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Segunda-feira,
2/9/2002
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Redação
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Cultura chinesa na FAAP
Está tendo uma exposição sobre cultura chinesa na FAAP. Vai até novembro e é DE GRAÇA...
Acho que se chama Tesouros da China, e tem peças que envolvem mais de 4 mil anos de história... É algo imperdível pra quem curte cultura e história.
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Lucas Rodrigues Pires
2/9/2002 às 17h56
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Underground Grammarian
Este é um site em que se pode ler o acadêmico anti-acadêmico Richard Mitchell. Há livros inteiros dele que podem ser lidos aqui (sobre linguagem e educação), mas recomendo que você comece pelas newsletters, nas quais Mitchell ridiculariza textos de colegas professores. Mitchell não tem absolutamente nenhum tato. Não é político. Não é prudente. Os alvos de suas zombarias frequentemente escrevem tentando atacá-lo de volta, e Mitchell zomba deles de novo. É muito cruel e divertido.
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Alexandre Soares Silva
1/9/2002 às 16h48
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O Gobo Repórter e a Amazônia
O Globo Repórter desta sexta-feira foi um ótimo exemplo de como NÃO fazer uma matéria jornalística. Um bom jornalista deve ter um olhar antropológico sobre as culturas sobre os quais faz uma matéria. Francisco José fez o oposto: queria adaptar o que via à realidade do sul do país. Para ele, o povo da Amazônia é miserável a ponto das crianças se arriscarem a se aproximarem de barco dos grandes navios para pedirem coisas. Não existe miséria na Amazônia. Existe pobreza, não miséria. Recentemente passei as férias em um sitio no interior da ilha de Marajó. Só comemos a comida que levamos no primeiro dia. A partir do segundo dia, o pai de minha esposa, um típico caboclo, pegou tanto peixe e camarão que nem precisamos mexer no restante da comida. Os ribeirinhos têm sempre ótimas opções ded comida de ótima qualidade: além do peixe e do camarão, açaí, frutas... Só são pobres porque lhes falta dinheiro para adquirir bens de consumo. Mas não passam fome, como passa boa parte da população dos grandes centros.
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Gian Danton
31/8/2002 às 07h57
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Aparência inicialmente caótica
"Quem está interessado em artigos e colunas sobre os mais diferentes temas relacionados à cultura, o site Digestivo Cultural é uma boa opção. Apesar de sua aparência inicialmente caótica, em pouco tempo é possível se 'embrenhar' pelos textos dos diversos colaboradores.
"Projetado como um espaço democrático de opinião, os visitantes podem comentar todos os textos disponíveis na página. A atualização é diária, com novos artigos de diversos colaboradores.
"O conteúdo da página é extenso, com muitas colunas, fóruns de discussão e ensaios. O site, que se apresenta como 'um dos mais importantes de cultura e uma das mais importantes revistas eletrônicas da Internet brasileira', realmente cumpre o que promete: várias horas de leitura de qualidade."
(Link do Dia, por Alexandre Costa, no Diário do Grande ABC)
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 19h28
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Esgotamento
Bem interessante essa iniciativa do "Fucked Weblogger" (ver "Blogs are for losers"). Mostra que quem não tem nada a dizer logo se cansa de sua própria mesmice. Sustentar um blog não é tarefa que admite meio-termo. O autor tem que ser muito superficial e alienado em seu cotidiano bobinho, ou então tem de se esforçar e estudar para arranjar sempre novas idéias para explorar, novos temas para abordar.
Tomara que as pessoas não comecem a achar que o blog é algo intrinsecamente negativo, só por causa dos "blogueiros" sem inspiração!
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Evandro Ferreira
29/8/2002 às 18h01
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Curral da Mostra
Leon Cakoff deveria se dedicar com exclusividade aos trabalhos que tem executado com relativa competência: a organização da Mostra de Cinema de São Paulo e a distribuição, através do Jornal da Mostra, de notícias sobre cinema.
Quando, de repente, na edição número 128 do seu jornal eletrônico, resolveu criticar a própria crítica nacional de cinema, cometeu um erro ridículo: apesar de ter exercido a profissão, parece não entender nada do assunto. Ou pior: entende tudo errado.
