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Sexta-feira, 20/7/2007
Os Jornais Acabam? III
Julio Daio Borges

Creio que ler jornal é uma cultura, não creio que acabe. O sistema de jornalismo impresso passa por uma crise, e precisa adequar-se. Diante da internet, os jornais parece que estão vivendo a impotência do conhecimento. Um jornal pode ser mais opinativo, muito mais de pesquisa e ter o seu lugar no contexto da imprensa escrita. Basta ousar.
Manoel Messias Pereira
São Jose do Rio Preto/SP


A notícia tem um padrão nos jornais impressos que a mídia eletrônica não alcança. O imediatismo e o discurso restrito das matérias corroem a beleza do texto, enxugam a informação e descaracterizam a notícia de fato.
Cybele Regina Fiorotti
Santo André/SP


Assim como o rádio e a televisão coexistem, o jornal impresso e o eletrônico vão conviver durante muito tempo ainda. Um não exclui o outro. São complementares. O jornal impresso, assim como o conhecemos, tem cheiro, tem textura, é fácil de ser transportado e, ainda, pode servir para enrolar ovos, para embrulhar objetos em uma mudança, para proteger o chão, quando se pintam as paredes e, em uma emergência, para salvar os desafortunados com problemas gastro-intestinais, na falta do papel convencional. Já o jornal eletrônico é mais impessoal. Você abre o site de determinado jornal, procura o assunto que lhe interessa, lê e fecha a página. Se quiser, pode enviar um artigo aos amigos que, geralmente, não o lêem, pois já escolheram o seu, ou então, salvá-lo em algum arquivo, que provavelmente não será aberto nunca. Porém, com a internet cada vez mais ágil e desenvolvida, o jornal eletrônico se torna um instrumento vital para aqueles que vivem em escritórios ou que não desgrudam nunca de seu laptop. O leitor também pode acessar jornais diversos, em pouco tempo, conferir as notícias e fazer a sua avaliação, por meio de fontes diferentes, o que é quase impraticável, da outra forma. Agora, o que faz um jornal sobreviver e outro desaparecer é como qualquer produto do mundo capitalista. Depende de estratégia, de marketing, do público alvo, e muito menos da qualidade, como deveria ser. Nesse caso, ambos, o impresso e o eletrônico, estão na mesma maré. E salve-se quem puder e navegue quem souber.
Adriana Godoy
Belo Horizonte/MG


Sim, se permanecerem do jeito que se apresentam atualmente: com textos frios, sem diferencial autoral e regados por uma ética cínica, aquela que usa de termos como "imparcialidade" para atuar de forma dirigida a vários interesses, entre eles o estético. No final, vemos textos padronizados e uma mesmice substituível por portais de internet, que são mais atualizados. A solução seria inovar no texto, tornando-o mais palatável e mais sensual ao leitor. Hoje, o que sustenta as assinaturas e vendas são os famosos fascículos e coleções de parafernálias; não o jornalismo em si.
Frederico Dollo Linardi
São Paulo/SP


Não, não acredito. De uma forma ou de outra o jornal irá sobreviver, assim como o teatro, o rádio, o próprio circo que agoniza, mas não morre. O jornal encontrará o seu próprio meio de sobrevivência.
José Gilberto Duarte
Itatiaia/RJ


[Feedbacks dos Leitores do Digestivo à Promoção]

Julio Daio Borges
20/7/2007 às 14h10

 

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