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Quinta-feira, 26/10/2006
Viu no que dá?
Tais Laporta

Cerca de um mês atrás, publiquei a coluna "Confissões de uma ex-podcaster" para o Especial Podcasts, aqui do Digestivo. Nela, narrei minha mal-sucedida experiência em continuar produzindo um programa sonoro. Exclusivamente por motivos técnicos, engavetei o programa Estação da Cultura, um podcast que falava de eventos culturais gratuitos em São Paulo.

Nunca imaginei que essa aventura causasse algum rebuliço. Mas o podcaster Renato Siqueira, que produz um interessante programa sobre tecnologia - confira no Conversa Digital - tomou conhecimento de minha história e argumentou, no ar, porque concorda e discorda da coluna. Em linhas gerais, ele lamenta por "aqueles que não tiveram auto-motivação para seguir em frente".

É importante que não restem dúvidas: é fácil ouvir e fazer um podcast. Segundo nosso colega, não levei o programa adiante por não ter encontrado bons editores de áudio. Talvez não ressaltei que meu computador estivesse lotado de vírus - os malditos Trojan Horses, que impediram o funcionamento das ferramentas. Repito que existem excelentes programas gratuitos para serem baixados. O Audacity é um deles. Utilizei durante um bom tempo na época da faculdade, quando produzia um documentário para o TCC. E reitero: é fácil de usar.

Siqueira também não concorda quando eu disse que os tocadores de MP3 são inacessíveis ao grande público. Em parte, ele tem razão quando afirma que estão mais baratos a cada dia. Mas ainda acho que estamos anos-luz de distância do primeiro mundo, que vende por dez dólares o que adquirimos por, no mínimo, 100 reais no Mercado Livre - a exemplo de toda tecnologia importada.

Dizer que os podcasts não vão ficar é quase um crime, e não quero ser a autora desse delito. O Conversa Digital é um maduro exemplo que não pode ser ofuscado com minha história particular. É periódico, traz pautas inteligentes sobre tecnologia e mantém uma audiência admirável de três mil acessos mensais.

Ótima oportunidade para mostrar que não é porque parei que alguém vai desistir. Depois do primeiro homem que tentou escalar o Everest, muitos outros vieram. Ainda bem. Não lamento por quem tentou. Disso tudo, alguma coisa deu certo. Afinal, bons exemplos não faltam.

Tais Laporta
26/10/2006 à 01h12

 

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