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Segunda-feira, 1/10/2007 O tango de Piazzolla Tais Laporta Durante o primeiro concerto da série Clássicos Personalité, o tango vestiu uma roupagem calorosa. Toda a melancolia reservada ao gênero latino esteve presente, porém com boas doses de euforia. Em favor da diversidade, balanços populares se aproximaram das ricas composições de Dvorák, Mahler e Piazzolla. O quinteto para piano e cordas, de Antonin Dvorák (1840-1904), nasceu de belas melodias para danças tchecas, inspiradas na rica cultura folclórica da Europa Oriental, como ensinou, didaticamente, o solista Roberto Ring. E as composições do autor tcheco logo revelaram uma familiaridade curiosa com a valsa vienense de Gustav Mahler (1860-1911), cujo quarteto para piano e cordas, apreciado na noite, só veio a público três décadas atrás, em 1973. Mas o grande momento do concerto esteve mesmo na seqüência de obras do "tango nuevo", do portenho Astor Piazzolla (1909-1998). O bandoneón chorou docilmente no colo do argentino Javier Sánchez, acompanhado do pianista Leonardo Marconi e dos Solistas Personalité. Mais importante que a emotividade natural do gênero, foi a prova auditiva de que o tango não se reveste apenas do trágico, porém de grandes variações como as presentes em "Allegro Tangabille", "Fugata", "Três minutos con la realidad" e "Adiós nonino". Marconi, aliás, revelou-se um compositor maduro em "Melatango" e "Gris de ausencia", a última, composta com seu pai, Néstor Marconi. O pianista Emmanuel Strosser e o violinista Régis Pasquier, ambos franceses, também completaram a noite. Tais Laporta |
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