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Quarta-feira, 7/3/2007
Proxxima: primeiro dia
Fabio Silvestre Cardoso

No primeiro dia (6/3) do Seminário Proxxima, evento dedicado à comunicação digital, foi possível notar uma sutil contradição: enquanto os palestrantes, dentro do evento, animavam os presentes com as últimas novidades acerca da abrangência da internet, do lado de fora - mais precisamente no credenciamento - as pessoas se desesperavam com as enormes filas que se formavam na recepção do suntuoso WTC da Av. Nações Unidas. É curioso observar que, para aqueles impacientes participantes, esperar não deve ser alguma coisa comum, principalmente se, de fato, eles fazem uso das palavras de ordem do primeiro e mais celebrado conferencista do dia, o editor da badalada revista norte-americana Wired, Drew Schutte, que afirmou: "innovate or die" [na minha arriscada tradução: "inove ou morra/desapareça"]. De qualquer forma, muitos não devem ter assistido essa palestra completa, uma vez que as filas estavam extensas até às 11h, e a apresentação dele não esperou a todos.

Escrevi "assisti" não foi à toa. Muitos esperavam encontrar com o homem em carne-e-osso, talvez para apertar a mão de uma figura que tem idéias interessantes ou, quem sabe, por puro exercício de bajulação e subserviência. Para o bem e para o mal, isso não foi possível. Drew estava lá graças a uma vídeo-conferência. E, até o fim do dia, o mestre de cerimônias, reiterava: a palestra estaria disponível em vídeo no site do evento (até a edição final do presente artigo, não vi nada por lá).

Mas o primeiro dia não foi somente de Schutte. Ok, ok, deve ter sido a principal atração, mas não foi a única atração. Creia o leitor que outras discussões foram ali estabelecidas, sempre com foco na influência das novas mídias junto aos leitores/consumidores/usuários. Assim, logo após o coffee-break (sempre concorrido, diga-se), os presentes puderam ver (de corpo presente, desta vez) a apresentação de T.S. Kelly, o diretor de pesquisa da Media Contacts Global, com o tema: "O consumidor virou mídia - como dominar essa nova ferramenta". Aqui, Kelly abordou de maneira bastante coerente com o target de seus produtos, ou objetos de pesquisa.

Assim, na introdução, assinalou que a mídia constituída está, sim, cercada. Segundo o pesquisador, dados não só dos Estados Unidos, como da Europa, das Américas e da Ásia mostram que os meios de comunicação têm perdido leitores/telespectadores para a internet, pois, entre outras coisas, o consumidor encontra-se entediado com as opções que lhe são apresentadas. Até aí, o cenário descritivo-analítico correu muito bem.

Ocorre que palestras desse gênero, quando se trata de mostrar os exemplos que "deram certo", tendem a tornar-se um longo e fastidioso workshop sobre casos de sucesso. Infelizmente, foi o que aconteceu. T.S. Kelly mostrou vídeos no YouTube que comprovavam a tese do efeito "cauda longa" - algo que, em breve, será muito repetido e pouco compreendido (de fato); em seguida, exemplos de peças publicitárias elaboradas pelos próprios internautas - sempre repassando nos mesmos casos que todos conheciam; e, por fim, não explicou qual a fórmula essencial a ser escolhida para dominar as ferramentas (talvez deixar de enxergar o usuário como simples "ferramenta"). Uma vantagem nessa palestra foi, inclusive, a possibilidade de interlocução. Algumas perguntas, poucas, é verdade, puderam ser respondidas e o público parece ter saído satisfeito. (Continua no post seguinte.)

Fabio Silvestre Cardoso
7/3/2007 à 01h26

 

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