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Quarta-feira,
15/3/2006
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Redação
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Arte moderna, arte cubana
Na primeira parte da biografia do líder revolucionário Ernesto Che Guevara, Che Guevara - a vida em vermelho, Jorge G. Castañeda escreve com propriedade que a aura imortal de Che sobreviveu, ainda que ele tenha sido derrotado no árido sudeste boliviano. Nas palavras do biógrafo: "Prevaleceu a imagem de Cristo; desvaneceu-se a outra, sombria e destroçada". É possível fazer um paralelo entre essa análise e a imagem que os brasileiros têm da ilha governada por Fidel Castro. Muito se fala do sistema de saúde, muito se fala das belezas quase paradisíacas e muito se fala, claro, de política, mas um outro lado é frequentemente esquecido. E aqui eu nem vou falar das questões sociais e econômicas. A parcela mais negligenciada é o universo ligado à cultura e às artes. Só por isso, a mostra Arte de Cuba, que fica no Centro Cultural Banco do Brasil até 23 de abril já se faz relevante: apresenta um pedaço significativo de algo que apenas imaginávamos existir.
De acordo com a curadoria da exposição, o que o visitante vê no CCBB é o início e a consolidação do movimento moderno nas artes. Nesse ponto, é possível traçar um paralelo com o modernismo brasileiro, pois, assim como aconteceu aqui, nota-se um rompimento com a tradição mais ligada às escolas da pintura, seja na temática, seja na técnica; no lugar, surgem não somente um traço mais forte, como também a classe trabalhadora, a população que seria protagonista de um período importante da história cubana.
Desse modo, logo no início da exposição (que, como de praxe no CCBB, fica no terceiro andar) está o quadro Lesbianas, de Carlos Enríquez, com uma perspectiva mais expressionista, graças à espessura que as tintas parecem adquirir. Quase ao lado, o realismo parece resistir, com os Jugadores de dominó e, do mesmo artista (Jorge Arche), uma espécie de versão caribenha para as banhistas de Cézanne. Nessa primeira etapa da exposição, no entanto, os destaques são para os expressionistas. A Cabeça de Cristo, de Fidelio Ponce, apresenta forma detalhes que a fidelidade pictórica muitas vezes não atinge.
Um andar abaixo, os visitantes encontram o flerte da arte cubana com o abstracionismo. É até possível enxergar na Abstracción nº 5, de Raúl Martinez, semelhanças com o trabalho de Jackson Pollock. Sob o ponto de vista histórico (e teórico), é a primeira ocasião em que os temas da arte cubana e européia se coincidem. Do outro lado do salão, a temática que entra em cena é outra: política. Nas obras de Mariano Rodriguez e Rafael Zorza, a política fica à frente até mesmo da importância estética. E é curioso como quase todos os visitantes interpretam os quadros à luz da perspectiva histórica, como na obra de Zorza: El Gran Fascista. Este repórter viu a arte-educadora indignada ao dizer que a crítica era endereçada a Fulgêncio Batista e não a Fidel Castro.
Politizado ou não, o segundo andar é, de fato, o principal andar de toda a mostra. O panorama variado comporta ainda a influência da arte pop, nas obras de Umberto Peña, uma homenagem aos quadrinhos de Roy Liechtenstein. Há espaço, ainda, para a crítica social em Hombre Del Napalm, de Alfredo Sosbravo.
Nos dois primeiros andares a exposição perde um pouco seu relevo. No primeiro andar, mais especificamente, isso já é visível a partir do número reduzido de obras. Por outro lado, o conteúdo de instalações (!) mostra por que os anos 80 foram considerados a década perdida: referências antropológicas, arte conceitual, colagem, videoarte, nada que mereça muito destaque, nada que permaneça. Nesse aspecto, o subsolo é até um pouco mais redentor, uma vez que os trabalhos primam mais pelo aspecto documental (privilegiando a fotografia) em detrimento do artístico. Ainda assim, a série White Things, de René Peña, se destaca pela singularidade em preto e branco, mostrando mais do que aparentemente revela. Aliás, esse poderia ser o mote da exposição: ao menos no cenário artístico, Cuba tem muito mais do que aparenta.
