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Terça-feira,
17/9/2002
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Redação
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Storytelling
O site é sobre técnicas para se contar histórias na internet. Acontece que, sem querer, acabou explicando o que a Web precisa fazer para se tornar efetivamente um meio de comunicação:
Establishment of a vocabulary. The confusion surrounding terms used to discuss online content detracts from useful analysis and comparison. Ask three different people what "interactivity" is and you will get three different definitions. So, too, with the terms multimedia, hypertext, and non-linear.
Analysis of current practices. In order to discover if there has been movement towards the creation of new and unique content, baseline measures of current practices must be developed. Baseline measures indicating to what degree and in what situations content developers are currently creating and using new forms.
Measurement of effects. There has been much speculation but little measurement of the effect various online content forms have on users. Our goal is to help create new understandings of which conditions make the most sense to use when you are trying to inform, entertain, influence, or engage an audience.
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Julio Daio Borges
17/9/2002 às 16h02
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When in doubt, blame the US
Noel Malcolm, no Eletronic Telegraph, em resenha do "After the Terror", de Ted Honderich, e do "The Eagle's Shadow: Why America Fascinates and Infuriates the World", de Mark Hertsgaard. Sobre o primeiro:
"The key points of the argument are as follows. There is no real difference between an act of omission and an act of commission. This means that each time I fail to give money to Oxfam to save the lives of starving Africans - for example, each time I spend money on a holiday - I am responsible for killing people. Therefore we are all, in a real sense, murderers, and the West is collectively responsible for the elimination of human life on a colossal scale. (Western interventions to help starving Africans, such as the ill-fated American operation in Somalia, naturally pass unmentioned here.)
If terrorists were to try to correct this injustice by murdering thousands of people in New York, that action would not be justified - because it would be "irrational", that is, not likely to achieve its intended effect. (Note in passing that if a more rationally calculated method could be devised - eg kidnapping the children of rich Westerners and demanding ransoms - this argument would apparently support it.) But even so, Honderich insists, if such terrorists did massacre people in New York in such an unjustified way, we, the people of the West, would bear "moral responsibility" for their actions.
By this point, readers may be wondering whether Professor Honderich believes that Osama bin Laden, in attacking the World Trade Center, was trying to persuade the West to feed Africans. The answer seems to be "yes". But he cannot quite bring himself to say this, resorting instead, in one of the most weaselly paragraphs of the book, to a rhetorical question ("Is it possible to suppose that the September 11 attacks had nothing at all to do with . . . Malawi, Mozambique, Zambia and Sierra Leone?") and a nudging hint ("In thinking about it, remember that the attacks on the towers were indeed attacks on the principal symbols of world capitalism")."
Conclusão de Malcolm, impecável: "Not spending £15.99 on this book is one act of omission we should all feel impelled to commit."
E a minha: corra e leia o artigo, porque, ao contrário do livro de Honderich, é bom e gratuito.
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Eduardo Carvalho
17/9/2002 às 13h40
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Eleições 2002
Finalmente alguém para fazer um uso racional da internet nestas eleições. Estamos falando do site do Globo, que montou um blog de perguntas e respostas, uma verdadeira linha-direta entre eleitores e candidatos. Para perguntar, basta se cadastrar. E para ler, basta clicar nos banners abaixo:
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Julio Daio Borges
17/9/2002 às 10h47
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Show him what he is like
"I don't consider myself to be that radical a thinker. My opinions about human nature are shared by many psychologists, linguists, and biologists, not to mention philosophers and scholars going back centuries. The connections I draw between human nature and political systems in my new book, for example, were prefigured in the debates during the Enlightenment and during the framing of the American Constitution. Madison, for example, asked 'What is government itself but the greatest of all reflections on human nature?' People today sometimes get uncomfortable with empirical claims that seem to clash with their political assumptions, often because they haven't given much thought to the connections. But a conception of human nature, and its connections to other fields such as politics and the arts, have been there from time immemorial."
Se você não advinhou quem é o sujeito na foto, autor das mal-traçadas acima, vale à pena visitar a entrevista completa de Steven Pinker no Edge. (E se advinhou, também.)
