da Violência, recente obra-prima do canadense David Cronenberg, ter injustamente levado meras duas indicações (ator coadjuvante para William Hurt e roteiro adaptado), o maior equívoco deste ano certamente está nas incríveis seis indicações a Crash - No Limite. Como se pode gostar de um filme desses? Teoricamente um libelo contra o racismo, este trabalho de Paul Haggis é incrivelmente artificial, mesquinho, covarde e reacionário, projeto dotado de uma "mensagem" desde o começo e que coloca todos os recursos disponíveis de linguagem, estereótipos e clichês para chegar a um pensamento previamente traçado. Um filme que toma forma não do desenvolvimento de personagens ou enredos, mas das vontades do roteiro, de um esquematismo grosseiro que pura e simplesmente reforça idéias que, a princípio, estão sendo combatidas na tela. Amordaçado pelas tentativas forçadas de provar sua "tese", Crash - No Limite torna-se pateticamente frágil - mas parece ter conseguido tapear um monte de gente, inclusive pessoas entendidas de cinema que caíram nas armadilhas de Haggis. Lamentável.
Crash - No Limite: seis indicações
A cerimônia de premiação será no dia 5 de março, em Los Angeles. Confira todos os indicados no site oficial do Oscar 2006.
P.S. - o brasileiro 2 Filhos de Francisco não disputa na categoria de melhor filme estrangeiro. Os indicados foram Don't Tell (Itália), Paradise Now (Palestina), Merry Christmas ou Joyeux Noël (França), Sophie Scholl - The Final Days (Alemanha) e Tsotsi (África do Sul).
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Marcelo Miranda
31/1/2006 às 14h29
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Periodistas 21
[¿Existe una migración de la 'información interesante' hacia la Red en forma de blogs y otros formatos de publicación? Si es así, ¿está repercutiendo la influencia de los blogs en la realidad informativa offline?] Los grandes medios son los más capacitados para producir grandes cantidades de información de calidad y relevante. Las buenas redacciones siguen cumpliendo ese papel y lo seguirán haciendo, pero en los blogs aparecen algunos elementos de gran interés respecto a los contenidos como son, por ejemplo, los especialistas: autores con gran conocimiento de los temas que abordan por cuestiones profesionales. Son muy interesantes por los datos y juicios que aportan. Otro personaje de interés en los blogs es el protagonista: gente cercana a determinados acontecimientos; testigos presenciales, o muy próximos a la información, que aportan esa visión de contacto con la información muchas veces ausente en el periodismo tradicional. La cercanía es siempre un valor informativo y el relato en primera persona es muchas veces imbatible. Opiniones al margen: los medios dependen del mínimo común denominador. Están obligados por su búsqueda de audiencia, una obligación que no tienen los blogs, al menos los no comerciales. Las opiniones extremas en cualquier sentido, las situadas fuera de la corrección social y política son muy difíciles de encontrar en los grandes medios. En la blogosfera se encuentran. Poco a poco, los blogs van calando en la agenda informativa tradicional. El 28% de los periodistas norteamericanos ya confían en los blogs como fuente. En España son muchos menos, pero crecen. En algunas áreas de cobertura el seguimiento de las bitácoras es ya indispensable.
Juan Varela, em entrevista ao Consumer.es Eroski (porque a Adri Baggio está fazendo um trabalho sobre blogs...).
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Julio Daio Borges
31/1/2006 às 08h57
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Notas de um franco-atirador
Na cabeça de muitos leitores, a figura de um crítico cultural parece, no mínimo, controvertida. Explico melhor: segundo o senso comum, na fauna que é o jornalismo, o crítico de cultura pode ser ou aquele fidalgo erudito, que pretende assumir um traço elitista por natureza, como se jamais cedesse às paixões mundanas, ou também pode ser aquele personagem hype, ultramoderno, absolutamente descolado e despojado, e que abomina todo e qualquer conservadorismo. É como se existisse, de fato, uma diferença conceitual: o primeiro crítico se cercaria de seu conhecimento do mundo a partir dos clássicos; já o segundo modelo enxergaria a salvação do mundo na celebração do pop.
A distinção fica mais perceptível quando se observa alguns exemplos. O principal: o crítico de cultura jovem, em tese, jamais desancaria um ídolo pop de sua época. Com efeito, é o que se vê em muitas reportagens, perfis e críticas mundo afora. Poucos fogem do consenso. Uma exceção a essa máxima é o inglês Tony Parsons, como se lê na recente coletânea que a editora Barracuda lançou em livro: Disparos do front da cultura pop. À primeira vista, e sempre de acordo com o raciocínio exposto inicialmente, Parsons joga para a multidão, tecendo loas aos ídolos da música e ao corroborar a mudança de comportamento dos jovens. Parsons, no entanto, frustra essas expectativas. Em vez de dar adeus às armas, ergue com veemência a metralhadora giratória e "atira" com contundência opinativa.
A obra se divide em cinco partes, para dar conta da múltipla e variada carga de opiniões e juízos do autor sobre os mais diversos assuntos. De música, talvez sua maior especialidade, ao comportamento masculino, passando por considerações sobre futebol e perfis de escritores. Sim, o leitor acertou se imaginou a impossibilidade de alguém dominar todos esses assuntos. Ocorre que o texto de Parsons se destaca muito mais por colocar em dúvida o senso comum, as opiniões consagradas e o mainstream do que por emitir uma interpretação teórica (quiçá científica) sobre cada qual dos temas que se mete a escrever. Em outras palavras, o que caracteriza o texto do jornalista inglês é o olhar enviesado e cético diante de todos os assuntos que se propõe a analisar. Tudo isso, claro, envolto de muita ironia.
