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Segunda-feira,
12/6/2006
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Redação
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Conhecer a imagem
Relevante é a crítica na própria linguagem, o cinema precisa ser ele próprio objeto de crítica. Tudo isso está dentro do horizonte da construção da imagem, que é o que mais nos faz falta, o conhecimento da própria imagem. O cinema sofre hoje de uma ausência de observação da imagem, os filmes estão reduzidos a enredos: o sujeito sai de casa, usa roupa assim e assado, trai o marido, volta e depois se mata. O que é único e precioso - a construção das sombras no fotograma - está fora de questão. Há uma dificuldade que é o fato dessa literatura que pensa a imagem ser quase desconhecida em língua portuguesa.
Júlio Bressane, diretor brasileiro, em entrevista à Folha.
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Marcelo Miranda
12/6/2006 às 18h31
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Lobo Ex Homine
Neves foi ao parque no domingo. Êta programa bobo. Não fazia parte do time dos corredores de fim-de-semana. Do jeito que fumava não tinha fôlego. Também não ia fazer churrasco com a família, mulher e filha tinham ido passar o fim de semana na praia. Estava só, tinha que se misturar à multidão. Na sexta e no sábado percorreu o circuito de bares que costumava ir quando moleque. Quando moleque era aos 30 e poucos, porque agora se a filha tivesse juízo logo o faria avô.
Era um belo dia de sol. Passeou pelo parque cheio de domingueiros. Cachorros, bicicletas, patins, crianças sozinhas, tudo que era proibido transitar na pista para pedestres andava ali. O sol estava tão quente, sentou numa cadeira no bar e pediu cerveja. Ficou bebendo até o sol se pôr.
Escureceu de repente. Veio um vento de chuva, sacudiu as pinhas das araucárias. Como se fosse a figuração dum filme e tivesse combinado a saída, todo mundo fugiu do parque. Os garçons vieram fechar os guarda-sóis, guardar mesas e cadeiras. Ele só podia pagar a conta e ir embora.
Como é que o mundo todo tinha evaporado assim num piscar de olhos, estranhou. Atrás dele só um velho de muleta mexia nos cestos de lixo. Neves achou o fusca parado no estacionamento em frente ao parque.
Perto do fusca, o cão. Um pastor negro, olhos como um facho de lanterna. Quando Neves entrou no carro, o cão uivou.
Ele não gostava de cachorro. Principalmente um como este, que uivava de bobeira. Ligou o carro, saiu do parque. No primeiro sinaleiro viu que o animal o tinha seguido. Merda, praguejou. Vai ver estava com fome.
Acelerou, perdeu de vista o pastor. Chegou em casa, encontrou a mulher e a filha voltando da praia. A estrada é um horror, uma fila quilométrica, reclamava a mulher, avermelhada do sol. Perguntou, mal-humorada, o que ele havia feito no fim-de-semana. Ele disse que tinha saído, encontrado uns amigos, ido ao parque. Ao parque, você!, ironizou. Há muito tempo só conversavam aos coices. Ele não queria brigar, deixou pra lá.
Na hora de dormir, ouviu um uivo. Foi à janela, espiar se era. Era. O pastor negro como piche sentado no quintal. Neves cobriu a cabeça com o travesseiro, tentou dormir. Não adiantou. O uivo do pastor atraiu outros. Noite adentro seria uma lamentação. Neves achou a espingarda de chumbo de matar passarinho dos tempos de guri, carregou uma porção de sal, atirou. Acertou a orelha, as patas, as ancas. O cão ganiu e fugiu.
Não enche mais, pensou. De manhã viu o corpo esparramado na calçada em frente. Mexeu o focinho com a ponta do sapato, estava morto mesmo. Não devia ter carregado tanto sal. O bicho não tinha marca de sangue. Enterrou o cadáver no jardim.
No jornal que trabalhava, Neves sentiu uma pontada no peito. Não era a primeira vez que matava bicho, mas tinha sido sem querer. Passando o dia, esqueceu.
Voltando pra casa, a mulher veio, aflita. Na porta da garagem, o cão negro, sujo de terra, rosnava, avançando contra ele.
