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Terça-feira, 11/12/2007
Beowulf, o mico do ano
Tais Laporta

Alerta vermelho a supostos filmes inovadores, mas que pecam no roteiro. É o caso de A Lenda de Beowulf (Beowulf, EUA, 2007), que embora bem cotado nas bilheterias, desperdiça a chance de ser, pelo menos, digerível. Nem a tentativa de adaptar às telonas um famoso épico inglês, tampouco de aplicar uma tecnologia inédita, compensam o eterno clichê da luta entre homens e dragões.

A grande aposta do diretor Robert Zemeckis — o mesmo de O Expresso Polar — é uma técnica conhecida como performance capture, cujo propósito é recriar feições e movimentos de atores e vetorizá-los para o computador. Anthony Hopkins, Angelina Jolie e John Malkovich emprestam suas embalagens a seres virtuais, mais caricatos. O uso das estrelas hollywoodianas, contudo, não esconde a pretensão desorientada da trama.

Para agravar um pouco mais, somente cinco das 300 salas de cinema que exibem A Lenda de Beowulf no Brasil possuem projeção em 3D — ideal para assistir ao filme. Claro que isso não é empecilho para que se assista ao filme, no discurso da indústria. Mas é razão suficiente para colocá-lo como mais um desperdício. De talento e de dinheiro.

Tais Laporta
11/12/2007 às 12h14

 

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