Cakoff usou, como exemplo de crítica condenável, um artigo de Mário Sergio Conti, "Giorgetti cria trama frouxa com idéia banal", publicado na Folha de São Paulo, sobre o filme O Príncipe. Condenável simplesmente porque, segundo Cakoff, é uma "crítica negativa", produzida por um estilo de "jornalismo destrutivo", que "não contribui em nada para a diversidade e a tolerância". Como se crítica séria pudesse ser reduzida a maniqueísmos bobos ("negativa" e "positiva"), e como se todo crítico precisasse pensar exatamente como quer Leon Cakoff, para, aí sim, respeitar a diversidade e ser tolerante.
O próprio Cakoff, no mesmo texto, assume que Conti "foi a única voz dissonante na imprensa brasileira", mas interpreta esse fato como se fosse negativo. Conti é, portanto, acusado de intolerante justamente pelo motivo de ter apresentado uma opinião diferente. Quem é intransigente, afinal?
Eu mesmo gostei do filme, que já recomendei aqui. Mas, se Conti não gostou, tem todo o direito de explicar o motivo, e de falar mal mesmo. Sobretudo se for o único. E principalmente em uma época de opiniões fáceis e fechadas, impostas e espalhadas por gente como, por exemplo, o próprio Cakoff.
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Eduardo Carvalho
29/8/2002 às 14h51
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The Even-More-Compact Disc
Esse é o tamanho do provável substituto do CD, o DataPlay. Para engolir como se fosse uma pílula. Armazena 11 (onze) horas de música:
"The newly released portable music format, called DataPlay digital media, is the latest technology joining a cornucopia of choices for consumers to play their favorite tunes through headphones connected to palm-size devices. The discs, contained in a clear plastic shell, are about the size of the ring in the center of a CD, or about one-fourth the size of a minidisc. They will be available in blank, recordable form as well as prerecorded, copy-protected albums.
"The first DataPlay music player-recorders went on sale recently, and waves of prerecorded DataPlay discs will soon wash into record stores, starting with re-releases of top-selling albums by the likes of Britney Spears, 'N Sync, Pink, Usher, OutKast, Sarah McLachlan and Brooks & Dunn, BMG record executives say. Some musicians, including Carlos Santana, are scheduled to have new albums released simultaneously on CD and DataPlay.
"But overall costs of DataPlay players and media may present an early stumbling block to widespread acceptance, some consumer electronics retailers warn. Prerecorded DataPlay discs will basically be priced more like a DVD than a CD, from $18 to $22. And the first DataPlay music player and burner, the iDP-100 by iRiver America, is relatively expensive at $350; MP3 players with 20 gigabytes of memory, or 40 times the capacity of a DataPlay disc, are available for as little as $300."
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 10h12
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Cama de Gato
Adriana del Ré refaz a trajetória de Cama de Gato, filme de Alexandre Stockler, em que atua Rennata Airoldi (Colunista deste site):
"Cama de Gato é a típica produção que tenta conciliar baixo orçamento e boa qualidade. Não consumiu mais do que R$ 120 mil e um mês de filmagens.
"Caio Blat faz parte do trio de personagens centrais de Cama de Gato. As sucessivas ações deles desencadeiam a trama. Utilizando-se de elementos como drama, humor negro e crítica social, Stockler constrói o retrato de uma juventude de classe média alta paulistana, que tem acesso a tudo que os bens materiais permitem.
"Trata-se da primeira produção do manifesto Trauma (Tentativa de Realizar Algo Urgente e Minimamente Audacioso), lançada em 1999, como uma resposta latino-americana ao movimento dinamarquês Dogma 95, que estabelece dez mandamentos para a produção de um filme. O Trauma prega a realização de longas-metragens de qualidade, por meio de baixos orçamentos."
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 09h58
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De como ser um embuste
"Primeiro passo: Seja filho de alguém famoso, de preferência um intelectual famoso. A ciência ainda não tem uma explicação para isso, mas as estatísticas comprovam que 50% da humanidade acreditam que erudição e inteligência são hereditários. (Os outros 50% não sabem o que é erudição, nem hereditário.) Se seu pai, ou sua mãe, foi ou é um intelectual famoso, você já tem meio caminho andado. Ninguém questionará sua autoridade: é genética.