Marília Kubota, também no Cornélio.
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Julio Daio Borges
12/6/2006 às 08h38
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As IV Estações de Mim
Tenho dormido tarde, acordado tarde, trabalhado mais do que devo e menos do que preciso. Em dias como este, em que a luz do outono em Curitiba me entorpece, acabo por fazer mais bobagens do que me é normal.
Enlouqueci.
É assim todo começo de outono.
E este ano há dois agravantes. O primeiro é que meus hormônios estão como cavalos xucros vestidos em selas mal arranjadas: impossíveis de serem domados. O que não é incomum em nós mulheres, esses bichos em que não se pode confiar. Efeito colateral de nossas curvas.
O segundo é que me apaixonei por minhas fantasias. Perdidamente. Feito Florentino Ariza, ando comendo flores e bebendo perfume de tanto amor por elas.
Não posso fazer nada em relação ao primeiro, nem preciso: passa. Já quanto ao segundo...
Gosto dele.
E me divirto ficando à margem de mim mesma, tentando impor à vida um ritmo diferente do que ela realmente tem. Eu sei que tem.
Por isso não me estranhe. Não me leve a sério. Não se importe comigo. Não dê ouvidos às minhas solicitações manhosas.
É o efeito do perfume.
Que beberei até a última gota.
* * *
E viverei feliz até o inverno cair. E passarei meus dias a contar as últimas folhas de bordo que caem em meu jardim. E verei meu mundo cor de laranja escorrer cinza em forma de pingos no vidro de minhas janelas.
Meus amores me abandonarão.
E irei me esconder sob meus casacos, tal qual a rainha da Dinamarca a ocultar as lágrimas em óculos escuros e elegantes chapéus ingleses. Ouvirei Billie Holiday. Não limparei a lama em minhas botas sujas das calçadas molhadas que cercam os bares da cidade. Até que o perfume acabe.
Então cuide de mim. Diga que sente minha falta e que nada no mundo pode mudar o futuro que nunca tivemos.
* * *
Minha primavera será verde e rosa como Cartola. Chegará de uma só vez, igual às floradas de cerejeiras no Japão. E será tão intensa com todos aqueles seus cheiros doces e toda a gente na rua que me obrigará a não mais pensar em meus cavalos xucros e em minhas fantasias e nas minhas botas sujas. Passarei o pano limpo na janela cinza. E agora já sem os óculos nem os chapéus, desnuda em calcinhas de algodão, vou acordar acompanhada de um belo homem. Mas lembrarei de você ainda. E desejarei ter feito as coisas de modo diferente. Desejarei ter sido o que você queria tornar-se. Serei bela. Mas não serei sua.
Me esqueça.
* * *
Pois vou estar ocupada com o meu cio de verão, quando novos, breves e contrariados amores me farão passar os dias à beira da praia rindo com amigos, contando as indiscrições da noite anterior, até o clima e os ânimos e os cios amainarem-se e a minha árvore de bordo começar a soltar suas folhas.
* * *
E Curitiba irá me entorpecer de novo, como todos os anos. Sentirei saudades. Descerei com o cachorro até a pracinha na esquina de casa logo pela manhã; com um cigarro na mão; olhando para o céu e pensado em como diabos esta cidade é bonita nesta época do ano. E alimentarei fantasias que me preencham os dias. E tudo será alegre como hoje. E poderei então beber perfume e comer flores novamente, louca de amores por mim.
Michelle Martins Pinto, no Cornélio.
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Julio Daio Borges
9/6/2006 às 08h31
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Osesp, 01/06 - Bruckner
Na noite de primeiro de junho, última quinta-feira, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo apresentou a Sinfonia nº 8, de Josef Anton Bruckner (1824-1896), para uma platéia que estava um tanto incomodada com o frio da capital paulistana naquele dia. Tal sensação, entretanto, ficou em segundo plano. Naquele horário, mais precisamente naquela sala de concerto, todos os sentidos foram absorvidos pela música. Veja como nos próximos parágrafos.