Bom exemplo disso é a seção de Polêmicas, parte em que Parsons decide explicar porque as mulheres não devem se embriagar. Para ele, nesse caso, os prejuízos são claros: "beber faz as pessoas falarem alto, as torna repugnantes, sentimentais, autocomiserativas e burras. E é claro que a maioria das mulheres já é assim completamente sóbria". Ou quando ele ironiza o culto mórbido em torno dos restos mortais de Jim Morrison, no cemitério Père Lachaise, em Paris: "No túmulo, o clima é tão respeitoso quanto um arroto. (...) A maioria dos visitantes do túmulo nem estava perto de nascer quando Riders on the Storm, último single do Doors, foi lançado postumamente". Mostra, afora isso, que o feminismo de saia justa não detém o monopólio da sensibilidade analítica e jornalística: "desempenho sexual não é como tocar piano não é como tocar piano (...) Em algumas circunstâncias, um homem pode alcançar a Nona Sinfonia de Beethoven. E em outros dias o mesmo homem só consegue tocar o básico".
Em alguns trechos, os disparos de Tony Parsons podem parecer extremamente cruéis e, até mesmo, desleais. Não se trata, porém, de maldade ou fundamentalismo opinático. Isso porque na fogueira das vaidades que é o jornalismo cultural, a metralhadora giratória de Parsons exerce a ótima função de provocar o debate.
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Fabio Silvestre Cardoso
30/1/2006 às 17h00
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120 Horas&LEM (as fotos!)
Para quem perdeu... o evento:
"O autor! O autor!" (E o livro, o livro!)
A mesa na Livraria Cultura by Digestivo: a Vera, o Fabio e o LEM
LEM e Rodrigo Capella
(porque ele queria porque queria... um autógrafo!)
RAM, eu, Edu Carvalho e seu amigo - polêmico - Oliver
(aliás, Oliver, cadê o seu blog... pra eu lincar?)
Zé Rodrix - sim, ele mesmo! - benze o autor, enquanto o entrevistador (de óculos) assiste pasmo...
Vera e Fabio - a debatedora e o mediador, no centro -,
junto com a Tatiana e o Diego, da Livraria do Crime
"Eu?" - Ricardo Senise, do 5 a 1, interpela Fabio, enquanto Andre de Abreu (sem acento) e sua companheira observam sem participar...
LEM, com seu melhor sorriso nº 1, Alexandre Inagaki, com seu melhor sorriso nº 2, e RAM, esse sim, com seu melhor sorriso
(Fotos, em geral, by RAM)
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Julio Daio Borges
30/1/2006 às 09h58
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Marchand da resistência
Infelizmente, no Brasil, a elite monetária é muito provinciana, brega, são raras as pessoas com um pouco mais de dimensão cultural e muitas vezes humana. Não há espaço na coluna do Cesar Giobbi [colunista social do "Caderno2", do jornal O Estado de S. Paulo] para um cara mal-ajambrado, que não sorri, nem pertence ao círculo do poder. Mesmo se ele for um gênio.
No Brasil, as pessoas apenas se permitem ter uma obra de arte popular, ou de artesanato artístico, nas suas casas de campo ou de praia. Há uma espécie de regra social que determina que é chique você ter aquela peça na casa de campo - talvez porque lugar de arte popular é no campo, não na cidade. Assim como subalterno pode entrar na cozinha, mas não é recebido na sala. Parece ser ranço do nosso passado colonial.
[Riccardo Gambarotto pergunta: "A elite dá importância para o mercado de decoração, não seria o caminho para introduzir o respeito pela arte popular?"] Não sei... É claro que é desejável não só que se amplie o mercado, mas que os próprios decoradores utilizem coisas bonitas. Mas quase não há vida inteligente "nesse planeta". Aqui na Brasiliana trabalhamos com alguns poucos arquitetos e decoradores de exceção, como Marcelo Rosenbaum, Carolina Zabó, William Maluf, Diana Malzoni. Mas, infelizmente, o trabalho da maioria desses profissionais e das revistas de decoração é fechado para as coisas do Brasil.
Sem falar nessa praga chamada Casa Cor - que prefiro chamar de "Casa sem Cor", porque decretou a abolição da vitalidade e da natureza dentro dos ambientes. Eles fazem uma uniformização estéril, enchem os espaços de vazios. São tietes do lixo cultural de Bali, da Índia, da China, e não admitem a grandeza de nossa arte. A maioria dessa turma que eu vejo nas revistas, os nomes celebrados, na verdade, vendem o serviço deles, não importando muito as obras que são utilizadas. A obra de arte virou mero objeto de decoração, ou símbolo de status. E isso foi muito nocivo para os artistas.
Roberto Rugiero, em entrevista na segunda Raiz.
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Julio Daio Borges
30/1/2006 às 08h37
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E-read all about it
"With cheap, portable electronic readers just around the corner, what is the future of the printed book?"
Pergunta Robert McCrum, no Guardian (porque muita gente boa responde...)
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Julio Daio Borges
27/1/2006 às 14h16
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Minhas Férias (reloaded)
Porque, de repente, eu olhei pro Blog e achei que faltava uma cor... (tá bom, porque hoje é sexta; porque domingo é meu aniversário... e porque as fotos ficaram boas mesmo).
[2 Comentário(s)]
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Julio Daio Borges
27/1/2006 às 08h57
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