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Segunda-feira, 4/12/2006 Fonte da Vida, de Aronofsky Marília Almeida Após dirigir em 2000 o vertiginoso Réquiem para um sonho, o norte-americano Darren Aronofsky mantém seu estilo de filmagem, apesar do roteiro fantasioso e erroneamente classificado como ficção científica. Seu núcleo principal é tão realista como o mundo das drogas de Réquiem... e pode ser visto mais como uma viagem mental de seu protagonista. A fotografia deslumbrante, com belos enquadramentos e cores sóbrias, mas vivas, é o que se sobressai no longa, depois da narrativa ágil e complexa que Darren já havia criado no aclamado PI (98). O diretor também reforça sua habilidade para costurar diferentes histórias como em Réquiem. As três histórias do longa dividem-se na Espanha medieval, onde o leal cavaleiro Tomas Creo busca a mítica Árvore da Vida que salvará sua rainha; no plano da atualidade, quando Tommy Creo busca a cura para o câncer de sua esposa através de experiências com animais, e, por fim, um plano futurístico que leva Tom para a solução de suas angústias. Quando Pitt saiu do projeto, produtores se desinteressaram pelo filme, o que fez com que seu orçamento estacionasse na base de US$35 milhões. Isso não prejudicou seus efeitos especiais de superprodução, filmados em um laboratório com experiências químicas. Essas dificuldades fizeram com que o cineasta notadamente independente não trabalhasse com extremos, apesar de Fonte da Vida ser seu primeiro filme de estúdio. Por outro lado, em alguns pontos sua narrativa contém cenas desnecessárias e repetições demasiadas, defeitos que apenas enfatizam o estilo de Darren: eficaz e emocionante, ainda que de deglutição demorada. Mas é assim que, afinal, surpreende e quebra padrões. Marília Almeida |
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