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Quinta-feira, 19/7/2007
Os Jornais Acabam? II
Julio Daio Borges

Quanto mais tecnologia se tem, mais se fica vulnerável. Assim são os jornais eletrônicos, a mídia televisiva. Creio que por mais que se avance nas formas de apresentação, o jornal de papel, manuseado, riscado e cortado para se prender na agenda é quem resistirá. Além do mais, como fazer com as palavras cruzadas no Metrô ou mesmo nos banheiros?
Marly Spacachieri
Taboão da Serra/São Paulo


O Jornal é um meio e não um fim. A informação está atingindo o seu público por outros meios, mais baratos, menos prejudiciais ao meio-ambiente, mais rápidos e mais difusos. Não concordo com a alta credibilidade do jornal impresso. Podem derrubar presidentes, mas também podem elegê-los. Nem sempre defendem os interesses da população e a dispersão de todo este poder por outros meios, outras mentes e outros pontos de vista, é muito salutar para a democracia e para a montagem deste quadro tão nebuloso chamado de realidade-verdade. Prefiro que a maioria aprenda a duvidar do que lê, do que crer em tudo que tal jornal publicou, como se fosse sempre a única e inquestionável verdade. O jornal impresso não acabará, tornar-se-á apenas um meio menos influente, como o rádio, o cinema e a própria literatura. Pois todos estes meios e outros, como TV e internet, estarão lutando pelo mesmo público consumidor.
Everton Lodetti de Oliveira
Tagutinga/DF


Enquanto houver leitores, informação e análise crítica, existirão jornais, existirá a imprensa, não importa a mídia. É urgente que abandonemos este "romantismo" de "gostar de ler" jornais apenas impressos em papel e, por conseguinte, o mesmo ocorrerá com os livros. Papel é caro. A tinta, mais ainda. Assim como o CD sepultou o LP, o DVD sepultou a fita VHS, o jornal e o livro digital em breve farão parte de nossos eletrodomésticos. Já se consegue colocar imagens em 3D em lâminas flexíveis digitais, de modo que o ludismo de "pegar no jornal" será também possível, mesmo não sendo de papel. As operadoras de TV a cabo já comercializam telefonia. As operadoras de telecomunicações querem transmitir TV. Pela internet, as notícias são atualizadas dinamicamente. E, no dia seguinte, o jornal (de papel) de ontem continuará embrulhando peixe. Não tem volta. A minha geração (1963) pode até estranhar, mas a geração da minha filha (1992) não vê maiores problemas, até porque ela quer fazer Jornalismo e eu, que sou engenheiro, dou a maior força para ela seguir esta maravilhosa profissão de jornalista. Se queremos sobreviver profissionalmente, a regra não é apenas atender sua clientela atual... O segredo é antecipar o que sua clientela demandará nos próximos 10, 20 anos e, além disto, sua clientela consumidora será outra. A pergunta é: que leitor é esse? Que jornal é esse? Acredito que ambos estarão cada vez mais longe do papel.
AL-Chaer
Goiânia/GO


Avaliando no sentido das facilidades da internet em termos da enorme quantidade de informações disponíveis, e da velocidade de atualização deste veículo, penso que os jornais impressos podem realmente desaparecer, dando lugar a novos formatos, pois considerando o fator concentração de informações no mesmo espaço editorial, ou no mesmo site, aliado a entretenimento, a inovação, a responsabilidade, credibilidade, respeito, que constituem a qualidade e a possibilidade de influência de qualquer órgão ou profissional, acredito que os jornais continuarão existindo. A busca indiscriminada da internet, sem a garantia de qualidade, nos faz perder muito tempo, há a necessidade de retorno aos espaços considerados confiáveis, assim este órgão informativo pode permanecer, exigindo a formação de bons jornalistas, não apenas detentores de conhecimento, de criatividade, mas também de ética, responsabilidade social, por serem formadores de opinião e exercerem uma atividade de interesse público. Então a vida dos jornais está garantida, isso se estes conseguirem fazer com que os jovens se interessem mais pelo que ocorre aos seus semelhantes, em suas comunidades, em seus países, no mundo, largando um pouco os jogos e as conversas on-line que tanto lhes interessam.
Isabel Cristina Sampaio
Recife/PE


A geração "digit@l" está chegando a maturidade, crianças que cresceram familiarizadas com o mouse ensinam hoje aos pais como montar uma rede doméstica. São mais de 12 anos de existência da internet, quem desenvolve (programadores) são jovens, e as análises de mercado e projeções de impacto sócio-demográfico vêm de pessoas que não cresceram com esta realidade. Por isso tantas informações infundadas, perspectivas de "achômetro" e queda de vendas de mídias consagradas. A verdade é que não deve existir competição entre a internet e qualquer outro tipo de veículo, uma vez que o material on-line deve ser complementar e não essencial. Muitas vezes as notas são curtas, com erros gramaticais e fontes duvidosas. Os jornais não podem acabar, os grátis (Metro, Metronews e Destak) estão provando que a credibilidade do papel é inquestionável. Com o tempo todos perceberemos que assim como a luz não substituiu o fogo (em funções distintas), os bits não substituirão a celulose.
Hamilton Ricardo Frausto
São Paulo/SP


[Feedbacks dos Leitores do Digestivo à Promoção]

Julio Daio Borges
19/7/2007 às 13h53

 

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