Uma rápida consulta nas enciclopédias e obras de referência diz a este resenhista que Bruckner, o compositor, não hipnotiza. Pelo menos a ele, segundo consta, não foram atribuídos dons de qualquer espécie, tampouco qualquer benevolência de uma entidade superior. De qualquer maneira, cabe dizer que sua Sinfonia nº 8, tal qual executada pela Osesp, causou tamanho embevecimento junto ao público que não é absurdo garantir que houve, ali, uma hipnose desencadeada pela música.
Nesse sentido, é interessante observar que o primeiro destaque dessa apresentação fica por conta da performance do maestro suíço Roman Brogli-Sacher. Em verdade, o romantismo da sinfonia parecia emanar de seus gestos, e a orquestra reagia com vigor à sua intempestiva interpretação. Ainda assim, houve espaço para o encantamento sonoro. E aqui ocorreu um movimento que seria comum no decorrer da apresentação, o retorno a um tema central, que, não por acaso, era grandioso, com a execução frenética dos violinos. Essa característica tampouco era aleatória. Consta que esta peça foi elaborada sob forte influência de um importante acontecimento político. O encontro dos líderes do império Austro-Húngaro, Alemão e Russo em 1884.
E foi sob essa mesma influência que o segundo movimento começou, com as cordas dos violoncelos a incendiar toda a orquestra. Os violinos acompanhavam, sempre pontuados pela percussão e pelos metais. Mas a segunda parte não acabaria assim, mas durante todo este movimento os presentes tinham a sensação de que aquela frase imponente retornaria, visto que os violinos soavam como o rufar dos tambores e até mesmo as harpas se fizeram ouvir com arpejos me-ti-cu-lo-sa-men-te executados.
Os arpejos, a propósito, estariam de volta no início do terceiro movimento. E desta vez a Orquestra variou do virtuosismo para um andamento mais moderado. Suave, o trecho abriu espaço para as flautas e mesmo quando foi a vez do toque severo dos violinos, o ritmo era mais moroso e carregado.
A força da Sinfonia nº 8 reapareceu com tudo no quarto e último movimento. Já nesse ponto, os ouvintes tinham certeza de que Bruckner havia composto uma peça para toda a Orquestra, num espetáculo total, bem à moda wagneriana. Sobre Bruckner, aliás, afirma-se que numa época em que as paixões musicais estavam divididas entre Brahms e Wagner, o compositor austríaco havia escolhido o último. De qualquer modo, no que se refere ao finale desta sinfonia, a contundência sonora proporcionou a sensação de anúncio, e os movimentos do maestro suíço voltaram a refletir (ou projetar?) o ataque dos músicos com seus instrumentos. Um final retumbante, para toda a Orquestra.
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Fabio Silvestre Cardoso
8/6/2006 às 11h20
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O homem que via o trem passar
Nesse ano, a editora Nova Fronteira lançou uma coleção chamada "40 Anos, 40 Livros", comemorando os - claro - seus 40 anos de atividade. A coleção possui títulos tão distintos entre si como A montanha mágica (Thomas Mann), Memória, sonhos, reflexões (Jung) e Viagem e Vaga música (Cecília Meireles).
Dentre os títulos, temos o clássico O homem que via o trem passar (Georges Simenon, Nova Fronteira, 2006, 202 págs.), uma mistura de ficção com história policial, sempre com incitações, digamos, metafísicas. Mas a grande verdade é que o livro obteve muito mais destaque do que de fato ele deveria merecer. Embora muito bem escrito e interessante, fica bastante longe de outros grandes livros da coleção citada, como Os mandarins (Simone de Beauvoir) ou Poesia (T.S. Eliot). Popinga, um respeitado (e conservador) pai de família, depois de um incidente envolvendo o dono da empresa onde trabalhava, resolve ir a Paris, abandonando tudo na Holanda. Para usar uma expressão popular, podemos dizer que ele "chutou o balde" e resolve viver de um jeito que nunca se permitiu viver, do jeito que ele sempre reprimia, de um jeito que ele se sentisse dono dos seus próprios atos. No entanto, os acontecimentos vão se sucedendo de uma maneira inesperada e é impossível o leitor não passar a vê-lo como um personagem atrapalhado e confuso.