"One reason for the canonization of artists is a quirk of our moral sense. Many studies show that that people hallucinate moral virtue in other people who are high in status-people who are good-looking, or powerful, or well-connected, or artistically or athletically talented. Status and virtue are cross-wired in the human brain. We see it in language, where words like 'noble' and 'ugly' have two meanings. 'Noble' can mean high in status or morally virtuous; 'ugly' can mean physically unattractive or morally despicable. The deification of Princess Diana and John F. Kennedy Jr. are obvious examples. I think this confusion leads intellectuals and artists themselves to believe that the elite arts and humanities are a kind of higher, exalted form of human endeavor. Anyone else having some claim to insights into the human condition is seen as a philistine, and possibly as immoral if they are seen as debunking the pretensions of those in the arts and the humanities."
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Julio Daio Borges
17/9/2002 às 10h28
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Documentário
A Argentina viveu sob uma das ditaduras mais sangrentas da história. Apesar de "curta" (6 anos) mas foram mais de 30 mil desaparecidos políticos. Enchia-se aviões de prisioneiros que eram jogados no meio do Oceano Atlântico. Os filhos de militantes presos foram sequestrados, após a morte de seus pais, e eram "adotados" por famílias de militares. Em contrapartida, várias organizações foram criadas para lutar contra a impunidade como as Madres de Plaza de Mayo, as Abuelas (em busca de seus netos sequestrados) e, mais recentemente, a HIJOS, formada pelos filhos de militantes que descobriram seus verdadeiros pais.
Bom, tudo isso para falar sobre o documentário Botín de Guerra que entra em cartaz hoje na Sala UOL de cinema.
Marcelo
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Marcelo Barbão
13/9/2002 às 10h32
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Foices, martelos e suásticas
Lamentável a prisão do jornaleiro que vendia adesivos com a cruz suástica em sua banca.
Soou estranha a frase? Pois é. Mas eu não sou fascista não. Só acho que se for assim, Lula, o MST, a CUT e mais meio mundo têm que ser presos, por ostentarem o martelo e a foice comunistas em suas bandeiras e cartazes espalhados por suas sedes por esse Brasil afora, já que só o comunismo soviético matou mais de 30 milhões de almas, fichinha para Hitler. Além disso, deveriam prender outros jornaleiros que vendem CDs e camisetas do Che Guevara também, já que ele era um assassino, ainda que conservasse a ternura!
Aliás, vamos prender logo todo mundo, pois, com esse tipo de raciocínio da mídia esquerdista brasileira, tenho certeza de que não seria difícil encontrar um motivo para prender qualquer cidadão desse país. Não tenho mais nada a declarar sobre esse assunto. Quem quiser conferir um ótimo texto sobre ele, pode clicar aqui. O texto se chama "O jornalismo paranóico da mídia esquerdista brasileira: agora, a culpa é do jornaleiro".
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Evandro Ferreira
11/9/2002 às 21h27
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Osama Bin Reagge
Um conhecido meu passou três dias preso, na semana passada, dividindo cela com aquele assassino do cinema, com o da menina Tainá e com um padre pedófilo - e corre o risco de passar ainda mais. Seu crime? A banca da qual ele é dono vendia adesivos com a suástica estampada. Não importou que os adesivos fossem pequenos e que viessem em uma cartela junto com vários outros símbolos. Um rabino passou na frente e o denunciou. A dúvida pode ser, agora: a que pena condenar milhares de skinheads que carregam o emblema nazista tatuado próprio corpo?
Mas eu tenho uma pergunta muito melhor: se a pena precisa ser proporcional ao crime, quantos anos enjaulados merecem os alunos de História de USP, que estão organizando uma festa que elogia o atentado terrorista de Osama Bin Laden? Ou o título da festa, Osama Bin Reagge, não é prova suficiente de insensibilidade doentia e apologia ao crime, em um momento em que milhares de famílias inocentes lamentam suas perdas?
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Eduardo Carvalho
11/9/2002 às 11h07
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Conscientização
Sabe qual é o problema que prende o Brasil à latrina? Essa história de "conscientização". Todo mundo fica achando que, para resolver a situação, é preciso conscientizar as pessoas de como é a pobreza. Então, estamos cheios de burocratas incompetentes conscientizados, economistas estatistas keynesianos conscientizados, militantes xiitas ignorantes conscientizados, filósofos niilistas conscientizados, jornalistas esquerdistas conscientizados. E, no topo da pirâmide, se tudo der "certo", teremos um Presidente da República que mal fala português, conscientizado.
