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Quinta-feira, 8/3/2007 Conquistando um novo mundo Julio Daio Borges Há mais ou menos oito anos comecei a descobrir o mundo dos livros. Embora não tenha sido a iniciação perfeita não foi menos importante, porque para mim, hoje, faz uma grande diferença. Nasci numa família que não dá à cultura o devido valor. Tenho vagas lembranças de livros dentro da casa dos meus pais, com exceção de alguns didáticos. Nossa primeira televisão chegou quando eu tinha mais ou menos treze anos (época que eu estava saindo de casa para trabalhar em Porto Alegre), mas não tínhamos muita liberdade para usá-la, pois, na minha casa, tudo funcionava conforme a liberdade dada pelos meus pais e, confesso, não tínhamos liberdade para nada. Parei de estudar na 5ª série, para voltar anos mais tarde, o que fez com que o meu contato com os livros fosse mais demorado. Devido ao trabalho e à falta de conhecimento li pouco na adolescência. Lembro-me apenas de um título. Acho que deve ter sido o melhor e por isso ficou gravado na minha memória. O livro é da Coleção Vagalume, Na Rota do Perigo, de Marcos Rey. Alguns anos mais tarde e várias tentativas desastradas, tomei conhecimento, através de uma amiga, de alguns nomes da nossa literatura e também dos sebos - onde compro a maioria dos meus livros. Lembro-me bem das suas palavras ao me responder, quando eu lhe disse que achava que não gostava de ler: "você apenas não descobriu ainda o seu tipo de leitura". E colocou à minha disposição a sua pequena coleção. Comecei com Um Lugar ao Sol, de Erico Veríssimo. Era carnaval e eu estava sozinha em casa, devorei o livro de mais de 600 páginas em uma semana e comecei a ler todos os que ela tinha em casa para logo após começar a minha coleção. Hoje tenho pouco mais de 100 livros - nem todos lidos, porém a maioria. E entre eles, é claro, estão alguns do Erico Veríssimo e também de seu filho, Luis Fernando Veríssimo. Sempre que tenho alguns minutos procuro ler, seja livro, revista ou o que for. Pois, nesta nova fase, preciso ler muito para ter idéias de quê e de como escrever. Elaine Dellaflora, no Chatotorix, que acaba de começar e já linca pra nós. Julio Daio Borges |
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