Quinta-feira, 10/1/2008
crenças e contradições
Julio Daio Borges
Por que a gente nunca fica feliz por completo? Queria entender. Saber explicar. E tentar mudar. É que uma hora eu quero. Quero muito. Mas, logo em seguida, não quero mais. E isso é chato, meio complicado. Porque eu nunca sei direito o que eu quero e o que eu não quero. Então, a minha vontade é ficar parada. Sem querer e não-querer nada. Mas é até meio sem graça isso. E é nessas horas em que eu passo a achar tudo assim. Ao contrário de ontem. Onde a graça era maior que todos os maiores possíveis de se existir nesse universo que a gente conhece e no que a gente desconhece também. É uma inconstância que me trás traz umas dores, uns sentimentos que eu queria encarar como banais. Queria fechar os olhos e fingir não enxergá-los. Mas não há empecilho nada que os contenha. Eles não têm a dureza da minha pouca força. Da minha forçada determinação para mudanças. Eu preciso esquecer. Preciso lembrar. Preciso correr. Preciso ter calma. Quero um abraço. Quero abraçar. Queria me odiar um pouquinho menos. Porque eu me odeio muito, muito, muito. Porque eu não aceito as minhas perdas e nem acredito nas minhas conquistas. Como pode alguém ser feliz assim? O pior é que eu tenho a consciência plena... De tudo, ou quase tudo. De bastante coisa. Sabe o que eu faço pra mudar? Nada! Nadinha. Nada-nada-nada. E então eu me odeio mais ainda. Com as forças que tenho e com as que não tenho. Parece até que eu me realizo ao saborear esse gosto. Mas não é. E isso me faz odiar-me ainda mais. As minhas aparências para mim mesma. As minhas dúvidas de mim mesma. As minhas suspeitas de mim mesma.(...)
Giselle Lucena, no seu blog, que, claro, linca pra nós.
Julio Daio Borges
10/1/2008 à 00h39
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