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Fabio Silvestre Cardoso
15/3/2006 às 15h00
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Goodbye, virtual. Hello, new.
Cyberspace is a "metaphor we live by," born two decades ago at the intersection of computers, networks, ideas, and experience. It has reflected our experiences with information technology, and also shaped the way we think about new technologies and the challenges they present. It had been a vivid and useful metaphor for decades; but in a rapidly-emerging world of mobile, always-on information devices (and eventually cybernetic implants, prosthetics, and swarm intelligence), the rules that define the relationship between information, places, and daily life are going to be rewritten. As the Internet becomes more pervasive - as it moves off desktops and screen and becomes embedded in things, spaces, and minds - cyberspace will disappear.
Alex Soojung-Kim Pang, em The End of Cyberspace (porque é um dos melhores blogs que encontrei ultimamente...)
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Julio Daio Borges
15/3/2006 às 13h11
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Journalists out of work
"(...)if we get to the point where citizen journalists start thinking they should be paid for it, we're not going to have any stories left. Everybody we ring up is going to say hang on a minute, if I write this I'll get paid for it"
Chris Wheal, citado por Jemima Kiss (porque essa briga promete ser boa...)
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Julio Daio Borges
15/3/2006 às 12h51
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Meet the Google Guys
"If we were motivated by money, we would have sold the company a long time ago and ended up on a beach."
Larry Page, na entrevista que ele, Sergey Brin e Eric Schmidt concederam à Time (porque, apesar dos bilhões que nos separam, eu entendo o que ele fala...)
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Julio Daio Borges
14/3/2006 às 15h08
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Dentro da Baleia
(...) um escritor faz bem em ficar fora da política. Porque qualquer escritor que aceite, ou aceite parcialmente, a disciplina de um partido político cedo ou tarde se defrontará com a alternativa: seguir a linha, ou se calar. Claro que é possível seguir a linha e continuar escrevendo - de acordo com um modelo. Qualquer marxista pode demonstrar com a maior facilidade que a liberdade "burguesa" de pensamento é uma ilusão. Mas quando terminar a demonstração restará o fato psicológico de que sem essa liberdade "burguesa" a capacidade criativa seca. No futuro poderá surgir uma literatura totalitária, mas será bem diferente de qualquer coisa que possamos imaginar agora. A literatura como a conhecemos é algo individual, que exige honestidade mental e um mínimo de censura. E isso é ainda mais verdadeiro na prosa do que na poesia. É provável que não seja uma coincidência que os melhores escritores da década de 1930 tenham sido poetas. A atmosfera da ortodoxia é sempre prejudicial à prosa e, sobretudo, totalmente desastrosa para o romance, a mais anárquica de todas as formas literárias. Quantos católicos romanos foram bons romancistas? Mesmo o punhado que podemos mencionar compõe-se em geral de maus católicos. O romance é praticamente uma forma protestatória de arte; é um produto da mente livre, do indivíduo autônomo. Nenhuma década dos últimos cento e cinqüenta anos foi tão desprovida de prosa imaginativa como a de 1930. Houve bons poemas, boas obras de sociologia, panfletos brilhantes, mas quase nenhuma ficção de algum mérito. De 1933 em diante, o clima mental foi cada vez mais contrário. Qualquer pessoa sensível o bastante para ser tocada pelo zeitgeist também estava envolvida em política. Nem todos, claro, estavam de forma indiscutível no ramo da política, mas quase todo mundo estava em sua periferia e mais ou menos envolvido em campanhas de propaganda e controvérsias sórdidas. Comunistas e quase comunistas tiveram um influência desproporcionalmente grande nas críticas literárias. Era uma época de rótulos, slogans e subterfúgios. Nos piores momentos, esperava-se que nos trancássemos numa pequena gailoa de mentiras que causava constipação; nos melhores, uma espécie de censura voluntária ("Devo dizer isso? Será pró-facista?") atuava na cabeça de quase todo mundo. É quase inconcebível que bons romances sejam escritos em tal atmosfera. Bons romances não são escritos por farejadores de ortodoxia nem por pessoas extremamente conscientes de sua própria não-ortodoxia. Bons romances são escritos por pessoas sem medo.(...)