A Apresentação do texto fica por conta de João Paulo Cuenca.
Vale uma conferida, pelo menos...
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Marcelo Maroldi
7/6/2006 às 14h30
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por que blogar
Motivos para fazer um blog:
1. Vivo de escrever; é assim que me alimento e aos meus filhos.
2. Sempre gostei de ler diários, de autores como Samuel Pepys e Evelyn Waugh, que comentam da árvore da esquina à conjuntura geopolítica.
3. Toda vez que fiz coluna diária gostei do desafio de "escrever com a chapa quente sem queimar os dedos".
4. Machado de Assis dizia que escrever é conversar sem ser interrompido. Interação virtual não é interrupção, mas pode ser conversa. Espero que elegante.
Daniel Piza, inaugurando bem seu blog no Estadão (porque finalmente ele aceitou a sugestão que eu também dei...).
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Julio Daio Borges
7/6/2006 às 10h08
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As gangorras de Hatoum
Milton Hatoum já é um escritor "meio" novo. Apesar de Dois irmãos (Companhia das Letras, 2006, 200 págs.) ter sido considerado por críticos literários o melhor romance brasileiro dos últimos quinze anos, ele já é visto como um escritor conservador diante da experimentação da nova geração, composta por autores como Sérgio Sant'Anna e Marçal Aquino. Mas, às vezes, é mais eficiente beber na fonte de clássicos como Faulkner. E Hatoum o faz sem pestanejar.
Ele inova ao situar o romance em Manaus, na Amazônia da década de 50 e 60, e colocar como protagonistas seus imigrantes árabes. Yaqub e Omar são irmãos gêmeos descendentes destes imigrantes. Do seu nascimento até os conflitos que progressivamente abrem um abismo entre eles, temos como pano de fundo a rápida expansão regional do comércio portuário, que tem seu ápice em pleno regime militar, quando imigrantes de todo país chegam à região em busca de abrigo. As mudanças e características dos bairros, os meios de transporte precário para cruzar o rio, os índios retirados de suas tribos e usados como empregados enriquecem o livro e mostram um Brasil pouco explorado na nossa literatura e, contraditoriamente, em estado bruto.
Dois opostos e um conflito. Dois Irmãos, lançado em 2000 e relançado este ano em edição de bolso pela Companhia das Letras, não é o único romance no qual Hatoum utiliza-se desta fórmula. Cinzas do Norte já contou a história de Mundo e Arana, dois intelectuais, um revolucionário amoral e um autocrítico moral. Yaqub e Omar são, respectivamente, a figura do ambicioso e a do imediatista, do racional e do irracional. Mas são os adjetivos patriota e subversivo que os tornará, inevitavelmente, perigosos um para o outro em tempos de plena ditadura. A partir desta oposição, há o conflito inevitável. E, assim como em Cinzas do Norte, está sempre subentendido que a união dos dois opostos, tão requeridos pela irmã dos gêmeos, seria perfeita e ideal. O que era para ser apenas um conflito entre os dois envolve todos ao redor. O único que sai ileso e observa toda a degradação dos personagens do olho do furacão é o narrador, figurante com pouca ou nenhuma influência sobre os fatos e que vai sendo descoberto aos poucos. Tudo o que sobra é, como o autor bem resume em entrevista ao Digestivo, "a memória inventada da tribo".
O romance é permeado por um fio de tensão que nunca se arrefece. Fino, mas resistente e angustiante. Ao final, é desalentador. Não há soluções prontas e toda a tentativa dos personagens de se entenderem e viverem harmoniosamente vai sendo desconstruída aos poucos, como uma lenta tortura. Não há esperanças e isto pode se tornar um pouco exagerado e enfadonho, ainda mais quando se trata de uma família e eventos que, aparentemente, não mudariam a visão de uma pessoa com relação a outra ou criaria ódio. Mas os personagens de Hatoum são fortes e dúbios. Puro sentimento e paixão. Portanto, perfeitamente humanos, oscilando entre o oito e o oitenta. Não temos como concordar totalmente com nenhum deles. Acabamos por cair na mesma armadilha que eles próprios: raspamos na intolerância com relação ao outro. E, ao fechar o livro, ficamos nos perguntando o porquê. E a resposta teima em se afastar de nosso raciocínio, indefinidamente.
