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Quarta-feira, 9/1/2008 Japão: Um perto distante Marília Almeida Ninguém sabe ― Fátima Lima O ano nem bem começou, mas já foi dada a largada para as homenagens ao Centenário da Imigração Japonesa, a ser comemorado em junho. Um exemplo é a exposição "JAPÃO: Um perto distante", no Espaço Nossa Caixa Arte e Cultura. Com curadoria de dois artistas japoneses, André Oliveira e Sheila Oi, que também apresentam obras na exposição, ela é composta por 13 jovens artistas e 17 obras que abordam a terra do sol nascente e a segunda maior economia do mundo. Apesar de envolvidas pela mesma temática, elas apresentam influências distintas. São fotografias, xilogravuras, impressões digitais, lápis de cor, grafite, estêncil e cerâmicas que reúnem elementos da cultura japonesa contemporânea e tradicional. O mais interessante é quando conseguem fundi-las em uma mesma obra, como os leques, de Fátima Lima, um com uma leitura oriental (Ninguém sabe) e o outro ocidental (Continuam sem saber), ambos com kanjis em sua composição para mostrar o diálogo entre as duas culturas. As figuras de gueixas que se encontram em meio ao conflito entre desejos e deveres são influenciadas por gravuras e o teatro japonês. No leque com leitura oriental, não há uma estrutura narrativa, mas um ciclo. No outro, temos uma história e a evolução de sentimentos, tão conhecida por nós. Ni gen sei ― Sheila Oi Já o detalhado conjunto de peças de cerâmica Preto e Branco, de William Iamazi Ferro, é uma homenagem a dois personagens de um clássico do Mangá criado por Taiyo Matsumoto. As duas figuras se completam em uma referência ao Yin Yang. Como na obra original, retrata dois meninos de rua inseparáveis que moram em um cenário urbano dominado por gangues, sendo o Preto racional e, eventualmente, violento por necessidade. Já o Branco representa a inocência e tem uma mentalidade infantil e fantasiosa. A história de de Mtsumoto trata de amizade e equilíbrio entre o bem e o mal, na sociedade e dentro de nós, um dos pontos fundamentais da filosofia nipônica. Outra obra interessante é História do mendigo, de Shin Moromisato, que é atravessada por outra narrativa, Corredor de Pedestres. A técnica utilizada chama atenção: o cliche-verre, confecção de negativo a partir da raspagem de uma superfície preparada, usando técnicas de grafismo ou frotage. O artista também utilizou a Van Dyk e cianotipia, técnicas de revelação e impressão de negativos a partir de misturas de compostos químicos fotossensíveis, relacionadas com o Mangá. Para ir além "JAPÃO: Um perto distante" ― Espaço Nossa Caixa Arte e Cultura ― Rua Álvares Penteado, 70, 2º mezanino ― Centro, São Paulo ― Até 11 de janeiro de 2008 ― De segunda a sexta, das 10h às 16h ― Entrada Franca ― Informações ― Tel.: (11) 3244-6838 ou 3244-6839 Marília Almeida |
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