George Orwell, em "Dentro da Baleia e outros ensaios", mais uma vez (porque muita gente ainda sente nostalgia de coisas como direita e esquerda...).
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Julio Daio Borges
14/3/2006 às 09h54
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Ning (& FON)
(...)Creo que lo más interesante de construir FON es poder conocer a gente como Marc [Marc Andreessen]. Un genio, pero imagino que no soy ni el primero ni el último que lo dice.(...)
Martin Varsavsky, em seu blog (porque Marc fundou a Netscape - e, agora, a Ning -; e porque Martin - que está por trás do fenômeno FON - é um gênio também...)
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Julio Daio Borges
13/3/2006 às 19h56
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Você fala demais, garota...
Todo conteúdo postado aqui não tem garantias, nem confere direito algum a quem lê. Até este mesmo texto pode mudar com o tempo. Nenhum parágrafo isolado ou texto por inteiro deste blog deve ser levado em consideração, especialmente a sua existência. Pois nada aqui é feito, escrito, criado, copiado com o intuito de se ter vantagem contada.
Desfrute enquanto durar.
A Silenciosa, que, claro, linca pra nós.
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Julio Daio Borges
13/3/2006 às 08h45
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The Future of Media
(...)Here is the future of media:
1) Microchunk it: Reduce the content to its simplest form.
2) Free it: Put it out there without walls around it or strings on it.
3) Syndicate it: Let anyone take it and run with it.
4) Monetize it: Put the monetization and tracking systems into the microchunk.
(...)This is where media is going and its not going to be stopped.
Venture Capital and Technology (porque... você não tem seu RSS feed ainda? Pois deveria...)
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Julio Daio Borges
10/3/2006 às 19h47
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New Groove
Most newspaper companies still have their heads in the sand, but other media companies are aggressive. And there are completely new start-up companies. There is a great pace of development, which is very exciting.
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(...)I admire Google enormously. It's a great competitive force. The great thing about Google is the 56 [million] or 57 million ads that are coming from people who never advertised before-the local pizza store or shoemaker. There's been a huge democratization of both distribution and retailing.
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(...)the Internet is broadening our opportunity, as well as for other big media companies with huge resources in sports, entertainment and news. There's just more opportunity. We are going to be seeing more [profits] in newspapers coming out of electronic delivery. The film industry may find that the [release] windows and the way it distributes films change. It's going to force a lot of change in the business models. But the absolute demand for content won't change. We believe that puts us on the eve of a new era of opportunity.
Keith Rupert Murdoch, o magnata da grande imprensa, na Newsweek (porque, do alto dos seus 74 anos, ele enxerga mais longe do que muita gente com metade da sua idade...).
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Julio Daio Borges
10/3/2006 às 14h29
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Advice for new managers
The central mistake new managers make is egoism. On the surface, the change is all about you: you've been promoted, you have a new job title, you have a new office. Perhaps you've been waiting for this change for some time, while watching peers or friends get promotions, and now finally you feel you've received the respect you've earned. Congratulations! But be warned: how or why you became a manager has little to do with doing the job well. The sooner you recognize how different success as a manager is from success as worker, the better off you'll be. Good managers are rare (how many have you had?): so if you're new to the game, and would like to be a good one, this essay is for you.
Scott Berkun, na primeira parte de seu ensaio sobre como gerênciar "recursos humanos"...
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Julio Daio Borges
9/3/2006 às 14h42
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