Acorde, Lucas. O país não vai sair do buraco com essa "conscientização". E o que você chama de burguesia não é sustentada pelos pobres. Ela é o sustentáculo do Estado dinossauro que está doidinho para ver o fim das eleições para dar mais uma crescidinha (seja com que candidato for) e fazer mais idiotices para "ajudar os pobres", como sempre.
E enquanto isso, inocentes cidadãos saem das seções de Cidade de Deus e vão correndo engrossar as fileiras das ONGs e partidos socialistas, para lutar contra os malvados "neoliberais", classe de composição randômica formada por quaisquer indivíduos que não compartilhem da estreitíssima ideologia PT-Farc-MST.
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Evandro Ferreira
9/9/2002 às 23h38
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Latrina real - Cidade de Deus
Eduardo, concordo com sua posição de ser contra ou não concordar com um cinema de recursos fáceis voltados a chocar o espectador. Mas isso é um artifício válido e que, em partes, colhe um resultado. Se for o esperado pelos idealizadores, nunca se sabe. As cabeças são muitas e as interpretações, individuais. Não acho q Cidade de Deus seja um excelente filme. O livro o é, mas tb senti uma certa opção por recursos q facilitem a digestão de tanta violência e, principlamente, q favoreçam a venda no filme no exterior. Algum crítico já definiu como violência para exportação. Concordo parcialmente com ele e com o q tu disses nesse espaço. Mas fechar os olhos pra isso não é a melhor solução. Esse tipo de cinema existe, faz sucesso com o público q freqüenta as salas. E a tal realidade ali mostrada tb importa a nós. Os Zé Pequenos da vida são resultado direto da nossa sociedade. Eles sustentam nossa vida de classe média burguesa. Enquanto discutimos a violência teoricamente, eles estão discutindo na prática!! E isso é muito cruel!! Não podemos fugir desse embate e simplesmente dizer q não nos interessa. Não interessa até estar aquilo tudo embaixo de nossa sacada, com um revólver disparando rumo a algum familiar ou a um papelote de cocaína encontrado no bolso de nossos filhos ou irmãos... Tu não és obrigado a aturar nada, mas para ser um verdadeiro cidadão é preciso estar consciente da situação do país. E a de Cidade de Deus é uma realidade q virou rotina em certos pontos do Brasil. Ainda não nos atingiu, mas estamos à mercê de qquer bandido ou traficante q anda pelas ruas. Precisamos lutar com nossas armas, e não digo q seja conhecer o mundo cão em q vivem literalmente. Fazemos parte de uma elite voltada a pensar soluções e alternativas, exigir de quem pode mudar significativamente. Aqueles da favela não têm voz suficiente para q os ouçam; nós temos e é a isso q devemos nos apegar.
Não consigo me imaginar ausente desse mundo, apesar de haver segregação. Moro em realidade diferente daquela, mas tenho a consciência de que a latrina de meu banheiro seria a mais suja e fétida se fechasse os olhos para essa realidade.
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Lucas Rodrigues Pires
9/9/2002 às 16h13
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Mundo negro, branco na capa
Um comentário sobre a Revista de Cinema, edição de setembro, que não fugiu à regra e colocou Cidade de Deus na capa. Essa capa traz o excelente ator Matheus Nachtergaele, que faz uma ponta no filme. Interessante notar que 99,5% nos atores de Cidade de Deus são negros e a revista colocou o único com visibilidade que é branco... O que isso quer dizer? Muitas coisas e nada também... Mas é de se estranhar que o único ator conhecido e branco do elenco receba presença exclusiva na capa de uma revista que traz uma matéria sobre um filme praticamente só composto por negros. Não querer marginalizar pela cor é uma coisa, agora "maquear" o filme é outra... Afinal de contas, a capa de uma revista expõe sua alma. E a de Cidade de Deus, definitivamente, não é branca em seu conteúdo...
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Lucas Rodrigues Pires
7/9/2002 às 15h32
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