Dois Irmãos é seu segundo livro, demorou dez anos para ser publicado e o foi nos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, Holanda, Grécia e Líbano. Seu romance anterior, Relato de um certo Oriente, ganhou o Prêmio Jabuti de 1990. Autor que se inibe com o sucesso, Hatoum é autocrítico e, apesar de ter passado sua infância em Manaus, declara separar bem sua biografia e obra. E não tem vergonha de assumir seu embasamento proveniente dos bons e velhos clássicos. Boa respirada e surpresa em meio a calorosa discussão sobre os novos autores nacionais.
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Marília Almeida
6/6/2006 às 09h25
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Blog da Foto
Como sou um fotógrafo-blogueiro, fanático por blogs e fotos, pensei: por que não um blog - e não um fotoblog - sobre fotografia? Minhas e de todo o mundo, as mais belas, as mais interessantes, as mais engajadas (seja lá o que isso quer dizer), as mais engraçadas, as mais dramáticas, enfim, as melhores imagens produzidas no planeta, ontem, hoje e sempre. E se entre umas e outras (no bom e no melhor sentido), fossem publicadas entrevistas com fotógrafos famosos e artigos sobre técnicas, novos equipamentos, além - é claro - das obrigatórias dicas de como fotografar mais e melhor? Ficou interessante? Seja, portanto, muito bem-vindo (ou bem-vinda) ao Blog da Foto!
Otacílio Rodrigues, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/6/2006 às 14h49
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Em vez de uma soneca...
Amarante - Eu não iria a um show do Los Hermanos (...)!
Bruno - Nem eu.
Camelo - Nem se gostasse!
Bruno - No show do Strokes, que é uma banda que gosto pra caramba, eu já tava ficando com dor nas costas e tal...
Los Hermanos, em entrevista de Ricardo Tacioli (e fotos de Dafne Sampaio), no Gafieiras.
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Julio Daio Borges
2/6/2006 às 16h10
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Questão de paixão
A Contracampo nasceu com um desejo e uma avaliação de ambiente onde algumas coisas estavam relativamente bem claras - ainda que caiba ressaltar que a Contracampo nasceu quando eu tinha 22 anos, então éramos todos muito jovens. Isso já explica muita coisa, porque você tem uma perspectiva, mas muito pouca experiência. Você tem uma vontade enorme, e ao mesmo tempo eu acho que todo jovem sabe muito mais aquilo que ele não quer do que aquilo que ele quer.
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A Contracampo vai nascer, então, ainda na faculdade, de uma observação do ambiente crítico no Brasil e de uma negação deste ambiente. Todos os esforços que a gente via naquele momento, tanto na crítica acadêmica (representada pela Cinemais) quanto na crítica de grande mídia, não estavam em sintonia com a nossa paixão pelo cinema, e por isso a gente acreditava que não devia entrar em nenhum destes esquemas - sejam os papers e apresentações acadêmicas ou a escrita mais superficial orientada para dizer ao espectador o que ele vai assistir.
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A Contracampo nasceu como um fanzine, como um desabafo, a partir de uma espécie de tensão que é muito adolescente, ou pós-adolescente, de "fazer alguma coisa" - algo do tipo "na nossa geração as pessoas não fazem nada, então vamos fazer alguma coisa".
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A Contracampo nasce então sem periodicidade específica, sem colunas. Eram coisas que eu já tinha vontade de instalar, mas ao mesmo tempo eu tinha uma necessidade muito maior de fazer aquilo acontecer rápido. Na verdade, eu coloquei a revista no ar sem pedir permissão aos outros dois - eu só avisei que estava lá. Já tinha um texto meu e um deles, e eu queria fazer a cobertura do Festival do Rio de 98 - e foi assim que ela nasceu, então.
Ruy Gardnier, sobre a nascimento da Contracampo, na Cinética.
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Julio Daio Borges
1/6/2006 às 14h47
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Julio Daio Borges
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