"Segundo passo: Escolha uma profissão em que haja grande possibilidade de vir a ser uma figura pública. Nem pense em ser arqueólogo, cozinheiro ou veterinário: sua profissão deve lhe permitir o máximo de visibilidade. Pode ser ator/atriz, modelo, cantor/cantora, político etc. Mas a melhor de todas, de longe, é o jornalismo: nela você poderá ser independente ao mesmo tempo em que faz tudo o que o patrão manda; ter opiniões próprias ao mesmo tempo em que não foge da pauta; ser democrático sem aceitar as críticas de ninguém ('só as construtivas'); ter acesso a informação privilegiada e, ainda assim, por preguiça, incompetência ou comprometimento, só usar dicas de terceiros (seus 'amigos'); estar atrasado enquanto parece tremendamente up-to-date; e ser condescendente dando a impressão de ser muito legal ('dando uma força a quem merece'). Se você já conseguiu dar o primeiro passo deste manual, terá, de cara, uma coluna assinada. Depois disso...
"Terceiro passo: Arregimente um exército de baba-ovos. Este passo é uma conseqüência natural do segundo. De acordo com as estatísticas, 90% da humanidade pensam que amizade é como mosquito: funciona como vetor. Para essas pessoas, basta um mínimo contato com um deus para que elas imediatamente se sintam parte do Olimpo. E com isso formam um séquito de fiéis fervorosos que jamais questionarão um pingo de letra que você disser. E ainda assumirão pronta e voluntariamente sua defesa, com a vantagem adicional de constantemente lhe dizerem como você é inteligente, jovem, lindo, maravilhoso, perspicaz, culto, engraçado etc., mesmo que você seja uma toupeira velha, sem atrativos, chato, um tanto retardado, tenha uma cultura superficial e nada do que você diga tenha a menor graça.
"Pronto! Agora você pode ser um embuste de sucesso. É claro que tais procedimentos têm seus efeitos colaterais. Você não terá, ao contrário do que pensa, unanimidade absoluta. Terá seus detratores, alguns raivosos (mas, deles, seu exército de asseclas o protegerá); e poderá surgir alguém ainda mais retardado que você querendo ser engraçadinho à custa de sua chatura. Mas tudo tem seu preço, não é?"
(É o jornalismo brasileiro escrito. Desconfio que tem alguém do Cocadaboa por trás disso...)
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Julio Daio Borges
29/8/2002 às 08h25
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Desfile de homens ocos
Não foi uma escolha assim, entre muitas alternativas. Já assisti a praticamente todos os filmes que estão em cartaz em São Paulo, e os poucos que sobraram não me pareceram mais atraentes. Resolvi respirar fundo e encarar, com a melhor das intenções, um filme que, em português, tem um título que concorre para ser considerado o pior entre todas as películas que já rodaram neste país: O Império (do besteirol) Contra-ataca.
Não me incomodo em assistir a um filme apenas ruim. Eles são a maioria, e eu, que freqüento cinemas regularmente, preciso estar preparado para tudo. Pensei que estivesse. Nunca imaginei que fosse possível alguém gravar uma seqüência de imbecilidades tão insuportáveis como Kevin Smith conseguiu.
Mas, se fosse apenas ruim ou imbecil, O Império não mereceria esta nota. Ele vai além. Tentando satirizar filmes que, sozinhos, conseguem ser no máximo ridiculamente engraçados, Kevin Smith produziu o que parecia impossível: uma paródia do que já era grotesco. Caiu no vácuo.
É preciso ter acabado com seus neurônios, assim como os personagens Jay e Bob, para descolar uma, apenas uma piada no filme, mesmo que seja péssima; não há. Dos filmes que assisti nos últimos anos, O Império é, disparadamente, o mais triste. Sua tristeza é sutil e sombria: não há nada mais aflitivo do que o interior de um homem oco. E o filme de Kevin Smith é precisamente isto: um absurdo desfile de personagens vazios. Só faltou ali, para completar, algum que representasse o diretor. Ou não foi ele mesmo que interpretou o personagem principal?
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Eduardo Carvalho
29/8/2002 à 00h26
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